Com os últimos acenos de despedida diminuindo ao longe, Zaque respirou fundo e encarou o
horizonte que o aguardava.
Zaque : "É agora ou nunca"
ele murmurou para si mesmo, os dedos agarrando o cabo da Sand-Halberd em um gesto
tranquilizador. O cenário de colinas verdejantes e florestas era tão surreal quanto os mundos que sonhava em sua
juventude mais ousada. Começando a caminhar sobre as dunas ondulantes, cada passo lembrava
Zaque do lar que estava deixando para trás.
Zaque : "Por quanto tempo ficarei longe desta vez?"
A pergunta escapou de seus lábios em um sussurro grave.
Mas havia uma determinação ardendo em seu peito - ele estava determinado a retornar um dia com
tesouros de conhecimento e aventura para compartilhar com seu povo. Um breve sorriso curvou a
boca de Zaque quando pensou nisso.
A areia quente se transformava gradualmente em um solo firme e granulado de terra à medida que
ele avançava. Zaque pausou por um momento, olhando para baixo.
Zaque : "Diferente de qualquer coisa que eu já pisei antes"
ele refletiu, sentindo a textura estranha sob os pés.
Adiante, um retalho vívido de grama verde reluzindo como esmeralda no mar de areia fez Zaque
arquear as sobrancelhas.
Zaque : "O que temos aqui?"
Curvando-se, ele afundou os dedos no gramado, observando como a fina vegetação flexionavam sob
seu toque. Fazia tanto tempo desde que vira esse tipo de paisagem que parecia quase surreal.
Zaque : "Pelos ventos... é tão macio, tão vivo."
Zaque murmurou, maravilhado.
Erguendo os olhos, ele deparou-se com uma parede de folhagem escura não muito à frente. As
primeiras árvores de uma vasta floresta que se estendia além da visão. Um leve suspiro de vento
soprou por entre a vegetação, fazendo as folhas murmurarem em uma língua antiga e hipnótica.
Zaque : "Está me chamando..."
Zaque sorriu para si mesmo, sentindo a excitação fervente borbulhar em suas veias como um garoto novamente.
Com mãos que tremiam levemente, ele afastou algumas moitas baixas, afundando os pés na camada felpuda de musgo e folhas. O ar carregado de fragrâncias terrosas e vegetais era inebriante
depois de tanto tempo no deserto seco.
Zaque : "Por todas as areias sagradas..."
Zaque deixou escapar um ofego de assombro, inspirando profundamente os aromas ricos da
natureza
Zaque : "É como se estivesse respirando vida pura."
Erguendo sua Sand-Halbard em uma saudação silenciosa ao novo território, ele começou a adentrar
a penumbra fresca e acolhedora da floresta. A cada passo, ramos baixos beliscavam sua pele
enquanto ele afastava a folhagem densa.
Zaque : "Está bem, natureza... mostre-me o que tem para oferecer!"
Os sons familiares das dunas foram substituídos por uma sinfonia totalmente nova e vibrante. Zaque
parou por um momento, maravilhado, observando algumas aves coloridas saltitando entre os galhos, cintilando de forma tão vibrante quanto jóias vivas.
Zaque : "Por todos os ventos, que criaturas são essas?"
Um riacho borbulhante surgiu à distância, o murmúrio musical das águas correntes fazendo seus
olhos se arregalarem. Pela primeira vez desde que deixara Hiddn'Leand's, Zaque se deu conta de como sua garganta estava seca.
Avançando na direção do som refrescante, ele se encontrou diante de um riacho cristalino
que fazia um caminho ondulante pelo chão da floresta. Ajoelhando-se junto à margem,
Zaque murmurou uma prece de gratidão antes de curvar-se para beber algumas mãos
cheias da água fria.
Zaque : "Ah, pelos espíritos da chuva, que delícia!"
Um suspiro de contentamento escapou de seus lábios quando a umidade acariciou sua
garganta ressecada e ardente.
Ao erguer os olhos, algo chamou sua atenção - marcas profundas deixadas por alguma
criatura muito maior do que ele próprio estaria acostumado. Sua curiosidade foi
instantaneamente acesa.
Zaque : "Mas o que temos aqui? Melhor investigar de perto."
Zaque se levantou com um sorriso travesso curvando a boca.
A Aventura o aguardava, os braços abertos em uma súplica irresistível. E com seu coração
batendo alto no peito, Zaque mergulhou ainda mais fundo nas sombras verdes e
misteriosas desta nova terra, seus sentidos aguçados diante do desconhecido que o
aguardava…
Zaque continuou seguindo a trilha do riacho, os olhos atentos examinando cada detalhe das
margens enquanto avançava. As marcas ainda estavam frescas, os rasgos profundos na
terra úmida deixando pouca dúvida de que sua misteriosa caçada estava por perto.
Zaque : "O que pode ser grande o suficiente para deixar marcas tão fundas?"
O sussurro escapou por entre os lábios de Zaque quando ele se curvou sobre uma das
impressões maiores.
Uma leve brisa soprou pelos galhos superiores das árvores, chocalhando as folhas em um
som tenso. Quase como se o vento o estivesse-o avisando de algum perigo
Então, um grito agudo de puro terror cortou o ar!
Zaque ergueu a cabeça em direção do som, estando tenso como um novato em guerra. A
algumas centenas de passos à frente, uma cortina de fumaça negra se contorcia para o
alto, manchando o brilho esmeralda da floresta.
Zaque : "Por todos os ventos..."
O guerreiro engasgou quando viu a cena agonizante. Sem pensar duas vezes, Zaque se lançou em uma corrida desenfreada pela floresta, a
Sand-Halberd empunhada em posição de ataque. ele avançava em uma fúria ofegante, os
pulmões ardendo pelo esforço repentino.
Abrindo caminho através de um matagal particularmente denso, Zaque deparou com uma
clareira à beira de um pequeno riacho. E a cena que encontrou fez seu sangue gelar nas
veias.
Uma cabana de toras situava-se no meio da área aberta, as chamas ardentes destruindo as
paredes de madeira em uma fúria implacável. A fumaça espessa formava redemoinhos
negros contra o lugar, blocos maiores de troncos já desmoronando em brasas ardentes.
Mas o que mais chamou a atenção de Zaque foram as figuras que circulavam as ruínas em
chamas - cinco vultos encapuzados, cada um empunhando uma espada de metal que
brilhava de maneira sobrenatural.
Zaque : "Eles estão causando isso!"
Zaque rosnou para si mesmo quando um dos guardas acenou sua arma na direção da
cabana, fazendo as chamas rugir ainda mais selvagens.
Um grito de angústia rasgou o ar quando duas crianças pequenas surgiram tropeçando pela
porta da frente, engasgadas pela fumaça sufocante. Uma mulher correu atrás delas, o rosto
contorcido em uma feição de terror absoluto.
mulher: "Crianças! Para cá, rápido!"
Ela estendeu os braços implorando quando percebeu os
encapuzados avançando.
O coração de Zaque falhou uma batida quando um dos guardas sorriu cruelmente por baixo
do capuz, então apontou a espada fumegante na direção da mulher suplicante. Sem pensar
duas vezes, ele investiu com um rugido de fúria assassina!
A Sand-Halberd zumbiu pelo ar quando Zaque a brandia violentamente, seu corpo inteiro
tenso como um leão pronta para atacar. Um dos encapuzados virou-se bem na hora,
erguendo a lança em uma postura defensiva apressada.
O impacto da arma de Zaque com a magia queimando na lança do guarda produziu uma
onda de choque que fez o ar estremecer. Faíscas dançaram ao redor deles quando os
metais rangeram por suas forças opostas.
Encapuzado : "Quem ousa?!"
A voz do encapuzado era abafada e distante, quase não-humana sob o disfarce de tecido
escuro.
Sem responder, Zaque recuou e girou a Sand-Halberd sobre a cabeça com ambas as mãos,
reunindo seu foco. Os ventos começaram a rugir em torno dele, as folhas das árvores
circundantes sendo arrancadas de seus galhos em redemoinhos frenéticos.
Zaque : "Deixe essas pessoas em paz!"
Ele rosnou entre a máscara, então desferiu um golpe com força total diretamente no peito
do guarda.
A lâmina curvada da arma cantou no ar, arremessando uma onda de vento comprimido que
fez as chamas da cabana em chamas se contorcerem violentamente. O encapuzado mal
teve tempo de bloquear antes que a Sand-Halbard o atingisse com toda a força, arrancando-o do chão em uma explosão de ar e terra.
Quando a poeira baixou, os outros guardas recuaram alguns passos, os punhos apertados
com cautela em torno de suas espadas brilhantes. Zaque manteve sua postura ofensiva, a respiração pesada erguendo e abaixando seu peito.
Zaque : "Lutem comigo, demônios!"
Ele ofegou em uma carranca feroz.
Zaque: "Ou fujam como covardes perante a fúria dos ventos!"
Os encapuzados hesitaram por apenas um momento antes que três deles avançassem com gritos de fúria abafados por seus capuzes.
Zaque : "É isso aí! Venham!"
Laminas flamejantes cortaram o ar quando Zaque bloqueou e desviou, o metal e a chama encontrando-se em explosões ofuscantes de faíscas.
Zaque : "Sentiram aquele vento? Preparem-se para mais!"
