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Chapter 3 - O começo do fim

O começo

Ainda no primeiro dia ainda é possível ouvir o jornal fazendo os avisos diários sobre como era perigoso sair na neve, mesmo no primeiro dia era possível que alguns moradores já se dessem conta de que uma nevasca como aquela não era um evento comum, alguns na brecha de oportunidade que tiveram compraram suprimentos no máximo que podiam, eu ainda tinha acesso à internet que estava usando para ver vídeos e gravar alguns filmes já que interne só iria durar até o próximo dia para quem não tivesse via satélite.

Na internet era possível ver as pessoas comentando sobre como a neve estava ficando forte e alguns brincando inocentemente com a neve em suas varandas ou quintais.

Resolvi sair do prédio para que no futuro eu não virasse alvo de suspeitas tão cedo, no hall do terceiro andar pude observar uma comoção no hall do terceiro andar e pude observar um jovem recém-eleito líder do comitê gerente do condomínio tentando falar.

— Por favor, pessoal, não há necessidade de gastarem seu dinheiro suado devido a uma nevasca causada por vento polar

Em contrapartida, um senhor de idade respondeu com indignação na voz.

— Você acha normal uma nevasca dessas proporções no Brasil, interior de são Paulo?

— Isso mesmo nos vamos comprar suprimentos e o dinheiro e nosso afinal de contas-dizia um adulto por voltas dos trinta anos ao lado da sua esposa

O jovem líder do comitê mexendo em seus cabelos negros como carvão e com casacos cinzas pesados tentava argumentar

— Senhores sei que a situação é extrema, mas a neve já está alta, andar de carro seria perigoso e indo a pé neve poderia pegar vocês no caminho, pensem no perigo na família de vocês

Enquanto falava isso, uma garotinha apareceu perto do homem com a esposa e disse:

— Estou com frio pai e a Ana esta como nariz escorrendo e tremendo de frio-dizia garota com as mãos na roupa do pai enquanto tremia de frio

Depois de ver essa cena não importa que tipo de pessoa amargurada você é somente um psicopata sem coração iria permanecer calado, eu andei até o líder do comitê segurei seus ombros, ele se assustou e ia argumentar quando comecei a falar.

— Estudei meteorologia e de acordo com meus estudos essa neve não irá passar tão cedo, eu recomendo que vão aos mercados comprarem o máximo de suprimentos possíveis, gastem todo o dinheiro do seu banco, ou melhor, façam o maior empréstimo possível essa neve não tem cara que irá ceder antes de seis meses não.

A parte de eu ser um estudante de meteorologia não é totalmente mentira já que estudei no curso de botânica e se eles vão me escutar ou não, isso não me interessa, eu só queria tirar esse peso da minha consciência.

O pai da criança começou a ponderar junto a multidão, mas o mesmo disse:

— Mesmo que possa não ser verdade, esse porem é um risco que não quero arriscar, se for mentira posso me recuperar, mas se não for posso não me recuperar nunca mais.

Falando isso aquele pai mandou a esposa entrar com a criança e me agradeceu com um aceno de cabeça e saiu as compras e a multidão após murmurinhos resolveu fazer mesmo.

E o pobre do líder de comitê parecia derrotado, então eu disse

— Não se preocupa não, você fez um bom trabalho e qual é seu nome mesmo?

O líder do comitê me olhou pôr um momento e disse

— Meu nome e Alex e obrigado eu acho-dizendo isso num tom meio derrotado e cabisbaixo

Eu então respondi

— Beleza, então Alex, espero que sejamos amigos daqui para a frente.

Ele me olhou novamente e então indagou:

- E você quem seria e onde arranjou esse casaco eu mal consigo ver suas sobrancelhas

Eu usava um casaco que não deixava nem uma parte do meu rosto exposto, somente meus olhos podiam ser visíveis para quem olhasse, para que me reconhecer e descobri a minha localização se torne impossível, observando ele eu resolvi responder com uma voz descontraída.

— Pode me chamar de Pedro e o casaco? minha vó que fez-eu falava num tom alegre.

Resolvi não contar meu nome para evitar ainda mais ser descoberto por alguém.

