O sol mal havia despontado no horizonte quando o grupo se reuniu na entrada da cidade. Depois de um dia inteiro de descanso e treinamento, estavam prontos para embarcar em uma nova missão. O objetivo era claro: recuperar uma fortaleza tomada por um grupo de saqueadores mercenários.
A missão foi entregue pela Guilda dos Aventureiros, e a recompensa era generosa, especialmente porque a fortaleza era uma peça importante para a segurança da região. Localizada em uma colina estratégica, outrora servia como um ponto de defesa contra invasões, mas recentemente havia sido dominada por um grupo de criminosos que aterrorizavam os vilarejos próximos.
Azriel estava ansioso. Embora ainda fosse nível 1 em sua nova classe, a empolgação em testar suas habilidades em combate real era evidente em seu olhar. Alastor, por sua vez, parecia tranquilo, mas atento a cada detalhe. Ele sabia que uma missão como essa poderia se tornar perigosa, especialmente porque não conheciam a força exata dos inimigos.
— O primeiro passo é reunir informações sobre a fortaleza. — disse Alastor, caminhando ao lado de Erina e Sorya. — Não podemos simplesmente invadir sem um plano.
— E é aí que eu entro. — disse Erina, a elfa negra, com um sorriso confiante. — Antes de nos movermos, vou me infiltrar e analisar a estrutura, contar os inimigos e identificar pontos fracos.
Sorya cruzou os braços. — E se houver algo que os informes da guilda não mencionaram? Armadilhas, reforços inesperados?
— Por isso estou indo primeiro. — Erina piscou. — Se houver surpresas, serei a primeira a saber.
Azriel observava atentamente. Era sua primeira missão séria desde que obteve sua nova classe e queria absorver cada detalhe da estratégia.
— Vou seguir a orientação de vocês. — disse ele. — Mas quando a luta começar, me deixem testar minhas habilidades ao máximo. Quero ver até onde posso ir.
Alastor sorriu. — Você terá sua chance. Mas lembre-se, não é um treino. Se cometer um erro, pode custar caro.
A fortaleza ficava a aproximadamente três horas de viagem ao norte da cidade. O caminho os levou por uma floresta densa, onde o grupo se moveu em silêncio, atentos a qualquer sinal de patrulha inimiga.
Erina, como sempre, ia na frente, movendo-se entre as sombras sem fazer o menor ruído. Sorya vinha logo atrás, mantendo uma aura vigilante, pronta para conjurar suas magias caso necessário. Alastor caminhava ao lado de Azriel, explicando alguns detalhes táticos sobre ataques a fortalezas.
— Normalmente, uma estrutura como essa tem três defesas principais: os vigias no alto, armadilhas nos arredores e a resistência dos ocupantes internos. — explicou Alastor. — Se quisermos tomar a fortaleza sem grandes perdas, precisamos eliminar os vigias primeiro e evitar chamar atenção antes da hora.
Azriel assentiu. — E se as coisas saírem do controle?
— Então, vamos confiar em sua nova classe para transformar a batalha a nosso favor. — disse Alastor, com um leve sorriso.
Ao se aproximarem da fortaleza, o grupo parou em um ponto oculto entre as árvores. Erina já havia partido para a infiltração e, após cerca de trinta minutos, voltou sem ser notada.
— Tenho as informações. — disse ela, baixando a voz. — A fortaleza tem aproximadamente quinze saqueadores, todos bem armados, mas sem formação militar. A maioria está relaxada, bebendo e jogando. Os vigias no alto das muralhas são os únicos realmente atentos.
— Algum líder? — perguntou Alastor.
— Sim. Um mercenário chamado Varka. Parece ser o mais experiente entre eles. Ele anda com uma armadura pesada e carrega um machado de duas mãos. Deve ser perigoso.
Sorya franziu a testa. — Se o comandante deles for forte, pode motivar os outros a lutarem até o fim. Precisamos eliminá-lo cedo ou podemos acabar presos em um cerco prolongado.
Alastor pensou por um momento e depois olhou para Azriel. — Acho que isso será um teste perfeito para você.
Azriel ergueu uma sobrancelha. — O quê? Você quer que eu enfrente o líder?
— Exato. Você tem a classe perfeita para duelos contra oponentes fortemente armados. Sua eletricidade pode ignorar a resistência da armadura e sua velocidade te dá vantagem contra inimigos pesados.
O jovem vampiro sorriu, sentindo um misto de ansiedade e excitação. — Então, está bem. Me deixem enfrentar Varka.
O primeiro passo do plano era eliminar os vigias sem alertar o restante dos saqueadores.
Erina subiu furtivamente pela lateral da muralha, usando ganchos e sua agilidade natural. Com precisão mortal, eliminou os dois primeiros vigias sem fazer um som. Em seguida, sinalizou para o grupo avançar.
Azriel e Alastor escalaram com cuidado, enquanto Sorya preparava encantamentos de sombras para esconder qualquer movimento suspeito. Quando chegaram ao topo da muralha, a segunda parte da estratégia começou.
Do alto, podiam ver o pátio interno da fortaleza. Vários saqueadores estavam reunidos em torno de uma fogueira, bebendo e conversando alto. Outros estavam nas torres laterais, mas não pareciam atentos ao que acontecia ao redor.
— Hora de agir. — murmurou Alastor.
Erina deslizou pelas sombras, eliminando mais dois inimigos antes que percebessem sua presença. Quando finalmente um dos saqueadores notou algo errado e abriu a boca para gritar, foi tarde demais.
— Armadura do Relâmpago Metálico!
Azriel se lançou da muralha, aterrissando no meio do pátio. No mesmo instante, sua armadura de eletricidade brilhou intensamente, liberando uma onda de choque que atordoou os inimigos próximos.
— Invasores! — gritou um dos saqueadores, sacando sua espada.
Mas Azriel foi mais rápido. Movendo-se com velocidade amplificada por sua Carga Estática, ele girou sua lâmina e desferiu um Corte Condutor, enviando uma rajada elétrica contra três inimigos ao mesmo tempo. Eles gritaram ao serem atingidos pela eletricidade, caindo no chão convulsionando.
Sorya invocou suas vinhas sombrias, imobilizando vários saqueadores de uma vez, enquanto Alastor bloqueava a passagem lidando com alguns saqueadores próximos para impedir que qualquer um escapasse.
Em poucos minutos, metade dos inimigos estava neutralizada.
Foi então que uma voz grave ecoou no pátio.
— Quem ousa invadir minha fortaleza?!
O grupo se virou e viu Varka emergindo de uma porta de pedra, seu enorme machado brilhando sob a luz do fogo. Seu olhar se fixou em Azriel, e um sorriso feroz surgiu em seus lábios.
— Você. O garoto de armadura reluzente. Eu aceito seu desafio!
Azriel respirou fundo e assumiu posição de combate.
— Então venha!
A batalha estava prestes a começar.