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Tsumi No Kaizo

Rebelde
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Synopsis
Um ritual proibido libertou um poder maligno, corrompendo o mundo e desfazendo o equilíbrio entre fé e pecado. Kazuhiko Shogo, um estudante comum, recebe uma mensagem misteriosa. Arrastado para um caos onde o sagrado e o profano se misturam, ele precisa descobrir seu papel enquanto anjos e demônios surgem e segredos obscuros ameaçam consumi-lo.

Table of contents

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Chapter 1 - O Começo do Fim

Fukuoka - 2047 - 6:50 AM

O jovem Kazuhiko despertou em mais um dia de sua vida comum. O despertador ainda ecoava de forma irritante, mas o sono ainda pesava demais para se levantar. Ele girou na cama, quase conseguindo pegar no sono novamente, quando o mundo foi rasgado pela voz de sua mãe, que adentrou seu quarto como um furacão, gritando como se o mundo estivesse prestes a acabar.

Mãe de Kazuhiko: — Vamos logo! Até quando tu vai ficar com essa sua bunda deitada nessa cama?! Eu não quero um filho que não seja capaz nem de se responsabilizar em ir pra escola!

Kazuhiko resmungou e cobriu o rosto com o travesseiro, sua voz abafada e irritada ecoando pela sala.

Kazuhiko: — Tá bom, tá bom, mãe... Eu estava só querendo mais alguns minutos pra me preparar mentalmente pra esse ano. E já que é o último, com certeza vou me estressar bastante naquela escola...

Mãe de Kazuhiko: — Então se apresse logo! Tu não vai querer se atrasar no seu primeiro dia de aula por causa de preguiça!

Kazuhiko suspirou profundamente, sabendo que discutir era perda de tempo.

Kazuhiko: — Já entendi, já estou levantando... ok? Agora saia pra eu poder me trocar logo. Isso se tu não quer que eu me atrase ainda mais, né?

Mãe de Kazuhiko: — Hmph! Já entendi, estou saindo, mas quero você arrumado em dois minutos, no máximo!

Ela bateu a porta, deixando Kazuhiko com a privacidade que ele tanto desejava. O jovem sentou-se na cama, passando as mãos pelo rosto e soltando um longo suspiro. Ele olhava para seu celular, vendo que era um outro ano escolar, e o mais importante disso, o último. Enquanto ele se arrumava, algo estranho aconteceu. Uma voz distante, quase um sussurro, ecoou em sua mente. As palavras eram inaudíveis, como se algo estivesse tentando se comunicar com ele, mas Kazuhiko simplesmente ignorou, assumindo que era coisa de sua cabeça.

Já vestido, ele desceu para a cozinha, pegou um pão tostado junto com a marmita e rapidamente acenou para sua mãe antes de sair correndo em direção à escola. As ruas ainda estavam vazias naquele horário da manhã, mas não demorou muito para ele encontrar sua amiga de infância, Akiko, que o esperava com uma cara de poucos amigos.

Kazuhiko: — Ah! Akiko! Que bom que não sou o único atrasado por aqui.

Akiko: — Sério, Kazuhiko? Tu me deixou plantada aqui, parecendo uma idiota de tanto esperar você!

Kazuhiko revirou os olhos, exausto.

Kazuhiko: — Ah, não... até você, Akiko? Já não basta ter que acordar ouvindo esse negócio de responsabilidade, e agora um outro sermão da minha amiga? O mundo parece estar contra mim...

Akiko: — Deixa de drama, muleque! A gente fala isso porque quer o melhor pra você. Não fique achando que a gente está contra ti, cabeçudo.

Eles continuaram a caminhar pelo caminho em direção à escola, Akiko resmungando sobre a irresponsabilidade dele e Kazuhiko apenas concordando com um "hum-hum" aqui e ali.

Kazuhiko: — E então Akiko, o que esteve fazendo nessas últimas férias? Aposto que esteve sempre se maquiando e saindo com as suas amigas.

Akiko: — Isso soou bastante machista da sua parte, até parece que mulher só faz isso! Mas foram legais, conheci vários lugares que eu queria conhecer, mas não deu tempo para ver tudo, aposto que tu ficou todas as férias naquele quarto bagunçado seu!

Kazuhiko: — Ah qual é! Tu sabe que ficar só na sua traz vários benefícios, e meu quarto nem sempre fica bagunçado... Mas ei, quem sabe nas próximas férias, nós dois fazemos algo juntos?

