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Chapter 17 - Capítulo 17

A adrenalina ainda pulsava nas veias de Lucas e Ana enquanto eles dirigiam, suas mentes fervilhando com a urgência da situação. O ataque em seu carro havia sido um aviso claro: eles estavam em perigo e precisavam agir rapidamente. A única saída que conseguiam imaginar era expor tudo pela internet.

"Precisamos fazer isso agora", Lucas disse, sua voz firme. "Se nós não falarmos, quem falará? A população precisa saber a verdade sobre a corrupção que está corroendo este país."

Ana concordou, sabendo que a visibilidade poderia ser a única maneira de garantir que não seriam silenciados. "Vamos usar o Twitter. É uma plataforma que pode atingir milhões de pessoas rapidamente."

Em um café fechado onde conseguiram se refugiar, Lucas e Ana se sentaram em uma mesa afastada, com os olhos atentos à porta, temendo que alguém os seguisse. Com os dedos nervosos, começaram a digitar. Eles criaram uma thread que revelava cada nome na lista de Heitor, junto com os crimes que haviam cometido. Era um apelo à população, um chamado à ação.

"Estamos em um ponto sem volta", Ana sussurrou, enquanto Lucas revisava o texto. "Se fizermos isso, não haverá como voltar atrás."

"É isso que queremos", Lucas respondeu, determinado. "Precisamos que as pessoas se unam contra essa corrupção. É a única maneira de mudar as coisas."

Após algumas edições e revisões, a mensagem foi postada. Instantaneamente, as reações começaram a aparecer. Os retweets se multiplicaram, e a indignação da população foi visceral. As hashtags se tornaram trending topics, e as pessoas começaram a compartilhar suas próprias experiências de corrupção e abuso de poder.

A revolta tomou conta das redes sociais e rapidamente se espalhou pelas ruas. Manifestações e protestos começaram a surgir em várias cidades, com cidadãos clamando por justiça e responsabilização. Os gritos por mudança ecoavam, e a pressão sobre as autoridades aumentava.

"Isso está tomando proporções enormes", Ana observou, o coração acelerado com a intensidade do que estavam presenciando. "Pelo menos agora eles não podem ignorar isso."

Em resposta ao clamor popular, as autoridades prometeram que iriam investigar e prender todos os envolvidos na corrupção. Algumas prisões foram feitas rapidamente, e a sensação de vitória parecia palpável.

No entanto, à medida que os dias passavam e a fúria da população se acalmava, a realidade começou a se revelar. Aqueles que foram presos logo começaram a ser soltos, alegando falta de provas e erros processuais. Alguns conseguiram até prisão domiciliar, enquanto outros foram reeleitos para cargos importantes, como se nada tivesse acontecido.

A frustração tomou conta de Lucas e Ana ao verem o descontentamento do público diminuir. "Não pode ser possível que eles consigam manipular a população assim", Lucas disse, sua voz cheia de incredulidade. "Acho que a indignação foi apenas passageira."

Ana balançou a cabeça, uma mistura de desespero e raiva surgindo dentro dela. "As pessoas são facilmente enganadas. Elas esquecem rápido e voltam a confiar naqueles que as traíram. Precisamos encontrar uma maneira de mantê-las informadas, de garantir que isso não seja esquecido."

Lucas olhou para a tela do computador, os comentários e as reações que antes eram cheios de esperança agora se transformavam em apatia. "Não podemos desistir", disse ele, sentindo uma chama de determinação reacender. "Vamos continuar a lutar. Se a população não pode ser confiável, precisamos ser nós a voz deles. Vamos manter a pressão, usar todas as ferramentas que temos."

"Sim", Ana respondeu, determinada. "Vamos criar um movimento, algo que mantenha essa questão viva. Precisamos de aliados, de pessoas que estejam dispostas a lutar com a gente."

E assim, em meio ao caos e à frustração, Lucas e Ana decidiram que não se deixariam vencer. A luta contra a corrupção estava longe de acabar, e mesmo que o sistema tentasse silenciá-los, eles estavam prontos para continuar a expor a verdade, determinado a não deixar que a esperança se apagasse. O caminho à frente seria difícil, mas a chama da resistência havia sido acesa, e eles estavam dispostos a lutar até o fim.