Muito tempo se passou desde aquele dia em que os agentes do governo apareceram pela primeira vez. A chegada deles foi um marco, mas ninguém poderia prever como aquilo mudaria o mundo. Tudo começou de forma sutil: financiamentos a esportes de luta e transmissões televisivas aumentando gradativamente. Parecia apenas uma nova moda, mas o impacto seria muito maior.
Em poucos meses, quase um quinto dos canais de TV estavam completamente dominados pelos esportes de combate. O que antes era entretenimento ocasional, agora era um espetáculo onipresente, promovido com campanhas publicitárias que atiçavam o interesse do público como iscas para atrair os "peixes idiotas". A metáfora não era exagero: quem mordia a isca logo se via preso em armadilhas cuidadosamente arquitetadas, na forma de escolas de artes marciais.
Essas não eram simples academias ou clubes, mas verdadeiras instituições. Os alunos não apenas aprendiam o básico para serem "pessoas normais", como também mergulhavam em um currículo onde cada modalidade de luta era tratada como uma disciplina acadêmica. Era como dizer que alguém era bom em matemática ou química — agora, jovens orgulhosamente declaravam sua maestria em karatê, jiu-jitsu ou kung fu.
Com os peixes na armadilha, o governo iniciou a próxima fase: cozinhá-los e servi-los. Assim surgiu a nova obsessão mundial: o Tenkaichi Budokai, o maior torneio de artes marciais da história. Todas as nações do mundo uniram forças para financiar essa iniciativa, criando uma hierarquia de competições que começava no nível estadual, passava pelo regional, nacional, internacional, até culminar no lendário Tenkaichi Budokai.
Participar desse torneio era um feito por si só. Existiam duas formas principais de entrada: através de uma recomendação de um grande mestre ou organização, ou classificando-se entre os 10 melhores do torneio internacional. Mas o Tenkaichi Budokai não era um evento comum. Ele tinha regras brutais e um código moral distorcido.
Logo de cara, os participantes eram autorizados a usar quase qualquer coisa: armas (exceto de fogo), armaduras, venenos, intimidações e chantagens estavam permitidos. Mortes, embora "toleradas", eram fortemente desencorajadas. Quem tirasse a vida de outro lutador seria banido de todos os torneios futuros e desprezado pela comunidade global. Contudo, isso não tornava o evento menos mortal — cada lutador assinava um contrato, assumindo total responsabilidade pela própria vida.
O torneio era realizado em uma ilha isolada, acessível apenas a participantes e convidados selecionados. Lá, a competição se dividia em várias etapas. Primeiro, as eliminatórias: uma partida insana de "todos contra todos" até restarem apenas 48 lutadores. Esses eram distribuídos em quatro grupos de 12, enfrentando-se novamente até que apenas um de cada grupo permanecesse. Os quatro finalistas, então, participavam de duelos individuais, seguindo um sistema único: cada lutador podia desafiar outros três participantes, com repetições permitidas, e cada um tinha o direito de recusar um desafio uma única vez. No final, o vencedor seria aquele com mais vitórias acumuladas.
O prêmio era tão grandioso quanto o torneio. O campeão recebia isenção de impostos vitalícia em qualquer país reconhecido pela ONU, acesso ilimitado a alimentos em mercados parceiros e privilégios em recursos fornecidos por governos. Além disso, o vencedor ganhava conexões com figuras influentes e acesso irrestrito a segredos que mudariam sua visão do mundo. Esses segredos incluíam os mistérios do qi, a verdade por trás do investimento governamental em artes marciais e até mesmo indícios de ameaças extraterrestres.
Porém, participar do Tenkaichi Budokai já era um prêmio por si só. Mesmo sem vencer, os lutadores adquiriam prestígio global, sendo considerados os seres humanos mais fortes e respeitados do planeta. Mas, como se descobriria mais tarde, o torneio não era apenas sobre glória ou habilidades. Ele era, na verdade, um processo de seleção. O objetivo? Identificar os melhores guerreiros do mundo, aqueles capazes de enfrentar o que estava por vir.
Eles achavam que o torneio era o auge, mas estavam enganados. Era apenas o começo de algo muito maior. O futuro da raça humana dependia desses lutadores, e do que eles fariam com as informações que estavam prestes a receber.
Com o sucesso estrondoso do Tenkaichi Budokai e a explosão do interesse pelas artes marciais, várias figuras lendárias começaram a ressurgir no imaginário popular.
O mundo, sedento por heróis, revirou o passado em busca de ícones que pudessem representar a essência desse novo movimento global.
