Capítulo 9: A Enfermeira Kaori
Os pais de Lucas, Ricardo e Neide, decidiram que era hora de tirar um tempo para eles e saíram em uma segunda lua de mel. Deixaram Lucas sozinho em casa pela primeira vez, o que parecia uma oportunidade perfeita para ele aproveitar a liberdade. No entanto, o que Lucas não esperava era pegar uma gripe forte no meio dessa "liberdade".
Sentindo-se exausto, febril e sem conseguir se mover direito, Lucas estava deitado no sofá da sala, coberto com um monte de cobertores e tossindo sem parar. Foi então que Kaori, sua dedicada e enérgica namorada, soube da situação e resolveu intervir.
Ela apareceu na casa de Lucas sem avisar, trazendo sacolas de remédios, chás e uma sopa caseira que sua amiga Yuki tinha ajudado a preparar.
— Kaori: "Lucas! Você está bem?"
Ela entrou no quarto e o encontrou com o rosto pálido e os olhos vidrados de febre.
— Lucas: "Eu... estou ótimo..." — ele murmurou, claramente debilitado.
— Kaori: "Ótimo nada! Você está péssimo. Vamos, eu vou cuidar de você."
Ela colocou a sopa na cozinha e começou a organizar tudo para cuidar dele. Lucas não reclamou. Na verdade, sentia-se grato por Kaori estar ali. Mas, para a surpresa dele, Kaori havia preparado uma surpresa extra.
Quando Kaori voltou para o quarto, Lucas quase não acreditou no que estava vendo. Kaori tinha se trocado e agora usava uma roupa de enfermeira: um uniforme branco apertado, uma touquinha com uma cruz vermelha e um sorriso travesso no rosto.
— Lucas: "O que... o que é isso, Kaori?"
— Kaori: "Eu disse que ia cuidar de você, não disse? E enfermeiras precisam se vestir adequadamente!"
Lucas tossiu de nervosismo, e Kaori se aproximou, colocando uma compressa fria na testa dele.
— Kaori: "Relaxe, meu paciente. Vou garantir que você melhore logo!"
Apesar de estar mal, Lucas não pôde deixar de sorrir. O jeito brincalhão e provocativo de Kaori sempre o fazia se sentir melhor, mesmo nas piores situações.
— Lucas: "Você está levando isso muito a sério..."
— Kaori: "Claro que estou! Agora, fique quietinho. Vou cuidar de tudo."
Ela começou a alimentá-lo com a sopa e lhe dava os remédios, mantendo um clima leve e brincalhão, mas Lucas não conseguia tirar os olhos dela naquela roupa. Cada movimento que ela fazia o deixava mais nervoso e, ao mesmo tempo, mais fascinado.
— Lucas: "Kaori... você está me deixando doente de um jeito diferente agora."
— Kaori: "Ah, é? Bom, é melhor você melhorar logo, porque tenho muito mais formas de cuidar de você."
Ela deu uma piscadela, e Lucas corou, desviando o olhar. Kaori riu e continuou cuidando dele com carinho, trocando panos frios e preparando chá.
Com o tempo, a febre de Lucas começou a baixar, e ele se sentia mais relaxado com Kaori ao seu lado. A presença dela, com toda sua energia e afeto, era exatamente o que ele precisava para superar aquela gripe.
Enquanto a noite avançava, Kaori se sentou ao lado de Lucas, segurando sua mão.
— Kaori: "Você vai ficar bem. Eu vou estar aqui até você melhorar completamente."
— Lucas: "Eu já estou me sentindo melhor... graças a você."
Kaori sorriu, inclinando-se para dar um beijo suave na testa dele.
— Kaori: "É melhor você se acostumar com isso. Sempre que precisar de cuidados, sua enfermeira Kaori estará por perto."
Lucas riu, fechando os olhos e aproveitando o momento de paz, sabendo que, com Kaori ao seu lado, ele superaria qualquer coisa—até mesmo uma gripe insuportável.
