Uma dor de cabeça foi a primeira coisa que Daniel sentiu ao acordar, apesar da dor Daniel abriu os olhos.
Ele se viu em um quarto simples, Daniel estava deitado na cama de solteiro, no quarto havia uma escrivaninha um pouco bagunçada, um guarda roupa e uma prateleira de troféus.
Daniel ainda estava tentando processar onde estava quando ouviu uma voz mecânica na sua cabeça.
[Olá anfitrião, a sincronização foi bem sucedida, deseja receber a memória desse corpo?]
Daniel ouviu as palavras do sistema, mas ele não estava com pressa em receber a memória, ele se levantou da cama e foi em direção ao espelho no guarda roupa.
Olhando para o jovem no espelho Daniel não pode deixar de se impressionar, cabelos pretos curtos, olhos cor de mel, e um físico de atleta.
Daniel tocou os músculos desse corpo, não eram tão incríveis quanto o do seu corpo original, mas eram bons o suficiente.
O dono era alto, chegando aos 1,85 metros, Daniel estava satisfeito com esse corpo e logo aceitou a memória do dono original.
Uma forte dor atravessou o crânio de Daniel, ele tropeçou um pouco, mas se manteve firme, ele fechou os olhos para aguentar a dor e cerrou os punhos.
[Começando processo de transferência de memória...]
[Transferência bem sucedida]
A dor se foi tão rápido quanto veio, Daniel limpou o suor frio em sua testa e começou a processar as novas informações que recebeu.
Esse mundo em que ele está é bem diferente da sua terra natal, a tecnologia aqui era algo que Daniel nunca pensou que poderia existir.
O nome desse corpo é Andy Martins, a família de Andy é comum, seu pai é mecânico e sua mãe uma professora do fundamental, Andy tem 17 anos faltando 1 mês para o seu aniversário de 18.
Andy sempre foi apaixonado por esportes, ele era muito bom nisso, os troféus e medalhas que ele ganhou comprovam isso, nas outras matérias da escola ele era apenas mediano.
O que mais surpreendeu Daniel foi que Andy não era filho biológico de seus pais, ele havia sido trocado na maternidade.
Só descobriram isso quando Andy sofreu um acidente, ele foi atropelado por um motorista bêbado enquanto atravessava a rua, acontece que ele precisava de sangue, mas nenhum dos seus pais eram compatíveis.
Os pais de Andy em desespero tentaram de todas as formas contatar a família biológica de Andy.
Depois de uma investigação a enfermeira responsável pela troca foi demitida, o hospital foi processado e teve que compensar as famílias envolvidas.
Andy foi salvo graças aos seus pais biológicos que não pensaram duas vezes antes de doar sangue.
A situação foi bem tensa, as duas famílias não estavam dispostas a trocar os filhos de volta, então entraram em um acordo.
Aos fins de semana os garotos iriam para suas famílias biológicas e na semana ficariam com suas famílias de criação.
O jovem que tinha trocado com Andy se chama Júnior Beaumont, um jovem de cabelos castanhos arrogante, antes de descobrirem toda a verdade, ele era muito desenrolado.
Ia para as festas com os amigos ricos dele, torava sua mesada com besteiras e quase fou preso algumas vezes, mas desde que foi revelado que ele não era filho biológico de seus pais, ele se tornou contido e reservado.
Era óbvio que ele estava com medo de ser jogado fora por seus pais, ele sempre pensou que podia fazer qualquer coisa, pois seus pais o protegeriam, porém agora ele não tinha mais essa confiança.
Andy não entendia toda essa raiva que Júnior tinha dele, Andy não tem o desejo de tomar o lugar de Júnior, mesmo que tecnicamente seja dele, Andy está contente com sua vida atual.
Daniel analisou as memórias do dono original, pensativo ele pegou no sistema o enredo do mundo.
Pelo o que ele aprendeu conversando com Ondine, cada mundo tinha um Script a ser seguido e am cada mundo tinha um filho do céu, em outras palavras um protagonista.