Ele girou e chutou, usando cada movimento do corpo como uma poderosa extensão de sua arma.
Os ventos rugiam ao seu redor, fortalecendo seus golpes com sua fúria indomável.
Por alguns momentos tensos, Zaque conseguiu manter os guardas das chamas à distância.
Mas quando um quarto encapuzado juntou-se ao ataque, a batalha começou a virar.
Um golpe conseguiu passar pela sua guarda, marcando sua carne com uma queimaduranagonizante.
Zaque : "Aaargh!"
Então um grito estridente de terror ecoou da cabana em chamas atrás deles. A voz da mulher soluçava, chamando pelos filhos.
Mulher: "Crianças! Por favor, não!"
Distraído, Zaque não bloqueou a tempo quando uma lança flamejante desferiu um golpe crítico em seu flanco.
Zaque : "aargghh!"
Zaque cambaleou, o grito de agonia arrancado de sua garganta se misturando aos gritos
finais da pequena família quando as chamas a consumiram.
Abatido por ondas intermináveis de dor, Zaque caiu de joelhos na clareira. Sua
Sand-Halbard deslizou de seus dedos trêmulos enquanto os encapuzados se aproximavam, armas em punho.
Zaque : "Não... eu falhei..."
Quando uma lâmina flamejante ergueu no ar para desferir o golpe final, Zaque fechou os olhos resignado. A última imagem em sua mente era a da mãe e das crianças enroladas em chamas, até um silêncio ensurdecedor cair sobre a clareira…
As sombras da morte dançaram diante dos olhos de Zaque quando a lâmina flamejante se ergueu para desferir o golpe final. Mas naquele momento, algo despertou dentro dele - uma fúria antiga além de qualquer vingança.
Zaque : "Não..."
ele rosnou entre dentes cerrados, os olhos semicerrados brilhando com uma luz verde florescente sobrenatural.
Zaque : "por todos os seres puros e inocentes, aquele que caminha entre os ventos e o abismo infinito... Os protegerá e nunca falhará... Mil perdões pelo erro... mas nunca mais irei repetir, morra criaturas do inferno!"
Com uma explosão de força renovada, Zaque atirou a mão para frente, convocando os ventos ocultos que sempre habitaram sua alma. O ar ao seu redor começou a ondular e
distorcer-se como se visto através de um vitral deformado.
Os guardas encapuzados vacilaram, olhando ao redor em confusão quando espessas
cortinas de areia elevaram-se do nada em redemoinhos frenéticos. Zaque podia ver seus oponentes através do turbilhão escaldante que agora os cercava.
Zaque : "Pode a fúria impiedosa das Tempestades lhes dar um fim criaturas vis!"
A voz de Zaque ecoou com um poder descomunal, como se amplificada por uma presença muito maior que seu próprio corpo.
Um deles avançou cegamente, a lança erguida para desferir um golpe desesperado. Mas assim que a lâmina relampejante penetrou na barreira giratória, um ciclone ensurdecedor explodiu em torno de Zaque.
Massas pulsantes e contorcidas manifestaram-se na areia suspensa, formas vagamente humanóides que rugiram com uma agonia sobrenatural. Braços espectrais serpentearam pelo ar, as mãos compostas de areia solidificada cerrando-se em punhos rochosos.
O guarda encapuzado mal teve tempo de gritar antes que um desses punhos impiedosos o atingisse direto no rosto. Houve um ruído grotesco de ossos se partindo quando ele foi arremessado de volta pelo impacto brutal.
Zaque : "Sintam a dor que tantas vezes infligiram sobre os inocentes!"
A voz de Zaque trovejou quando ele se levantou, os olhos agora inteiramente brancos e cintilantes como a luz das estrelas.
As miragens de areia enfurecidas circularam em torno dele, aguçadas garras de vento chiando através do ar soprado. Um por um, os guardas restantes foram localizados no meio
do redemoinho infernal e arrastados para dentro, seus corpos golpeados e lacerados impiedosamente.
Tudo que restou, quando a última sombra arremessada flutuou para o chão em uma chuva de areia ensanguentada, foram os sons agonizantes dos encapuzados, quebrados e derrotados aos pés de Zaque.
O guerreiro ficou ali por um longo momento, seus punhos cerrados tremendo enquanto o poder antigo acalmava-se dentro de seu peito. Quando seus olhos recuperaram sua cor normal, lágrimas de luto rolaram por sua face marcada pela batalha ao contemplar os restos carbonizados da cabana - e a breve lembrança dos inocentes que pereceram ali.
Com uma prece murmurada aos ventos, Zaque curvou-se para recuperar sua Sand-Halbard abandonada. Guardando de volta a arma ancestral em suas costas, ele partiu em direção à
espessura sombria das árvores, deixando a clareira devastada para trás.
A aventura o aguardava, assim como as inevitáveis lições difíceis que traria. E desta vez, Zaque sentia que finalmente estava preparado para enfrentá-las de frente.
Em uma caminhada longa e árida, Zaque estava desolado e pelo vazio de não ter protegido aquela família do ataque. Ao caminhar por um determinado tempo, ele avista luzes vindo diretamente das montanhas ao longe.
Zaque: "Será aquilo uma cidade? Estranho... Parecem estar flutuando"
Zaque após ver luzes em uma distância meramente longe, ele decide ir em direção as luzes.
Um bom tempo caminhando, Zaque finalmente chega as supostas luzes flutuantes, que nanverdade seria uma vila medieval com casas de madeiras suspensas por cordas e pregos
penduradas nas montanhas. Zaque estava admirado e surpreso com oque estavanobservando naquele momento, pois nunca tinha visto ou ouvido em nenhuma outra lenda jamais contada. Mas então, um choque de dor assolou suas pernas, pois havia caminhado
quilômetros de distância sem descansar.
Zaque: "Nossa... Estou exausto... Não parei de andar desde a saída de Hiddn'Leand's... Vou para descansar um pouco."
Zaque após chegar em um certo bar, Decide descansar um pouco para se recuperar de sua longa caminhada.
Dentro deste bar, havia um rapaz chamado Harmuz. Um bardo de vestes simples, seu cabelo de aparência original se destacava, com uma cor morena com mechas amarelas. Ele estava tocando violão para o pessoal que estava por lá. Suas melodias pareciam animar o pessoal, que se sentiam
animadas e inspiradas. Harmuz de algum jeito, parecia fazer aquilo somente com seu violão, parecendo magia. Notas musicais douradas flutuavam ao seu redor em um tom harmonioso.
Harmuz percebe que uma pessoa desconhecida, fora da norma de seu reino, estava sentada, encostada com suas costas na parede do bar em que estava. Harmuz vendo esta situação estranha, decide ir em direção a esta pessoa.
Harmuz se ajoelhou próximo ao rapaz que estava a descansar alí, sem temer que sua mão repousava sobre sua alabarda negra sem perder a guarda
Harmuz: "cof... Cof... Ei rapaz... O que faz aqui? E porque está dormindo... aí?"
Zaque despertou do sono leve e levantou a cabeça de forma devagar para encarar Harmuz,
O rapaz do violão pode perceber sua máscara branca desprovida de qualquer feição
Harmuz: "por que você usa essa máscara? Você é de... Uma tribo?"
Zaque: "quê?! Não pff... Óbvio que não!! Essa é uma legítima máscara Sandwalker!! Feita a partir dos marfins mais puros das mais quentes dunas do deserto!"
Zaque se levantou rapidamente, meio tonto quase caindo e empunhou sua alabarda em
direção a Harmuz
Zaque: "e você? Quem é você e que tipo de coisa é essa na sua mão que tá fazendo esse
som?!"
Zaque apontava a ponta de sua alabarda para o instrumento de Harmuz
Harmuz: "primeiramente, peço que abaixe sua alabarda... E segundamente, isso aqui é um
violão. Eu sou o bardo deste reino, mais conhecido como Montanis Ville"
Zaque: "ah... Entendi... Não, não entendi"
Zaque guardou a alabarda em suas costas e estendeu sua mão para Harmuz
Zaque: "sou Zaque Sandwalker, um paladino em busca de novas aventuras e ajudar quem
for necessitado."
Harmuz: "Prazer, sou Harmuz Smith, um músico que ajuda seu povo e os necessitados com
o poder da realidade musical."
Zaque olha para Harmuz com um olhar de estranheza. Curioso, pergunta para Harmuz...
Zaque: "Harmuz Smith... Eu nunca ouvi falar desse nome... Bom, se entendi bem, você
controla a realidade da música com.... Esse tal violão aí?"
Harmuz: "Sim, mas posso fazer isso apenas com as mãos também. É algo que tenho a um
bom tempo."
Zaque: "Hmm... Você pode me contar mais sobre você?"
Harmuz: "Claro! É uma história um pouco longa, então preste bastante atenção, ok?"
Zaque: "Com certeza, pode começar!"
Em uma vila medieval da idade média que foi construída para ser diferente e única com as casas construídas penduradas nas montanhas e penhascos, conectadas por pontes, escadas e cordas, vivia um adolescente chamado Harmuz Smith. Ele tinha um poder sutil, mas poderoso. Um músico talentoso, que cativava emoções no povo ao seu redor.