Capítulo 10: Um Novo Dia
O sol mal havia surgido no horizonte quando Lucas abriu os olhos, sentindo-se revigorado. A febre que o havia derrubado no dia anterior parecia um pesadelo distante agora. Ao seu lado, Kaori dormia profundamente, com o rosto calmo e sereno. Ela estava ali, mesmo depois de uma noite agitada, pronta para cuidar dele.
Lucas não pôde deixar de sorrir. Vê-la ali, tão tranquila, o fazia se sentir sortudo. Ele se aproximou lentamente, não querendo acordá-la de maneira brusca, e deu um beijo suave em seu pescoço. Foi um gesto inocente, mas o resultado foi imediato. Kaori sentiu um arrepio percorrer seu corpo e abriu os olhos, com uma mistura de surpresa e satisfação.
— Kaori: "Ei... o que você pensa que está fazendo?" — ela perguntou com um sorriso travesso, ainda meio sonolenta.
Antes que Lucas pudesse responder, Kaori o atacou com um beijo intenso na boca, seus corpos próximos, e a paixão entre eles acendeu rapidamente. O beijo foi cheio de desejo, suas línguas dançavam juntas em um ritmo frenético. Era como se o tempo tivesse parado, e por alguns momentos, nada mais importava além deles dois.
Lucas retribuiu o beijo, puxando-a para mais perto, enquanto Kaori enroscava seus braços ao redor de seu pescoço. Eles estavam em uma sintonia perfeita, entregues ao momento.
— Lucas: "Você é impossível..." — disse ele com a voz rouca, ainda ofegante.
— Kaori: "E você gosta disso..." — respondeu Kaori com um sorriso provocante.
O momento foi rápido, mas intenso. Sabiam que precisavam parar antes que se atrasassem para a escola. Kaori, sempre decidida e prática, foi a primeira a se afastar, ainda rindo de leve.
— Kaori: "Vamos, nerd. Temos que nos arrumar antes que o sinal toque e nos dêmos mal."
Lucas sorriu, observando enquanto ela se levantava e se preparava para o dia. Mesmo nesses pequenos momentos, ele sabia que a conexão deles só ficava mais forte. Com Kaori ao seu lado, ele se sentia mais vivo do que nunca.
Depois de se arrumarem rapidamente, os dois saíram juntos para a escola, trocando olhares e sorrisos cúmplices ao longo do caminho. A paixão rápida daquela manhã estava em seus pensamentos, mas a vida seguia, e eles tinham um dia inteiro pela frente.
— Kaori: "Hoje vai ser interessante, hein?" — disse ela, piscando para ele, enquanto caminhavam em direção ao portão da escola.
— Lucas: "Com você por perto, sempre é."
E com isso, ambos entraram na escola, prontos para enfrentar mais um dia — sabendo que, apesar dos desafios, eles tinham um ao outro.
Capítulo 11: O Interrogatório das Amigas
As férias haviam acabado e a rotina escolar voltava ao normal, mas para Kaori, nada mais era como antes. Depois da semana intensa com Lucas, ela mal podia conter os sorrisos que surgiam sempre que pensava nos momentos que passaram juntos. No entanto, ela sabia que suas amigas, Yuki e Haruka, não deixariam isso passar despercebido por muito tempo.
Assim que Kaori entrou pelos portões da escola, avistou as duas esperando por ela com olhares maliciosos. Elas já sabiam que algo havia acontecido, mesmo sem Kaori dizer uma palavra.
— Haruka: "Ahá! Olha só quem apareceu com aquele sorriso de quem esconde algo!" — disse Haruka, com as mãos na cintura e uma sobrancelha levantada.
— Yuki: "Kaori, não adianta tentar esconder. Você sabe que vamos arrancar cada detalhe de você." — completou Yuki, com um olhar cúmplice.
Antes que Kaori pudesse reagir, as duas amigas a puxaram para um canto mais afastado no pátio, onde pudessem conversar sem serem interrompidas.
— Haruka: "Ok, conta tudo! O que aconteceu entre você e Lucas?" — disse Haruka, já cruzando os braços como quem se preparava para ouvir uma história longa.
