3 de Janeiro de 1246,
Algures numa caverna de uma floresta do Reino Uruzenak.
Há entrada da caverna, Freya observa Jail fora, com um animal pequeno de pelo branco, com 9 caudas peludas e olhos lilases, que está em cima do ombro direito de Jail.
—Tens certeza que não queres te despedir deles.
—Despedidas são complicadas e tristes. Acho que eles acham o mesmo.
—Realmente. Eles acabaram por aprender contigo e ter o mesmo tipo de pensamento. Tornas-te um professor e guia para elas.
—É… mas nós nos iremos ver brevemente também.
—Bem, já está na hora de voltares para casa. Por mais que pensem que morreste naquele dia, eles vão gostar de saber que estás vivo e que voltas-te para eles.
—Mestra! Obrigado por tudo.
Jail inclina ligeiramente a cabeça para o lado esquerdo, desviando-se de uma pedra, que acerta uma árvore e explode com ela.
—Já te disse que não precisas de me agradecer por nada.
—Eu sei. Só queria te provocar uma última vez antes de partir.
Freya suspira.
—O meu primeiro e único aluno. Mas- - -
—Sim. Eu sei. Não quero me destacar muito até que seja preciso. Vou andando Mestra.
—Espero que consigas voltar para a tua família.
Jail vira de costas e caminha na direção da floresta.
'Jail, a tua linha do destino tem muitos nós. Algo grandioso está a esperar por ti no futuro. Com o nascimento da Alix, as nossas linhas do destino acabaram por cruzar-se, mostrando que os dois estarão juntos até o fim, mesmo que eu tenha que selar por alguns anos as memórias de quando tivemos juntos. Não sei o que eles querem contigo, mas mas não sabem sobre a Alix, protege-o deles Alix.'
2 horas depois,
Algures na floresta do Reino Uruzenak junto da fronteira com Sloffizia.
Jail caminha pela floresta cambaleando de árvore em árvore, enquanto sente uma dor forte no seu olho esquerdo, tapando-o com a mão esquerda.
'Porque do nada comecei a me sentir mal e com dores?'
Alix roça no rosto de Jail preocupada.
—Estou bem Alix. Vamos só parar um pouco para descansar e voltarmos a seguir viagem.
Jail vira numa pequena clareira e encosta-se a uma grande árvore e Alix salta para o colo, roçando na mão direita de Jail, que ele levanta e acaricia a sua cabeça.
—Está tudo bem. Não precisas de te preocupar…
Jail percebe algo.
—Alix. Vai para dentro dos arbustos agora. 'Sinto a presença de alguém, mas não estou a conseguir usar magia de nenhuma forma.'
Cinco homens saem dentro dos arbustos, armados com espadas, adagas e lanças, equipados com uma armadura leve de couro com algumas placas de metal. Um dos 5 homens aproxima-se de Jail sentado e encostado à árvore, de cabelo amarelo esverdeado curto e despenteado e olhos verdes, empunhando uma espada na mão direita. O seu nome é Diego.
—Ora, ora, ora. O que temos aqui. Não é uma presa fácil?
O homem logo atrás, de cabelos pelos ombros de cor castanha com olhos castanhos, empunhando duas adagas. O seu nome é Ramirez.
—Com o estado que ele está, vai ser fácil de o levar connosco. Quanto achas que vamos conseguir ganhar ao o vender, Chefe?
—Não sei. Mas espero que nos valha algum valor mais alto que todos os outros no hangar.
—Não passam de covardes a se aproveitarem de uma criança.
—Isso não nos interessa pirralho. O que importa é o quanto vais nos valer depois de vender.
—Chefe. Talvez a Graça o compre. Ela costuma comprar crianças jovens para usar os seus fetiches enquanto tenta reduzir o seu libido. Gostava que fosse eu, mas ela só quer crianças.
'Não consigo usar magia. E o meu corpo não está bem. Estou definitivamente em desvantagem. Posso tentar fugir, mas vou ser apanhado pelo estado do meu corpo. Por mais que a Alix possa me ajudar não quero a colocar em perigo. Acho que a melhor forma é mesmo tentar revidar e amenizar os danos ao ser capturado.'
Jail levanta-se e corre na direção do homem, desviando-se por pouco com pouca reação, levando uma joelhada no abdômen de Ramirez, que o faz desmaiar.
—Pirralhos sempre serão burros e estúpidos. Vamos voltar pessoal.