Sofia estava sentada na varanda de casa, observando a lua crescente no céu, como fazia todas as noites desde que tinha memória. Algo nela sempre parecia diferente, como se a lua tivesse algo a dizer, algo que ela não conseguia compreender. Mas naquela noite, a sensação era mais forte. Algo estava prestes a acontecer, ela podia sentir.
Ela sempre fora uma adolescente comum, com problemas comuns — amigos, escola, o caos da adolescência. Mas havia algo dentro dela, um instinto primitivo que se acendia nos momentos de tensão. E nas noites mais silenciosas, quando o vento soprava com força e as árvores se balançavam, esse instinto se tornava mais agudo, como se alguém, ou algo, estivesse chamando.
"Talvez eu esteja ficando louca," pensou, rindo de si mesma. Mas a verdade é que Sofia nunca sentiu que pertencia totalmente àquele mundo. Sentia uma conexão com a natureza, com os animais, uma necessidade de correr livre pelos campos, sentir o vento no rosto e a terra sob os pés.
Naquela noite, tudo mudaria. E Sofia sabia que, de alguma forma, a lua tinha tudo a ver com isso.