Kaori, sem ter como escapar, suspirou. Ela sabia que seria impossível fugir daquele interrogatório, então resolveu se entregar ao inevitável. Seu rosto corou levemente enquanto tentava encontrar as palavras certas para começar.
— Kaori: "Tá bom, tá bom… algo aconteceu, sim…" — admitiu, mexendo nervosamente no cabelo.
— Yuki: "Ahá, sabia! Conta logo, como foi? Vocês dormiram juntos?" — Yuki foi direta, sempre sem rodeios.
— Haruka: "Ai meu Deus! Eu sabia que esse acampamento de verão ia render!" — disse Haruka, animada, dando um pequeno pulo de excitação.
Kaori olhou para os lados, certificando-se de que ninguém estava ouvindo, e então deu um sorriso tímido.
— Kaori: "Olha... até tentamos, mas sempre aconteceu alguma coisa para nos interromper. Foi uma bagunça! Teve chuva, sustos, e no final… bem, não conseguimos fazer nada." — disse ela, rindo.
— Yuki: "Como assim, nada? Isso não faz sentido. Vocês estavam sozinhos por dias!" — Yuki olhou incrédula.
— Kaori: "Sério! Toda vez que tentávamos, alguma coisa dava errado! Mas... teve beijos, muitos beijos…" — completou, com um brilho nos olhos.
— Haruka: "E vocês se beijaram de novo na volta?" — perguntou Haruka, inclinando-se para frente, completamente envolvida na história.
— Kaori: "Sim… e, bem, passamos a semana juntos na minha casa." — Kaori mordeu o lábio, sabendo que isso aumentaria ainda mais a curiosidade das amigas.
— Yuki: "O quê? Sozinhos?! Kaori, você está segurando informações preciosas!" — disse Yuki, empurrando Kaori levemente no ombro. — "Agora conta tudo, sem segredos!"
Kaori riu das amigas. Era bom compartilhar essas coisas com elas, mesmo que ficasse um pouco envergonhada. Yuki e Haruka eram suas melhores amigas e sempre a apoiavam, independentemente da situação.
— Kaori: "Tá bom... Lucas ficou doente enquanto meus pais estavam fora, e eu fui cuidar dele. Até coloquei uma fantasia de enfermeira pra animá-lo." — disse Kaori, com um sorriso travesso.
As duas amigas arregalaram os olhos e caíram na risada.
— Haruka: "Você o quê?! Uma fantasia de enfermeira? Kaori, você é mais ousada do que imaginávamos!" — disse Haruka, ainda rindo.
— Yuki: "E aí? Como ele reagiu?" — Yuki perguntou, mal contendo a curiosidade.
Kaori suspirou e sorriu novamente.
— Kaori: "Ele adorou, claro. Mas no final, só cuidamos um do outro. Eu acabei dormindo lá por vários dias. Foi tudo muito especial… mas nada aconteceu de verdade, vocês sabem o que quero dizer." — explicou Kaori, sentindo o calor subir ao rosto.
— Yuki: "Entendi, mas e agora? Qual o próximo passo?" — Yuki perguntou, claramente satisfeita com as respostas, mas já de olho no futuro.
— Haruka: "Sim, porque pelo jeito as coisas estão esquentando entre vocês." — disse Haruka com um sorriso malicioso.
Kaori ficou em silêncio por um momento, refletindo. O relacionamento com Lucas estava evoluindo, mas ela ainda não tinha certeza de como seria o próximo passo.
— Kaori: "Acho que... vamos continuar deixando as coisas fluírem, sabe? Eu confio no Lucas, e ele me faz sentir segura. Vamos ver onde isso vai dar." — disse ela, sincera.
Yuki e Haruka trocaram um olhar satisfeito.
— Yuki: "Bom, só queremos que você seja feliz. E parece que o Lucas está fazendo um bom trabalho nisso." — disse Yuki, abraçando Kaori de lado.
