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Chapter 7 - A Reunião dos Conectores

Ao sair do Nexus, Kael e Lira emergiram em uma clareira, a luz do sol filtrando-se pelas árvores, trazendo uma breve sensação de paz. No entanto, ambos sabiam que a ameaça que enfrentavam continuava à espreita. A entidade sombria parecia mais próxima e mais determinada, alimentando-se do Nexus e das distorções. Para enfrentá-la, precisariam da ajuda de outros Conectores – aliados espalhados por diferentes realidades, cada um com habilidades únicas e conhecimentos que poderiam ser cruciais.

"Precisamos encontrar outros como nós, Lira," Kael disse, determinado. "Se essa entidade é capaz de manipular distorções, então cada um de nós pode ser um alvo. Mas juntos, talvez tenhamos uma chance de derrotá-la."

Lira assentiu. "Existe um antigo ritual que permite a comunicação entre Conectores. É arriscado e pode atrair a atenção da entidade, mas acho que não temos escolha."

Com isso decidido, eles começaram a se preparar. Lira desenhou símbolos no chão da clareira, cada um representando uma conexão com uma realidade diferente. Kael, por sua vez, concentrou-se em sua própria energia, permitindo que o poder do Nexus fluísse por ele, conectando-se com as memórias dos Conectores antigos.

À medida que o ritual progredia, um por um, os Conectores começaram a responder ao chamado. Eles apareceram em forma de projeções, figuras etéreas de diferentes idades, culturas e até eras. Alguns usavam roupas tradicionais, enquanto outros trajavam uniformes de combate ou mantos cerimoniais.

A primeira a se manifestar foi Aisha, uma Conectora de um mundo desértico, seus olhos cintilando como brasas. "Lira, Kael, ouvi seu chamado. O que está acontecendo?"

Kael explicou rapidamente a situação, e Aisha escutou com atenção, seu semblante ficando cada vez mais sombrio. "Essa entidade… já senti sua presença em minha realidade, mas nunca soube o que era. Agora faz sentido."

Outros se juntaram a eles: Jin, um jovem guerreiro de uma realidade em que os Conectores eram guardiões de templos sagrados; Nyla, uma mística que dominava a manipulação das distorções em seu próprio mundo; e Darion, um velho sábio cuja barba longa e branca quase tocava o chão, representando uma das linhagens mais antigas de Conectores.

Conforme cada um relatava suas experiências, ficava claro que todos tinham sentido a presença da entidade em algum momento, mas ninguém havia entendido a verdadeira ameaça até agora.

"Precisamos de um plano," disse Darion com a voz grave, cruzando os braços. "Esse ser alimenta-se do medo e das fraquezas, e já causou danos em todas as nossas realidades. Mas se atacarmos juntos, com força e coragem, talvez possamos enfraquecê-lo."

Lira concordou. "Exatamente. E acredito que, unidos, podemos amplificar nossas habilidades. Mas não será fácil. Essa entidade conhece nossos medos e fraquezas. Ela vai tentar explorar cada um de nós, colocando-nos uns contra os outros, se necessário."

Jin apertou o punho. "Então, o que faremos? Como evitamos cair em suas armadilhas?"

Foi Kael quem respondeu, sentindo uma força renovada ao ver todos os outros Conectores ao seu lado. "Precisamos ser honestos sobre nossas fraquezas. Se a entidade usa nossos medos contra nós, devemos confrontá-los. Só então estaremos preparados para enfrentá-la de verdade."

O grupo ficou em silêncio por um momento, cada um refletindo sobre a proposta. Era uma ideia assustadora, mas necessária.

Então, cada Conector começou a abrir-se sobre seus próprios medos. Aisha confessou que, em sua realidade, sempre temeu ser considerada fraca por suas escolhas pacíficas. Jin admitiu que seu maior medo era falhar como protetor de sua linhagem. Nyla, por sua vez, revelou o temor de perder-se nas distorções, incapaz de retornar à sua própria realidade. Até mesmo Darion, com toda sua sabedoria e experiência, confessou o medo de ver sua linhagem ser corrompida e usada contra as realidades.

Quando chegou a vez de Kael, ele hesitou, sentindo o peso da responsabilidade que carregava. "Meu maior medo é falhar com aqueles que confiam em mim. Perder tudo e ver as realidades destruídas por minha causa."

Lira, ao seu lado, colocou a mão no ombro dele, um gesto silencioso de apoio. "Kael, todos nós compartilhamos esses temores. Mas são esses medos que nos tornam humanos. É por isso que estamos aqui, juntos."

Com as fraquezas expostas, o grupo sentiu-se mais unido, como se o ato de partilhar suas inseguranças tivesse criado uma barreira de confiança entre eles – uma barreira que a entidade teria dificuldade em romper.

Darion então levantou sua mão, como se invocasse algo. Um brilho azul emergiu dela, transformando-se em uma esfera de energia que flutuava no ar. "Esse é o meu presente para vocês. Essa energia contém séculos de conhecimento dos Conectores. Usem-na para guiar e fortalecer seus espíritos."

Os outros Conectores também canalizaram suas energias, cada um oferecendo algo especial ao grupo. Aisha criou um escudo etéreo; Jin invocou uma espada de luz que simbolizava a coragem; Nyla ofereceu uma esfera de compaixão, que protegeria o grupo de ilusões.

Por fim, Kael e Lira, unindo suas mãos, conjuraram uma chama de esperança que se misturou com as outras energias. Ao fazer isso, Kael sentiu uma onda de poder inigualável, como se todos os Conectores estivessem agora unidos em um único propósito.

"Então, estamos prontos?" Kael perguntou, olhando para cada um dos aliados ao seu redor.

"Sim," responderam em uníssono. "Estamos prontos."

O grupo sabia que essa seria a batalha mais difícil que já enfrentaram, mas agora, fortalecidos pela união de suas forças e guiados por um propósito comum, sentiam-se preparados. Mesmo que a entidade pudesse tentar manipular suas fraquezas, agora tinham a certeza de que, juntos, eram mais fortes do que qualquer ameaça.

O primeiro passo seria localizar a entidade no centro das distorções, onde ela era mais forte. A luta que se aproximava exigiria tudo deles – coragem, sacrifício, e a verdadeira aceitação de suas sombras.

Com uma última troca de olhares, os Conectores se prepararam para partir, cada um carregando a esperança de que sua união pudesse finalmente colocar fim à ameaça que pairava sobre todas as realidades.