Eu desci até o segundo andar e olhei para o lado de fora da janela que ficava no hall o andar e pude ver que a neve não estava tão alta ainda era possível andar lá fora, talvez minha memória não fosse tão boa quanto imaginei ou a grande nevasca viesse a cair mais a noite, claramente já era o apocalipse, mas a hora exata da grade nevasca era impossível de prever, mas dado o clima presumo que vira após o anoitecer.

Pensando bem, não quero que aqueles que saíram morram na neve, não quero esse peso na minha consciência, foi o que pensei enquanto caminhava calmamente até minha casa e não irei sair tão cedo de novo.

Eu não podia perder meu tempo com os outros, preciso praticar o uso dos meus poderes a situação pode estar calma, mas só vai piorar com o tempo, eu já consegui descobri algumas qualidades da minha habilidade, sendo elas: a criação de sementes de qualquer planta que eu já tenha criado, criar plantas que já vi e poder modificar as plantas ao meu bem prazer.

A criação de sementes poupa energia então vai ser muito útil, mas por agora vou focar na modificação das plantas. Comecei testando como aumentar o tamanho de um tomate, tentei tornar o fruto unicamente maior, mas isso fez a planta murchar e morrer, tentei então tornar a planta maior em si, no entanto, isso fez o fruto ficar maior, mas nada impressionante, pensando e como aumentar o fruto cheguei à conclusão de engrossar seu caule e aumentar a extensão de suas raízes desta vez a planta não só sobreviveu, mas o fruto parecia um melão em tamanho, mas nada adiantaria se seu gosto fosse horrível, colhi o fruto e então o mordi e era delicioso, sua qualidade era incrível, no futuro eu poderia usar essa fruta como moeda de escambo com outros mutados que viriam a surgir após 4 semanas de apocalipse era um sucesso completo, eu poderia adaptar plantas para defesa e ataque no futuro.

Apesar do sucesso, o poder vinha com seu preço, um cansaço extremo e uma leve dor de cabeça e quando eu ia me virar para sair da estufa improvisada, meus joelhos cederem e foram ao chão e então eu fui surpreendido por uma voz feminina preocupada.

- Você está bem Arth-era vitória logo atrás de mim na porta da estufa improvisada.

— Você está bem, Arth, eu posso não saber como funciona os seus poderes, mas isso parece não te fazer bem.

— Eu estou bem sim é muito drama só para uma vertigem leve, mas eu apreciaria um suco de laranja-eu disse com um sorriso cansado.

Vitória apenas me olhou com olhos preocupados e disse:

— Se você está dizendo isso…, mas por favor tome mais cuidado-dito em tom preocupado e melancólico

Se aproximando de mim ela me ajudou a levantar e com um pouco ajuda fui até uma poltrona na sala de estar e me sentei, vitória foi até a cozinha e trouxe dois copos e uma garrafa de suco de laranja, colocando no copo dela e logo após no meu, dei um gole e olhei para a sacada e ao longe no meio do condomínio era possível ver uma enorme bandeira do Brasil sacudindo de um lado a outro com se tentasse afirmar sua própria existência enquanto isso bebia meu suco enquanto Vitoria ficava em silêncio, não era um clima ruim, mas estranhamente nostálgico e então Vitória finalmente disse:

— O mundo não vai voltar ao normal, não estou certa? — Com um tom calmo, mas levemente triste

Era uma pergunta que ela não queria resposta, mas eu iria cortar as falsas esperanças pelo bem dela e então respondi:

— Sim, isso mesmo-foi o que respondi de forma direta e calma

Tudo que pude ver os seus lábios se contraindo e tremendo e ela perguntou:

— Mas nós vamos ficar bem, não vamos?

— Sim, e claro que vamos – eu respondi com um sorriso olhando para ela

Ela sorriu levemente e então se encostou na poltrona e fechou os olhos, era uma resposta que ela ia precisar de tempo para processar, e eu iria deixar ela descansar me levantei e fui pegar dois lençóis, um para ela e um para mim mesmo, me confortando na poltrona e ajustando a mesma, eu me aconcheguei para dormir um pouco, o uso dos meus poderes são mais desgastantes do que aparentam, meus olhos pesaram e eu perdi minha consciência gradualmente e por fim dormi.