— Haruka: "Mas você sabe que, se ele pisar na bola, estamos aqui para te dar suporte, né?" — Haruka completou, com um olhar de proteção.
Kaori sorriu, feliz por ter amigas tão leais. Elas riram juntas mais um pouco antes do sinal tocar, marcando o fim do intervalo.
— Yuki: "Ok, por enquanto você está liberada. Mas a gente quer mais detalhes depois, hein?" — disse Yuki, piscando para Kaori.
— Haruka: "É, nada de esconder as coisas da gente!" — completou Haruka, rindo.
Com isso, as três voltaram para a sala de aula, mas Kaori sabia que aquele não seria o fim das perguntas. Afinal, suas amigas estavam sempre por perto, prontas para qualquer aventura — e provocação.
Mas, por agora, ela estava contente. Sabia que, não importando o que acontecesse, tinha o apoio das amigas e, principalmente, de Lucas.
Capítulo 12: O Confronto e a Lição de Lucas
Depois de todo o tempo que Lucas e Kaori haviam passado juntos durante as férias, a notícia de que os dois estavam mais próximos do que nunca se espalhou pela escola rapidamente. E, claro, isso não passou despercebido por alguns dos rapazes que, há muito tempo, nutriam uma queda por Kaori.
Entre eles, estava um pequeno grupo de delinquentes que, mesmo sem coragem para se aproximar de Kaori antes, agora estavam furiosos por ela estar namorando Lucas. Eles sempre tentaram intimidar outros alunos, e agora viam uma oportunidade perfeita para tentar fazer o mesmo com Lucas.
Era o fim do dia escolar, e Lucas estava esperando Kaori sair do prédio para irem juntos para casa. Ele estava distraído, mexendo no celular, quando três dos caras que tinham ciúmes de seu relacionamento com Kaori se aproximaram. O líder do grupo, Takeshi, deu um passo à frente com um sorriso sarcástico no rosto.
— Takeshi: "Então, Lucas, eu ouvi dizer que você está saindo com a Kaori. Achei que ela tinha mais bom gosto, mas parece que qualquer um pode conquistar uma garota como ela, não é?"
Lucas levantou o olhar lentamente, analisando os três rapazes à sua frente. Ele não tinha paciência para esse tipo de comportamento. Sem mudar sua expressão calma, guardou o celular no bolso e deu um passo em direção a Takeshi.
— Lucas: "Se você tem algo pra dizer, por que não diz direto ao ponto, Takeshi? Não estou aqui pra joguinhos." — sua voz estava firme, sem sinal de medo.
Takeshi riu, mas claramente ficou um pouco desconcertado pela confiança de Lucas.
— Takeshi: "O que eu quero dizer, cara, é que você não merece a Kaori. Um fracote como você não tem chance com ela. Você acha mesmo que pode protegê-la? Que ela vai continuar com você por muito tempo?"
Os outros dois garotos riram, alimentando a provocação de Takeshi. Lucas, no entanto, não deixou a provocação mexer com ele. Ele sabia exatamente o tipo de cara com quem estava lidando.
— Lucas: "Ah, entendi. Então é isso? Você está com ciúmes porque nunca teve coragem de se aproximar dela? Deve ser frustrante ver alguém conseguir algo que você queria e nunca teve a coragem de lutar por, não é?"
O sorriso de Takeshi desapareceu, substituído por uma expressão de raiva. Ele claramente não esperava que Lucas o confrontasse de volta. Os outros dois rapazes começaram a trocar olhares incertos, percebendo que Lucas não era o tipo de garoto que eles poderiam intimidar facilmente.
— Takeshi: "Você está começando a me irritar, cara. Cuidado com o que você diz."
Lucas, no entanto, não recuou. Ele se aproximou ainda mais, ficando a poucos centímetros de Takeshi, sem desviar o olhar.
— Lucas: "Olha, se você acha que pode me intimidar, está muito enganado. Eu não vou recuar só porque três covardes resolveram tentar me assustar. Se você tem algum problema, então resolva isso com você mesmo. Porque, francamente, a Kaori escolheu a mim, não a você, e sabe por quê? Porque eu a respeito. E respeito significa não tratar os outros como lixo quando as coisas não saem do seu jeito."