Akiko corava, rapidamente acelerando seus passos.

Akiko: — Pensarei sobre isso!

Kazuhiko: — Ei! Pare de correr desse jeito, eu nem acordei direito ainda!

Enquanto eles caminhavam, algo acontecia, o céu derrepente escurecia, de forma sobrenatural, Kazuhiko e Akiko olhavam para cima, confusos.

Kazuhiko: — Ahn? Tá rolando eclipse agora ou o quê? Por que está tudo escuro?

Akiko: — Tu fala como se eu soubesse! E não, não estava programado que ia ter algum eclipse hoje... talvez seja um evento da Terra ou algo assim...?

A escuridão parecia ganhar vida, crescendo mais densa a cada segundo. O ar ficou pesado e gelado, e Akiko se aproximou instintivamente de Kazuhiko. Até que o breu se tornou absoluto. Não havia luz, nem som, apenas o vazio. Então, uma silhueta surgiu à frente deles. Era uma figura alta e encapuzada, e seus grandes olhos vermelhos brilhavam com uma intenção sinistra, fixos diretamente em Kazuhiko.

???: — Ahh... O tempo finalmente chegou, o recipiente finalmente despertará para o nosso novo mundo...

Kazuhiko: — E quem diabos é você?! O que tu tá falando? Se isso for uma pegadinha só porque é o primeiro dia de aula, eu vou te meter no soco!

A figura soltou uma risada baixa e ameaçadora.

???: — Ohh... ira... não é? Não tem problema... logo saberá quem sou eu. Já estive presente em toda sua vida, Kazuhiko... e se eu fosse você, eu me afastaria desta garota... ela trará bondades desnecessárias para o nosso procedimento.

Akiko: — Eh...? Do que ele está falando? Você conhece ele, Kazuhiko?

Kazuhiko: — Eu juro pra ti que não o conheço e nunca vi! Nos deixa em paz, seu velho!

???: — Ahh... eu avisei... vou ter que te mostrar em que mundo nós vivemos, Kazuhiko. Os de cima estão chegando... e eles sabem que algo está errado... eu quero que você saiba que tu és o escolhido... o Começo do Fim...

Antes que pudessem reagir, a figura sumiu, deixando o ambiente claro novamente. Mas o mundo não parecia mais o mesmo. O medo estava presente no olhar de Akiko.

Akiko: — Que merda foi essa, Kazuhiko?! Como assim você é o escolhido? Escolhido do quê?!

Kazuhiko, visivelmente abalado, tentou manter a calma.

Kazuhiko: — Eu... eu realmente não sei. Mas acho que, se o que ele diz for verdade... aqui não é seguro. Vamos voltar, rápido!

Antes que conseguissem dar um único passo, uma luz intensa desceu dos céus, formando um feixe luminoso que bloqueou o caminho deles. Dela, desceram duas figuras majestuosas, vestidas de branco, com asas brilhantes. Anjos.

Anjo 1: — Olá... viemos aqui para ter certeza que nada sairá dos desejos de Deus...E de acordo com a vossa dinvidade suprema, Kazuhiko Shogo, poderia ser um problema para toda a humanidade.

Kazuhiko ficou boquiaberto. Seu coração batia descompassado. As palavras do anjo ecoaram como um trovão.

Kazuhiko: — Problema para a humanidade? Mas eu sou só... um estudante normal! Eu nem entendo o que vocês estão falando! Vocês devem ter errado de pessoa!

O Anjo 1 manteve o olhar severo, como se estivesse avaliando Kazuhiko de cima a baixo, buscando algo além do que os olhos poderiam ver.

Anjo 1: — "Estudante normal"? Não seja tolo. Sua existência é uma anomalia, uma ferida na ordem do mundo que deve ser cauterizada. Recebemos ordens diretas dos céus, e as ordens são absolutas. Sua vida termina aqui.

A voz do anjo carregava uma autoridade divina, como um juiz prestes a dar o veredito final. Kazuhiko começou a tremer, o suor escorrendo pela testa. Ao seu lado, Akiko arregalava os olhos, o pânico tomando conta dela.

Akiko: — Espera aí! Vocês estão malucos?! Ele não fez nada de errado! Vocês não têm o direito de decidir isso! Ele é só um garoto!

O Anjo 2 sorriu cruelmente, os olhos brilhando com um tom de sadismo.