Mundos pequenos e sem muita energia Nox só podiam ter 1 protegido e nesse mundo não foi diferente, acontece que Daniel está no corpo do protagonista desse mundo.
Andy Martins, um jovem atleta milionário, ele fez seu nome na prestigiada academia Evans, Daniel assumiu o corpo de Andy bem no começo da história, então as memórias que ele pegou de Andy só vão até esse período do enredo.
"Andy! Já acordou? Vem tomar café da manhã", uma voz feminina gritou do andar de baixo, Daniel identificou que era a mãe de Andy.
Daniel abriu o guarda roupa e pegou uma camisa para vestir, ele parou para observar a cicatriz em seu abdômen, que deveria ser do acidente do mês passado.
Daniel saiu do quarto e foi em direção ao banheiro no final do corredor, após isso ele desceu as escadas, a mesa estava posta.
Daniel viu sua mãe sentada à mesa, ela tinha cabelos castanhos curtos e cacheados, ela possuí feições suaves e gentis, não parecia que ela estava na casa dos 50.
"Bom dia mãe", Daniel sorriu para a senhora Martins e se sentou na cadeira mais próxima.
"Bom dia querido, o seu pai foi bem cedo para a oficina, infelizmente surgiu alguns imprevistos, daqui a pouco os Beaumont vão trazer o Júnior para cá", era final de semana, então Júnior e Andy iriam para a casa de seus pais biológicos.
"Eu entendo mãe, eu sei que o pai está ocupado esses dias", Daniel deu um sorriso tranquilizador, a Sra. Martins tinha uma expressão complicada no rosto, ela ama Andy, mas ela não consegue deixar de sentir amargura por ter pedido 17 anos da vida de Júnior.
Júnior tem o sangue dela e do seu amado marido, mas ao mesmo tempo Andy foi o filho que ela criou por anos, era impossível ela escolher entre um e outro, ela sentiu que era egoísta da parte dela querer fazer parte da vida de ambos os garotos.
Inconsciente da turbulência de emoções que a Sra. Martins estava tendo, Daniel terminou seu café da manhã.
Logo depois a campainha tocou, Daniel foi atender e como esperado era Júnior que estava na porta.
"Júnior, meu filho já chegou?", a Sra. Martins cumprimentou Júnior e o abraçou, Júnior sorriu gentilmente,
ele nem olhou na direção de Daniel.
Se Andy tivesse visto essa cena ele certamente estaria um pouco incomodado, mas Daniel observou a situação como se não tivesse nada a ver com ele.
Daniel tinha as memórias do dono original, mas por incrível que pareça ele não sentia as emoções de Andy, talvez fosse uma medida do sistema para que ele não se apegasse demais as pessoas desses mundos.
Aproveitando que sua mãe estava muito ocupada perguntando sobre a vida escolar de Júnior, Daniel foi para seu quarto arrumar a mochila, quando ele desceu a Sra. Martins o acompanhou até o carro da família Beaumont.
O carro era preto, não se dava para ver nada dentro do carro, só de olhar se podia dizer que era caro.
"Andy se comporte, se cuida e caso algo aconteça você liga para mim, ok", a Sra. Martins olhou para o filho preocupada.
"Não se preocupe mãe, eu vou me cuidar", Daniel sorriu e beijou a testa de sua mãe, ele entrou no carro com a ajuda do motorista, dando um último tchau para sua mãe o carro seguiu em direção a Vila particular dos Beaumont.
No caminho, Daniel Não pode deixar de ficar impressionado com o mundo ao redor, era diferente de tudo o que ele viveu.
Desde pequeno lutando para sobreviver, esse mundo parecia pacífico demais para o gosto dele.
Daniel estava preocupado com Caleb, ele queria mais que tudo encontrar o remanescente da alma de Caleb o quanto antes, mas ele não podia fazer muito agora, ele tinha que descobrir sua situação primeiro para agir.
Enquanto divagava o carro de luxo entrou pelos portões da Vila, o perímetro era vigiado por guardas que deixaram o veículo passar depois de uma pequena verificação.