Takeshi, claramente irritado, deu um passo para frente como se fosse empurrar Lucas. No entanto, Lucas rapidamente levantou a mão, parando o movimento de Takeshi antes que ele pudesse chegar perto.
— Lucas: "Eu não quero brigar com você, Takeshi. Mas se você continuar com isso, não vou ter escolha. Agora, você pode parar com essa atitude infantil, ou pode continuar e se envergonhar ainda mais. Sua escolha."
Os outros dois garotos, que antes riam, agora estavam inquietos, percebendo que Lucas não estava intimidado. Takeshi, por outro lado, parecia confuso, sem saber como reagir à calma de Lucas. Ele deu alguns passos para trás, respirando fundo, tentando recuperar o controle da situação.
— Takeshi: "Isso não acabou, Lucas. Você vai se arrepender de ter falado comigo assim."
— Lucas: "Se for isso que você quiser, então pode tentar. Mas da próxima vez, tente ser homem o suficiente para aceitar que nem tudo na vida vai acontecer do jeito que você quer. E talvez, quem sabe, você aprenda a respeitar as pessoas."
Takeshi, sem palavras, deu meia-volta e saiu com seus amigos, claramente derrotado, pelo menos naquele momento. Lucas respirou fundo, aliviado por não ter havido uma briga de verdade. Ele sabia que não podia deixar esses caras afetarem seu relacionamento com Kaori, e, acima de tudo, ele sabia que tinha feito a coisa certa ao confrontar o comportamento abusivo de Takeshi.
Minutos depois, Kaori apareceu, alheia ao que havia acontecido, e Lucas a encontrou com um sorriso no rosto.
— Kaori: "Oi, amor! Tudo bem? Vamos?"
Lucas sorriu e segurou a mão dela.
— Lucas: "Claro, vamos."
Enquanto caminhavam juntos para fora da escola, Lucas olhou para trás por um momento, refletindo sobre o que havia acontecido. Ele sabia que poderia enfrentar mais problemas no futuro, mas com Kaori ao seu lado, ele estava pronto para o que viesse.
O que ele não sabia era que, ao enfrentar Takeshi e seus amigos, ele havia mostrado algo a todos: que respeito e confiança são os verdadeiros alicerces de qualquer relacionamento — e que, quando você os tem, nada pode te abalar.
Capítulo 13: O Confronto Final
Depois de semanas sem incidentes, Lucas acreditava que os problemas com Takeshi e seus amigos haviam terminado. Ele achava que a conversa que tiveram foi suficiente para colocar um ponto final em qualquer rivalidade, mas estava enganado. Takeshi não conseguia aceitar a derrota e, envenenado pelo orgulho ferido, decidiu que a única maneira de se vingar seria através de um ataque covarde.
Era uma tarde tranquila na escola, e Lucas estava a caminho do refeitório para encontrar Kaori. Tudo parecia normal até que, sem aviso, Takeshi e seus dois amigos o pegaram de surpresa em um dos corredores mais vazios. Antes que Lucas pudesse reagir, Takeshi o empurrou contra a parede com força, e os três começaram a atacá-lo.
— Takeshi: "Você acha que acabou, Lucas? Acha que pode sair por aí me humilhando? Hoje você vai aprender a me respeitar."
Lucas sentiu o primeiro soco atingir seu estômago, seguido por chutes que vinham de todas as direções. Ele cambaleou, tentando se proteger dos golpes, mas estava em desvantagem numérica. Por alguns segundos, tudo o que ele conseguia fazer era se manter em pé e tentar se defender, enquanto os ataques implacáveis de Takeshi e seus amigos continuavam.
Entretanto, algo dentro de Lucas despertou. A dor dos golpes, a injustiça do ataque covarde e o desejo de proteger não só a si mesmo, mas também seu orgulho e o relacionamento com Kaori, deram a ele uma força renovada. Com um grito de determinação, ele se desvencilhou de Takeshi e os outros, levantando-se com a respiração pesada, mas os olhos cheios de fúria.
