Ele estava em sua casa, deitado em sua cama, quando, de repente ****** entrou em óbito. Nesse momento, sua visão começou a escurecer, e ele morreu. Antes de falecer, ele pensava que, ao morrer, ele iria descansar e simplesmente deixar de existir. No entanto, para sua surpresa, ele descobriu que havia entrado em outro plano — um plano difícil de descrever, uma dimensão além da quarta dimensão.
Nesse novo estado, ele se sentia vibrando, mas não era uma sensação ruim; era como se essa vibração fizesse parte de quem ele era agora. Ele assumiu uma forma circular, mas não estava preso a essa forma, as vezes variava até mesmo como o símbolo do infinito. Não sentia fome ou sede, mas ainda tinha vontades.
Ele começou a observar tanto o plano em que estava quanto o plano abaixo que ele havia deixado. O tempo parecia correr de maneira diferente quando ele observava. Mas como ele observava? Nem ele sabia muito bem. Ele simplesmente sentiu uma grande onda de energia, semelhante a ele, mas muito maior e mais forte, atraindo-o de maneira sutil. Ele decidiu aceitar esse chamado, mas não completamente. Optou por permanecer entre os dois planos, com metade de sua forma dentro dessa onda de energia e a outra metade fora.
Quando a parte de si que estava dentro da grande onda de energia se conectou, ele sentiu como se fosse uma televisão captando sinais de várias frequências. Ele podia escolher o que observar, como se estivesse mudando de canal. Agora, ele era como uma antena com acesso a todas as frequências universais dessa onda gigantesca. Ele sabia que, se se permitisse ser completamente absorvido, perderia sua individualidade.
Após o que, para ele, pareceram anos (mas, no plano abaixo, foram apenas dias), Começou a sentir que sua vontade de permanecer ali estava diminuindo. No início, ele estava fascinado em ver cada ideia, cada razão e cada escolha das consciências inferiores. Planetas, astros e galáxias o interessavam, mas até isso perdeu seu brilho com o tempo. Ele já estava naquele estado por cinco anos, pouco mas para ele que sua vontade sempre foi livre, não havia razão.
Na sua concepção, nada mais parecia novo.
Ele havia crescido um pouco nesse tempo, mas ainda assim, seu tamanho era insignificante em comparação com a onda gigantesca de energia à qual estava acoplado. Finalmente, decidiu sair dali para explorar novas ondas e vibrações que pudessem despertá-lo de novo. Era a sua vontade.
Em sua jornada, assumiu uma forma giratória e se despediu de sua morada sem hesitação. Para ele, estava viajando rapidamente, mas ainda assim, dias e meses se passaram até que ele encontrou um novo lugar. No quarto mês, chegou a uma nova onda, mas não era o que ele esperava. Era muito menor e mais fraca do que a anterior, e havia pouco o que absorver e observar daquele local. Mesmo assim, ele decidiu permanecer ali por um tempo, para recuperar suas forças.
Após a longa viagem, percebeu que havia perdido um pouco de sua energia e vontade. Aquela onda seria sua casa temporária enquanto ele se restabelecia.
Os planetas eram inabitáveis, as galáxias eram poucas, e os eventos catastróficos eram raros. Ele não conseguiu ficar ali nem por um mês.
Recuperando apenas 50% do que havia perdido, Ele se desprendeu como alguém sem amor e sem apego, deixando o lugar, já desolado, ainda mais vazio.
Menos de dois dias de viagem depois, Ele sentiu algo diferente — algo que começou a fazê-lo parar de vibrar, como se estivesse o incapacitando, levando-o à beira da não existência. Ele sentiu uma parte de sua energia ser drenada, e, embora fosse pouco, isso fez sua vontade vacilar. Ele se afastou rapidamente; se tivesse pernas, gostaria de correr até sangrá-las, e se tivesse asas, gostaria de voar até quebrá-las.
Depois de um mês de puro pavor, Ele conseguiu sair do raio de absorção daquela força. Seu tamanho estava muito reduzido, quase tão pequeno quanto quando chegou àquela dimensão. Se Ele pudesse sentir medo, estaria aterrorizado nesse momento. Ele havia perdido quase tudo o que tinha absorvido durante os cinco longos anos na onda de origem.
Agora, movendo-se de forma calma e controlada, sua vontade havia sido testada e aprimorada. Ele sentia que havia ganhado algo com essa experiência, embora não soubesse o quê, pois não conseguia pensar claramente agora; Ele só possuía vontade e instinto. Sem perceber, Ele estava menos consciente do que a um mês atrás, justamente antes de perder parte de sua energia.
Mas algo tinha mudado pra melhor.
Vagando como um nômade por dias, em busca de algo que saciasse sua vontade, Ele finalmente sentiu algo.
Mesmo estando longe ele sentiu, ele não só tinha vontade agora, ele também tinha pressentimento.
Indo na direção do pressentimento e menos de um dia ele chegou.
Era forte, muito forte, semelhante à força anterior, mas desta vez diferente: não roubava sua energia, e sim a espalhava. Ele se sentiu melhor com isso; se tivesse pernas, estaria pulando de alegria, se tivesse boca, estaria rindo. Era como encontrar um ente querido ou alguém amado, um sentimento de felicidade e euforia. Ainda fraco por causa da jornada, Ele se aproximou e se acoplou a essa nova energia. Sua vontade de liberdade o impediu de entregar completamente, mas o permitiu entrar e se banhar naquele sentimento. Ele estava livre de corpo, alma e vontade.
O que sentiu e viu o deixou perplexo. Aquela energia e onda eram diferentes; Ele nunca tinha sentido uma frequência como aquela. Era complexa, bela e inovadora.
Havia vida ali, muitas formas de vida, na verdade. Ele absorveu, observou e analisou tudo como um animal curioso com um petisco novo, ou como alguém que acaba de fazer uma descoberta revolucionária. Era como se, após andar como um cachorro, ele de repente ganhasse asas, e começasse a voar, sentindo o vento no rosto, o calor do sol de mais perto, e o peso da gravidade.
Enquanto isso, o que ele não sabia era que a força que quase causou seu fim, um mês atrás, veio desse lugar, mas cada um tem sua individualidade, e nem todos tem a mesma frequência.
E assim 100 anos se passou.