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Chapter 12 - O Último Veredito

O Templo da Ascensão erguia-se como uma estrutura imponente, encravada entre montanhas e cercada por um céu tempestuoso. Raios cortavam o firmamento, iluminando brevemente as estátuas que guardavam a entrada, figuras imponentes de guerreiros celestiais e sombrios.

Gtx e Mers estavam diante das portas gigantescas, cada um carregando o peso de seus próprios objetivos.

– Tem certeza de que quer fazer isso? – perguntou Mers, examinando as inscrições na porta. – Este lugar grita "armadilha".

– Se for, eu aceito – respondeu Gtx, com firmeza. – Seraphion precisa entender que minha existência não é uma ameaça, mas uma ponte.

Mers ergueu uma sobrancelha, divertido.

– Um pouco dramático, mas vou deixar passar. Vamos logo antes que eu me arrependa.

As portas se abriram lentamente, revelando um vasto salão iluminado por uma luz dourada que emanava de um cristal no teto. No centro, Seraphion os aguardava, sua armadura reluzindo e sua Espada da Punição brilhando como um farol de destruição.

– Gtx – disse Seraphion, sua voz reverberando pelo templo. – Você insiste em desafiar a ordem celestial. Hoje, seu destino será selado.

– Não estou aqui para desafiar nada – respondeu Gtx, avançando. – Estou aqui para provar que há outro caminho.

Seraphion ergueu sua espada, a luz pulsando com uma intensidade avassaladora.

– A ordem não pode ser corrompida. Você é uma aberração que ameaça o equilíbrio!

– E quem decide o que é equilíbrio? – retrucou Gtx, ativando sua Aura Obscura. – Talvez o que você teme seja a mudança.

Antes que Seraphion pudesse responder, a batalha começou.

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A espada de Seraphion desceu como um raio, encontrando a escuridão de Gtx em um impacto que fez o chão do templo tremer. Mers recuou para os cantos, observando com cuidado enquanto os dois lutavam com uma intensidade que parecia partir o próprio ar ao redor deles.

Gtx usava sua escuridão para neutralizar os ataques de luz, mas cada golpe de Seraphion era mais rápido e pesado que o anterior.

– Você não entende o que está em jogo! – rugiu Seraphion, desferindo um ataque que abriu uma fissura no chão.

– Talvez você também não entenda! – respondeu Gtx, desviando por pouco e contra-atacando com uma explosão de sombras que envolveu Seraphion momentaneamente.

Mers, aproveitando o momento, lançou uma onda sonora para desorientar o Guardião Celestial, dando a Gtx uma abertura para atacá-lo diretamente.

– Essa é sua deixa, Gtx! – gritou Mers.

Gtx canalizou toda sua energia em um golpe, criando uma esfera de trevas que colidiu com Seraphion, jogando-o contra as colunas do templo.

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Seraphion se ergueu, respirando pesadamente, mas seus olhos brilhavam com determinação.

– Admito que você é forte, Gtx, mas isso não muda o fato de que sua existência é uma afronta à ordem.

Gtx deu um passo à frente, ferido, mas ainda firme.

– Você fala de ordem, mas não consegue enxergar que a luz sem escuridão é uma tirania. Eu não sou seu inimigo, Seraphion. Sou aquilo que mantém o equilíbrio.

As palavras de Gtx ecoaram pelo templo, e por um momento, Seraphion hesitou. Sua espada tremeu em suas mãos enquanto ele encarava o híbrido à sua frente.

– Equilíbrio… – murmurou o Guardião.

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Antes que Seraphion pudesse tomar uma decisão, o cristal no teto começou a pulsar, projetando imagens antigas: visões de guerras entre luz e trevas, e uma profecia que falava de um ser destinado a unir os dois extremos.

Seraphion observou as imagens com expressão conflitante.

– Você é… o Guardião da Harmonia?

Gtx assentiu, firme.

– Sim, e meu propósito não é destruir a ordem, mas reforçá-la de uma maneira que você e os outros temem.

Seraphion abaixou sua espada lentamente, encarando Gtx.

– Se isso for verdade, então fui enganado. Mas ainda há dúvidas que precisam ser respondidas.

Mers se aproximou, sorrindo.

– Parece que o grandão está começando a pensar. Isso já é um progresso.

Gtx ignorou o comentário, mantendo o olhar fixo em Seraphion.

– Não estou pedindo que confie em mim agora. Apenas que me dê a chance de provar meu propósito.

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Após um longo silêncio, Seraphion cravou sua espada no chão, em um gesto de trégua.

– Você terá sua chance, Gtx. Mas saiba que estarei observando.

A tensão no templo diminuiu, e as luzes que antes oscilavam violentamente voltaram a brilhar de forma suave.

– Então é isso? – perguntou Mers. – Sem mais destruição épica?

Gtx lançou um olhar exasperado para o aliado, mas não respondeu.

Seraphion deu as costas, pronto para partir.

– O Conselho Celestial ouvirá sobre isso. Se suas ações provarem ser contrárias à harmonia, não hesitarei em cumprir meu dever.

– E eu farei o mesmo para provar meu valor – respondeu Gtx.

Com isso, Seraphion desapareceu em um raio de luz, deixando Gtx e Mers sozinhos no templo vazio.

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Mers soltou um suspiro aliviado.

– Bem, isso foi intenso. Mas acho que você conseguiu algo raro: fazer um celestial pensar duas vezes.

Gtx olhou para o cristal acima, refletindo sobre as visões que havia visto.

– A luta ainda não acabou. Mas pelo menos agora temos uma chance de criar algo novo.

Mers deu de ombros.

– Só espero que "algo novo" não envolva me jogar contra mais celestiais com espadas brilhantes.

Os dois deixaram o templo, conscientes de que a verdadeira batalha estava apenas começando.