A vastidão do céu noturno refletia em seus olhos dourados enquanto Kairos observava a terra abaixo. O imenso oceano e as montanhas distantes pareciam tão insignificantes para ele, um deus imortal. A eternidade, para alguém como ele, era uma prisão silenciosa, onde tudo se tornava previsível e sem graça. Ele não suportava mais a monotonia do reino divino. Ele precisava sentir a vida de outra maneira.
Kairos olhou para suas mãos e, com um gesto simples, selou parte de seus poderes, reduzindo suas habilidades divinas a um nível quase humano. Seu corpo agora estava vulnerável. A terra era um lugar onde ele poderia se perder. Ele desceria ao mundo mortal, algo que ele nunca havia feito antes.
Chegada ao Mundo Mortal:
Kairos desceu até a floresta sombria que marcava os limites de um pequeno vilarejo. O ar, carregado com o cheiro da terra molhada, o fez respirar profundamente. Ele sentia a magia pulsando, mas em menor intensidade do que em seu reino celestial.
Ele foi até uma clareira e se agachou, tocando o solo. Uma sensação de calor o percorreu. Um sorriso se formou em seus lábios enquanto se erguia novamente.
Kairos: (sussurrando para si mesmo) "Aqui, neste mundo, tudo começa de novo."
Ele caminhou até o vilarejo, onde os aldeões olhavam desconfiados para ele. Suas roupas simples e seu semblante calmo não disfarçavam a aura de poder que ainda emanava de seu corpo. Kairos sabia que, embora estivesse se escondendo, sua presença não passaria despercebida por muito tempo.
Diálogo com os Aldeões:
Quando chegou à praça central da vila, Kairos foi abordado por um homem idoso, que se apresentou como Alden, o líder da aldeia.
Alden: "Você não parece daqui, jovem. O que o traz a nossa vila? Estamos em tempos difíceis, e não podemos dar abrigo a estranhos sem um bom motivo."
Kairos: (com um sorriso suave) "Sou apenas um viajante. Fui atraído pela tranquilidade deste lugar. Minha jornada me trouxe até aqui."
Alden: (suspeitoso) "Viemos enfrentando ataques das criaturas da floresta. Luporianos, criaturas selvagens e perigosas. Você tem armas, magias ou algo que possa nos ajudar?"
Kairos: "Eu não carrego armas, mas posso ajudar, se for necessário."
Alden não parecia convencido, mas cedeu e ofereceu-lhe abrigo, embora continuasse a observá-lo com desconfiança.
Descobrindo os Perigos do Mundo Mortal:
À noite, enquanto Kairos caminhava pelas ruas da vila, ele percebeu algo estranho. Havia uma tensão no ar, uma vibração de medo. Alden não havia mentido — as criaturas estavam cada vez mais próximas.
Kairos: (pensando) "Essas criaturas... Elas não são como as lendas. Há algo mais aqui."
Foi quando ele ouviu o grito de um aldeão. Sem hesitar, ele correu em direção ao som, ignorando o medo crescente que tomava conta da vila.
Primeiro Confronto com os Luporianos:
No campo perto da vila, Kairos encontrou um grupo de Luporianos, criaturas imponentes com peles escuras e olhos flamejantes. Eles estavam atacando um aldeão indefeso. Kairos avançou rapidamente, seus reflexos quase sobre-humanos permitindo-lhe desviar com facilidade dos ataques.
Kairos: "Afaste-se!"
Com um único movimento rápido, ele derrubou uma das criaturas, utilizando uma força que não deveria ter. Seu poder estava contido, mas ainda assim, sua agilidade e rapidez eram surpreendentes. As criaturas, confusas, começaram a se afastar.
Luporiano (grunhindo): "Você não é como eles!"Kairos: "Eu não sou deles. Mas posso ser pior."
Os Luporianos, percebendo que não poderiam vencer Kairos, fugiram para a floresta. O aldeão, grato, agradeceu a Kairos, mas ele não teve tempo para mais palavras. Precisava descobrir mais sobre aquelas criaturas.
Kairos se virou para o vilarejo, onde Lyra, uma jovem mulher com cabelo branco e olhos vermelhos, o observava de longe. Ela parecia saber mais do que deixava transparecer.
Lyra: (aproximando-se com cautela) "Eu sabia que você não era normal. Não se engane, vou descobrir o que está acontecendo aqui. E você vai me ajudar."
Kairos a observou, um leve sorriso se formando em seu rosto. Algo lhe dizia que ela não era apenas uma simples aldeã.