Trazendo inspirações através de suas melodias únicas que parecem mágica. Por sua notória habilidade como musicista, ele seria recrutado como bardo das tropas do reino.
Em um certo dia, Harmuz encontrou um garoto que estava meio deprimido. Então, Harmuz andou em direção até esse tal garoto e disse...
-Harmuz: Ei, garoto, por que você está triste?
-Garoto: Ahh... Harmuz!!?? É uma honra vê-lo por aqui! Bom, eu estou triste porque estou passando por uma situação difícil na minha vida... Minha família está passando por necessidade, e não consigo fazer nada para ajudar...
-Harmuz: Poxa, que pena... Bom, não posso fazer muita coisas mas... Quer ouvir uma melodia?
-Garoto: Ah, sim, seria um prazer!
Harmuz então, começa a tocar seu violão, fazendo melodias incríveis, oque acabou inspirando o garoto a seguir em frente em sua vida.
Harmuz como era um rapaz gentil e solidário, queria ajudar aqueles que são mais fracos. Seu objetivo nesse mundo era este. E ele mesmo disse...
-Harmuz: Enquanto meu objetivo não for concluído, não vou parar, até conseguir...
Harmuz sabendo que seu objetivo é praticamente impossível, ele nunca perdia a confiança de um dia conseguir alcançar seu objetivo.
Após tocar sua melodia, Harmuz observou o brilho nos olhos do garoto acender novamente, como uma chama que fora reacendida após muito tempo. O menino, agora cheio de esperança, agradeceu a Harmuz com um sorriso sincero e correu para casa, decidido a não se render às dificuldades que sua família enfrentava.
Harmuz observou o menino partir e sorriu para si mesmo, satisfeito com o pequeno impacto que sua música havia causado. Mas sabia que ajudar as pessoas de forma profunda era uma tarefa que exigiria mais do que apenas melodias. Ele queria transformar o mundo ao seu redor, e para isso, precisaria encontrar uma maneira de ampliar seu poder.
No dia seguinte, enquanto atravessava uma das pontes que conectavam as casas suspensas, um mensageiro do reino o abordou. O homem estava vestido com o brasão real, um símbolo de grande responsabilidade.
Mensageiro: "Harmuz Smith, o Rei o convoca. Suas habilidades como bardo são de grande interesse para a corte."
Harmuz ficou surpreso. Ele sabia que sua fama como músico se espalhava pela vila, mas não esperava que chegasse até o castelo. A ideia de servir como bardo do reino era tentadora, mas ele também temia que seu objetivo de ajudar os necessitados fosse ofuscado por outras responsabilidades. No entanto, a chance de estar mais próximo da realeza poderia significar recursos e oportunidades para alcançar seus sonhos.
Harmuz: "Diga ao Rei que aceito o convite. Mas eu o farei com uma condição."
O mensageiro arqueou uma sobrancelha, curioso.
Mensageiro: "E qual seria essa condição, jovem músico?"
Harmuz: "Eu ajudarei o reino, mas, em troca, quero a liberdade de viajar pelas vilas, conhecer as pessoas, e espalhar minha música onde for necessário."
O mensageiro assentiu, ciente de que o pedido seria incomum, mas não impossível de ser concedido. Ele partiu rapidamente em direção ao castelo, levando a resposta de Harmuz.
No dia seguinte, Harmuz foi recebido no castelo com honras. O grande salão era grandioso, com paredes adornadas por tapeçarias que narravam as glórias passadas do reino. O rei, sentado em seu trono, era um homem sábio e de olhar atento.
Rei: "Harmuz Smith, ouvi falar de suas habilidades. Dizem que sua música toca a alma de quem a escuta."
Harmuz: "Majestade, sou apenas um jovem que procura usar seu dom para ajudar os outros."
O rei assentiu com um leve sorriso.
Rei: "Você tem um espírito nobre, Harmuz. Precisamos de alguém como você nas batalhas
que estão por vir. Os homens nas frentes de batalha precisam de algo que lhes inspire
esperança, e a música pode ser essa arma silenciosa que revigora o coração dos
guerreiros."
Harmuz entendeu que o reino estava se preparando para uma grande guerra. O peso
dessa revelação o atingiu, mas ele sabia que, se quisesse mudar o mundo, teria que
enfrentar desafios maiores do que imaginava.
Rei: "Aceito sua condição. Você será livre para viajar e levar sua música onde achar
necessário, desde que também esteja disponível para servir o reino quando for chamado."
Com um aceno respeitoso, Harmuz concordou.
Nos meses seguintes, Harmuz viajou pelo reino, visitando vilas remotas e tocando suas
melodias para aqueles que precisavam de consolo. Em suas viagens, conheceu uma variedade de pessoas: aldeões humildes, nobres decadentes, soldados feridos e crianças
órfãs. Em cada encontro, sua música deixava uma marca, mas ele sabia que a guerra se aproximava rapidamente.
Um dia, durante uma de suas jornadas, Harmuz encontrou um grupo de soldados feridos nos arredores de uma vila destruída. Ele se aproximou, percebendo o desespero nos olhos dos homens. Sem pensar duas vezes, pegou seu violão e começou a tocar uma melodia suave e esperançosa. Aos poucos, os soldados começaram a se recompor, alguns sorrindo, outros chorando em silêncio.
Um dos soldados, um homem forte e calejado pela batalha, se aproximou de Harmuz após a música.
Soldado: "Sua música... não sei o que fez, mas senti uma força voltar ao meu corpo que pensei ter perdido para sempre."
Harmuz sorriu, mas dentro dele uma dúvida começou a surgir. Ele sabia que sua música trazia esperança, mas seria o suficiente para mudar o curso do destino do reino? E como ele poderia ajudar em uma guerra que parecia devastar tudo ao seu redor?
Com essas perguntas na mente, Harmuz percebeu que sua jornada apenas começava. Para alcançar seu verdadeiro objetivo, ele teria que descobrir mais sobre seu próprio poder, e talvez, encontrar algo além da música que pudesse realmente mudar o mundo.
Harmuz se retirou para a floresta próxima após ajudar os soldados, precisando de um momento de solitude. Ele tocou algumas notas dispersas em seu violão, como se buscasse respostas nas cordas. A sensação de impotência diante da iminente guerra o deixava
inquieto. De repente, uma voz suave e feminina ecoou entre as árvores.
???: "Sua música carrega mais poder do que imagina, Harmuz Smith."
Surpreso, ele se levantou rapidamente, olhando ao redor, tentando encontrar a origem daquela voz. Foi então que uma figura esbelta emergiu das sombras da floresta. Uma mulher de cabelos prateados, vestida com um manto etéreo que parecia feito da própria luz do luar, caminhava na direção dele.
Harmuz: "Quem é você?"
Ela parou a poucos metros dele e sorriu serenamente.
???: "Sou Iluria, guardiã das melodias esquecidas. Venho observando suas canções. Elas têm o poder de acalmar corações, mas há algo mais profundo em você. Algo que ainda não despertou."
Harmuz sentiu um arrepio percorrer seu corpo. Ele sempre acreditou que sua música era um dom, mas não imaginava que houvesse algo de especial além do que já sabia fazer.
Harmuz: "O que quer dizer? Que poder eu teria além das melodias que toco?"
Iluria: "A música é uma linguagem antiga, mais antiga do que as palavras dos homens. Aqueles que sabem manipulá-la podem influenciar o mundo de maneiras inimagináveis. E você, Harmuz, tem a capacidade de acessar esse poder. Mas, para isso, precisará de mais do que apenas um violão."
Ela estendeu a mão e, de repente, uma pequena esfera de luz surgiu no centro de sua palma. A esfera vibrava levemente, emitindo uma melodia suave e hipnotizante.
Iluria: "Este é o Fragmento do Som Primordial, uma relíquia rara e poderosa. Ele contém a essência da música na forma mais pura. Com ele, você será capaz de criar harmonia ou caos. Mas usá-lo exige sabedoria e uma compreensão profunda das forças que regem omundo."
Harmuz olhou para a esfera, fascinado e temeroso ao mesmo tempo. Ele sabia que aquilo representava uma responsabilidade imensa. Mas se quisesse realmente mudar o destino do reino e das pessoas ao seu redor, precisaria de algo assim.
Harmuz: "Se eu aceitar essa relíquia, o que acontecerá comigo?"
Iluria: "Você se tornará mais do que um simples músico. Você será capaz de controlar a própria essência da realidade através do som. Mas lembre-se, o poder corrompe facilmente. O que você criar com sua música pode tanto salvar quanto destruir."
*Harmuz respirou fundo, sentindo o peso da escolha à sua frente. Ele estendeu a mão, hesitante, mas decidido.*
Harmuz: "Eu aceito."
*Quando seus dedos tocaram a esfera de luz, uma onda de energia percorreu seu corpo. De repente, ele ouviu melodias desconhecidas em sua mente, acordes e harmonias que nunca antes havia concebido. Sua conexão com o mundo ao redor parecia se intensificar, e ele sentiu como se pudesse ouvir até mesmo os corações das árvores e o vento entre as folhas.*
Iluria: "Agora, Harmuz, você está pronto para seguir o caminho mais difícil. A guerra está às portas do reino, e sua música será fundamental para o desfecho desse conflito. Mas antes, você precisará aprender a dominar esse poder."
