Ponto de Vista da Luna
Na manhã seguinte, quando desci para o café da manhã, não vi Dominick, mas Alen e Nina estavam lá, discutindo de um lado para o outro como de costume, como um velho casal casado.
"Bom dia, Senhora Phoenix. Espero que esteja se sentindo melhor esta manhã?" Maria sorriu, colocando um prato quente de macarrão com queijo na minha mesa.
"Estou bem, obrigada, Maria."
"Posso ver isso," ela me olhou de um jeito que fez calor subir às minhas bochechas.
Por que ela está agindo assim? Ela acha que aconteceu algo entre mim e Dominick na noite passada?
Dando uma mordida no meu prato, olhei para Nina, totalmente ignorando Alen. "Você viu Dominick?"
"Ah, você não pode esperar para vê-lo agora," ela exclamou, fazendo com que eu desejasse que o chão se abrisse e me engolisse. Que diabos está errado com todos eles?
"Apenas responda à pergunta, Nina. Você está deixando ela desconfortável," Alen bufou para ela, mas notei que ele também estava evitando meu olhar.
"Ele está ocupado agora dentro do escritório dele. Quer ir lá?" ela me perguntou com arrogância.
"Não, não, só queria saber por que ele não desceu para o café."
Depois do café da manhã, decidi pelo menos passar para ver como Dominick estava, e foi quando vi Selene caminhando para dentro da mansão.
"Por que ela está aqui agora?" Nina murmurou, olhando fixamente para Selene. "Só olha como ela está vestida, pelo amor de Deus."
Meus olhos instintivamente captaram a aparência de Selene. Ela estava usando um vestido preto mini que estava justo demais, revelando curvas definidas, enquanto um suposto sutiã push-up destacava quase todos os seus seios para o mundo ver! Não me fale sobre o rosto dela; estava coberto de tanta maquiagem que quase parecia um palhaço. Ufa!
"Por que caralho você está me encarando?" Ela se postou na minha frente, um sorriso irônico nos lábios. "Não me diga que você ainda está com ciúmes de mim."
"Ciúmes de você? Ah, irmã, acho que está ao contrário," Nina retrucou, arrancando um olhar carrancudo de Selene.
"É melhor calar essa porcaria que você chama de boca, ou eu vou acabar com você," ela ameaçou Nina, invadindo o espaço dela.
"Deixa ela em paz," eu disse para ela, levantando a voz para minha surpresa. "Só vai."
Ela deu uma risada, antes de estalar a língua. Em seguida, ela se aproximou do meu ouvido e sussurrou, "Lembra do que você disse na última vez? Você não se importava se eu transasse com o Dom, então para de agir como se estivesse ferida."
Ela endireitou as costas, jogou o cabelo para trás e disse, "Te vejo mais tarde. Não posso deixar o chefe esperando," antes de lamber os lábios sedutoramente e se afastar.
"Aquela vadia!" Nina começou, mas eu a interrompi.
"Tudo bem. Eu vou estar no jardim," eu disse antes de sair correndo da mansão.
Andei pelo jardim por alguns minutos, absorvendo o ar fresco e os doces aromas antes de Alen se aproximar.
O que diabos ele quer agora?
Virei as costas para ele, caminhei até o banco e sentei, esperando que ele captasse a indireta e me deixasse em paz. Para minha irritação, ele seguiu e sentou-se ao meu lado.
"Você está bem?" Sua voz estava calma, mas eu podia sentir a tensão por baixo dela.
"Estou bem," eu respondi de forma seca, sem me dar ao trabalho de olhar para ele.
Ele me estudou por um momento antes de falar novamente. "Eu sei que você está brava comigo, e com razão. Eu agi como um idiota depois daquele beijo. Não era minha intenção. Eu só estava pensando na reação do Dom e não nos seus sentimentos."
Eu acenei constrangida, insegura de como responder ao pedido de desculpas dele.
"Então, você me perdoa?" Ele sorriu para mim, os olhos sinceros.
"Acho que sim," eu respondi, devolvendo o sorriso. Apesar da minha frustração, não conseguia ficar brava com ele por muito tempo. Este era o Alen que eu conhecia, gentil, amável e atencioso, diferente do Dominick.
"Parece que você gosta muito do jardim?"
Olhei para ele, e nossos olhos se encontraram momentaneamente antes de eu desviar o olhar constrangida. "Sim, muito. É tão calmante e belo."
"Eu entendo. Também é meu lugar favorito na mansão."
Senti seu olhar permanecer em mim antes de ele desviar o olhar. Soltei um suspiro aliviado porque era meio constrangedor.
Alen suspirou, relaxando contra o banco. "Dominick está tentando entrar em contato com Sol desde ontem à noite..."
"O que aconteceu ontem à noite?" eu o interrompi, com minha curiosidade aguçada.
"Ele não te contou? Sol ligou ontem à noite."
"O quê?" Eu saltei do banco, chocada. "Por que ele não me contou? Ela está bem?"
"Calma, vai com calma," Alen se levantou, colocando a mão no meu ombro para me acalmar. "Ela ligou para dizer que precisava de ajuda e estava em apuros, mas a linha foi desconectada."
"Então, ela realmente está em apuros?" eu perguntei, com minhas mãos tremendo nervosamente. "Você tem certeza de que ela vai ficar bem?"
"Sim, Dom está fazendo tudo ao poder dele para rastrear o número que ela usou ao ligar para ele."
"É melhor eu ligar para meus pais e contar a eles."
"Não, não acho que Dom vá apreciar isso no momento. Só espere pelas instruções dele, tá bom?"
"Tá," eu respondi a contragosto. "Mas eu preciso vê-lo agora."
Comecei a caminhar, mas Alen me segurou. "Selene está lá dentro."
Eu puxei meu braço. "Não me importo. Preciso descobrir mais sobre minha irmã."
Voltando para dentro da mansão, eu caminhei em direção ao escritório do Dominick, parando na frente da porta. Ergui minha mão para bater, mas parei no meio do caminho—a porta estava entreaberta. Empurrando-a suavemente, eu espreitei para dentro, chocada com a cena que me saudou.
Meu coração despencou ao ver Selene inclinada sobre a mesa, gemendo, enquanto Dominick a penetrava fortemente, puxando seu cabelo com força. Choque e incredulidade me inundaram enquanto eu estava lá, paralisada.
A cabeça de Dominick de repente se levantou, e nossos olhos se encontraram. Eu balancei a cabeça, tentando compreender o que estava vendo, antes de virar e sair correndo do escritório, com a imagem gravada na minha mente.