Ponto de Vista de Dominick
Alen se remexeu desconfortavelmente sob meu olhar. "Sim, Dom, ela... ela estava um pouco pra baixo ontem, então eu meio que fiz companhia pra ela."
"Eu te pedi pra levar ela em casa em segurança, não pra deixar ela porra de bêbada!"
"Sinto muito, chefe. Não vai acontecer de novo, eu prometo," ele abaixou a cabeça levemente.
"É... não é culpa dele," a vozinha de Luna interrompeu, chamando minha atenção para ela. "Fui eu quem insistiu que queria... ficar bêbada."
Não conseguia eliminar a sensação de que algo estava definitivamente errado aqui. Era como se eles estivessem escondendo algo de mim.
"Deixa a gente a sós, Alen," eu ordenei.
"Sim, chefe," Alen respondeu e voltou para a mansão.
"Por que você bebeu ontem até o ponto que Alen teve que te carregar? Você está tentando dar motivos pros meus homens falarem?"
Ela me encarou antes de desviar seus olhos cinzentos para outro lugar. "Por que você se importa? Não é como se... você não tivesse uma namorada..."
Eu ri sombriamente, jogando minha cabeça para trás. "Você acabou de se comparar comigo?"
Ela recuou e quase perdeu o equilíbrio, mas eu a segurei pelo braço e a puxei pra perto do meu peito. "Se vestir assim, ficar bêbada, e deixar outro homem te carregar, eu odeio tudo isso."
"Por quê?" Ela perguntou inocentemente, me pegando de surpresa por um segundo.
"Porque você é para ser minha mulher."
"Você teria reclamado se fosse a Sol?"
Minha cabeça balançou levemente diante de sua pergunta tola.
"E não diga que sim. Eu sei de tudo... você está num relacionamento aberto com ela."
"Quem diabos te disse isso? Alen?"
"Ele não me disse... nada."
Eu levantei seu queixo e forcei-a a olhar para mim. "Olha você defendendo ele. Você gosta dele? Quer transar com ele?"
"Eu não tenho o direito de..." Ela respondeu desafiadoramente, lágrimas se formando em seus olhos. "Eu não tenho o direito de ter sentimentos?"
Meu coração se apertou com suas palavras. Ela não podia estar falando sério. Ela tinha sentimentos pelo Alen? Porra!
Eu a soltei com brusquidão. "Faça algo sobre esses malditos sentimentos porque nunca vai acontecer entre vocês dois."
"Dominick, eu..."
"Se arruma. Vamos sair juntos," eu ordenei, caminhando de volta para a mansão.
Eu me sentia fraco, impotente, mas não podia admitir o porquê. Não era possível. Mas uma coisa era certa: eu nunca deixaria ela ficar com Alen.
Trinta minutos depois, ela desceu do seu quarto, lindamente bela num vestido de duas peças azul, seus cabelos caindo pelos ombros. Com cada balançar de seus quadris, eu sentia uma leve contração em meu pau. Deus, eu a queria desesperadamente.
Engolindo em seco, fiz um sinal com minha mão. "Vamos," eu disse, sem me preocupar em checar se ela me seguia.
Dentro do carro, o silêncio nos envolveu. Eu me concentrei no meu celular, tentando me distrair. Até mesmo o cheiro atraente dela ameaçava me enlouquecer.
"Para onde... estamos indo?" ela perguntou suavemente, mexendo nos dedos.
"Você vai ver em breve," respondi secamente.
Após 40 minutos, chegamos ao nosso destino. Saindo do carro, virei para ela.
"Certifique-se de ficar ao meu lado o tempo todo. Entendeu?" instruí com firmeza, e ela assentiu silenciosamente.
Segurei a mão dela firmemente enquanto seguimos direto para a galeria de arte, meus homens nos seguindo. Sinceramente, não era uma galeria de arte, mas um local de encontro para negociações ilegais da Máfia. Lancei um olhar para o rosto de Luna; suas sobrancelhas estavam levemente franzidas, provavelmente se perguntando por que estávamos numa galeria de arte. Pegamos o elevador e fizemos nosso caminho para o esconderijo subterrâneo.
Entrando, fomos recebidos pelo cheiro de cocaína e álcool. Strippers também se apresentavam para entretenimento. Os homens todos fixaram sua atenção em nós, nos saudando com uma reverência enquanto passávamos, seus olhos curiosos fixos em Luna. Segurei a mão dela apertado, a atraindo para perto de mim protegivamente.
Chegamos a uma porta, e eu pausei, virando para meus homens. "Esperem aqui," ordenei secamente antes de entrar com Luna.
Ao entrar na sala, a atmosfera estava tensa. Don Salvatore estava sentado na nossa frente, seu olhar penetrante. Gesticulei para Luna sentar-se ao meu lado enquanto enfrentávamos o líder da Máfia Salvatore.
Don Salvatore era um homem de meia-idade, tanto inteligente quanto forte. "Você tem o dispositivo?" ele perguntou.
Assenti. "Sim, Sol tem," eu respondi confiantemente. "Só preciso que você me diga onde Marcelo está."
Don Salvatore era o cara quando se tratava de localizar alguém no mundo subterrâneo. Além de encontrar Marcelo, eu teria pedido sua ajuda com a Sol também, mas eu não podia permitir que alguém descobrisse que ela na verdade estava desaparecida.
Ele recostou-se, me estudando. "Quero te ajudar," disse ele, com um tom sério. "Mas preciso ter certeza."
De repente, um grupo de homens surgiu das sombras, nos cercando. Eu me levantei instintivamente, puxando Luna protegividamente ao meu lado enquanto os homens se aproximavam.
"Isso não era o que tínhamos planejado, Don Salvatore," eu adverti em um tom frio.
"Só preciso ter certeza, sem ressentimentos," ele ponderou, observando atentamente enquanto seus homens nos cercavam.
"Desculpe, mas não posso deixar você fazer isso," eu disse, tirando um controle remoto do bolso.
"Que porra é essa?" ele perguntou, erguendo-se em sua cadeira.
"Algo especial!" eu sorri, erguendo o pequeno controle remoto. "Um clique, e todos nós vamos morrer aqui."