A mansão principal era exuberante, a construção parecia antiga, mas estava longe de parecer abandonada, o jardim era cheio de vida, no lago, peixes nadavam tranquilos e as árvores bem cuidadas.
O carro parou na porta da frente, Daniel foi recepcionado pelo mordomo da casa que rapidamente o guiou para dentro.
No hall de entrada havia quadros de pessoas e paisagens, o lustre era feito de cristal e mais a frente no corredor, havia a escada que leva para o próximo andar.
O mordomo levou Daniel para a sala de estar que fica a esquerda depois do corredor.
"Por favor jovem mestre fique aqui, irei chamar os mestres".
O mordomo se curvou e deixou Daniel sozinho, a sala de estar era bem decorada, a tv está presa na parede, a lareira fica abaixo da tv.
O sofá é confortável e só de tocar é fácil perceber que o couro é da mais alta qualidade, na mesa de centro tem um vaso de flores artificiais.
Daniel olhou ao redor da sal encantado, ele viu muitas coisas novas através da memória de Andy, mas ele ainda se surpreendia quando os via com os próprios olhos.
"Andy como você está?".
A voz da Sra. Beaumont tirou Daniel de seus pensamentos, ele se virou na direção da voz, a senhora de meia idade vestia um blaze por cima da camisa branca, uma calça justa e um salto elegante, os cabelos pretos e ondulados caiam soltos em seus ombros.
A expressão severa dela mostrou uma suavidade ao olhar para Daniel, atrás dela seguia um homem alto, o cabelo estava bem arrumado e seu terno preto era obviamente de boa qualidade, o olhar dele era indiferente como se não estivesse vendo o próprio filho.
"Bom dia, Sr. e Sra. Beaumont".
Daniel sorriu para aliviar a tensão e a estranheza da situação.
"Eu sei que ainda é muito estranho, mas eu gostaria que me chamasse de mãe, ou se for muito para você, pode me chamar de Lilian".
Lilian se aproximou de Daniel com um pouco de receio esperando a resposta do jovem.
"Ah, certo, eu entendi, mãe".
Ao ouvi-lo chamar Lilian sorriu brilhantemente, ela abraçou Daniel, o jovem ficou sem reação por um momento, mas depois abraçou ela de volta.
Lilian conversou animadamente com Daniel sobre os gostos dele, sua vida escolar, etc.
Ela só parou quando o Sr. Beaumont disse que ele deveria descansar no quarto, relutante Lilian deixou o filho ir.
No segundo andar Daniel encontrou o quarto em que ele ficaria pelos próximos dois dias.
O quarto era bem espaçoso, a cama de casal era maior do que Daniel pensava, podia caber até quatro pessoas alí.
Uma escrivaninha com um computador, tinha um closet e um banheiro, o quarto era todo em preto e branco um quarto sem vida, apesar de ser bem bonito.
Daniel jogou a mochila na cama e se sentou na cadeira da escrivaninha, usando as memórias de Andy, Daniel ligou o computador com sucesso.
Depois desse final de semana, Daniel iria começar a estudar na Evans Academy, e ele queria pesquisar sobre a escola para saber com o que ele estará lidando.
A Academia Evans é notória por formar só os melhores dos melhores, caso algum aluno não atenda os requisitos mínimos, ele será expulso, independentemente do seu histórico familiar.
A mensalidade é bem alta, então a pressão para ser um bom aluno também é, a família Beaumont chegou a conclusão de que Andy deveria entrar nessa academia.
Sendo assim, eles estão pagando a mensalidade de Andy, algo que seus pais de criação nunca seriam capazes de fazer.
Inicialmente teve muita resistência por parte da família Martins, mas foram convencidos de Andy teria um futuro melhor lá.
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Nesses dois dias Daniel passou um tempo com a família Beaumont e estudando com seus tutores particulares.
Daniel aprendeu diversas coisas, mas o que mais se destacou foi educação financeira e investimentos.
Era evidente que eles queriam que Daniel aprendesse isso, para no futuro assumir os negócios da família.
Vendo dessa perspectiva, faz sentido que Júnior tenha ficado receoso sobre Andy, mas Daniel não pensou muito sobre isso.