Com essas palavras, Iluria desapareceu na floresta, deixando Harmuz sozinho, com o Fragmento do Som Primordial pulsando suavemente em sua mão.
*Ele sabia que seu caminho seria árduo, e as respostas que buscava ainda estavam longe de serem encontradas. Mas, com esse novo poder, ele tinha uma chance de fazer a diferença. A próxima batalha não seria apenas uma luta entre espadas e escudos, mas também entre as forças invisíveis que controlavam o destino do mundo, e Harmuz estava pronto para lutar com sua música, não mais apenas para trazer esperança, mas para moldar o próprio curso da guerra.*
*Nos dias seguintes, Harmuz se dedicou a entender os mistérios do Fragmento, praticando e experimentando com suas novas habilidades. Ele descobriu que poderia não só influenciar os sentimentos das pessoas com suas melodias, mas também manipular o ambiente ao seu redor, controlando as ondas de som para formar barreiras protetoras ou até mesmo desfazer ilusões criadas por inimigos.*
*Mas a guerra avançava. Notícias de batalhas perdidas e cidades saqueadas chegaram ao castelo. O rei convocou Harmuz uma última vez, informando-o que o reino estava se preparando para a batalha decisiva. E Harmuz sabia que o momento de usar seu novo poder estava próximo.*
*Agora, com o Fragmento em suas mãos e o peso de uma nação em seus ombros, Harmuz se dirigia para o campo de batalha, determinado a mudar o destino de seu reino, e talvez, de todo o mundo.*
*Com o Fragmento do Som Primordial em sua posse e uma responsabilidade imensa sobre seus ombros, Harmuz marchou em direção ao campo de batalha. O ar estava pesado com a tensão da guerra iminente, e o horizonte estava coberto pela poeira levantada pelos exércitos que se preparavam para a última e decisiva batalha. O destino do reino pendia no fio de uma espada, mas Harmuz sabia que algo além da força bruta poderia mudar o rumo dos eventos.*
*À medida que se aproximava do acampamento do exército real, o jovem bardo sentia as energias ao seu redor em constante turbulência. A música dentro dele era mais forte agora, quase viva. O Fragmento parecia pulsar em sincronia com seu próprio coração, como se ambos estivessem em uma harmonia invisível.*
*O general das tropas, um homem robusto e experiente chamado Garruk, o recebeu com uma expressão de ceticismo.*
General Garruk: "Então, você é o jovem músico que o rei acredita ser a chave para a vitória?"
*Harmuz manteve o olhar firme, mas respeitoso.*
Harmuz: "Não sou a chave, general, mas a música que carrego pode mudar o curso das coisas. Já vi o poder que ela tem sobre o espírito humano. E agora, com o Fragmento, posso fazer ainda mais."
General Garruk: "Hmph. Vamos ver. Nossos homens estão cansados. Se sua música pode dar a eles a força para lutar mais um dia, então talvez você tenha algo a oferecer."
*Harmuz acenou e foi levado ao centro do acampamento. Soldados estavam reunidos ao redor de fogueiras, alguns feridos, outros exaustos. A batalha já havia tirado muito deles, e o peso da derrota se fazia presente nos rostos de muitos. Harmuz sentou-se no meio deles, o violão nas mãos e o Fragmento guardado em uma pequena bolsa de couro ao seu lado.*
*Ele começou com uma melodia suave, uma canção que falava das antigas glórias do reino, dos heróis que se ergueram nas horas mais sombrias para proteger o que amavam. Aos poucos, os soldados ergueram a cabeça, seus olhos cansados começaram a brilhar novamente. A melodia fluiu como uma corrente de esperança, restaurando o espírito daqueles que ouviram.
*No entanto, enquanto tocava, Harmuz sentiu algo mais profundo. O Fragmento começou a brilhar suavemente, e ele percebeu que podia fazer mais do que apenas inspirar. Ele sentiu que poderia influenciar a própria realidade ao redor dos soldados. Ele tocou uma sequência de acordes novos, desconhecidos até para ele, e uma onda de energia invisível se espalhou pelo campo. As feridas menores começaram a cicatrizar, a exaustão nos rostos dos homens deu lugar a uma renovada determinação.*
Soldado Ferido: "Eu... sinto como se pudesse lutar de novo. Como isso é possível?"
*Harmuz não respondeu, apenas continuou tocando, guiado pela força do Fragmento e pela magia que agora parecia fluir de dentro dele.*
*Naquela noite, o exército do reino se fortaleceu. Mas Harmuz sabia que esse era apenas o começo.*
**NO DIA SEGUINTE**
*O amanhecer trouxe consigo o som de trombetas e o movimento de tropas. O exército do reino marchava em direção ao campo de batalha, onde encontraria o exército inimigo. Harmuz seguia com eles, o Fragmento brilhando levemente em seu peito, como um lembrete do poder que ele agora possuía.*
*A batalha começou como qualquer outra. Espadas se chocavam, flechas cruzavam o céu, e o grito dos soldados ecoava por todo o campo. Mas Harmuz sabia que sua função não era brandir uma espada. Ele subiu em uma colina próxima, onde podia observar o campo de batalha, e começou a tocar.*
*Desta vez, a melodia era mais intensa, carregada de poder. Ele não estava mais apenas inspirando, estava moldando o campo de batalha. As ondas sonoras que emanavam de seu violão criavam barreiras invisíveis, desviando flechas e protegendo os soldados aliados. O Fragmento brilhou com uma intensidade maior, e Harmuz sentiu uma conexão direta com as forças da natureza ao seu redor.*
*Mas o inimigo não estava despreparado. Do lado oposto do campo, uma figura misteriosa surgiu, envolta em um manto negro. Era um mago do inimigo, e ele também carregava um artefato antigo, uma Flauta da Ruína, capaz de gerar dissonâncias tão poderosas que poderiam destruir o equilíbrio criado por Harmuz.*
*O som da Flauta cortou o ar como uma lâmina. A harmonia que Harmuz criava começou a desmoronar, e as barreiras sonoras que protegiam seus aliados enfraqueceram. Ele sentiu a presença do mago desafiando sua música, uma batalha invisível entre duas forças antigas.*
*Harmuz sabia que, para vencer, precisaria acessar o verdadeiro poder do Fragmento do Som Primordial. Ele fechou os olhos e deixou a música fluir de seu coração, não apenas das cordas de seu violão. As notas que saíam agora não eram meras melodias, mas fragmentos da realidade, moldando o próprio tecido do mundo ao seu redor.*
*Uma nova melodia surgiu, uma harmonia tão pura e poderosa que neutralizava a dissonância da Flauta da Ruína. O mago do inimigo vacilou, seus feitiços perdendo força.*
*Então, com uma última nota, Harmuz enviou uma onda de som tão poderosa que o ar vibrou como se fosse sólido. O mago foi lançado para trás, sua Flauta despedaçada, e o exército inimigo, confuso e desorganizado, começou a recuar.*
*A vitória foi selada não apenas pelas espadas dos soldados, mas pela música que moldou o destino daquele dia. Harmuz havia provado que seu poder era mais do que apenas esperança, era a chave para mudar o destino do reino.
*Enquanto o exército celebrava, Harmuz sabia que sua jornada estava longe de terminar. A guerra poderia ter sido vencida, mas ele sentia que desafios ainda maiores o aguardavam. O Fragmento do Som Primordial havia revelado apenas uma fração de seu poder, e Harmuz sabia que teria que aprender a dominá-lo completamente, pois forças mais sombrias e misteriosas ainda espreitavam nas sombras.*
*E assim, o jovem bardo continuou sua jornada, sua música ecoando não apenas nos corações das pessoas, mas também no próprio destino do mundo.*
*Enquanto a celebração da vitória ecoava ao redor, Harmuz se afastou do acampamento, buscando um momento de silêncio. Ele sentiu o peso do Fragmento em seu peito, pulsando com uma energia estranha, quase viva. Ele sabia que o poder que acabara de usar era apenas o começo, mas cada vez mais ele se questionava se estava pronto para controlá-lo completamente.*
*A figura de Iluria surgiu em sua mente, suas palavras ecoando com clareza: "O poder corrompe facilmente. O que você criar com sua música pode tanto salvar quanto destruir." Harmuz percebeu o quão perigoso o Fragmento poderia ser, não apenas para seus inimigos, mas também para si mesmo.*
*De repente, um sussurro suave o tirou de seus pensamentos.*
???: "Você realmente acha que está pronto, Harmuz?"
*Ele se virou rapidamente e, para sua surpresa, Iluria estava ali, novamente envolta na luz etérea do luar.*
Iluria: "Você ganhou a batalha de hoje, mas o verdadeiro teste está apenas começando. O poder que você possui não é algo que pode ser controlado sem consequências."
*Harmuz franziu a testa, confuso.*
Harmuz: "Eu usei o poder para proteger o reino. Fiz o que era necessário."
*Iluria assentiu, mas havia uma sombra de preocupação em seus olhos.*
Iluria: "Sim, mas a guerra não terminou. E as forças que você enfrentará daqui em diante não serão apenas homens ou magos com artefatos antigos. Há coisas muito mais antigas e perigosas do que você pode imaginar. O Fragmento pode tanto ser sua salvação quanto sua ruína."