Anjo 2: — Garota tola. A humanidade sempre luta contra aquilo que não compreende. Nós somos a lei divina. Se dizemos que ele deve morrer, então ele deve. Sua interferência só atrasa o inevitável.

Sem aviso, o Anjo 2 ergueu a mão direita, uma esfera de luz começando a se formar em sua palma. A luz crescia, pulsando como um coração vivo.

Kazuhiko: — NÃO! Espera! — Ele deu um passo à frente, protegendo Akiko instintivamente.

Anjo 2: — Que emocionante. Até tem coragem de herói, mas sua história acaba aqui.

Num movimento rápido, o anjo lançou a esfera de luz diretamente na direção de Kazuhiko e Akiko. Kazuhiko não teve tempo para pensar. Seus pés se moveram sozinhos, empurrando Akiko para o lado. A explosão foi ensurdecedora, lançando chamas de luz para todos os lados. Kazuhiko foi arremessado contra o chão, sentindo a pele arder onde a energia o atingira.

Akiko: — KAZUHIKO! — Ela gritou, correndo até ele.

Kazuhiko sentia uma dor lancinante no ombro e no peito. Ele olhou para o próprio corpo e viu o uniforme queimado, o sangue manchando o tecido. Os anjos começaram a avançar novamente, suas presenças tão imponentes quanto montanhas.

Anjo 1: — Chega de brincadeiras. Vamos acabar logo com isso.

O Anjo 2 sorriu, estalando os dedos. Uma espada de luz se materializou em sua mão. O brilho cegante da lâmina contrastava com a escuridão da situação. Ele apontou a espada para Kazuhiko.

Anjo 2: — Últimas palavras, humano?

Kazuhiko sentiu o peito apertar. Ele não conseguia aceitar aquilo. Aquilo não podia ser o fim. Seus olhos, porém, se voltaram para Akiko. Ela estava desesperada, lágrimas escorrendo pelo rosto.

Akiko: — Por favor, parem! Não façam isso! Ele não é quem vocês pensam que é!

Anjo 2 sorriu cruelmente, seus olhos brilhando com malícia.

Anjo 2: — Garota tola. A humanidade sempre luta contra aquilo que não compreende. Você quer morrer junto com ele?

Kazuhiko arregalou os olhos. Akiko se colocou entre os anjos e ele, os braços abertos em uma tentativa desesperada de protegê-lo.

Akiko: — Eu não vou deixar vocês machucarem ele! Ele não fez nada!

O Anjo 1 franziu a testa, irritado pela resistência dela.

Anjo 1 (frio): — Já ouvimos demais. Você é apenas uma peça insignificante no tabuleiro.

Sem aviso, ele desapareceu em um borrão de luz e ressurgiu atrás de Akiko, com a sua lâmina celestial em sua mão direita.

Kazuhiko: — AKIKO, NÃO!

A garota se virou, surpresa, mas não a tempo de reagir. O anjo a pegava pelo o pescoço, a erguendo pra cima com extrema facilidade, a garota parecia lutar, mas era inútil, as forças dela já estavam esvaziando, com seus olhos lacrimejando, olhava para o Kazuhiko no chão e sorria.

Akiko: — Eu...te am-

Sua frase seria rapidamente interrompida com a espada, que reluziu com brilho divino enquanto cortava o ar — e o som agudo do aço rasgando carne ecoou por toda a rua. O mundo pareceu parar.

A cabeça de Akiko tombou, seus olhos ainda abertos, como se ainda tentasse dizer algo. O anjo soltava o corpo, onde a mesma caiu de joelhos antes de desabar, sangue jorrando no chão em uma poça carmesim.

Kazuhiko: — Não... não...

Ele sentiu o coração despedaçar. Seu corpo ficou rígido, paralisado pelo choque. A voz doce de Akiko pareceu ecoar em sua mente, fraca, distante, quase como um sussurro:

Akiko (em lembrança, sorrindo): — Você sempre foi um idiota, mas sabe...eu te am-

A realidade se quebrou. O silêncio foi substituído pela a voz misteriosa que Kazuhiko ouvira antes voltou a sussurrar em sua mente, mais clara desta vez. Fria, mas acolhedora.

???: (— Vai deixar isso acontecer? Vai deixar que tirem tudo de você? Não foi isso que prometemos, Kazuhiko... Sua ira é sua força. Aceite-a... e desperte.)

