Anos se passaram desde que Roones recebeu o medalhão de Arbon, e, à medida que crescia, a paz que reinava em Valiandra começou a se desfazer. Rumores de um mal crescente se espalhavam pelas aldeias vizinhas: uma ordem sombria conhecida como Os Filhos de Devastus estava se reerguendo, sedenta por vingança. Os seguidores de Devastus, os mesmos que haviam sido derrotados pelo herói Arbon, agora buscavam uma forma de honrar seu mestre caído, espalhando destruição por toda a região e semeando o pavor entre os inocentes.
O ataque à vila de Eldaria foi apenas o começo. Bandidos e fanáticos da ordem sombria invadiram o vilarejo, saqueando casas, incendiando celeiros e aterrorizando os aldeões. Roones, que até então era apenas um jovem de coração puro, mas sem experiência, não hesitou. Empunhando a velha espada enferrujada de seu pai, ele correu para a linha de frente, determinado a proteger sua casa.
Apesar de sua inexperiência, algo em seu interior parecia despertar quando enfrentava os invasores. A coragem que ele tanto admirara nas histórias de Arbon brotou como uma chama, iluminando sua alma. Roones lutou ferozmente, desarmando e derrubando vários dos bandidos, e, quando os aldeões viram sua bravura, tomaram coragem para lutar ao seu lado. Juntos, formaram uma resistência improvisada que conseguiu expulsar os invasores de Eldaria.
Quando a última sombra de ameaça se dissipou, Roones olhou para a espada manchada de sangue em suas mãos, e foi nesse momento que algo extraordinário aconteceu: o medalhão de Arbon, que ele carregava no pescoço, brilhou intensamente, como se reconhecesse o ato de bravura do jovem. A chama gravada no metal pulsava com uma energia quente e vibrante, e Roones soube, com uma certeza que o percorreu até os ossos, que algo maior estava em jogo.
Ele olhou para a estátua de Arbon na praça de Eldaria, a figura do herói ainda erguida com dignidade, e, com um suspiro profundo, falou para si mesmo:
— Eu serei digno do legado de Arbon.
Aquele brilho no medalhão era o sinal de que sua jornada havia começado. Ele sabia que a luta contra os Filhos de Devastus estava apenas começando, mas mais do que isso, sabia que ele tinha um destino a cumprir. Roones não poderia mais se esconder nas sombras da pequena vila; o mundo o chamava para ser algo maior.
Com uma última olhada para a vila, agora segura, mas marcada pela violência, Roones se preparou para partir. Ele carregava em seu peito não apenas o medalhão, mas também a responsabilidade de um herói renascente. O caminho à sua frente seria árduo, e o mal que se erguia era sombrio e implacável, mas Roones estava determinado a caminhar por ele, com a força da coragem e da justiça, em busca do legado de Arbon.