Vazio Ada estava sentado à mesa de um pequeno restaurante tradicional em Tóquio, onde o aroma do chá recém-preparado e da comida caseira preenchia o ambiente. O local era simples, com móveis de madeira desgastada e um balcão onde uma senhora japonesa, de cabelos grisalhos presos em um coque, preparava a próxima refeição.
— Então, como foi com a Liga da Justiça? — perguntou Hana Ada, a dona do restaurante e avó de Vazio, enquanto limpava o balcão com um pano de linho.
Vazio, que havia se levantado para lavar os pratos, respondeu sem tirar os olhos da pia:
— Como esperado, parecem perdidos. Mas não é isso que me preocupa.
Hana colocou uma xícara de chá ao lado de Vazio, que a ignorou enquanto continuava a falar.
— Os sete Monarcas dos Pesadelos estão despertando.
Ela arqueou uma sobrancelha, ajeitando o avental, antes de responder com uma tranquilidade que contrastava com a gravidade da declaração:
— Mas eles têm o Superman, não têm?
Vazio soltou uma risada breve e seca.
— Vó... você acha que o Superman pode derrotar um pesadelo de verdade? Os Monarcas não são como esses vilões que eles enfrentam. Eles não têm limites, não seguem regras. Eles vão prender os fortes e devorar os fracos. Eles são a personificação do caos.
Hana suspirou e se sentou à mesa, cruzando as mãos sobre o colo.
— E o que você vai fazer sobre isso, garoto?
Vazio enxugou o último prato e virou-se para ela, seus olhos carregando uma mistura de cansaço e determinação.
— Nada. Não é problema meu.
— Nada? — Hana perguntou, surpresa.
— O único lugar que me importa é Tóquio e o Japão. — Ele colocou o pano sobre o balcão e olhou para a avó, seu semblante mais suave, mas suas palavras firmes. — Faço isso por amor à mamãe. Nada mais.
Hana sorriu com ternura, mesmo que seus olhos refletissem uma preocupação silenciosa.
— Ela ficaria orgulhosa de você, sabe disso?
Vazio desviou o olhar, pegando a xícara de chá que ela havia preparado.
— Não tenho certeza disso. Mas isso não importa agora.
A noite avançava enquanto o silêncio preenchia o restaurante. O jovem, marcado por um passado de dor e uma responsabilidade que não pediu, sabia que as sombras continuavam a crescer. Mas, para ele, proteger sua terra natal e honrar a memória de sua mãe eram o suficiente.