Antigas escolas de artes marciais, antes esquecidas, voltaram à tona, recuperando a glória que haviam perdido com o tempo.
Entre todas, uma se destacou: a Escola da Tartaruga, um estilo lendário que havia moldado gerações. No centro dessa renascença estava o mítico Mestre Kame, conhecido mundialmente como o "Deus das Artes Marciais".
Embora sua reputação o tenha elevado ao status de ídolo global, Mestre Kame nem ao menos percebeu isso.
Ninguém sabia onde o grandioso mestre Kame vivia, embora ele seja tão aclamado, ele é mais como uma lenda no coração das pessoas.
A Escola da Tartaruga, no entanto, não estava abandonada. Sob a liderança de seus dois mais ilustres discípulos, Son Gohan e Gyumao, o estilo havia se tornado a escola de artes marciais mais prestigiada do mundo.
Apesar disso, os dois mestres não aceitavam novos discípulos. Para eles, a glória e a responsabilidade que vieram com o título eram apenas formalidades.
Gyumao até que aceitava lutar com qualquer um que o desafiasse e os ajudava com seu caminho, mas ele nunca aceito um discípulo pessoalmente.
Son Gohan, o mesmo que aconteceu com Mestre Kame aconteceu com ele, ninguém sabia onde ele morava então ele apenas se tornou uma lenda no coração das pessoas.
Embora, pelo fato de Gyumao realmente existir e ele ser tão poderoso, isso dá mais credibilidade para a existência de seu irmão sênior Son Gohan e o mestre Kame que ensinou esse monstro.
Enquanto isso, Goku e Chi-Chi, ainda crianças, estavam completamente alheios à fama que suas famílias acumulavam.
Crescendo em alheio à essa situação toda, a única preocupação deles era aproveitar os dias com suas famílias.
No entanto, o destino reservava algo grandioso para ambos. Quando eventualmente chegassem aos torneios, descobririam o quão venerados são apenas por serem que são.
Mas por enquanto, nem o mundo nem as duas crianças sabiam sobre a existência sobre do outro, mas um dia vão.
Entretanto, enquanto figuras lendárias como Mestre Kame, Son Gohan e Gyumao inspiravam o mundo, a verdadeira força por trás de tudo isso era outra pessoa.
O responsável por essas mudanças, aquele que havia transformado o panorama das artes marciais, era ninguém menos que Jayden.
Agora conhecido como Mestre Ryuzen, o Dragão Sábio, seu nome ecoava pelo mundo como um símbolo de poder, sabedoria e mistério.
Para as pessoas comuns, pouco se sabia sobre o verdadeiro Mestre Ryuzen. Sua figura havia se tornado quase mítica, cercada de rumores e histórias exageradas. Alguns diziam que ele possuía vários metros de altura, com músculos tão grandes quanto cabeças, quatro braços e três olhos que brilhavam como estrelas.
Outros acreditavam que ele era capaz de controlar os elementos: fogo, relâmpagos, gelo e até mesmo a essência da vida. Havia até lendas que afirmavam que o Mestre Ryuzen podia atravessar dimensões e conversar com os deuses.
Embora muitas dessas histórias fossem claramente absurdas, era difícil para o povo ignorá-las. Afinal, ele era o único ser humano conhecido capaz de invocar o Dragão Divino Shenlong, uma criatura lendária que atendia a um único desejo por ano.
Esse feito extraordinário foi o que garantiu a ele o título de Mestre Ryuzen, selando seu status como uma figura quase divina no mundo moderno.
Esse era um evento que acontecia todos os anos, o dia em que o céu é coberto por nuvens negra e relâmpagos dourados.
E dos céus, um grande dragão serpentina com escamas verdes desce para realizar um desejo.
Ninguém nunca viu mestre Ryuzen, ou tem alguma confirmação de sua existência, mas toda vez que Shenlong aparece, então fica claro que ele realmente existe.
Mal sabiam eles, que esse símbolo de poder, honra, justiça e disciplina é na verdade um adolescente que ainda vai para escola.
Talvez seja por isso que ninguém o conhece, o governo deve estar suprimindo informações sobre Jayden para que nenhum escândalo aconteça.
No momento o culpado de todo esse alvoroço mundial, está em paz ao lado de seus amigos comemorando seu aniversário.
"Parabéns pra você! Nessa data querida! Muitas felicidades! Muitos anos de vida!" A voz de várias pessoas cantando juntos ecoou pelo ambiente.
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