Meu nome é December, mas minha história é mais complexa do que isso. Eu nasci em dezembro, mas não é apenas uma coincidência. Minha mãe completou 10 meses de gravidez em dezembro, o que fez meu nascimento ser algo extremamente incomum.
Minha mãe sempre achou que isso era um sinal divino, um presságio de algo especial. E assim, ela me nomeou com o mesmo nome do mês em que nasci.
Meu apelido deveria ser Amber, mas como é feminino, meus amigos me apelidaram de Beer. É assim que todos me conhecem.
Emma era o nome dela, a garota mais linda que o mundo já conheceu. Emma era suave, gentil, delicada como uma flor. Seus cachos loiros e curtos sacodiam suavemente com o vento, seus olhos azuis pareciam dar vida a quem os olhasse.
Eu ainda me lembro do dia em que Emma desapareceu. Era como se o mundo tivesse parado de girar no momento em que soube da notícia. Eu estava na escola, sentado na minha carteira, tentando prestar atenção na aula, mas minha mente estava longe. A minha razão de querer ir à escola era justamente aquele punhado de cachos loiros que havia desaparecido.
Eu pensava nela o tempo todo, sentia meu coração doer e lágrimas saltarem de meus olhos sem que eu conseguisse controlar. Emma era a garota dos meus sonhos desde que éramos crianças. Não suportaria a dor de saber que ela se foi para sempre, não suportava imaginar ela em alguma situação ruim sem ninguém para ajudá-la.
Emma era a garota mais linda da cidade, filha do poderoso empresário Henry Lee. Não que eu me importe com títulos de riquezas; normalmente nem me lembrava disso. Eu sempre fui secretamente apaixonado por Emma e nunca tive coragem de me aproximar ou falar algo para ela; eu a admirava, tentava protegê-la de longe.
Eu a via todos os dias, mas nunca sabia o que dizer, até que se tornou tarde demais para isso. No dia de seu desaparecimento, Emma saiu da escola normalmente, assim como fazia todos os dias, porém desta vez ela nunca chegou em casa. Seu celular estava morto, e ninguém sabia onde ela estava. A família Lee estava desesperada, e a polícia foi chamada.
O assunto logo se tornou o mais comentado por todos. Dois dias do desaparecimento de Emma se passaram, e a cidade estava em um estado de pânico. As pessoas falavam sobre o desaparecimento de Emma em todos os cantos, e a imprensa local e internacional cobria a história. Dois dias e absolutamente nada foi encontrado: nenhum fio de cabelo, pegada ou digitais, nada.
Eu estava deitado em minha cama chorando, meus olhos já estavam inchados e minha barriga roncando; não havia conseguido comer nada naquele dia, mas nada disso conseguia ter minha atenção, não tanto quanto os pensamentos que me viam a mente sobre Emma. Meus pensamentos estavam sendo cruéis comigo, imaginando milhões de cenários brutais que poderiam ter acontecido com Emma e me culpando por eu não ter feito nada quando havia tempo.
Se ao menos eu tivesse sido amigo dela, talvez eu estivesse junto a ela naquele dia em que desapareceu. De repente, sem aviso prévio, um som enorme, parecendo vir dos céus, nos assustou. Deu para sentir a cidade toda parando com aquele som, um som metálico e brusco, como se o céu tivesse se rasgado ao meio.
Levantei rapidamente da cama e olhei para fora através da janela do quarto por puro instinto, e vi a coisa mais supreendente e inesperada que meus olhos já viram. Era um castelo enorme no meio da cidade. Era como se tivesse sido teleportado no exato momento em que aquele som nos assustou.
O castelo era enorme e tinha uma aparência idêntica aos castelos das princesas dos contos de fadas; parecia realmente ter vindo de outro lugar. Ele era branco, com detalhes que pareciam ser em ouro, reluzia ao sol. Havia várias torres com muitas janelas; era espetacularmente lindo.
O mais curioso era o que estava em volta dele: uma redoma transparente, que parecia ser feita puramente de magia, o envolvia como uma enorme bolha de sabão. Aquilo era o tipo de coisa que só acontecia em filmes e livros. Como um castelo enorme envolvido por uma redoma apareceu misteriosamente no meio da cidade?
Eu precisava ir ver aquilo de perto, ideia da qual a cidade toda também teve. Em poucos minutos, eu estava entre a multidão que se amontoava em volta do castelo, já não me importando se meus olhos estavam nitidamente inchados e meu cabelo bagunçado. Eu estava olhando para aquele enorme castelo com uma mistura de fascínio e medo.
Eu não sabia o que estava acontecendo, como aquilo tinha acontecido, o que de fato era aquilo, mas sentia que estava conectado ao castelo de alguma forma. Eu pude sentir pela primeira vez na vida o sabor da mágia verdadeira, mágia pura em meus pulmões.
A multidão estava em silêncio, perplexa, todos olhando para o castelo com a mesma expressão de espanto. Alguns tentaram tocar na redoma, mas ela era impermeável. Era como se fosse feita de ar, mas não se podia passar através dela.