Capítulo 2 - Querido amigo, se você está lendo essa carta…
Local: Mansão da Família Karsten
Horário: 09:00 da manhã
Quanto tempo falta para o início do anime: 7 dias
Naquele momento cada um dos quatro presentes no quarto tiveram uma reação diferente, Felix estava confuso, ele não tinha a menor noção do que fazer ou dizer, Wilhelm ao seu lado estava sério afinal entendia que a situação poderia ficar ainda mais caótica, já que isso faz com que o Garoto não possa ser classificado nem como amigo nem como inimigo, o Garoto estava visivelmente assustado, seu corpo estava tremendo o que era algo compreensível, ele não conhecia aquelas pessoas…. e aparentemente não conhece nem a si mesmo, como alguém conhecendo tudo pela primeira vez, ele naquele momento abaixou a cabeça e abraçou seu próprio corpo, sentia seus olhos ardendo pelas lágrimas que insistiam em sair, seu coração estava batendo dolorosamente forte, seus olhos em meio as lágrimas estavam trêmulos indicando um possível início de um ataque de pânico
Crusch por outro lado estava surpresa afinal ela havia se preparado mentalmente para múltiplos tipos de resposta, mentiras e verdades, ela estava preparada para receber um inimigo com hostilidade ou uma vítima com amabilidade…. mas alguém sem memórias? como poderia sequer lidar com algo assim? o que deveria fazer? esses pensamentos corriam freneticamente na mente da Karsten, porém rapidamente ela notou os olhos amedrontados do rapaz prestes a entrar em pânico, ela não sabia como deveria agir corretamente, a única coisa que sabia era que não poderia ficar parada, e que ela não gostava do que estava vendo
Então, lentamente Crusch se sentou a beira da cama e envolveu o Garoto em um abraço caloroso repleto de proteção e confiança com um único objetivo, acalmar o jovem frágil a sua frente, tremendo que ações não fossem o bastante a nobre lentamente disse
Crusch - Vai ficar tudo bem, não precisa se desesperar, você está seguro - ela dizia enquanto lentamente olhava nos olhos dele
O Âmbar forte e resiliente contra o Rubi perdido e frágil, levou alguns longos segundos que para todos poderiam até mesmo ser longos minutos ou horas até que o menino fechou os olhos e respirou profundamente e depois expirar lentamente, sentindo seu coração ficando mais leve mesmo que pouco, com calma o rapaz começou a limpar as lágrimas enquanto a nobre se afastava levemente, saindo do abraço
Crusch - se sente mais calmo? - ela dizia sorrindo calorosa e gentil enquanto o garoto lentamente acenava afirmativamente com a cabeça
Wilhelm e Felix assistiam aquela com pensamentos distintos, naquele momento nenhum dos dois se atreveu a dizer nenhuma única palavra, não queriam correr o risco de dizer algo sem querer que assustasse ainda mais o garoto que havia acabado de se acalmar
Felix - "Ok… isso torna tudo bem mais complicado, um garoto sem memórias é uma incógnita potencialmente perigosa, na prisão da capital existem alguns Cultistas capturados talvez eu possa extrair algumas informações deles a respeito desse garoto, é uma flecha no escuro mas é melhor do que nada" - ele pensava com seriedade sobre aquele assunto, enquanto olhava atentamente para a interação dos dois a sua frente
Wilhelm - "honestamente não consigo não sentir pena desse rapaz, não sinto que ele é uma ameaça para a senhorita Crusch ou para qualquer um, entretanto não sabemos literalmente nada sobre ele além do fato do nojento Culto da bruxa ter tentado o matar, esta é uma questão bem delicada" - ele pensava com seriedade e sem ter noção de como agir a seguir
Crusch - vamos começar com calma sim? Qual é a última coisa que você se lembra? - ela dizia calma e tranquila enquanto via o rapaz pensar um pouco e depois disso olhar para ela
Garoto - acordar aqui… onde é aqui? - ele dizia baixo para Crusch que lentamente acenou com a cabeça em afirmação indicando silenciosamente para Wilhelm e Felix que o Garoto estava falando a verdade