— Lucas: "Se vocês querem lutar, então vamos fazer isso direito."
Lucas, agora concentrado e determinado, começou a revidar. Ele acertou um soco direto no rosto de Takeshi, pegando-o de surpresa e o derrubando no chão com força. O impacto foi tão forte que os dois olhos de Takeshi ficaram roxos instantaneamente. Ele gemeu de dor, tentando se levantar, mas Lucas não lhe deu tempo.
Um dos amigos de Takeshi avançou, mas Lucas foi mais rápido, pegando o braço dele e, com um movimento preciso, o deslocou, fazendo o rapaz gritar de dor e recuar. O terceiro, claramente assustado, tentou atacar por trás, mas Lucas, em um movimento rápido, girou e acertou um soco bem no queixo dele, nocauteando-o instantaneamente.
O som da briga atraiu a atenção de todos os alunos nos arredores. Logo, uma multidão se formou, observando com choque e admiração enquanto Lucas deixava Takeshi e seus amigos incapacitados no chão. A notícia da briga se espalhou rapidamente, e todos na escola sabiam que Lucas tinha dado uma surra nos valentões que tentaram atacá-lo de forma traiçoeira.
Kaori, ao ouvir sobre o que havia acontecido, correu desesperada para encontrar Lucas. Ela empurrou a multidão que se formava ao redor da cena da luta e, quando finalmente o viu, seus olhos se encheram de preocupação e alívio ao mesmo tempo. Lucas estava de pé, ofegante, com alguns arranhões e hematomas, mas claramente vitorioso.
Sem pensar duas vezes, Kaori correu em sua direção, jogando os braços ao redor dele e o beijando profundamente, sem se importar com a multidão ao redor. O beijo foi longo, intenso, cheio de gratidão e carinho. Todos assistiam em silêncio, surpresos com o desfecho inesperado.
— Kaori: "Eu estava tão preocupada... Você está bem?" — disse ela, com lágrimas nos olhos, acariciando o rosto dele.
— Lucas: "Estou bem, Kaori. Não precisa se preocupar mais. Isso acabou."
Kaori assentiu, segurando a mão dele com força. Enquanto os dois ficavam ali, abraçados, a multidão começou a sussurrar, alguns ainda em choque com o que havia acontecido. Ninguém mais duvidava do amor que Lucas e Kaori compartilhavam, e, mais importante, ninguém mais ousaria confrontar Lucas.
Takeshi e seus amigos, humilhados e machucados, foram levados à enfermaria sob os olhares de reprovação dos outros alunos. Eles haviam perdido mais do que uma briga física naquele dia; haviam perdido o respeito de todos na escola.
Lucas, por outro lado, não apenas se defendia — ele provou que coragem, respeito e amor são as maiores armas que alguém pode ter. E naquele dia, diante de todos, ele mostrou que estava disposto a proteger o que realmente importava, não importava o quão difícil fosse.
No dia seguinte, logo após a briga, Lucas, Takeshi e seus dois amigos foram chamados à diretoria. A tensão no ar era palpável enquanto os três valentões entravam na sala, ainda tentando manter a pose de que estavam no controle, apesar de suas feridas visíveis. Lucas, por outro lado, manteve a calma, ciente de que estava em uma posição justa.
A diretora, uma mulher de expressão severa e voz firme, olhou para todos os envolvidos com uma mistura de desapontamento e frustração.
— Diretora: "Bom, alguém aqui vai me contar o que aconteceu ou vou precisar descobrir sozinha? Lucas, você pode começar."
Lucas respirou fundo antes de falar.
— Lucas: "Eles me atacaram de surpresa. Foi uma emboscada, eu só reagi para me defender."
Takeshi, com um sorriso debochado e uma voz cheia de falsidade, interrompeu:
— Takeshi: "Mentira! Ele começou tudo. Estávamos só conversando e ele nos atacou. Não tem como provar o contrário."
