Negroblade: The Godslayer's Oath

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Synopsis

Um Samurai de Honra

Na aldeia Yambuki, no coração das montanhas do Japão, Yuto Okada vivia uma infância tranquila. Filho único de um líder respeitado do Clã Seiryu, Yuto cresceu rodeado pelos princípios do bushido, a honra dos samurais e os ensinamentos de seu pai. Desde pequeno, aprendeu a manejar a katana e a entender a importância da lealdade e da disciplina. A aldeia de Yambuki era pequena, mas próspera, e Yuto sonhava em um dia se tornar um grande samurai, assim como seu pai.

Porém, sua vida virou de cabeça para baixo em uma manhã de verão, quando o Clã Tenrei, um clã inimigo que havia começado a dominar grande parte do Japão, invadiu sua aldeia. O som das espadas e os gritos de guerra preencheram o ar, enquanto o fogo consumia as casas e os guerreiros do Clã Seiryu lutavam em vão para defender seu lar. O líder do Clã Seiryu, o pai de Yuto, comandava suas tropas com bravura, mas sabia que a batalha estava perdida. O Clã Tenrei era imbatível, e a aldeia de Yambuki não tinha chance.

Vendo o desastre, seu pai tomou uma decisão desesperada. Ele pagou a um comerciante para que levasse Yuto para um local seguro, longe da carnificina, enquanto ele mesmo lutava para proteger o povo de sua aldeia. Antes de se despedir, com a voz embargada pela dor, seu pai disse: "Vá, meu filho. Vá e viva. Cuide de sua honra." Aquela seria a última vez que Yuto veria sua casa e seu pai. A carroça partiu enquanto a aldeia caía em ruínas.

Yuto, com apenas sete anos, viu sua vida desmoronar diante de seus olhos. Aquele dia foi o marco de sua dor e do seu vazio, que se estenderiam por toda a sua vida.

Após escapar da aldeia em chamas, Yuto foi levado para um refúgio escondido entre a China e o Japão, uma pequena aldeia onde ninguém o reconhecia. Ali, ele encontrou um homem que mudaria seu destino. Arata, um ex-samurai de um clã rival, fora amigo de seu pai. Ao ouvir sobre a queda do Clã Seiryu, Arata sentiu uma obrigação moral de proteger o último herdeiro daquele clã, e assim, recebeu Yuto em sua casa, oferecendo-lhe abrigo e um novo propósito.

Arata tinha um filho, Kaito, da mesma idade de Yuto, e logo os dois se tornaram amigos inseparáveis. Arata, mesmo sendo um homem envelhecido e já afastado das batalhas, começou a treinar os meninos nas artes do combate, ensinando-lhes a manejar a katana e as táticas de guerra. Sob sua orientação rigorosa, Yuto e Kaito não apenas aprenderam a lutar, mas também a viver com honra, como samurais.

Aqueles anos de treinamento forjaram Yuto e Kaito em verdadeiros guerreiros. Mas, mesmo com a força crescente, a dor da perda nunca deixou o coração de Yuto. Sua mente estava consumida pela vingança, e seus olhos nunca deixaram de buscar uma maneira de restaurar a honra do Clã Seiryu e vingar a morte de seu pai.

Quando Yuto e Kaito completaram 16 anos, Arata, o homem que havia sido sua luz, adoeceu gravemente. Passaram semanas tentando encontrar uma cura, mas a doença de Arata era implacável. Antes de morrer, ele fez um último pedido: "Vingue-me. Vingue seu pai. E faça justiça a seu clã. Não permita que o Clã Tenrei continue a dominar este país." Com essas palavras, Arata partiu deste mundo, deixando Yuto e Kaito com um juramento, um objetivo maior do que qualquer outro: destruir o Imperador que havia tomado o Japão e exterminado o Clã Seiryu.

Após o enterro de seu mestre, Yuto e Kaito partiram em uma jornada em busca de vingança. Eles viajaram por várias províncias, libertando vilarejos da tirania do Clã Tenrei, enfrentando soldados e resgatando escravizados. A cada batalha, Yuto se tornava mais forte e sua determinação mais implacável. Mas, ao mesmo tempo, o peso da perda e a sede de vingança pesavam sobre ele, consumindo-o de dentro para fora.

Quando Yuto completou 20 anos, ele e Kaito finalmente descobriram a localização do Imperador Tenrei. Determinados a pôr fim à tirania, os dois amigos invadiram a mansão onde o Imperador se escondia. A luta foi feroz. Os dois guerreiros enfrentaram as forças do Imperador com coragem e habilidade, mas, enquanto Yuto lutava com os soldados, Kaito, com um ato de heroísmo, se sacrificava para permitir que Yuto enfrentasse o Imperador sozinho.

A batalha final entre Yuto e o Imperador foi épica. As espadas se cruzaram, faíscas voavam a cada golpe. O Império estava à beira da destruição, e o destino de todo o Japão dependia da força e da coragem de Yuto. Mas, apesar de sua habilidade e força, Yuto foi mortalmente ferido pelo Imperador. Nos seus últimos momentos, enquanto a vida se esvaía de seu corpo, Yuto olhou para o Imperador e, com lágrimas nos olhos, disse: "Perdão, pai. Eu falhei."