Crusch - Esta é a mansão da família Karsten, meu nome é Crusch Karsten, aqueles são Wilhelm Van Astrea e Felix Argyle mas pode chamá-lo de Ferris também se quiser - ela dizia indicando os dois com a cabeça fazendo o garoto olhar para eles por um momento vendo Felix sorrir com compassividade enquanto Wilhelm apenas acenou com a cabeça respeitosamente mantendo uma aura neutra
Antes que o Garoto pudesse responder qualquer coisa a barriga do mesmo roncou alta, por instinto o garoto abraçou sua própria barriga e suas bochechas esquentaram fazendo Felix rir baixinho e Crusch e Wilhelm ficarem sem graça
Crusch - acredito que você esteja com fome, naquela porta ali - ela dizia indicando com a cabeça uma porta lateral que levava a um banheiro acoplado ao quarto - há um banheiro, você pode tomar um banho lá, irei separar uma roupa para quando você sair, enquanto isso iremos preparar alguma coisa para você comer - ela dizia calma e direta enquanto se levantava da cama
Porém logo após se virar para poder caminhar ela sentiu a mão do garoto gentilmente segurar a mão dela fazendo ela se virar na direção dele
Garoto - D..Desculpa abusar da sua bondade… mas… você poderia me dar um nome? - ele dizia baixo, a timidez em sua voz era notória, porém aquilo fez Crusch pensar um pouco, até considerou recusar mas ao ver os olhos perdidos do Garoto ela sentia que não poderia negar aquilo então depois de longos segundos ela sorriu minimamente
Crusch - seu nome até você conseguir se lembrar do seu próprio será… Rigel - ela dizia calmamente fazendo Rigel soltar sua mão e sorrir com os olhos brilhando em gratidão
Cerca de 30 minutos depois podemos ver Rigel descendo as escadas do segundo andar da mansão Karsten, seus olhos corriam ansiosamente por todo o recinto com curiosidade, suas roupas consistiam de uma cueca box preta, uma camisa branca de manga longa juntamente com uma longa calça preta e um sapato preto, as roupas exalavam nobreza embora Rigel não tivesse a mínima ideia de como era possível que Crusch tivesse roupas do seu tamanho disponíveis, andando mais um pouco ele chegou em uma grande sala de jantar, e sentados a mesa estava os três de antes e dois empregados que Rigel não se deu ao trabalho de observar os dois e timidamente se sentou à mesa vendo múltiplas opções de comidas e bebidas
Lentamente todos os 4 começaram a tomar café da manhã entretanto era óbvio que eles analisavam a forma que Rigel estava comendo e notavam que ele comia com muita calma e elegância, mesmo sem memórias ele sentia que deveria comer daquela forma era como se aquilo fosse natural para ele
Crusch - "a maneira dele comer lembra aqueles que foram ensinados na nobreza, se ele for um nobre então talvez seja mais fácil encontrar a família dele porém outra questão se apresenta, caso a família dele seja encontrada…. seria seguro para ele ser devolvido para a mesma… bom, posso pensar nisso depois" - ela pensava com seriedade e cautela enquanto comia seu café da manhã
A presença de Rigel no café da manhã era curiosa, era como se só a presença dele já deixasse a sala mais leve, não que o clima antes dele chegar estivesse pesado é claro, quando os quatro terminaram o café da manhã Crusch se virou para Felix
Crusch - Ferris… você não irá trabalhar hoje? - ela dizia confusa enquanto Felix apenas deu uma risadinha zombeteira
Felix - senhorita Crusch, você se esqueceu que hoje é dia de folga da Ferris? - ele dizia sorrindo de canto enquanto Crusch enquanto percebia aquele fato
Depois daquela pergunta Rigel viu Wilhelm virar seu rosto na direção de Crusch lançando um olhar interrogativo o que fez Crusch ficar mais séria e assentir com a cabeça fazendo Wilhelm terminar rapidamente sua xícara de chá e viu Felix ficando mais serio tambem
