**Capítulo 1: O Despertar do Desconhecido**
A escuridão envolvia tudo. Era densa, absoluta, como um oceano de vazio que se estendia até o infinito. Não havia sons, nem formas, nem memórias. Apenas o nada. Klaus estava perdido nesse abismo, uma consciência suspensa no vácuo, sem noção de tempo ou espaço. Ele não se lembrava de quem era, de onde vinha, ou sequer se ainda existia de fato. O vazio era total, até que, gradualmente, algo começou a mudar.
Primeiro, foi um sussurro no fundo de sua mente, como uma brisa que agitava as sombras. Depois, uma leve sensação de calor, uma fagulha de vida surgindo de um canto distante da escuridão. Essa fagulha cresceu, aos poucos, e começou a irradiar uma luz suave, até que a escuridão foi finalmente dissipada. Klaus sentiu-se sendo puxado de volta, como se uma força invisível o arrastasse de onde quer que estivesse. As memórias começaram a retornar, fragmentadas e caóticas, mas reconhecíveis. Ele não estava mais no mundo de antes.
Então, como se despertasse de um longo sono, seus olhos se abriram de repente. Ele piscou várias vezes, confuso. O que viu à sua frente não era familiar. Estava deitado em uma cama simples, coberto por um cobertor surrado, em um quarto pequeno e modesto. O teto de madeira rústica, as paredes manchadas e o leve cheiro de poeira no ar davam a impressão de um ambiente velho, desgastado pelo tempo. Seus sentidos estavam gradualmente retornando, e com eles, uma sensação estranha de que algo estava profundamente errado.
Klaus tentou se mover, sentindo seus membros rígidos. Levantou-se da cama com alguma dificuldade, os músculos pareciam descoordenados, como se não estivessem habituados ao movimento. Ele andou cambaleante até um pequeno espelho encostado na parede. O que viu refletido o deixou paralisado. Um garoto. Um menino de, no máximo, três anos de idade, cabelos negros curtos e olhos verdes brilhantes, encarava-o de volta. A pele clara e os traços infantis não correspondiam à imagem que ele esperava ver. Klaus tocou o próprio rosto, incrédulo, sentindo a pele macia e a pequena estrutura de seu corpo. Aquela não era a sua forma adulta.
Sua mente acelerou. Algo estava errado, terrivelmente errado. Ele sabia quem era. Sabia que não era um garoto. Klaus deveria ser um adulto, com uma vida normal, em outro lugar. Mas ali estava ele, no corpo de uma criança, em um ambiente totalmente diferente. Seu coração começou a acelerar. Tentou se lembrar do que havia acontecido antes disso, de como havia chegado ali. As memórias eram confusas, fragmentadas. O último pensamento claro que tinha era sobre sua antiga vida, sua morte. Ele morreu, disso tinha certeza. Mas, de alguma forma, estava vivo novamente.
Aos poucos, Klaus começou a se lembrar de fragmentos de sua vida passada. Ele não sabia como ou por que, mas suas memórias estavam voltando. Lembrou-se de assistir a animes durante sua juventude, em especial um que sempre o fascinara: **Naruto**. Era um mundo de ninjas poderosos, onde habilidades e lutas espetaculares definiam o destino das pessoas. O nome "Konoha", a Vila Oculta da Folha, surgiu em sua mente, e foi aí que tudo fez sentido. Ele estava ali, naquele universo fictício.
Incrédulo, ele olhou ao redor. A arquitetura, as roupas que vestia, tudo parecia familiar. Ele estava em Konoha. A realidade dessa situação começou a se fixar em sua mente. Ele não sabia como havia parado ali, mas estava, de alguma forma, no mundo de **Naruto**. Klaus sentiu um misto de emoções: espanto, confusão e, acima de tudo, uma súbita onda de ansiedade. Ele estava em um mundo de ninjas, onde lutas mortais e guerras eram uma constante. E ele, naquele momento, era uma criança indefesa.
***
Os dias se passaram e Klaus lentamente se adaptou à sua nova realidade. Descobriu que estava em um orfanato em Konoha, junto com outras crianças de sua idade ou mais velhas. Os cuidadores eram gentis, embora cansados, visivelmente sobrecarregados com o grande número de órfãos. Muitos deles, assim como Klaus, eram vítimas das recentes guerras que haviam assolado o mundo shinobi.
