Monte Paozu
O Monte Paozu era uma imensidão verdejante, coberta por florestas densas e ricas em vida selvagem. Animais de todas as espécies coexistiam entre as árvores antigas e altas, mas o que mais chamava a atenção eram os dinossauros que vagavam livremente, como se o tempo tivesse parado. Ali, a presença da civilização era uma memória distante; o local permanecia intocado, um santuário de natureza pura e selvagem. Ao mesmo tempo, era uma paisagem de tirar o fôlego e carregada de perigo.
Em meio à vegetação densa, Jayden estava correndo. Correndo o mais rápido que podia, desviando de galhos e pulando sobre raízes, o coração martelando em seu peito. No entanto, ele não corria para encontrar a esfera de quatro estrelas, como fizera em outras aventuras. Não, desta vez ele fugia de algo muito mais ameaçador.
Atrás dele, sacudindo a floresta com passos pesados e rugidos aterrorizantes, estava o temível Gigantossauro. Um predador colossal, uma verdadeira máquina de matar pré-histórica, famoso por ser capaz de devorar tiranossauros como se fossem lanches. Comparado a ele, o próprio Tiranossauro parecia um animal domesticável.
Jayden olhou para trás, apenas para ver o enorme réptil se aproximando, suas mandíbulas afiadas prontas para atacar. Cada rugido fazia a terra tremer, e o ar se enchia do som de galhos quebrando e folhas caindo ao chão.
"ROAAAAAR!!!" O grito bestial ecoou pela floresta, fazendo todos os outros animais se esconderem, cientes do perigo mortal que rondava.
"Correeeeeeeee!!!!!!!!!" Jayden gritou em desespero, com o coração acelerado e as pernas queimando de tanto correr. Ele estava tão assustado que seu grito ressoou mais alto até do que o do próprio dinossauro.
Ele corria como se sua vida dependesse disso — e, na verdade, ela dependia. Se fosse pego, o amanhã simplesmente deixaria de existir para ele.
"Como diabos isso foi acontecer?!" pensava, enquanto seu coração martelava em seu peito e o suor escorria pelo rosto.
Tudo parecia tão tranquilo antes. Ele estava apenas caminhando pela floresta, apreciando a paz que só o Monte Paozu oferecia. De repente, sentiu uma energia diferente. Um qi considerável, embora ainda menor que o seu. Curioso, decidiu investigar, imaginando que poderia ser apenas um animal forte, talvez um dinossauro de tamanho moderado.
Mas, ao se aproximar, Jayden se deparou com algo que nunca imaginou: o próprio Toinho em pessoa! Ou melhor, um colosso pré-histórico que fazia qualquer tiranossauro parecer um filhote. Ele engoliu em seco. "Como eu poderia enfrentar algo que é literalmente mais de vinte vezes o meu tamanho?"
Ainda correndo, uma súbita realização atravessou seus pensamentos: espera aí... eu disse que o qi dele é menor que o meu?
Para ter certeza, Jayden arriscou uma olhada rápida por cima do ombro. Lá estava a fera gigante, com as garras afiadas que poderiam facilmente parti-lo ao meio. Suas pernas musculosas esmagariam qualquer coisa em seu caminho como se fosse um simples inseto. O corpo do Gigantossauro emanava uma aura tirânica, feito de puro poder e violência, a encarnação da selvageria primitiva.
Mas o que mais o assustava eram os dentes, maiores que a própria cabeça de Jayden, capazes de despedaçar qualquer coisa que entrasse em sua boca. Em uma só mordida, aquele monstro poderia engolir um ônibus.
Ainda assim, Jayden notou algo intrigante. A quantidade de qi dentro daquela monstruosidade era baixa para seu tamanho e potencial destrutivo. Em sua métrica pessoal, o Gigantossauro tinha apenas 78 unidades de qi — um número que parecia pequeno, considerando a ameaça que ele representava.
"Então, quer dizer que ele é... mais fraco do que eu..." murmurou Jayden, entre uma respiração ofegante e outra. A ideia surgiu como uma faísca em sua mente, rápida e inesperada. Talvez... talvez houvesse uma chance de sobreviver a essa corrida pela vida.
"Light!!! Se eu morrer de novo! A culpa é sua!!!" Ele gritou, a raiva e o medo se misturando em sua voz. Se havia uma chance, não seria ele que iria desperdiçá-la.
E então, contra toda a lógica da sobrevivência, ele fez algo impensável: parou de correr. Virou-se abruptamente, encarando o monstro que o perseguia com fúria.
"ROAAAAAR!!!" O Gigantossauro rugiu, um som ensurdecedor, triunfante, satisfeito por ver sua refeição finalmente parar de fugir. Seus dentes afiados brilharam ao sol, e ele avançou, preparando-se para devorar o que restava do humano à sua frente.
Mas, apesar da fera se aproximando com a velocidade de um trem desgovernado, Jayden permaneceu imóvel. O medo ainda batia em seu peito, mas ele fez um esforço titânico para acalmar seu coração. Cada batida parecia pesada, ameaçando fugir do controle, mas ele focou. Só mais um segundo, ele pensou, apenas mais um segundo.
Quando o Gigantossauro estava quase a poucos metros dele, com os dentes abertos, Jayden tomou uma decisão. Ele não sabia se seria suficiente, mas sabia que precisava tentar. Sem hesitar, desligou a corrente elétrica de sua roupa, deixando a energia escapar.
O efeito foi imediato. Ele sentiu uma sensação única, como se estivesse se livrando de um peso invisível. A corrente que corria por seu corpo desapareceu, e com isso, uma grande sensação de liberdade e leveza tomou conta dele. Seus músculos relaxaram, a tensão se dissipou, e um calor suave preencheu cada fibra de seu ser.
