Meu nome é Marcos Vinicius Silva. Eu nasci em 5 de março de 2011 e tenho 10 anos. Minha história começa como qualquer outra história dessas que qualquer um pode contar. Eu estava no quinto ano da escola e não era muito especial. Eu sempre andava com meus melhores amigos, João Gabriel e Luzia. João Gabriel Fonseca era um menino um tanto quanto popular. Ele fazia parte do time de basquete da escola e tava se dando bem com os estudos. Bem, com minha ajuda, é claro. Já a minha outra amiga, Luzia Torres, era nerd. Ela gosta de todos os tipos de coisa nerd. Eu não sou experiente nisso, então vou deixar pra ela explicar outra hora.
Tudo começou num dia ensolarado, como um desses dias bons para ir à piscina. Eu estava saindo da escola, para ir ao clube que sempre ia. A mãe de João Gabriel estava levando ele para o treino de basquete, e eu tava acompanhando. Eu não era um menino muito esportivo, se é que me entendem.
Não me levem a mal, ele não é tão diferente de mim como parece. A parte dos esportes, sim, somos diferentes. Mas no resto, somos como irmãos. Nós jogamos videogame juntos, estudamos juntos, lançamos juntos, até que naquele dia algo nos separasse.
Eu senti uma dor no peito, e logo apaguei.
Acordei com minha mãe, Erika, conversando com um médico, sobre o que havia acontecido.
Ela veio até mim, e eu, meio que sem entender nada, ouvia.
- Marcos, você vai ter que ficar algum tempo no hospital, pra eles fazerem alguns exames. Tudo bem, filho?
Eu fiz que sim com a cabeça. Seja lá qual fosse o motivo, mamãe estava séria, e eu não queria deixá-la irritada.
Após alguns dias comecei a desconfiar que algo estava errado. Todos que conhecia até o momento vieram me visitar no hospital, e a maioria não parecia feliz.
Alguns meses se passaram, e eu não saia do hospital. Eu recebia todos os dias algumas visitas de um médico, que ficava algumas horas com um estranho remédio que queimava no meu braço.
Mamãe se recusava a falar sobre, dizendo que eu não entenderia.
Até que um dia ela me contou, depois de tantas tentativas.
Ela dizia, com lágrimas nos olhos:
- Filho, você tem uma doença muito forte. Chama-se câncer. Eu não queria que sofresse, por isso não te contei. Você pode morrer, sabe? E isso faz a mamãe chorar! Eu não quero te perder!
Ela me abraçou e depois saiu.
Depois disso os dias foram passando, e se tornaram meses. Eu recebia visitas constantes de João Gabriel e de Luzia. Meu aniversário foi no hospital, e logo o verão chegou novamente.
Tão rápido, já fazia um ano que estava no hospital.
Um dia, sem que eu percebesse, mamãe descobriu que eu iria morrer em um mês ou talvez menos. Ela começou a ficar mais comigo, e largou o emprego dela. Faltando uma semana para o dia dito como minha morte, mamãe me contou. Eu fiquei alguns dias chorando sem parar, até que aceitei.
Na última noite, o médico, Doutor João, veio até mamãe, com uma notícia que mudaria tudo, e viraria minha vida de ponta-cabeça.