Klaus, no entanto, manteve-se afastado das outras crianças. Ele evitava brincar ou interagir muito, preferindo passar o tempo sozinho, observando tudo ao seu redor. Seus pensamentos estavam sempre voltados para o futuro. Ele sabia o que viria. Conhecia os grandes eventos que moldariam aquele mundo, e, acima de tudo, sabia que grandes perigos estavam por vir.
Certa noite, enquanto todos dormiam, Klaus não conseguiu mais conter sua inquietação. Ele se levantou da cama e saiu para o pátio, onde o ar fresco da noite tocou seu rosto. Ele olhou para o céu estrelado, sentindo uma estranha conexão com aquele mundo que, até pouco tempo atrás, acreditava ser apenas ficção. A lua brilhava alta, iluminando as ruas silenciosas da vila.
Foi então que ele sentiu algo estranho. Uma vibração suave, quase imperceptível, como se uma força estivesse pulsando dentro de si. Instintivamente, ele se concentrou, tentando entender o que estava acontecendo. E, então, uma voz mecânica e fria ecoou em sua mente.
— **Sistema Krypton Gold ativado.**
Klaus congelou. Ele olhou ao redor, mas não havia ninguém. Aquela voz... não vinha de fora, mas de dentro de sua cabeça. Antes que pudesse processar o que estava acontecendo, uma tela translúcida apareceu diante de seus olhos, flutuando no ar. Era algo que ele conhecia bem dos jogos e histórias que lia. Uma interface, como um sistema de RPG, apresentava-se claramente à sua frente.
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**Sistema Krypton Gold**
**Saldo: 0 Golden Coins**
**Opções:**
1. **Comprar Habilidades**
2. **Comprar Conhecimentos**
3. **Comprar Itens**
4. **Status**
5. **Histórico de Transações**
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Klaus piscou, incrédulo. Aquilo definitivamente não fazia parte do mundo de **Naruto** que ele conhecia. Era algo totalmente diferente, algo que ele não previra. Um **sistema**? Ele já havia lido sobre isso em várias histórias de transmigração, onde protagonistas eram enviados a mundos diferentes com sistemas de jogo que os ajudavam a evoluir. Mas aquilo era real? Ele estendeu a mão, hesitante, e tocou a primeira opção. A tela mudou instantaneamente, mostrando uma lista de habilidades que poderiam ser adquiridas:
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**Habilidades Disponíveis:**
- Bunshin no Jutsu (Técnica do Clone) – 100 Golden Coins
- Henge no Jutsu (Técnica de Transformação) – 100 Golden Coins
- Kawarimi no Jutsu (Técnica de Substituição) – 150 Golden Coins
- Rasengan – 10.000 Golden Coins
- Chidori – 12.000 Golden Coins
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Ele sentiu uma onda de adrenalina ao ver os nomes das habilidades que conhecia tão bem. No entanto, todas estavam inacessíveis. Ele não tinha nenhuma moeda de ouro, e os preços eram exorbitantes, principalmente para as técnicas avançadas. Klaus fechou o menu com um suspiro. Apesar de estar empolgado com a ideia de ter um sistema para ajudá-lo, ele ainda estava muito longe de poder utilizá-lo de maneira significativa.
Seus olhos voltaram à tela e ele decidiu explorar mais. Concentrou-se e pensou no comando:
— **Status.**
Imediatamente, a tela mudou novamente, exibindo suas próprias informações:
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**Nome:** Klaus
**Idade:** 3 anos
**Pontos de Vida (HP):** 10/10
**Chakra:** 5/5
**Energia:** 10/10
**Força:** 2
**Agilidade:** 2
**Inteligência:** 12
**Controle de Chakra:** 0 (inicial)
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Klaus analisou os números à sua frente. Seus atributos estavam, como esperado, extremamente baixos. Ele era apenas uma criança comum, sem habilidades ninjas ou poderes especiais. No entanto, o número "0" ao lado de "Controle de Chakra" chamou sua atenção. Isso indicava que ele tinha o potencial para treinar e desenvolver controle de chakra, embora ainda não soubesse usá-lo.
Ele fechou a tela novamente e sentiu uma mistura de frustração e determinação. Sabia que estava muito longe de ser capaz de enfrentar qualquer perigo real naquele mundo. Mas ele também sabia que tinha uma vantagem inestimável: conhecimento. Klaus sabia o que o aguardava, sabia quem eram os jogadores-chave naquele universo e como os eventos se desenrolariam. Tudo o que precisava fazer era se preparar e evoluir antes que os grandes desafios surgissem.
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