Agora, seu qi fluía de maneira solta e sem restrições, como um rio que finalmente conseguia se expandir depois de tanto tempo contido. Antes, ele precisava controlar seu qi com uma atenção constante, uma parte de sua mente sempre se concentrando em mantê-lo circulando pelo corpo. Mesmo quando dormia, o fazia sem perceber.
Mas agora... agora parecia que ele tinha rompido uma barreira, uma comporta mental. Seu qi estava livre, fluindo com a força de uma torrente incontrolável. Cada célula parecia vibrar em harmonia com a energia que o rodeava.
"ROAAAAAR!!!"
O rugido do Gigantossauro trouxe Jayden de volta à dura realidade. Ele olhou rapidamente para frente, seus sentidos apurados pela energia recém-libertada. O monstro estava agora a apenas alguns metros de distância.
Seus olhos focaram, e ele percebeu com um arrepio que o Gigantossauro já estava a ponto de abrir sua gigantesca mandíbula e engoli-lo de uma vez. A boca monstruosa estava a menos de um metro dele, e, considerando o tamanho do monstro, isso significava que o ataque seria instantâneo.
A morte estava tão próxima que ele poderia até sentir o bafo quente do predador, o ar denso e carregado de perigo.
Mas Jayden sabia que essa não seria sua última batalha. Algo dentro dele, uma chama que estava prestes a se acender, o impedia de desistir. Ele ainda tinha uma chance.
'Agora é tudo ou nada.'
O tempo parecia desacelerar, o movimento de tudo ao redor parecia parar por um instante, mas Jayden ainda podia se mover.
Lentamente ele pulou, saltando por cima da boca do dinossauro, chegando em seu crânio.
Então ele preparou seu soco, flexionando o braço e o trazendo para trás, ele começou a acumular seu qi em seu punho o fazendo cintilar.
Então ele socou.
*Boom!* O barulho de um tiro ecoou pela floresta.
O tempo começou a correr normalmente, e quando as coisa já tinha acontecido, tudo tinha acabado.
O aterrorizantes Gigantossauro, o predador supremo da terra, estava morto, jogado no chão com uma cratera em seu crânio que escorria sangue.
E em cima dele estava Jayden, ainda processando o que acabara de fazer, olhando fixamente para a cabeça do monstro e para seu próprio punho ensanguentado. A realidade se mesclava com a incredulidade em sua mente, e ele mal conseguia acreditar que aquele predador colossal agora estava caído aos seus pés.
"Haha... hahaha... HAHAHAHA... HAHAHAHAHAHAHAHA!!!" De repente, ele explodiu em uma risada enlouquecida, uma torrente de emoções finalmente se libertando. O medo, o desespero, a tensão acumulada, tudo estava se esvaindo em uma explosão de alívio e euforia.
Ele começou a pular e a rodopiar sobre o gigantesco corpo do dinossauro, como se dançasse. Ria com toda a força dos pulmões, cada gargalhada ecoando pela floresta silenciosa.
"EU CONSEGUI!!!" Ele gritou para o vazio ao redor, a voz carregada de alegria pura, orgulho e uma felicidade que ele mal lembrava que era capaz de sentir. Contra todas as expectativas, ele havia conseguido!
Mas, logo depois, o cansaço começou a pesar sobre ele. Seus músculos protestaram, seus pulmões exigiram um descanso, e, aos poucos, a adrenalina se dissipava.
bam Ele caiu de costas no chão, o corpo exausto, o peito subindo e descendo rapidamente enquanto recuperava o fôlego. O céu parecia mais vasto, as árvores ao redor mais tranquilas, e o silêncio da floresta o envolveu, como se a própria natureza estivesse testemunhando e aprovando sua conquista.
Deitado ali, ele sentiu o corpo relaxar pela primeira vez desde o início da luta. Os olhos se fecharam por um instante, e um sorriso suave surgiu em seu rosto. Ele vencera, e naquele momento, tudo parecia possível.
...
Alguns minutos depois, o suficiente para que Jayden recuperasse as forças e deixasse a euforia da vitória se acalmar, ele se levantou, preparado para continuar sua jornada.
Mas antes, ele se virou para o enorme corpo do Gigantossauro, agora silencioso e imóvel no chão. Não deixaria uma carcaça dessas para trás; seria um desperdício absurdo. Sem hesitar, pegou uma Cápsula Hoi-Poi de sua bolsa e, com um sorriso no rosto, guardou a imensa carcaça lá dentro. Só um tolo deixaria um prêmio desses ao ar livre.
"Isso vai virar o meu jantar por um bom tempo", murmurou para si mesmo, satisfeito. Mesmo com reservas de comida em sua residência - também guardada em uma cápsula Hoi-Poi - ele não resistia à ideia de aproveitar cada pedaço daquela criatura. A batalha fora um marco, e cada refeição seria um lembrete do que ele conquistou ali, naquele momento.
Além disso, quantas pessoas poderiam se gabar de ter comido um Gigantossauro? Jayden mal conseguia conter o entusiasmo ao imaginar o banquete. Era um privilégio que poucos no mundo sequer sonhavam.
Ele ajustou a cápsula em sua bolsa e lançou um último olhar ao local da luta, agora vazio. Em sua mente, o sabor da vitória era quase palpável - e logo, ele o experimentaria literalmente.
Com um último suspiro de satisfação, Jayden voltou à sua caminhada, sentindo-se mais determinado do que nunca a enfrentar o que quer que a jornada lhe reservasse.
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