*Harmuz sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Ele sabia que o poder era grande, mas o que Iluria estava sugerindo ia além do que ele havia imaginado. Havia algo maior em jogo, algo que ele ainda não entendia completamente.*
Harmuz: "Então o que eu devo fazer? Como posso dominar esse poder sem perder quem eu sou?"
*Iluria deu um passo à frente, seu olhar firme, mas compassivo.*
Iluria: "Você precisa encontrar o equilíbrio entre sua música e o poder do Fragmento. A música é uma força de criação, mas pode ser usada tanto para construir quanto para destruir. Para evitar ser consumido, você terá que buscar uma fonte de sabedoria e equilíbrio — um lugar onde a harmonia entre a natureza e a magia é perfeita."
*Harmuz ficou em silêncio por um momento, processando o que ela havia dito.*
Harmuz: "E onde posso encontrar esse lugar?"
*Iluria sorriu suavemente.*
Iluria: "Nas Montanhas dos Ecos Antigos, onde a música do mundo ainda ressoa como no princípio dos tempos. Lá, você poderá aprender a controlar o poder que carrega, mas será uma jornada árdua."
*Harmuz olhou para o Fragmento em suas mãos, sentindo o pulsar leve e constante, como um coração invisível. Ele sabia que Iluria estava certa. Se quisesse continuar ajudando os outros e proteger o reino, teria que entender o poder que agora controlava.*
Harmuz: "Eu farei essa jornada. Se é lá que posso encontrar as respostas, então eu irei."
*Iluria assentiu.*
Iluria: "Então siga em frente, jovem músico. O destino do mundo pode depender de sua melodia final."
*E com essas palavras, ela desapareceu novamente na bruma da noite, deixando Harmuz sozinho com o peso de sua nova missão.*
*Com a partida de Iluria, Harmuz passou o resto da noite em vigília, ouvindo as notas do vento e da floresta, como se a própria natureza lhe sussurrasse segredos antigos. Ele sabia que a jornada para as Montanhas dos Ecos Antigos não seria fácil, mas sentia-se impelido por um chamado maior. O Fragmento do Som Primordial pulsava em seu peito, como se estivesse ansioso por esse próximo passo.*
*No amanhecer, Harmuz reuniu suas coisas e partiu, deixando para trás os aplausos do acampamento e a segurança da corte. Sua missão agora era mais profunda: não se tratava apenas de vencer batalhas físicas, mas de compreender o poder dentro de si e evitar que ele se tornasse uma força destrutiva.*
*Dias depois, nas Montanhas dos Ecos Antigos...*
As Montanhas dos Ecos Antigos eram imponentes, com picos tão altos que desapareciam nas nuvens. Diziam que ali as músicas do mundo se originaram, e que cada rocha e cada vale guardavam uma melodia ancestral. À medida que Harmuz subia, ele sentia o poder do lugar crescer, como se o próprio solo vibrasse com uma energia invisível.
*Caminhando por um caminho íngreme, ele começou a ouvir vozes antigas no vento, harmonias que pareciam contar histórias de eras passadas. Eram músicas sem letra, apenas ressonâncias puras que ecoavam pela montanha. Ele sabia que estava no caminho certo.*
*Após uma longa e cansativa subida, Harmuz chegou a um vale oculto, cercado por penhascos altos. No centro do vale, uma construção antiga, quase completamente absorvida pela natureza, aguardava silenciosa. Era o Templo dos Ecos, o lugar onde, segundo a lenda, os maiores músicos e magos do som vinham para aprender os segredos da harmonia entre a música e a magia.*
*Ao se aproximar, Harmuz sentiu o Fragmento vibrar de forma mais intensa, quase como se estivesse sendo atraído pelo poder latente do templo. Ele hesitou por um momento, mas sabia que tinha que entrar.*
*Dentro do Templo...*
*O interior do templo era grandioso, com pilares de pedra esculpidos com runas antigas que pareciam cantar em harmonia entre si. No centro, havia um altar, onde uma harpa gigantesca, feita de um material cristalino, brilhava suavemente. As cordas da harpa pareciam vivas, pulsando com uma energia que ecoava pelo salão.*
*Uma figura estava parada diante da harpa, um ancião de olhos sábios e rosto marcado pelo tempo.*
Ancião: "Você finalmente chegou, Harmuz Smith."
*Harmuz ficou surpreso. Como aquele homem sabia seu nome?*
Harmuz: "Quem é você?"
*O ancião sorriu levemente.*
Ancião: "Sou o Guardião dos Ecos. Meu dever é guiar aqueles que buscam o equilíbrio entre o som e o poder. Você carrega o Fragmento do Som Primordial, uma relíquia de poder imenso. Mas esse poder, sem controle, pode destruir não apenas você, mas tudo ao seu redor."
*Harmuz assentiu, sentindo o peso da responsabilidade em suas palavras.*
Harmuz: "Eu vim para aprender a controlar esse poder. Quero usar a música para ajudar as pessoas, não para causar destruição."
*O Guardião se aproximou e olhou profundamente nos olhos de Harmuz.*
Guardião: "Para controlar o Fragmento, você precisará dominar três provas. Cada uma delas testará não apenas sua habilidade musical, mas também sua alma. A primeira prova é a da Verdade. Para começar sua jornada, deve enfrentar a música que ecoa dentro de você, seus medos mais profundos e seus desejos ocultos."
*Harmuz sentiu um calafrio. Ele sabia que, mais do que uma batalha externa, essa prova seria uma jornada de autoconhecimento.*
*O Guardião apontou para a harpa cristalina.*
Guardião: "Toque as cordas da harpa. Ela revelará a melodia de sua alma."
*Harmuz se aproximou lentamente, com o coração acelerado. Quando seus dedos tocaram a primeira corda, um som puro e penetrante ecoou por todo o templo. Imediatamente, ele foi transportado para um lugar de sombras e luzes, uma paisagem mental formada pelas suas memórias e sentimentos mais profundos.*
*Lá, em meio às sombras, ele viu figuras familiares: seu pai, sua mãe, os aldeões que ele ajudara com sua música, e as vítimas da guerra que ele não conseguiu salvar. Todos olhavam para ele em silêncio.*
Voz no vento: "Você quer mudar o mundo, Harmuz, mas e se a mudança que busca não for suficiente? E se, no fim, suas melodias apenas forem ecos de uma esperança vazia?"
*Essas palavras o atingiram como uma flecha. E se ele falhasse? E se todo o esforço, todo o sacrifício, fosse em vão?*
Harmuz: "Não! Eu não posso desistir! Minha música tem um propósito!"
*As sombras começaram a se mover, aproximando-se, questionando suas convicções, mas então, uma melodia suave e familiar começou a ecoar ao fundo, era a melodia que ele havia tocado para o garoto triste na vila.*
Voz do menino: "Você me deu esperança, Harmuz. Você mudou minha vida."
*Esse som trouxe uma nova força dentro de Harmuz. Ele sabia que, embora não pudesse salvar todos, cada pequena mudança que sua música causava era significativa. Com essa certeza, ele tocou a harpa mentalmente, e uma melodia poderosa ressoou dentro de seu coração, dissipando as sombras.*
Harmuz: "Eu sei quem eu sou. E eu sei o que minha música pode fazer."
*Com essas palavras, ele voltou ao templo, com o coração mais leve, sabendo que havia passado pela primeira prova.*
*O Guardião assentiu, satisfeito.*
Guardião: "A prova da Verdade está completa. Agora, prepare-se, pois as próximas serão ainda mais desafiadoras. O caminho da harmonia é longo, mas você já deu o primeiro passo."
*Harmuz respirou fundo, sentindo-se mais forte e determinado. Ele estava pronto para continuar sua jornada nas Montanhas dos Ecos Antigos, sabendo que, ao final, ele seria o músico capaz de mudar o destino do mundo.*
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**VOLTA AO PRESENTE**
*As iluminação das lanternas penduradas sobre a varanda do bar cercava os entornos de Zaque e Harmuz enquanto o Bardo terminava de relatar sua extraordinária saga. Por alguns momentos contemplativos, apenas as respirações das chamas perturbavam o silêncio entre eles.*
Zaque : "Então..."
*Zaque foi o primeiro a romper o silêncio, inclinando-se para frente com uma aura de compreensão.*
Zaque : "Esse fragmento primordial que carrega, é ele a fonte de seu imenso poder sobre a Música? Se eu entendi bem..."
*Harmuz acenou, seus dedos passeando distraidamente pelas cordas do violão em seu colo.*
Harmuz : "Um artefato de tempos antigos, quando a própria teia do real era composta de notas e cadências. Os bardos ancestrais eram mais que simples músicos, mas nem eu tenho tal compreensão sobre isso..."
Zaque : "Dominar esse poder deve ser uma responsabilidade intimidadora."
*Zaque franziu a testa, pensativo.*
Zaque : "É fácil imaginar como poderia corromper uma mente desavisada. Por isso a tal provação desse ancião?"
Harmuz : "De fato."
*O tom de Harmuz tornou-se sombrio.*
Harmuz : "Se eu deixar esses poderes dominarem minha mente eu posso destruir tudo... Minha intenção com isso é contrária."
*O Bardo fez uma pausa, passando a mão sobre as cordas trêmulas com uma leve reverência.*
Harmuz : "Mas apesar de nossa vitória naquela batalha, o preço foi amargo. Muitos foram perdidos para sempre nos acordes discordantes da guerra."