Lentamente Wilhelm olhou para um dos empregados e ergueu sua mão, rapidamente mas com educação e graciosidade o empregado saiu andando e depois de uns minutos ele voltou com uma pequena caixa de madeira que estava no quarto de Rigel mas o mesmo não havia visto, depois de entregar a caixa para Wilhelm o empregado se curvou levemente e voltou para a sua posição de antes um pouco afastado da mesa
Wilhelm - nós encontramos essa caixa junto a você, nós tentamos abrir ela mas não conseguimos, gostaria de tentar? - ele dizia calmamente enquanto lentamente empurrava a caixa na direção de Rigel
O rapaz pegou a caixa com curiosidade, ele analisou cada lado da caixa de madeira polida, ele sentia uma sensação familiar ao segurar aquela caixa lentamente o rapaz colocou sua mão na tampa da caixa e o som do ranger da madeira foi ouvido fazendo os três arregalaram os olhos já que mesmo após tentarem com toda a sua força a tampa não se mexeu nenhum centímetro mas Rigel estava abrindo a caixa com nenhum esforço, dentro da caixa havia duas coisas, um baralho de cartas viradas para baixo e ao lado delas um bilhete
Confuso o rapaz pegou o bilhete e ao notar os olhares curiosos mal disfarçados dos três entregou o mesmo para Felix enquanto pegava o baralho de cartas, a parte da frente de todas as cartas era branca, notando isso o garoto decidiu analisar o verso daquelas cartas
A primeira coisa que Rigel notou era o quão visualmente intrigante e encantador a parte de trás das cartas eram, com uma estética que reflete uma temática mística e esotérica ela apresentava um design central que destaca o símbolo do Sol e da Lua, representando dualidades como luz e sombra
O fundo possui um tom de vermelho ou vinho profundo, proporcionando uma base rica e elegante. O design tinha detalhes em dourado ou amarelo-ouro, que acrescentam um ar de preciosidade e nobreza. Ao redor do símbolo central, há padrões simétricos e delicados, que podem incluir estrelas, linhas curvas ou ornamentos, conferindo um toque de fantasia e completando a estética encantadora, Felix vendo que todos estavam esperando ele ler o bilhete que era bem longo por sinal
"Querido amigo, se você está lendo essa carta então significa que eu já não estou mais ao seu lado, infelizmente não conseguirei mais estar ao seu lado, mas por eu considerar você um irmão posso passar isso para você, existem muitos segredos que todos os reinos escondem, mentiras e verdades que eles irão matar para que não sejam reveladas, esse baralho é uma dessas histórias, a mil anos atrás existiam muitos Grandes Espíritos no mundo mas por medo desse grande poder muitas raças se uniram e declararam guerra contra eles porém no meio da guerra um mago gentil surgiu, o nome dele era Clow, para proteger eles Clow quis selar os Grandes Espíritos em cartas mágicas, ele conseguiu fazer isso 52 vezes com a condição de que eles iriam proteger aqueles que fossem da família de membros da linhagem de Clow, mas para um contrato com um espírito ser feito o mesmo precisa ser vencido em um duelo 1 contra 1, esses espíritos são conceitos na sua forma literal, embora eles tenham perdido a capacidade de falar a muito tempo, esse baralho foi tirado da minha família pelo Império Sacro de Volakia e meus pais morreram para recupera-lo, infelizmente eu sempre fui covarde demais para tentar desafiar qualquer espírito para um duelo e agora eu não tenho mais tempo para tentar, mas talvez voce possa faze-lo, os passos para o desafio são bem simples, basta embaralhar o baralho e depois sacar uma carta e pedir pelo desafio, mas cuidado voce não saberá qual dos 52 voce estará desafiando, bem… isso é tudo o que sei, ate a proxima meu antigo amigo"
Choque, essa é a definição dos rostos dos quatro que estavam à mesa, Rigel não tinha palavras para aquilo, Crusch precisava pensar, aquilo a deixou com uma pulga atrás da orelha sobre aquele garoto, quando ela estava prestes a dizer algo um empregado entrou na sala e se aproximou de Crusch
