*Lena*
Passei boa parte do dia em silêncio trabalhando ao lado de Henry, agachados entre as fileiras de ervas medicinais. Ele ocasionalmente me passava coisas, sem dizer palavra, para que eu inspecionasse. Até o meio-dia, eu já tinha uma cesta cheia de raízes de valeriana de formas estranhas e vários arbustos de sálvia-beija-flor que estavam murchas e caídas, obviamente doentes.
Mas nada disso fazia sentido. O solo era rico, e a posição do jardim e a quantidade de sol que a área recebia eram condições perfeitas de cultivo para as ervas. No começo, eu me perguntei se o frio da noite estava causando o dano, mas Henry descartou isso com um aceno de cabeça enquanto se levantava e olhava para o horizonte, por cima da antiga muralha de pedra que cercava toda a propriedade.
"São raios?" perguntei, ficando de pé ao lado dele enquanto apontava.
Ele grunhiu em resposta. Era um homem de poucas palavras, muito parecido com meu próprio avô. "Não."