Daniel acordou cedo, tomou banho e vestiu o uniforme novo, o uniforme era preto com detalhes em dourado, no peito esquerdo tinha a logo da academia costurado.
Penteando o cabelo com os dedos, Daniel olhou para o seu reflexo no espelho e ficou satisfeito com sua aparência.
Ele arrumou os materiais e desceu para tomar café, de acordo com o que ele sabe, ele deveria encontrar Caleb na academia.
Pois assim fica mais fácil dele achar o remanescente da alma de Caleb.
Descendo as escadas Daniel não encontrou ninguém no caminho para a sala de jantar.
Ao chegar lá a mesa estava posta, mas não tinha ninguém, Daniel deu de ombros e tomou o café da manhã sem pressa.
Depois o mordomo explicou que o Sr. Beaumont tinha ido direto para a empresa e Lilian também foi direto para o trabalho.
Lilian enviou uma mensagem de texto para Daniel explicando que não podia tomar café com ele hoje e que sentia muito.
Ele apenas respondeu que entendia e entrou no carro, saindo da vila e indo buscar Júnior, para eles irem para a academia.
Entrando no carro Júnior não falou e nem olhou na direção de Daniel, eles deram tchau para os Martins e seguiram viajem.
O silêncio prevaleceu no carro até eles chegaram nos portões da academia.
O portão eletrônico da academia estava aberto, os alunos entravam em grupos ou sozinhos.
Pelo o que Daniel tinha pesquisado sobre, o campus da academia era muito grande, tinha 5 quadras, áreas de lazer, 3 bibliotecas entre outras coisas.
Júnior foi o primeiro a sair do carro, ele logo achou seus amigos, eles conversavam animadamente enquanto andavam.
Observando essa atmosfera Daniel não pode deixar de lembrar da época em que estudava, era estranho e nostálgico ao mesmo tempo.
Deixando esse sentimento Daniel agradeceu o motorista e entrou na academia, o lugar parecia um labirinto, muitos corredores e escadas.
O campus tinha 4 prédios, o prédio principal ficava os refeitório, as salas de aula, uma biblioteca, áreas de lazer, sala do diretor, etc.
No prédio principal Daniel ficou um pouco confuso, ele não sabia ao certo onde era sua sala de aula, então ele só pode sair por aí perguntando.
O primeiro andar era bem aconchegante, havia bancos para se sentar, a cantina parecia mais um restaurante, os estudantes podiam comprar e comer antes das aulas.
Daniel Não estava com fome, então ele continuou procurando sua sala, um aluno falou para ele que as salas dos terceiros anos ficavam no quarto andar.
Daniel seguiu essa instrução, o quarto andar era igualmente grande, levou um tempo para encontrar a sala certa.
Estava vazia, as aulas só começariam às 8:25, ligando o celular Daniel viu que ainda era 7:15, ele decidiu sentar em algum lugar e esperar a aula começar.
Ele tinha o ano todo para explorar a escola, Daniel não tinha presa, ele ficou jogando no celular até dar o horário da aula.
Perto de começar mais alunos foram entrando na sala de aula, Daniel prestou muita atenção em cada um que entrava, mas nenhum deles era Caleb.
Daniel ficou um pouco frustado, mas ele tinha que ser paciente, uma hora ele iria encontrar Caleb, ele não iria parar até conseguir.
"Ei novato".
Daniel franziu a testa e se virou na direção da pessoa que falou.
"Não é você o Andy? Que está se aproveitando do dinheiro da família Beaumont para entrar na minha academia?".
Um grupo de 4 jovens se aproximou agressivamente de Daniel, o que acabou de falar parecia ser o líder, ele era alto, só um pouco mais baixo que Daniel, os olhos azuis dele brilhavam com malícia mal escondida.
Daniel não entendeu o motivo deles estarem tão furiosos, ele nem os conhecia, sendo assim, Daniel botou por ficar calado.
"Por que você não fala nada, por acaso o gato comeu a sua língua?".
Os rapazes começaram a rir como se fossa a coisa mais engraçada do mundo, os outros alunos apenas olhavam mas não faziam nada sobre isso.
