A vastidão do cosmos era mais antiga do que qualquer memória ou registro. Em uma época onde as galáxias ainda formavam suas primeiras constelações e a luz das estrelas dançava com um brilho inexperiente, existia um mundo que se destacava pelo seu equilíbrio: Eldoria. Esse planeta, um paraíso de florestas infinitas, montanhas altíssimas e mares cintilantes, era o coração de uma rede mágica que interligava a vida de todo o universo. No centro dessa conexão estava Shibai, o mago mais poderoso que já existiu, conhecido por sua sabedoria e bondade.
Shibai não era apenas um mago, mas um guardião de forças antigas que personificavam os elementos mais essenciais da existência: Fogo, Água, Terra, Ar, Luz, Escuridão e Raio. Ele caminhava entre os mortais como uma figura imponente, com longas vestes douradas que refletiam a luz do sol e uma coroa de cristais que irradiava poder. Seu olhar era profundo, e as histórias diziam que aqueles que o encaravam viam o reflexo de suas próprias almas.
Mas a paz que Shibai e seu mundo protegiam estava em perigo. Nas profundezas do universo, uma entidade de pura escuridão despertava de seu sono milenar. Chamavam-na de O Uivo Vazio, uma força que devorava tudo em seu caminho e deixava um rastro de destruição onde antes existia vida. Sua chegada era anunciada pelo vento que carregava um lamento triste, fazendo os céus escurecerem e as estrelas piscarem com medo.
Shibai sabia que enfrentá-la diretamente seria o maior desafio de sua existência. Ele não temia a morte, mas sim o que aconteceria se falhasse em proteger o que havia jurado salvaguardar. Reunindo seus discípulos mais fiéis e as criaturas guardiãs que viviam em Eldoria, ele formulou um plano: enfrentar O Uivo Vazio em um confronto épico que definiria o destino de todas as galáxias.
O combate foi tão grandioso que os céus de Eldoria se tornaram um teatro de cores e explosões. Relâmpagos cortavam as nuvens em múltiplas direções, rios de lava emergiam das montanhas e engoliam florestas, enquanto ventos gelados varriam desertos, congelando até mesmo o ar. Shibai e a entidade lutavam com forças que nenhum outro ser poderia imaginar. Cada movimento fazia o chão tremer e o próprio tempo hesitar, como se o universo prendesse a respiração.
Por mais que a batalha fosse feroz, Shibai sabia que não poderia destruir O Uivo Vazio sem comprometer a própria estrutura do universo. A entidade não era apenas uma ameaça; era uma representação do caos primordial, um equilíbrio sombrio para a criação. Decidido a proteger tanto o universo quanto as forças que o sustentavam, Shibai executou seu plano final: ele selaria a entidade, dividindo seu próprio poder entre as galáxias. Dessa forma, a essência de O Uivo Vazio seria contida, mas sua existência servia como um lembrete de que a luz e a escuridão eram interdependentes.
Com um último gesto, Shibai proferiu palavras de uma língua esquecida, selando a entidade em um cristal eterno e lançando sua própria essência em sete direções diferentes. Cada pedaço de seu poder tomou forma em uma galáxia distinta, tornando-se a base para futuras civilizações. Em cada um desses locais, ele fundou a Elementar Academy, lugares sagrados onde os guardiões do futuro aprenderiam a manter o equilíbrio que ele havia sacrificado tudo para proteger.
Quando a poeira da batalha finalmente se dissipou, Eldoria estava mudada para sempre. A energia que antes era controlada por Shibai agora estava espalhada, protegida por mundos distantes e por aqueles que ainda estavam por vir. Os ecos de sua luta se tornaram lendas, sussurradas nas noites em que os céus se iluminavam com a dança das estrelas. E assim, de seu ato final de sacrifício e esperança, nasciam as academias que moldariam heróis e vilões por eras incontáveis.
Daquele dia em diante, a promessa de Shibai ecoava nos corações dos sábios e dos guerreiros: o equilíbrio da criação deveria ser mantido, pois o preço de ignorar essa verdade poderia ser mais terrível do que qualquer pesadelo.