Kazuhiko arregalou os olhos. Sua respiração ficou irregular, e o calor que sentia no peito começou a se espalhar por todo o corpo. A voz dentro dele ficou mais alta, como um rugido crescendo no fundo de sua alma.

Kazuhiko: — ...Não... — Sua voz saiu rouca, quase inaudível.

O Anjo 2 parou, franzindo o cenho. — O que foi isso?

Kazuhiko levantou lentamente a cabeça, seus olhos brilhando com uma luz carmesim. Sua expressão havia mudado. O medo e a dúvida haviam desaparecido, substituídos por algo primal e feroz.

Kazuhiko: — Eu disse... NÃO!

Um estrondo ecoou pelo ar quando uma onda de energia vermelha irrompeu do corpo de Kazuhiko. O chão tremeu violentamente, rachaduras se espalhando ao seu redor. A aura vermelha girava como um furacão, erguendo poeira e pedaços de concreto.

Anjo 1 (assustado): — O quê?! Isso não pode ser...

Kazuhiko logo começava a soltar uma aura vermelha ao redor da área onde eles estavam, e o corpo dele começava a crescer os músculos que rasgariam uma parte de sua calça e o resto de seu uniforme escolar, seu corpo esquentava, os olhos dele ficariam vermelho e ele soltaria um rugido alto

Anjo 2: — Opa opa OPA! então não viemos aqui á toa, por um momento eu achei que iria vir para um trabalho de bebê! Isso vai ser divertido!

Anjo 1 (Confuso): — Espere.. algo não está certo...

Anjo 2: Que se dane!! Quero me divertir!

o Anjo 2 voaria numa velocidade muito alta para direção de Kazuhiko, e ele preparia para dar um outro corte de luz nele.. mas quando o anjo 2 chegava e desferia o golpe.. não saía luz alguma

Anjo 2: — Ué..?-

assim o Kazuhiko daria um soco de cima para baixo naquele anjo, o esmagando no chão e criando uma cratera enorme naquela rua.. logo O Kazuhiko olhava para o Anjo 1, e ele avançava para cima dele

Anjo 1: — Isso não é bom! Meus poderes não estão se ativando, vou ter que me retirar!

ele voaria para longe dali, na tentativa de voltar para o céu, mas Kazuhiko se prepara para dar o maior pulo que ele podia, e assim ele pulava com toda força dele, causando uma outra cratera menor só com o impulso do pulo, que rapidamente chegaria perto do anjo

Anjo 1: Como isso é possível..?! Não tem como um mero humano fazer tais coisas!!

Mas Kazuhiko se moveu tão rápido que mal se podia ver. Ele surgiu na frente do anjo, agarrando seu pulso com uma força brutal.

Anjo 2 (surpreso): — O quê?!

Com um movimento violento, Kazuhiko lançou o anjo no chão, fazendo o concreto explodir em uma cratera imensa. O anjo tossiu, atordoado pela força do impacto.

Kazuhiko (com voz gutural): — VOCÊS... MATARAM... AKIKO!

Sua voz soava monstruosa, como se houvesse algo dentro dele rugindo junto. O Anjo 1 olhou para a cena, o pânico começando a tomar conta dele.

Anjo 1: — Isso... isso não é possível! Esse poder... ele não deveria existir!

Mas Kazuhiko não deixaria aquilo acontecer. Ele flexionou as pernas e saltou, quebrando o chão onde estava. O impulso foi tão violento que ele alcançou o anjo no ar.

Kazuhiko: — VOCÊS NÃO VÃO FUGIR!

Ele desferiu um soco final, onde a força de seu punho era tanto que partia o corpo do Anjo 1 em dois com um impacto devastador. O sangue celestial do anjo caiu como chuva dourada, iluminando o céu enquanto Kazuhiko e o corpo do anjo despencavam.

Kazuhiko caiu em um rio próximo, sua transformação começando a regredir. A força monstruosa o abandonava aos poucos, deixando-o exausto e ensanguentado. Seu corpo doía, e a ferida que os anjos causaram voltou a sangrar.

Kazuhiko (sussurrando): — Akiko... me perdoa...

A voz dentro dele sussurrou mais uma vez, agora soando satisfeita.

???: (— Isso é só o começo, Kazuhiko. O mundo está prestes a mudar... e você será o arauto dessa transformação.)

A última coisa que Kazuhiko viu antes de perder a consciência foi o céu nublado, enquanto o eco da voz misteriosa ainda ressoava em sua mente.

Fim do Capítulo.