*Zaque acenou com pesar, muito familiar com os custos de tais conflitos. *
Zaque : "Sei bem como é ter um poder que pode corromper até a mais alma lúcida."
*Zaque então levantou sua alabarda para observar tal artefato que pertenceu a um guerreiro Sandwalker que foi corrompido por ventanias sombrias*
Um lampejo sombrio cruzou os olhos de Harmuz antes que ele continuasse.
Harmuz : "É por isso que agora busco a Segunda Provação - um ritual supremo que pode um dia me permitir empunhar o Poder Primordial sem ser consumido por ele. Só dessa forma posso garantir que eu possa espalhar livremente meu som."
Zaque : "Parece ser uma jornada digna de tal poder."
Zaque guardou sua alabarda em suas costas e respirou profundamente, contando uma parte breve de sua história e por onde passou.
Harmuz arqueou uma sobrancelha curiosa.
Harmuz : "Oh? Então qual é a sua busca, Zaque? Qual a motivação que o impele constantemente para a linha de frente de um conflito?"
Uma sombra cruzou a máscara de Zaque e, por um momento, pareceu que ele hesitaria em responder. Mas então seus ombros se endireitaram com uma resolução implacável.
Zaque : "virar uma lenda,"
ele disse em um tom determinado
Zaque : "ser igual ou melhor que as lendas que um dia passaram pelos meus ouvidos em minha terra natal, carregar uma tradição antiga acima de tudo e empunhar essa arma sobre a mais alta duna e gritar que eu consegui."
Olhando para o céu noturno estrelado que o teto daquela varanda não cobria, Zaque continuou a falar
Zaque : "Muitos já me chamaram de sonhador por essa crença e nem acreditaram em mim, Mas se até mesmo os bardos primordiais foram capazes de tecer a própria realidade com suas canções, então certamente um único paladino pode fazer a diferença."
Harmuz sustentou seu olhar por um longo momento, estudando a aura determinada do Zaque. Então, lentamente, ele acenou em reconhecimento.
Harmuz : "Se tal é sua convicção, então talvez nossos caminhos não sejam tão diferentes, afinal."
Um sorriso curvou seus lábios novamente quando seus dedos correram pelas cordas do violão em uma sequência nova e vívida.
Harmuz : "Porque no final, todo grande poder é uma chance para a criação... ou para a ruína."
As primeiras notas da canção preencheram o ambiente, vibrantes de esperança e possibilidade. Zaque sentiu um calor desconhecido brotar em seu peito ao som melódico.
Zaque : "É verdade,"
ele concordou em um murmúrio áspero.
Zaque : "E se essa for a única coisa que pudermos proteger... então que assim seja."
Assentindo, Harmuz continuou sua melodia, os sons se fundiram em uma harmonia singular de determinação. E por aquela noite, pelo menos, seus espíritos arderam mais brilhantes que as chamas que iluminavam o caminho à frente.
As notas finais da melodia épica de Harmuz ainda pairavam vibrantes no ar da noite quando um sino de emergência soou em algum lugar distante da Vila de Montanis. O resonante e urgente som ecoou pelo labirinto de penhascos, pontes suspensas e escadas íngremes que compunham aquela singular cidadela pendurada.
Harmuz : "O Sino da Alvorada!"
Harmuz ergueu a cabeça em alerta, seus olhos arregalados de preocupação.
Harmuz : "Só é tocado em casos de invasão ou perigo mortal para o vilarejo!"
Zaque já estava de pé, sua mão firmemente agarrada ao cabo de sua Sand-Halbard.
Zaque : "Então temos que ir, rápido! Essas pessoas precisam de nossa ajuda!"
Eles desceram correndo da varanda e se lançaram pelas pontes labirínticas de Montanis, guiados pelo soar incessante e cada vez mais alto do sino de alerta.
Moradores assustados corriam em todas as direções, fugindo pelas pontes elevadas ou espiando apreensivos pelas janelas de suas cabanas de madeira encravadas nas encostas.
Quando a dupla virou uma esquina, a cena de caos se construia diante deles.
Próxima à entrada sul da vila, as chamas ardiam sem controle, iluminando várias figuras, cavaleiros em armaduras negras com brasões reais em símbolos de fogo e crânios
Zaque : "esses malditos de novo?!!"
A voz de Zaque soou ameaçadora quando ele apertou os punhos ao redor de sua arma.
Zaque : "Eu lutei contra esses desgraçados antes, eles não são fáceis! Ai... Não vou deixar isso acontecer de novo..."
Harmuz : "esses cães... Rumores sobre cavaleiros de fogo começaram a passar por aqui..."
Harmuz já segurava seu violão arcano, os olhos brilhando com uma luz sobrenatural.
Harmuz : "Prepare-se, meu amigo, vamos apagar suas chamas com suas lágrimas"
Com um aceno de sua mão, o Bardo iniciou uma sinfonia ressonante de poder arcano.
As notas musicais pareciam tomar forma física, contorcendo-se e dançando no ar como serpentes feitas em luz. Os Cavaleiros viraram suas cabeças na direção deles, avançando para dete-los.
Zaque avançou com sua arma em punho, combatendo os cavaleiros com ataques imprevisíveis a base de suas acrobacias de batalha Sandwalker. As runas gravadas ao longo da lâmina de sua alabarda começaram a brilhar com um fulgor sobrenatural, projetando uma aura dourada ao seu redor.
Os dois guerreiros atacaram em perfeita sincronia, movendo-se como uma unidade fluida de lâmina e música. Cada vez que Zaque desferiva um golpe destrutivo, as cordas vibrantes de Harmuz reverberavam em sinfonias cortantes, aumentando o impacto com explosões sonares dissonantes. Os Cavaleiros de Chama eram arremessados para trás, suas formas espectrais oscilando perigosamente.
A batalha prosseguiu feroz, com Montanis Ville um palco para um show de uma batalha injusta de dois nobres guerreiros valentes contra um grupo maior de malfeitores.
Golpes mortais eram defletidos por escudos ardentes, e explosões de fogo eram contrapostas por uma dissonância musical.
Harmuz com uma sinfonia de caos puro - um turbilhão de notas musicais desconstruindo a própria essência flamejante dos Cavaleiros
Com um último esforço sobre-humano, Zaque desferiu um golpe giratório repleto de poder ancestral, sua arma cortando o ar com um lamento sobrenatural. O ataque catalizou os ventos com os acordes ressonantes de Harmuz em uma explosão avassaladora de luz ofuscante.
Quando a luminosidade diminuiu, os Cavaleiros de Chama haviam desaparecido sem deixar vestígios em uma fuga covarde.
Zaque deixou-se cair de joelhos, sua respirando pesadamente.
Harmuz postou-se a seu lado, as cordas do violão ainda vibravam com energias primordiais.
Ao redor deles, os moradores de Montanis começavam a sair cautelosos de seus esconderijos, observando os dois heróis com reverência e alívio.
Zaque : "Esse foi... um tremendo espetáculo de poder, bardo, definitivamente tu é mais forte que eu pensei... Cof... Cof..."
Zaque finalmente ofegou, erguendo a cabeça para encontrar o olhar de Harmuz.
Zaque : "imagine se você tivesse tocado o terror hahaha."
O Bardo deu um sorriso cansado, mas seus olhos brilhavam com uma determinação inextinguível.
Harmuz : "E sua coragem foi o que me permitiu liberar esses acordes com tamanha liberdade. Juntos, somos muito mais poderosos do que qualquer Cavaleiro de Chama poderia esperar enfrentar."
Eles apertaram as mãos em um um cumprimento radical, Então, quando os primeiros raios do sol começaram a banhar Montanis Ville, seus espíritos se renovaram com a promessa de um novo amanhecer - sejam quais forem as provações que os aguardavam no horizonte os dois estariam prontos para o impossível
O primeiro raio de sol revelou uma Montanis Ville exausta, mas em paz. As brasas da batalha já haviam sido apagadas, e o vilarejo respirava aliviado. Ao redor, uma multidão começava a se formar, cercando Harmuz e Zaque, observando-os com um misto de curiosidade e gratidão.
Os olhares dos habitantes de Montanis variavam entre a admiração e o fascínio; muitos ainda lançavam olhares espantados para Zaque, com sua armadura negra marcada pela batalha e a alabarda lendária nas costas, que brilhava sob o sol nascente. O povo dali nunca tinha visto alguém como ele — um guerreiro do deserto de aparência exótica e postura imponente, cujo próprio ar parecia carregar ecos de histórias distantes e misteriosas.
Uma criança pequena, com olhos curiosos e cabelos cacheados, aproximou-se timidamente, escondendo-se atrás de sua mãe, mas seus olhos fixavam-se na alabarda de Zaque com uma fascinação incontida. O paladino percebeu e abaixou-se, um leve sorriso escondido sob a máscara branca.
Ele ergueu a alabarda e fez uma pequena dança com ela, girando-a de maneira precisa, mas divertida, fazendo as crianças ao redor soltarem risadinhas e aplausos. Harmuz, por sua vez, observava a cena com um sorriso divertido.
Harmuz: "Parece que você conquistou mais do que a vitória hoje, meu amigo. As crianças de Montanis Ville já veem você como um herói!"
