Seiren abre os olhos devagar, tentando ajustar a visão à luz suave que atravessa a densa folhagem da floresta. Ele se sente desorientado e fraco, com o corpo dolorido. O cheiro de terra úmida e folhas em decomposição enche o ar.
De longe, um velho sábio, observando Seiren com curiosidade, se aproxima.
"Parece que você finalmente acordou, jovem. O que faz um garoto como você perdido nessa floresta?"
Seiren tenta se levantar, sentindo uma onda de tontura.
"Eu... não sei. Não me lembro de nada... Quem é você?"
O velhote ajuda Seiren a se levantar. "Meu nome é Bai. Sou apenas um velho eremita que vive nas montanhas. E você, como se chama?"
"Seiren... Meu nome é Seiren."
Bai acena com a cabeça. "Você parece ter um passado complicado. Venha, precisamos sair daqui antes que as bestas retornem."
Enquanto Bai ajuda Seiren a caminhar, o som de galhos quebrando e rugidos distantes começa a ecoar pela floresta. De repente, um grupo de bestas selvagens surge das sombras, cercando os dois.
As bestas têm olhos alongados e presas afiadas, avançando lentamente em direção a Bai e Seiren. Bai, com um olhar determinado, se posiciona entre Seiren e as criaturas.
Bai concentra-se intensamente, as mãos formando selos intricados. "Seiren, fique atrás de mim," diz com firmeza. "Garra das Serpentes!"
As mãos de Bai começam a brilhar com uma energia esverdeada. De repente, uma série de serpentes formadas por pura energia emerge de seus braços, deslizando rapidamente em direção às bestas.
As serpentes de energia se enrolam ao redor das bestas, apertando com força. A cada movimento, é como se as serpentes estivessem atacando os pontos vitais das criaturas. As bestas lutam, mas a força esmagadora das serpentes é demais para elas.
Seiren, admirado, pergunta: "O que foi isso? Como você fez isso?"
Bai desfaz a técnica e começa a respirar fundo. "Isso é apenas uma fração do poder do cultivo, jovem Seiren. Há muito mais para aprender. Agora, vamos para minha cabana. Você precisa se recuperar."
A cabana de Bai é simples, mas acolhedora. Prateleiras cheias de pergaminhos e ervas secas cobrem as paredes, enquanto uma pequena lareira aquece o ambiente. Seiren está sentado em um tapete, observando Bai preparar uma infusão de ervas.
Bai serve uma xícara de chá a Seiren. "Este chá vai ajudar a aliviar suas dores e recuperar sua energia. Beba devagar."
Seiren pega a xícara com um aceno de cabeça. "Obrigado."
Enquanto bebe o chá, Seiren começa a ter flashes de memória: visões de uma batalha violenta, gritos e uma figura sombria sussurrando seu nome. Ele abre os olhos, tentando focar no presente.
Bai observa Seiren atentamente. "Você parece estar lutando contra algo dentro de si. Quer falar sobre isso?"
Seiren balança a cabeça. "Ainda não sei o que é... apenas lembranças fragmentadas. Mas sinto que há algo mais sombrio esperando para ser revelado."
Bai olha diretamente nos olhos de Seiren. "Seiren, eu posso te ensinar a cultivar. Quer aprender? Pode ser um caminho para entender e controlar o que está dentro de você."
Seiren fica pensativo, finalmente acenando. "Sim, estou pronto para aprender. Qual é o primeiro passo?"
Bai senta-se à frente de Seiren. "Vamos começar com o básico do cultivo. Entender o fluxo de energia e como canalizá-la é o primeiro passo."
Seiren, curioso, mas cauteloso, pergunta: "E se... isso mudar algo em mim? Algo que eu não posso controlar?"
Bai sorri levemente. "O cultivo não é apenas sobre poder, Seiren. É sobre controle, equilíbrio e compreensão. Você deve aprender a dominar a energia antes que ela domine você."
Bai começa a explicar os princípios do cultivo, falando sobre como a energia flui através dos meridianos do corpo e como técnicas específicas podem amplificar ou direcionar essa energia. Ele demonstra um movimento simples, pedindo a Seiren para imitá-lo.
Seiren, executando os movimentos com concentração, comenta: "Então, é uma questão de sentir a energia e guiá-la?"
Bai responde: "Exatamente. Cada movimento, cada respiração, deve ser feito com intenção. Com o tempo, você vai perceber a diferença."
Seiren pensa consigo mesmo: "Algo dentro de mim ressoa com isso... mas ao mesmo tempo, sinto uma escuridão crescendo. Será que esse poder vai me levar mais perto da verdade ou apenas me mergulhar mais fundo nas sombras?"
Bai diz: "Por hoje, vamos encerrar. Você precisa descansar e permitir que seu corpo e mente se ajustem a essas novas sensações."
Seiren acena de cabeça, mas permanece pensativo. "Obrigado, Bai. Vou tentar."