Daniel analisou cada um deles com uma expressão entediada no rosto, ele claramente não os via como ameaça e nem se deu o trabalho de ficar com raiva.
"Nós como seus veteranos, iremos te ensinar como as coisas funcionam aqui".
Dizendo isso, um deles se preparou para bater na cabeça de Daniel quando sua mão parou no ar.
"Este tipo de comportamento não é adequado para a sala de aula".
De repente um jovem sorridente apareceu e impediu que aquele jovem completasse a ação.
Os cabelos pretos dele batiam nos ombros, ele tinha uma aura preguiçosa mas firme, o sorriso dele era radiante, mas seus olhos traziam uma frieza penetrante.
A sala ficou silenciosa, mas Daniel conseguia ouvir algumas pessoas murmurando, o nome desse aluno é Leonardo, ele faz parte do conselho estudantil.
O conselho tem como dever manter a paz e a ordem no campus o garoto que teve o braço segurado empalideceu na mesma hora.
Leonardo deu um sermão, eles apenas abaixaram a cabeça e se desculparam, mas antes de sair o jovem de olhos azuis lançou um olhar de advertência para Daniel.
Daniel deu de ombros e fingiu que não viu nada, depois que eles saíram Leonardo sorriu e se sentou ao lado de Daniel.
"Bom dia, eu me chamo Leonardo de Almeida, eu esperava te conhecer em circunstâncias mais agradáveis".
Leonardo se sentou de maneira preguiçosa, os dois apertaram as mãos, Daniel tinha uma expressão confusa no rosto, parecia que Leonardo sabia quem ele era.
"Desculpe, mas como você me conhece?".
"Todo mundo da academia ouviu falar de você, o jovem mestre da família Beaumont que foi trocado na maternidade, todos estão curiosos sobre você".
Leonardo respondeu sem se importar com os olhares dos outros alunos sobre eles.
"Eu não fazia ideia que essa história tinha se espalhado tanto".
Daniel ficou pensando sobre quem poderia ter vazado essas informações.
"As notícias voam rápido por aqui".
Leonardo e Daniel conversaram por mais alguns minutos até o professor entrar na sala e começar a aula.
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Às 11:00 horas foi a pausa para o almoço, Leonardo se ofereceu para mostrar a escola para Daniel.
Ele aceitou, mas pela escola ser grande demais para mostrar tudo em apenas 1 hora, eles não saíram do prédio principal.
Leonardo trouxe Daniel para comer no refeitório, o almoço do dia era macarrão com almôndegas, filé de frango à parmegiana, maçã e de sobremesa pudim de chocolate.
As bebidas eram compradas à parte, o refeitório não estava tão cheio quanto Daniel pensou, vendo a sua confusão, Leonardo explicou que a maioria dos alunos preferia comer na cantina ou em um restaurante fora das dependências da academia.
Os dois garotos não tiveram dificuldade em achar um bom lugar, eles comiam tranquilamente quando Daniel fez uma pergunta:
"Leonardo, por acaso você conhece alguém chamado Caleb?".
Leonardo parou de comer e olhou para Daniel surpreso.
"Tem muitos Calebs por aí, mas eu conheço um".
Daniel ficou esperançoso, mas antes que pudesse continuar perguntando, os olhos de Leonardo se encheram de espanto.
"Droga! Eu esqueci da reunião de hoje!".
Leonardo terminou de comer na velocidade da luz, Daniel ficou sem palavras.
"Foi mal Daniel, tenho que ir, senão eles vão me matar".
Daniel apenas assentiu e observou Leonardo sair rapidamente, Daniel apenas riu e terminou seu almoço com calma.
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Enquanto descia as escadas Daniel fou surpreendido por um soco vindo em sua direção, ele desviou com muita facilidade e encarou o agressor.
Sem surpresa eram os mesmos caras que o perturbaram de manhã, 'eles realmente não desistem', pensou Daniel exasperado.
"Sabe novato, é uma pena que estejamos atrasados nas suas boas vindas, então que tal recuperarmos o tempo perdido?".