Zaque inclinou a cabeça, meio envergonhado.
Zaque: "Eu não estou acostumado com tanta atenção… mas é bom ver que estão bem. Esses olhares inocentes são o que me lembra pelo que vale a pena lutar."
Um senhor mais velho, com rugas profundas e uma bengala desgastada pelo tempo, aproximou-se dos dois. Ele segurava um pequeno sino de bronze, semelhante ao Sino da Alvorada. Olhando diretamente para Zaque e Harmuz, ele fez uma reverência curta.
Senhor: "Em nome de Montanis Ville, somos eternamente gratos. Vocês enfrentaram um mal desconhecido, protegeram nossas famílias e restauraram a paz aqui. Que seus caminhos sejam sempre abençoados."
O bardo Harmuz assentiu com humildade, mas foi Zaque quem respondeu primeiro, segurando o ombro do senhor com uma firmeza gentil.
Zaque: "Enquanto houver inocentes e ameaças que queiram destruir tudo de bom neste mundo, estaremos aqui. Eu, Harmuz, e qualquer um que compartilhe essa vontade de proteger o próximo."
As palavras de Zaque ressoaram fundo, e logo outras pessoas da vila começaram a se aproximar, oferecendo pequenos presentes como fitas coloridas, frutas frescas e até uma jarra de um vinho local. Harmuz, com um sorriso, aceitou uma das fitas e prendeu-a em seu violão, enquanto Zaque recebia uma jarra de vinho de um grupo de jovens e, com um aceno grato, inclinou-se em respeito.
Mais tarde, quando a vila começava a retomar seu ritmo cotidiano, Harmuz e Zaque se sentaram à sombra de uma árvore próxima ao centro do vilarejo, observando os moradores conversarem animadamente. O sol estava agora alto, e o calor do dia trazia um clima agradável de tranquilidade e vitória.
Zaque: "Esse lugar… tem uma energia única. Os ventos aqui são leves, suaves. Em minha terra, o deserto nos ensina a sermos duros como a areia e a miragem. Mas aqui, há uma paz que eu não sinto em qualquer lugar."
Harmuz: "Montanis é meu lar. Mas hoje, ao lutar ao seu lado, senti algo que não sentia há muito tempo. Foi como uma melodia completa, cada nota vibrando no compasso certo. Acredita que somos como harmonia e ritmo em uma mesma canção?"
Zaque riu levemente, uma risada baixa e sincera.
Zaque: "Se você continuar falando assim, bardo, talvez até eu acredite que essa luta foi só o começo de uma jornada maior."
Eles brindaram com o vinho, deixando que a energia do vilarejo e o calor da amizade permeassem aquele momento calmo, em contraste com a batalha feroz que haviam enfrentado horas antes. Ao redor, o povo de Montanis observava com sorrisos e olhares gratos, e a lenda do bardo e do paladino de terras distantes começava a se espalhar pelos cantos da vila, uma história de coragem, amizade e uma promessa velada de proteção contra qualquer ameaça que ousasse surgir no horizonte.
A noite já caía em Montanis Ville, e o céu estava tingido de roxo e azul profundo. Zaque e Harmuz já estavam caminhando pelas pontes suspensas que cruzavam os penhascos da vila, iluminados pela luz das estrelas e por algumas lanternas que estavam ao longo das trilhas. O frio da montanha era estranho para Zaque, mas ele mantinha o ritmo, observando as escadas e cordas que sustentavam as passagens.
Harmuz, vendo o olhar curioso do amigo, deu um leve sorriso.
Harmuz : "Tá meio deslocado, né? Aposto que nunca viu tanta madeira e tanta altura juntas."
Zaque deu de ombros, fingindo indiferença, mas com um brilho curioso nos olhos.
Zaque : "Parece que vocês aqui gostam de complicar as coisas. No deserto, nada é tão… empilhado."
Harmuz riu. "É o preço pra viver com essa vista. Você vai se acostumar."
Eles seguiram em silêncio por mais alguns metros, até pararem sob uma árvore grande, de onde uma escada levava a uma das pontes que subia em espiral. Zaque olhou para cima, suspirando.
Zaque : "Aquela cabana no alto... claro que é sua, né, bardo? Nunca dá pra fazer as coisas mais fáceis?"
Harmuz : "Isso é parte do charme",
Harmuz respondeu com um sorriso, já começando a subir.
Zaque suspirou, mas seguiu o amigo. Ao chegarem, Harmuz abriu a porta, revelando uma cabana acolhedora, iluminada por algumas velas. O cheiro de ervas preenchia o ar, misturado ao aroma da vegetação da montanha. Para Zaque, era um ambiente exótico e até meio claustrofóbico, mas havia um toque de familiaridade nos detalhes, talvez nos desenhos rústicos nas paredes ou nas pequenas esculturas que Harmuz colecionava.
Depois de se ajeitarem, Zaque, meio sem jeito, tentava se acomodar em um saco de dormir. A cada tentativa, acabava se contorcendo mais, enquanto Harmuz o observava rindo.
Harmuz: "Isso aí vai te deixar todo torto, vocês areiosos dormem assim no deserto?"
Zaque: "Lá a gente dorme nas redes, que molda certinho com o corpo. Esse saco é fino, dá pra sentir o chão, parece que eu tô dormindo numa pedra."
Harmuz balançou a cabeça, rindo. "Bem-vindo a Montanis. Aqui, até pra dormir tem que ter equilíbrio."
Zaque ergueu a cabeça em raiva e deu um chute leve no saco de dormir, tentando se ajeitar.
Zaque : "Equilíbrio nada. É desconforto mesmo. E você aí, todo esticado nessa cama macia. Se não me der espaço aí, eu vou acordar com dor nas costas."
Harmuz colocou o violão de lado e se encostou em sua cabeceira, divertido.
Harmuz : "Escuta, eu fui muito paciente com o seu treino aí de saco de dormir, então melhor não reclamar muito."
Ele apontou para um colar pendurado perto da janela, onde uma pedra azul brilhava suavemente.
Harmuz : "Esse Fragmento aí quase me derrubou do penhasco uma vez. Pra usar direito, tive que aprender a ouvir as notas da montanha."
Zaque olhou para o colar, intrigado.
Zaque : "Então você se tornou esse 'gênio' musical por pura sobrevivência? E eu achando que era puro talento."
Harmuz revirou os olhos.
Harmuz : "Talento tem também, tá? Mas é... complicado. É tipo a primeira provação. Dominar a energia é uma coisa, mas sintonizar com o fragmento de verdade é outra... E confesso, ainda sou surpreendido quando eu deixo escapar uma nota um pouco mais… afiada."
Zaque imaginou as cenas dos ensaios "afiados" e deu uma risada alta.
Zaque : "Então sua habilidade veio com algumas explosões acidentais? Isso explica muita coisa. E eu aqui achando que era só o cara que toca bem."
Harmuz cruzou os braços, mas havia uma leve expressão ofendida no rosto.
Harmuz : "Ah, claro, subestime o bardo. Sabe de uma coisa? Se eu quisesse, você podia acabar dormindo lá fora, com as pedras que tanto odeia."
Zaque deu uma gargalhada.
Zaque: "Ok, ok. Eu sei que essa sua 'segunda provação' é séria. Tenho certeza que você consegue. Agora, se precisar de uma plateia pras próximas sessões, conta comigo. Desde que não me arremesse pra fora dessa cabana."
Harmuz sorriu, meio orgulhoso, meio exasperado.
Harmuz ; "Agradeço, mas vou te dizer, você precisa dominar essa sua 'provação do saco de dormir', senão amanhã já era pra sua coluna."
Zaque se jogou pra trás, meio odioso pelo saco de dormir.
Zaque : "Tá, tá, vamos ver. Boa noite, bardo. E não pense que não reparei que você ficou com a cama mais confortável."
Harmuz deu de ombros, com um sorriso travesso.
Harmuz : "Privilégios de ser o dono. Boa noite."
As velas foram apagadas com um vento gerado pelo movimento da mão de Zaque.
o som leve do balançar das cordas da cabana misturava-se ao silêncio das montanhas. Lá fora, as estrelas brilhavam sobre Montanis Ville, enquanto Zaque e Harmuz, cada um em sua própria "provação", se preparavam para o dia que viria.
A luz da manhã já entrava pela janela da cabana, e Harmuz, com um sorriso de quem planejava alguma travessura, caminhou até o saco de dormir onde Zaque estava enrolado, dormindo profundamente.
Com cuidado, Harmuz pegou uma caneca de água fria e, segurando o riso, jogou aquela água na cabeça descoberta de Zaque.
Harmuz: "Acorda, areioso! Tá na hora de levantar!"
Zaque acordou com um pulo, passando a mão na cabeça, completamente confuso. Mas, ao ver Harmuz com a caneca e um sorriso nada inocente, só conseguiu rir.
Zaque: "Eu devia te arremessar lá pra baixo por isso, seu maluco! Mas vou deixar passar dessa vez. Agora, que cheiro é esse?"
Zaque se levantou e Harmuz apontou para a mesa feita com um bom café da manhã, os dois prontamente se sentaram para a refeição. Harmuz, enquanto mordiscava um pedaço de pão, olhava de canto para Zaque, intrigado, visivelmente curioso sobre como ele faria para comer com a máscara.
