O tempo havia se passado rapidamente desde que Noah, Loons e Ária haviam formado uma aliança. Seu treinamento aumentava a cada dia, e a presença crescente do Dark Emperor no horizonte tornava a tensão palpável. Contudo, uma nova ameaça estava prestes a surgir, uma que desafiaria não apenas suas habilidades físicas, mas também sua força mental e emocional.
Era uma noite escura, sem lua, quando o grupo se refugiou em uma pequena aldeia ao norte de seu ponto de treinamento. Eles estavam cansados, mas aliviados por um momento de descanso. O vento uivava através das árvores, e as estrelas estavam ocultas por nuvens pesadas. A aldeia parecia deserta, mas uma sensação estranha permeava o ar. Algo estava errado, como se um silêncio ameaçador tivesse se instalado por toda parte.
Ária: "Esta aldeia... ela parece vazia, mas há algo aqui. Algo... errado."
Noah sentiu a tensão aumentar em seu peito. Ele não sabia explicar, mas havia algo no ambiente que o incomodava profundamente, como se ele estivesse sendo observado, mesmo quando ninguém estava à vista. Loons olhou ao redor, visivelmente preocupado.
Loons: "Talvez devêssemos partir. Não sinto que este seja um bom lugar para descansar."
Mas antes que pudessem tomar qualquer ação, uma figura apareceu na rua deserta. Ele não fazia barulho, como se flutuasse, sua presença suave e insidiosa. Vestia-se com um terno impecável, o cabelo liso e bem-arrumado, os olhos penetrantes, mas vazios. Ele exalava uma calma desconcertante, mas havia algo de profundamente perturbador em seu comportamento. Como se soubesse algo que ninguém mais sabia, como se fosse impossível prever suas intenções.
Noah: "Quem é você?"
O homem sorriu com uma calma inquietante, como se estivesse em total controle da situação. Sua voz, suave e melodiosa, contrastava com a tensão que começava a crescer.
Alistair: "Ah, vocês... Que surpresa agradável. Não costumo encontrar aventureiros por aqui. E um mago, uma guardiã e... o filho de Arlete. Um grupo interessante, sem dúvida."
Noah sentiu um calafrio percorrer sua espinha ao ouvir o homem mencionar sua origem. Como ele sabia de Arlete? Quem era ele realmente?
Noah: "O que você quer? Como sabe de mim?"
Alistair inclinou a cabeça, o sorriso em seus lábios nunca desaparecendo. Ele não parecia se apressar em responder, como se a resposta fosse óbvia para ele. Ele se aproximou de Noah lentamente, seus passos medidos, observando cada movimento com interesse quase clínico.
Alistair: "Ah, a pressa... Uma fraqueza. Mas não se preocupe, jovem Noah. Eu não vim aqui para causar danos, pelo menos, não de imediato. Eu só... gosto de observar. Ver como as pessoas reagem em situações interessantes. Como vocês, por exemplo."
Ele deu um passo mais perto, os olhos fixos em Noah com uma intensidade perturbadora. O tom de sua voz era sempre calmo, controlado, mas havia algo de insidioso nele, como se sua mente estivesse manipulando tudo ao seu redor.
Alistair: "Você carrega um poder fascinante. Fogo... Chamas que queimam, purificam, consomem. Mas, e se, no fundo, essas chamas não forem apenas fogo? O que você realmente deseja, Noah? O que está disposto a sacrificar para alcançar seus objetivos?"
Noah franziu a testa, a pergunta pesando sobre ele. Era um desafio psicológico, uma tentativa de manipulação. Ele sabia disso, mas não sabia como responder.
Noah: "Eu não tenho tempo para jogos. Estou em busca de respostas. E se você é um obstáculo, eu não hesitarei em agir."
Alistair sorriu mais uma vez, seu sorriso agora mais amplo, mas nunca perdendo a compostura elegante. Ele não se abalou com a ameaça de Noah. Na verdade, parecia que ele estava se divertindo. Era como se ele soubesse exatamente como o jogo iria terminar.
Alistair: "Ah, meu caro Noah, você ainda não entende. Eu não sou um inimigo simples. Eu não luto como outros. Eu manipulo. Eu faço com que as pessoas joguem o jogo da minha maneira. O que eu quero... não é sangue ou batalha. O que eu desejo é algo mais profundo. Algo que só você pode dar."
Ária, que havia se mantido em silêncio até então, deu um passo à frente, seu olhar severo.
Ária: "Você fala em enigmas, mas seus jogos não me interessam. Se você é uma ameaça, vamos detê-lo."
Alistair olhou para Ária, seu olhar se suavizando como se ela fosse apenas mais uma peça no tabuleiro.
Alistair: "Ah, a Guardiã de Áurora. Eu já ouvi falar de você. Seu brilho é fascinante, mas, no final das contas, todos têm um ponto fraco. E eu, bem... sou muito bom em encontrar esses pontos. Mas eu não tenho pressa, não. O jogo começou, e, por enquanto, vou me retirar. Até logo, meus caros."
Sem mais palavras, Alistair deu as costas e começou a andar calmamente em direção à rua escura, desaparecendo na névoa da noite com a mesma tranquilidade com que havia aparecido. Sua presença era como um sussurro no vento, algo que permanecia mesmo depois de sua partida.
Loons: "O que... o que foi isso? Ele não é normal."
Noah: "Eu sei. Ele sabe mais do que deveria saber. Ele não é uma ameaça direta, mas... há algo nele que me incomoda. Ele não vai embora tão facilmente."
Son Heng apareceu do fundo da rua, observando a cena com uma expressão grave.
Son Heng: "Alistair... Ele não é como os outros inimigos que enfrentamos. Ele é um manipulador, um mestre das mentes. Não o subestimem, pois suas palavras podem ser mais perigosas do que qualquer espada."
Noah sentiu o peso da realidade se instalar. Eles não estavam lidando apenas com um inimigo físico, mas com alguém que jogava com as mentes das pessoas, que distorcia a percepção da realidade e os manipulava a seu favor. E Noah sabia, no fundo, que Alistair não tinha partido. Ele apenas os havia deixado em paz por enquanto. Mas esse jogo, ele sentia, estava apenas começando.