Daniel os olhou friamente, a falta de resposta de Daniel pareceu dar mais combustível para eles.
"Você pode ter escapado um vez, mas você não vai ter essa sorte duas vezes".
O jovem partiu para cima, mas seus movimentos eram tão lentos para Daniel que nem valiam a pena ser descritos.
Logo os outros também se juntaram par pegar Daniel, não que eles fossem uma ameaça, mas Daniel realmente não queria levar alguém para o hospital no seu primeiro dia.
Não havia ninguém naquela área, a mente de Daniel começou a pensar em múltiplas possibilidades do que fazer, até apareceu uma notificação do sistema.
[Alvo da missão detectado
Nível de afeição: desconhecido.]
Daniel não teve tempo de processar essa informação quando os jovens que estavam atacando pararam bruscamente o que estavam fazendo e olharam para algo atrás de Daniel.
"Decidiram parar com a brincadeira?".
Uma voz falou atrás de Daniel, a voz fria carregava um tom de zombaria, ouvir aquela voz causou um arrepio em Daniel, ele sabia quem era o dono dessa voz.
"Jovem mestre, não é o que você pensa".
Os garotos estavam assustados e a beira das lágrimas, mas Daniel não conseguia ouvir nada disso, ele só tinha olhos para ele.
Os cabelos prateados brilhavam lindamente sobre a luz, seus olhos azuis traziam uma frieza de gelar os osso, mas Daniel não pode deixar de ficar fascinado por aqueles olhos.
"Vocês sabem seu erro? O que eu disse antes, vocês se esqueceram?".
Foi só uma pergunta e os garotos já se ajoelharam e pediram perdão, mas o jovem de cabelos prateados não se comoveu, seus olhos mostraram um traço de repulsa.
"Depois das aulas vocês irão para a sala do diretor, caso desobedeçam vocês já sabem o que os espera, agora saiam da minha frente".
Os garotos concordaram e saíram da cena como se suas vidas dependessem disso.
Daniel alheio a tudo isso não tirava os olhos dele, era Caleb, ele não precisava do sistema para saber disso, seja a aparência, a voz, a aura que ele exalava, era sem sombra de dúvida Caleb.
"Quem é você?".
Os olhos frios e sem emoção se voltaram para Daniel, ele demorou um pouco para processar que Caleb estava falando com ele.
"E-eu me chamo Andy Martins e você?".
Daniel queria saber se o nome de Caleb tinha mudado nessa vida, ele olhou para Caleb expectante.
"Tenha uma boa tarde Sr. Martins".
Com isso dito Caleb começou a andar, ele não havia dito o seu nome para Daniel, o que o deixou um pouco decepcionado, ele tinha acabado de encontrá-lo, mas ele tinha uma desculpa para fazê-lo ficar.
Depois de andar alguns passos Caleb olhou para Daniel e com sua expressão fria de sempre disse:
"Caleb, eu me chamo Caleb Evans".
Ignorando o olhar surpreso de Daniel, Caleb seguiu andando pelos corredores, vendo a figura de Caleb ir embora Daniel não pode deixar de sorrir.
Agora que o encontrou a pedra em seus ombros parecia mais leve, toda a ansiedade que Daniel sentia antes parecia uma memória distante.
Uma notificação do sistema apareceu para ele.
[O anfitrião encontrou o alvo da missão.
Para coletar o fragmento de alma é necessário aumentar o nível de afeto.
Nível de afeto: conhecido.]
Daniel tinha um sorriso radiante no rosto, até ele perceber um problema, como se aproximar de Caleb? Daniel sabia como era difícil para esse cara socializar, pior ainda fazer um amigo.
Daniel começou a prever que os próximos dias seriam desafiadores, mas ele ainda estava muito otimista, ele definitivamente salvaria Caleb.
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Notas da autora
3894 palavras, esse foi o capítulo mais longo que já fiz, parabéns se você leu até aqui, que tal beber uma água?
Eu realmente me diverti escrevendo isso, espero que não tenha sido muito chato de ler, se você leu até aqui o que achou?
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