Chereads / Liberar-me, Amar de Novo-O Casamento Relâmpago com o Sr. CEO / Chapter 2 - Ele tinha medo de perdê-la.

Chapter 2 - Ele tinha medo de perdê-la.

Arwen se sentia anestesiada por todo o corpo. Era a dor torturando-a por inteiro, ou era ele? Ela não tinha certeza. Sabia apenas de uma coisa: ele havia falhado com ela hoje.

Ela não fazia ideia de quem estava no outro carro. Ele havia colidido com o dela, e talvez a outra pessoa estivesse sofrendo tanto quanto ela, ou até mesmo mais. Mas mesmo assim, ele não deveria ter ido primeiro ao lado dela? Salvá-la primeiro? Afinal, ela não era qualquer uma; ela era sua noiva, aquela a quem ele havia prometido a si mesmo.

Como poderia a outra pessoa ser mais importante para ele do que ela? Ou talvez ele não a tivesse visto?

Sim, isso poderia ser possível. Afinal de contas, ela não havia conseguido ligar para ele e contar sobre o acidente.

"Ryan! Eu também estou aqui. Ryan!"

Com esse pensamento em mente, ela tentou chamar por ele, para que soubesse de sua presença — de sua situação. Mas por mais que chamasse, sua voz era nada mais do que um murmúrio. Ela não tinha energia para gritar nem força para sair e caminhar até ele. Mas em algum lugar lá no fundo, ela acreditava que ele saberia, assim como ela sempre soube de cada desejo e chamado não expresso dele.

Mas no momento em que ela avistou a mulher que ele estava segurando em seus braços, ela soube que ele não a escutaria. Porque ao redor daquela única pessoa, todos os seus sentidos ficavam obstruídos. Seu coração se fixava nela, fazendo com que nada mais importasse. Nem mesmo ela — sua noiva.

Delyth Embers — a bela do coração de Ryan Foster. Com Delyth machucada, como ele poderia notar ela morrendo?

Seu sorriso se tornou zombeteiro. Todo esse tempo, ela estava tentando justificar sua ignorância, forçando-se a acreditar que ele viria salvá-la... que talvez ele não tivesse vindo porque não a tivesse visto.

Mas na realidade, ela estava apenas se manipulando mais uma vez para acreditar em algo impossível. Quão dedicada ela era, não é mesmo?

Mas o que a sua dedicação lhe trouxe?

Sua negligência. Sua falta de empatia.

"Heh!" ela zombou sarcasticamente antes de cuspir o sangue que estava segurando todo esse tempo. 'Arwen, abra seus olhos e veja claramente. Você se desgastou e gastou sua juventude com alguém que mal merecia. Ele não te amava mesmo depois de você segui-lo como louca. Você realmente achava que ele se viraria e a veria — se apaixonaria por você?'

Aquilo não era possível.

Enquanto ela amaldiçoava a sua própria estupidez, ela o viu se afastar do carro acidentado. Mas seus passos se detiveram como se ele tivesse percebido algo — ou alguém.

A visão de Arwen estava embaçada, mas ela o viu se virar e olhar em sua direção. Ela não conseguia discernir sua expressão porque sua visão não estava clara. Mas agora ela sabia que ele estava ciente de sua presença.

Com ele olhando em sua direção, ele sabia que ela estava lá, presa e morrendo. Mas o que a assustava era a possível resposta dele à sua situação. Ele se importaria o suficiente para salvá-la?

Ele deveria, dado que ela era sua noiva e amor de infância. Mas ela não poderia ter certeza disso. Afinal, ela sabia quem ele estava segurando nos braços. Com ela lá, ela não importaria. Mesmo que ela estivesse morrendo, ele poderia não se importar.

E o que ela temia era exatamente o que aconteceu. Ele se virou e partiu sem se importar. Como se para ele, ela não passasse de ar rarefeito. Ele não a viu lá.

Se ele não tivesse se virado para olhar em sua direção, ela talvez tivesse se forçado a acreditar nisso. Mas mesmo que ela fosse tola, não era cega o suficiente para não perceber que ele simplesmente a deixou para morrer.

Era isso. Talvez.

Isso era tudo o que ela precisava presenciar para saber quão inútil havia sido a sua vida. Quão inúteis haviam sido seus esforços e sacrifícios, pois ele nunca se importou com nada disso. Tudo o que lhe importava era a mulher em seus braços.

À medida que a realização ficava mais clara em seu coração, ela sentiu-se caindo em um abismo profundo e escuro que parecia ser o fim de tudo. Sim, devia ser o seu fim — sua morte.

Seus braços caíram frouxos ao seu lado enquanto ela perdia o último fio de consciência que vinha segurando. Talvez isso fosse o que ela merecia por seguir seu coração de maneira tão ilógica.

Ela não sabia por quanto tempo estava presa naquela escuridão profunda, mas sem nenhuma esperança de luz ao redor, ela já havia desistido. Mas então algo a sacudiu nas chamas da escuridão. Parecia alguém que a envolvia em seus braços, puxando seu corpo frio para perto, tentando aquecê-la com seu abraço natural enquanto tentava acordá-la.

Arwen tentou abrir os olhos para ver quem era, mas eles simplesmente não se abriam. Ela não tinha forças.

"Você não pode morrer assim. Abra os olhos, Arwen. Vamos, abra os olhos."

Aquela voz não estava clara, mas ela podia ouvir o pedido sincero nela. Também havia um toque de raiva, mas ela não tinha certeza a quem estava dirigido.

Quem era ele? E por que ele estava tentando tão arduamente salvá-la?

Ela tentou descobrir, mas por mais que tentasse, não conseguia associar sua voz a ninguém em sua memória.

Mas ele sabia o seu nome, o que significava que ele também deveria conhecê-la.

Como ele a encontrou?

Havia tantas perguntas sobre ele. Mas ela não tinha respostas. Nem estava em estado de encontrá-las.

Poderia ser Ryan?

"Arwen, você está me ouvindo? Levante-se. Não durma e não ouse morrer."

Ela ouviu novamente o chamado dele e sentiu seus braços se apertarem em volta dela. Foi então que ela percebeu o medo em sua voz — o medo que ele estava tentando esconder por trás de seu tom urgente e intimidador.

Ela não sabia quem ele era. Mas quem quer que fosse, estava com medo de perdê-la.