Vocês já pararam pra pensar que existem coisas que nós, meros mortais, não podemos ver? Sabiam que tem coisas que nós jamais devemos descobrir ou ver?
Este é o meu relato de vida, meu nome é Migurama Kushoi, essa é a história de como eu morri, e de como o mundo conseguiu a paz mundial.
20 de abril de 2040, o dia que minha vida mudou. Eu sempre levei uma vida tranquila, morava na casa dos meus pais junto com meus avós; éramos oito pessoas só em uma casa, dá para imaginar como seria, né?
Eu morava no Japão, em Shibuya. Todas as manhãs, eu acordava, pedia a benção aos meus pais, meus avós, e dava bom dia aos meus irmãos. Todas as manhãs, depois de acordar, quando dava quatro horas da manhã, eu saía para me exercitar, fazendo uma caminhada de apenas duas horas. De vez em quando, eu aproveitava e corria durante a caminhada, por mais ou menos uma hora e meia.
Eu tinha desistido dos estudos, trabalhava ajudando alguns idosos. Eu ganhava um dinheiro que nos Estados Unidos iria valer uns cinco dólares por dia; era um ramo bem fraco. Eu fazia isso mais para ajudar os próximos. Eu trabalhava das cinco horas da tarde até as dez horas da noite.
Todas as vezes que passava na casa dos meus amigos, era apenas para ver uma garota que eu sempre fui afim; ela se chamava Hélice, e o meu amigo era o Utiz. Nós zoávamos o nome dele às vezes, sempre falando da seguinte maneira: "por causa do teu nome, teu pai te abandonou". Depois disso, começávamos a dar várias risadas, até que no dia 20 de abril, em uma sexta-feira, justo no meu último dia de trabalho, tudo mudou.
Eu cheguei na casa de Utiz e eles estavam lá, então entrei na roda de conversa deles.
Migurama: E aí, o que temos para hoje? (Migurama se senta no sofá da casa na sala de estar).
Utiz: Ah, nada de mais, só jogando conversa fora. Como foi o trabalho hoje, Migu?
Migurama: Ah, foi bem tranquilo, nada de mais, sabe. Cadê a Hélice?
Utiz: Ah, ela está na cozinha, fazendo uma janta para nós. Você ainda está tentando algo, né? Já te falei que ela não te quer, e ela tem namorado, Migurama.
Migurama: Eu sei, mas só o fato de eu estar por perto já é o bastante para mim.
Neste momento, eu me levantei do sofá e fui até Hélice, abracei ela e conversamos bastante, até que de repente, tudo de ruim aconteceu. Naquela hora que ela estava cozinhando, o gás misteriosamente explodiu; a casa voou para os ares, eu acabei desmaiando na hora da explosão. Quando acordei, eu fui atrás da Hélice o mais rápido possível, comecei a entrar em desespero quando não a achei.
Migurama: HÉLICEEEEE, CADÊ VOCÊ?, HÉLICEEEEE, RESPONDE POR FAVOR (gritos).
Eu comecei a olhar em todos os destroços, até que eu a encontrei presa embaixo dos destroços; ela estava presa, e eu fui tirá-la o mais rápido possível.
Migurama: Hélice, graças a Deus eu achei você, espera vou te ajudar (começa a tirar os destroços de cima dela).
Hélice: Obrigado, Migu, serei eternamente grata a você. Cadê o Utiz? Precisamos ir atrás dele.
Migurama: Tá bom, então vamos, me dê a sua mão, e vamos atrás dele logo antes que todo esse lugar vire cinzas.
Hélice: Muito obrigado, Migur...
De repente, a Hélice foi devorada por uma criatura paranormal. Só sobrou apenas a sua mão, justamente a mão que eu peguei. Quando vi aquilo, eu fiquei em choque, nem conseguia me mexer. Eu vi tudo enquanto aquela coisa saboreava a Hélice.
Migurama: Hélice... (paralisado).
Não sei o que deu em mim naquele momento, mas eu ataquei a criatura apenas com as mãos nuas, comecei a dar vários socos na criatura, até que ela me agarrou e me jogou na parede; nessa hora, senti todos os meus ossos quebrarem, mas mesmo assim, eu me levantei, fiquei de pé e fui para a luta, sem nada nas mãos, apenas os meus socos.
Voltei para o confronto, mas novamente falhei; a criatura me agarrou e me jogou nos destroços. Justo no lugar onde ela me jogou, tinha uma estaca de ferro; a partir daquele momento, eu fui empalado pelo ferro, e só conseguia pensar em uma coisa.
Migurama: Droga, tenho que pagar a conta do mês, se não eles vão cortar a minha água e minha luz (cospe sangue).
Na hora que eu estava pronto para morrer, eu vi outras criaturas cercando o Utiz. Quando vi aquilo, lembrei da Hélice; então, tirei a estaca do meu peito, e agora eu estava armado. A criatura ficou estranha quando viu que eu estava de pé ainda. Agora, era a mão da Hélice na minha mão esquerda e uma estaca de ferro na mão direita.
Migurama: PODEM VIR TODOS VOCÊS, SEUS MEEEERDAAAS (grita).
Eu avancei na primeira criatura, desviei dos golpes dela e empalei a cabeça dela; depois, fui enfrentar o resto, mas acabei perdendo. Uma das criaturas atravessou o meu coração, e quando eu estava caindo, por instinto, eu acabei comendo um dedo da Hélice.
Quando comecei a sentir uma energia estranha e diferente, de repente, meu corpo se regenerou, me senti mais forte, e me levantei e avancei nas criaturas, eliminando todas elas e salvando o Utiz.
Migurama: Eles te machucaram?
Utiz: Quem me machucou? Não tinha ninguém comigo, Migu.
Migurama: Como assim? Você não viu aquelas criaturas chegando perto de você?
Utiz: Não, Migu, não tinha nada perto de mim.
Naquele momento, não entendi nada, mas comecei a sentir meu corpo estranho, como se estivesse bem mais pesado. Comecei a ficar fraco, ajoelhei no chão e comecei a cuspir sangue.
De repente, apareceram três homens misteriosos e nocauteararm o Utiz. Eu tentei resistir, mas não tinha forças, e mesmo assim, eles acabaram me nocauteando. A única coisa que lembro é de ter segurado a mão da Hélice tão forte que nenhum dos três homens conseguiu tirar de mim. Daí em diante, minha vida mudou completamente.