Com essas palavras, Yuto Okada caiu, seu corpo frio tocando o solo, e sua alma se despediu de sua jornada de vingança. Mas, antes de seu último suspiro, ele sabia que sua luta havia sido uma das últimas chamas de um clã que ainda sonhava com honra e justiça.

Quando Yuto fechou os olhos pela última vez, ele se entregou à dor da perda, ao fracasso e à culpa que carregava em seu peito. A morte parecia ser o fim de sua jornada, o encerramento de um ciclo interminável de sofrimento. Mas, ao invés de sucumbir à escuridão, algo extraordinário aconteceu.

Yuto acordou. Mas não em um campo de batalha, não entre os escombros de uma mansão em chamas. Ele se encontrou flutuando, suspenso em águas tranquilas, refletindo a luz de um céu roxo deslumbrante, que parecia se estender infinitamente. Aquelas águas, calmas e serenas, tornaram-se uma paisagem de sonho, e Yuto, por um momento, esqueceu de tudo o que havia vivido. O sofrimento, a vingança, as perdas... tudo se desfez diante da beleza e da paz daquele lugar.

Os olhos de Yuto brilharam, como se pela primeira vez em sua vida ele sentisse uma sensação de tranquilidade absoluta. Mas logo a lembrança de sua missão o invadiu, e a dor de sua morte o envolveu novamente. Lágrimas começaram a se formar em seus olhos, caindo suavemente sobre a água. Ele pensou na sua falha, nas vidas que não conseguiu salvar, na honra de seu clã que jamais conseguiria restaurar.

Foi quando uma presença se fez sentir ao seu redor. Uma figura surgiu diante dele, emergindo das águas cintilantes. Era uma mulher, com uma beleza calma e serena, emanando uma luz suave. Ela possuía cabelos brancos como a neve e olhos que pareciam carregar todo o calor do sol. Era Amaterasu, mas não da forma que Yuto conhecia. Ela parecia mais jovem, como uma versão dela mesma, com uma energia vibrante e cheia de propósito.

"Yuto Okada", ela falou, a voz suave, mas firme. "Você não é o primeiro a carregar essa dor. Mas a sua dor tem raízes que vão além do que você pode ver."

Yuto, atordoado e com a mente ainda nublada pela confusão, a encarou. "Quem é você? O que está acontecendo comigo?"

Amaterasu olhou para ele com uma leveza, como se estivesse ali para oferecer algo que ele ainda não conseguia entender. "Você está entre mundos. Aqui, as almas são guiadas antes de decidirem seu caminho. Mas não se trata de esquecer o passado, Yuto. Se você quiser, pode escolher um novo caminho."

Yuto respirou fundo, tentando compreender. Ele ainda sentia o peso do fracasso, da morte de seu amigo, da missão que não conseguiu cumprir. "Eu falhei. Minha vingança me levou até o fim, e eu não consegui salvar ninguém."

Amaterasu inclinou a cabeça, observando-o atentamente. "Você viveu e morreu pela vingança. Mas o que mais restou de você depois disso? O que você busca agora?"

Yuto sentiu o peso das palavras dela em seu coração. Ele não sabia mais o que queria, mas sabia que ainda havia algo em seu interior que não podia deixar ir. "Eu... não sei o que resta de mim. Mas quero tentar, mesmo que eu tenha falhado. Quero corrigir as coisas."

Amaterasu deu um pequeno sorriso, sem pressa. "Você tem a chance de tentar novamente. Em outro mundo. Um mundo onde a sua luta não é contra um imperador, mas contra algo muito maior. Eu posso te enviar para lá, mas isso não será fácil. Não é uma vingança o que você busca, é a sua própria compreensão."

Yuto sentiu o peso das palavras dela. Ele não estava mais procurando vingança, mas uma maneira de encontrar algum sentido em tudo o que havia perdido. "O que eu devo fazer?"

A deusa olhou para ele, e sua presença parecia se expandir. "Você tem que escolher. Se aceitar, será uma jornada difícil, mas você poderá finalmente encontrar a paz. Ou poderá continuar onde está, em seu pesar eterno."

Yuto olhou para ela, sentindo-se dividido, mas algo em seu coração queimava. Ele ainda não estava pronto para descansar, ainda não estava pronto para desistir de si mesmo. "Eu aceito. Me mande para esse mundo. Eu preciso de uma chance para fazer as coisas certo."

Amaterasu assentiu, como se já soubesse da sua decisão. Ela então deu ele a Katana que o acompanhou por antes e antes mandá-lo abençoou a Katana e entregou a ele em mãos

A deusa estendeu a mão e, com um toque suave, Yuto sentiu uma energia poderosa tomar conta de seu corpo. A água ao seu redor desapareceu, e tudo ao seu redor se iluminou antes de ser submerso pela escuridão. Ele estava sendo levado para um novo mundo, e a jornada, finalmente, estava começando.

Continua...