Zaque pareceu perceber a curiosidade do amigo, mas apenas manteve um olhar tranquilo, como se não fosse nada demais. Nesse momento, o Fragmento Primordial do Som, pendurado na janela, oscilou no vento, produzindo um som suave de sino.
Harmuz instintivamente se virou para o fragmento, como que hipnotizado pelo som misterioso. Quando ele finalmente desviou o olhar de volta para a mesa, o prato de Zaque estava completamente limpo.
Harmuz: "O quê? Como assim?! Você… você devorou tudo nesse tempo?"
Zaque deu de ombros, tentando conter o riso enquanto limpava a boca por debaixo da máscara com um guardanapo.
Zaque: "Estava com fome! Você sabe como é, bardo. A comida de Montanis é… diferente, mas eu me adapto rápido."
Harmuz ficou olhando o amigo, desconfiado, mas não pôde deixar de rir. Ele sabia que tinha sido feito de bobo, mas não conseguia entender como Zaque tinha comido tão rápido. Decidiu deixar o mistério de lado… por enquanto.
Depois que terminaram o café, Harmuz se levantou e olhou para Zaque, agora mais sério e ao mesmo tempo animado.
Harmuz: "Pronto pra conhecer Montanis? Vou te mostrar um pouco do lugar que guardo no coração. E, quem sabe, podemos aprender um com o outro."
Zaque levantou-se, batendo o farelo do pão da roupa e dando um tapinha nas costas do amigo.
Zaque: "Vai ser uma honra, mestre bardo. Mostre o que essa sua cidade tem de melhor! Quem sabe você me ensina a tocar esse violão aí"
Os dois saíram juntos, prontos para um dia de descobertas, piadas e histórias que marcariam ainda mais aquela irmandade.
Zaque e Harmuz saíram da cabana, descendo as escadas suspensas de Montanis, enquanto a brisa da manhã balançava levemente as pontes de corda que ligavam as casas espalhadas pelas encostas das montanhas. Montanis Ville, em toda a sua beleza, parecia acordar com o sol. A névoa matinal subia devagar, revelando as faces dos penhascos e o brilho das pequenas luzes espalhadas pela vila.
Enquanto atravessavam a primeira ponte, Harmuz começou a apontar detalhes do vilarejo, comentando sobre as pessoas e as construções de madeira que pareciam fazer parte da própria rocha.
Harmuz: "Aqui em Montanis, cada estrutura conta uma história. Essa, por exemplo…" – ele apontou para uma casa adornada com bandeiras coloridas – "foi erguida pelo primeiro habitante da vila, um escultor de pedra que sobreviveu a uma avalanche e decidiu nunca mais descer a montanha."
Zaque olhou ao redor, absorvendo o ambiente. Por onde passavam, algumas pessoas acenavam para Harmuz, claramente reconhecendo o bardo do reino. Mas era Zaque que chamava a atenção das crianças e dos cidadãos mais curiosos. Ele era, afinal, o herói que ajudara Montanis a sobreviver ao ataque dos Cavaleiros de Fogo.
Uma menina, com olhos brilhando de curiosidade, puxou a manga de Harmuz e apontou para Zaque.
Menina: "Esse é o mascarado que ajudou a gente na alvorada? Dizem que ele derrotou três Cavaleiros de uma vez só!"
Harmuz soltou uma risada, balançando a cabeça.
Harmuz: "Ah, isso mesmo! Mas o que dizem por aí é pouco, ele fez muito mais que isso. Esse cara aí é praticamente um vendaval em batalha."
Zaque riu por debaixo da máscara, cruzando os braços e se inclinando para a menina.
Zaque: "Não acredite em tudo que o bardo conta, pequena. Talvez eu seja só bom de história… mas um pouquinho de luta também, eu admito."
A menina riu e logo correu para contar aos amigos que o herói da máscara tinha falado com ela. Harmuz apenas sacudiu a cabeça, rindo junto.
Conforme continuavam a caminhar pelas pontes e escadas, até serem parados pelos guardas de montanis, cavaleiros em armaduras de prata em sedas rústicas encarando-os com gratidão e seriedade
G1: "Ora quem encontramos por aqui, mestre Harmuz"
G2: "há esse bardo motivou meu filho a continuar a vida só com um batuque na mesa. o que faz aqui jovem?"
Zaque mostrava estar impressionado com a cabeça inclinada, tentando prestar atenção na conversa estando quieto
Harmuz: "só de passagem com um amigo. Bom saber que estão reforçando a proteção patrulhando pelas pontes depois daquele ataque estranho..."
G1: "sim, sabia decisão de vosso rei, que sua liderança guie nossas vilas a novas alturas e que nosso som reverbere por todos os montes, até jovens, se cuidem!"
Os guardas prontamente continuam com sua patrulha pelas altas pontes de Montanis, deixando a dupla em paz
Zaque: tu realmente ajudou um muleque só batendo varetas numa mesa?!
Harmuz deu de ombros com um sorriso sem graça
Harmuz: "Acontece né, a harmonia na música está nos ouvidos de quem escuta"
Zaque: "Pelos espíritos que tamanho feito é esse..."
Eles continuam o tour por Montanis, mais adiante, um grupo de crianças começou a seguir os dois, sussurrando e apontando, claramente impressionadas pela presença de Zaque. Uma delas, mais ousada, gritou:
Criança: "Ei, máscarado! Mostra sua arma pra gente! Dizem que ela é enorme e negra como o céu à noite!"
Zaque parou, virou-se para o grupo e, com um gesto dramático, fez um movimento rápido como se estivesse desembainhando a alabarda das costas (embora ela não estivesse ali no momento).
Zaque: "Minha alabarda não é algo pra se mostrar tão facilmente, mas fiquem de olho. Se algum perigo aparecer por aqui, prometo que vocês serão os primeiros a ver."
As crianças arregalaram os olhos, impressionadas, e começaram a imitar os gestos dele, como se já fossem guerreiros. Harmuz deu um leve empurrão em Zaque, rindo.
Harmuz: "Você está criando uma nova geração de mascarados, herói das areias!"
Zaque deu de ombros, divertido.
Zaque: "Nada mal, né? O que seria de nós sem o próximo grupo de heróis?"
Eles continuaram caminhando por Montanis, passando por pequenas bancas de artesãos e barracas de comida, onde os cheiros de especiarias e frutas frescas enchiam o ar. Harmuz ia apontando os pontos mais importantes e contando histórias sobre cada canto, cada beco e cada pessoa que fazia parte daquele lugar.
Finalmente, eles chegaram a um mirante, onde a vila se abria em um panorama belíssimo, com as montanhas ao fundo e as casas espalhadas como pequenos pontos de luz na paisagem. Harmuz respirou fundo e virou-se para Zaque, os olhos brilhando com um orgulho quase infantil.
Harmuz: "É aqui que eu cresci. Cada pedra, cada som que ecoa por essas paredes… tudo isso faz parte de mim. E fico feliz de ter alguém como você pra compartilhar."
Zaque assentiu, observando a vista, o vento soprando sua capa.
Zaque: "Eu entendo, Harmuz. Esse lugar… tem algo especial. E eu sou grato por poder fazer parte disso, mesmo que por um momento. Agora eu entendo porque você luta tão duro pelo povo de Montanis."
Os dois ficaram em silêncio por um momento, contemplando a paisagem
Então, após um longo dia explorando Montanis, Zaque e Harmuz subiam a trilha de volta à cabana no alto do penhasco, trocando risadas e histórias.
Harmuz: "Sabe, Zaque, acho que você fez mais amigos em um dia do que eu em anos. E olha que eu sou o bardo aqui!"
Zaque, balançando a cabeça em fingida modéstia: "Bem, eu tenho esse carisma natural… E acho que a máscara ajuda. Dá um ar de mistério!"
Os dois gargalharam, mas ao chegarem à cabana, a leveza do momento se quebrou. Harmuz parou abruptamente e olhou ao redor com uma expressão confusa.
A cabana estava estranhamente silenciosa. O Fragmento Primordial do Som, que sempre pendia na janela e emitia um som suave como um sino ao vento, agora não estava mais lá. Harmuz correu até a janela, o rosto pálido.
Harmuz: "Meu Fragmento… ele sumiu!"
Zaque imediatamente verificou a última posição, onde mantinha a Sand-Halbard presa. Seu olhar ficou sério.
Zaque: "Minha alabarda também. Quem quer que tenha feito isso sabia o que estava procurando."
Harmuz ficou parado, tentando processar o que acabara de acontecer. Para ele, aquele fragmento era sua ligação com a música, sua essência como bardo e guerreiro.
Harmuz: "Sem o Fragmento… eu fico sem meu poder, Montanis precisa deles!."
Zaque se aproximou, colocando uma mão no ombro do amigo com uma firmeza tranquila.
Zaque: "Relaxa, Harmuz. Vamos recuperar tudo. E quando encontrarmos quem fez isso… vai ser um show à parte."
Harmuz respirou fundo, recuperando o foco. Ele lançou um olhar entristecido a Zaque, mas pronto para recuperar os bens perdidos.
Harmuz: "Vamos lá então..."
E com um aceno de cabeça, os dois partiram para a noite, prontos para encontrar quem ousou roubar o que mais valorizavam.