Empregado - Senhorita Crusch, um mensageiro da Capital veio a poucos minutos, ele pediu para dizer que os Sábios irão fazer uma reunião de emergência e desejam a presença das candidatas, a reunião ocorrerá às 02:00 da tarde - ele dizia num tom baixo e respeitoso recebendo um aceno e logo o empregado se afastou se retirando do recinto
O Rigel pensava freneticamente sobre o que fazer, sua real vontade era sair dali e ir correr atrás de suas memórias mas ele sabia que era uma ideia estúpida, afinal ele nem mesmo sabia por onde começar e isso seria pisar em toda a gentileza mostrada por Crusch e seus aliados, então lentamente Rigel se levantou com um único pensamento
Rigel - senhorita Crusch…. eu desejo servir você… não posso prometer muito além de lealdade e esforço - ele dizia calmamente e sério enquanto deixava Crusch surpresa afinal ela sabia que não era mentira
Crusch - Rigel não precisa se sentir obrigado a isso, se me Servir você encontrará múltiplas batalhas já que um dos meus objetivos é eliminar o Culto da Bruxa - ela dizia séria enquanto se levantava e Wilhelm e Felix faziam o mesmo
Rigel - eu não sei o que é o Culto da Bruxa, mas eu quero retribuir sua gentileza, você me ajudou e quero Servir você e quero tentar conhecer a mim mesmo, por isso também quero desafiar o baralho - ele dizia sério e determinado
Crusch - bom, se esse é o caso então eu não irei me opor, bem vindo a minha Chapa Rigel - ela dizia sorrindo enquanto Rigel abria um sorriso radiante e via Felix rir animadamente e Wilhelm sorrir sem mostrar os dentes
Wilhelm - bom, se a Senhorita Crusch lhe aceita então fico feliz em ser seu companheiro rapaz, gosto da determinação em seus olhos - ele dizia calmo e sério
Felix - Ferris faz das palavras do velho Will as dela, mas você obviamente não tem o treino adequado, quer mesmo desafiar o baralho? - ele dizia calmamente
Rigel - sim eu quero, na verdade eu desejo desafiar ele agora se possível, se algo de ruim acontecer o senhor Wilhelm pode intervir e o senhor pode me curar senhor Felix - ele dizia sorrindo deixando os dois confusos
Wilhelm - como sabe que sou forte e que Felix tem habilidades de cura? - ele dizia confuso e sério deixando Rigel verdadeiramente confuso
Rigel - humm?.... honestamente eu só senti que ele podia curar e que você é forte - ele dizia confuso enquanto Crusch acenava com a cabeça indicando que Rigel falava a verdade
Quebra de Tempo
Local: Pátio da Mansão da Família Karsten
Horário: 10:30 da manhã
Quanto tempo falta para o início do anime: 7 dias
Em cima da grama, perto das poucas árvores que havia no pátio da mansão podemos ver Rigel agora portando uma espada dada a ele por Wilhelm, ele respirou fundo e olhou para Felix, Wilhelm e Crusch que olhavam para ele com confiança lhe dando uma sensação de segurança, rapidamente após respirar profundamente Rigel embaralhou o baralho, guardou ele no bolso e sacou uma carta e jogou a mesma para frente enquanto sacava sua espada, por um segundo o rapaz viu a carta que antes era branca ganhar cor e um nome "The Shadow"
Depois de tocar no chão a carta se quebrou em muitos pedaços enquanto o som de vidro se quebrando era ouvido, logo depois algo que ninguém esperava aconteceu, uma barreira foi erguida o que iria impedir de Wilhelm, Felix e Crusch se meterem e fez os quatro arregalaram os olhos de surpresa mas Rigel não podia pensar nisso naquele momento pois na frente dele surgiu Shadow
Shadow possui a aparência de uma figura parecida com a da Morte, um espectro com uma batina preta que molda seu corpo, Rigel viu que dentro da batina não há nada nem ninguém... Somente escuridão e antes que Rigel fizesse qualquer coisa Shadow entrou no chão e se moveu até a sombra de uma das árvores do pátio…
Naquele momento….
A batalha de Rigel havia começado