Os amigos de Takeshi assentiram, tentando confirmar a versão distorcida da história. A diretora franziu o cenho, visivelmente incomodada pela confusão de versões. Parecia que, sem provas, seria difícil tomar uma decisão justa.
No entanto, antes que a diretora pudesse dizer qualquer coisa, Lucas recebeu uma mensagem no celular. Ele olhou para a tela e viu que um dos alunos que estava assistindo à briga havia filmado tudo, desde o ataque traiçoeiro até a reação de Lucas para se defender. Com o vídeo em mãos, Lucas não perdeu tempo.
— Lucas: "Diretora, acho que você vai querer ver isso."
Ele entregou o celular para a diretora, que rapidamente conectou o aparelho ao computador dela, transmitindo o vídeo na tela maior. O vídeo começou com Lucas caminhando inocentemente pelo corredor até ser emboscado por Takeshi e seus amigos. As imagens eram claras e inegáveis: Lucas estava apenas se defendendo de um ataque covarde.
A sala ficou em silêncio absoluto enquanto o vídeo terminava. Takeshi e seus amigos ficaram pálidos, percebendo que não havia mais como negar o que haviam feito. A diretora, agora visivelmente furiosa, desligou o vídeo e cruzou os braços, encarando os três com desaprovação.
— Diretora: "Bom, parece que a história de vocês desmoronou rapidamente, não é mesmo?"
Takeshi tentou protestar, mas a diretora o interrompeu com um gesto firme.
— Diretora: "Já vi o suficiente. Vocês três, Takeshi, Hiro e Kenji, estão oficialmente expulsos. Não há espaço nesta escola para comportamentos covardes como o de vocês. E se eu souber que tentarem fazer algo fora da escola também, as autoridades serão envolvidas."
Os três abaixaram a cabeça, sabendo que não havia mais nada a fazer. Foram escoltados para fora da sala pela inspetora, e a diretora voltou sua atenção para Lucas.
— Diretora: "Lucas, eu lamento que tenha passado por isso. Você agiu em legítima defesa, e vou garantir que isso fique claro em seu registro escolar. Pode voltar para a aula."
Lucas agradeceu e deixou a sala da diretora com um misto de alívio e satisfação. Ao sair, ele encontrou Kaori e suas amigas, Yuki e Haruka, esperando por ele no corredor.
— Kaori: "Tudo bem?"
— Lucas: "Sim, está tudo resolvido. Eles foram expulsos."
Kaori suspirou de alívio e o abraçou. As amigas sorriam, sabendo que tudo tinha acabado bem. Enquanto caminhavam juntos de volta para a sala, Lucas sentia que uma grande pressão havia sido retirada de seus ombros. Ele tinha enfrentado o pior e saído vitorioso.
Agora, com Takeshi e seus amigos fora de cena, ele podia finalmente se concentrar no que realmente importava: seu futuro com Kaori e os bons momentos com os amigos, sem mais ameaças pairando sobre ele.
O NOVO CHEFÂO DA ESCOLA
Após a expulsão de Takeshi e seus comparsas, uma onda de rumores começou a circular pela escola. Sem que Lucas tivesse percebido, ele havia ganhado uma reputação assustadora. Os alunos começaram a vê-lo como um verdadeiro "chefão" da escola, o garoto que derrubou os valentões sem nem suar. A fama foi crescendo, e logo até os valentões de outras salas começaram a evitar cruzar com ele pelos corredores.
— Yuki, rindo: "Lucas, você virou uma lenda, sabia? Todo mundo tá falando que você é o novo 'chefão' da escola!"
— Lucas, confuso: "Como assim? Chefão? Eu só me defendi daquele grupo idiota. Não fiz nada demais."
— Haruka, em tom de brincadeira: "Ah, mas os rumores dizem o contrário! Estão falando que você nocauteou três caras ao mesmo tempo com um só soco."
Lucas não conseguiu conter a risada.
— Lucas: "Isso é ridículo! Um só soco? Eles inventam de tudo mesmo..."
Apesar de achar engraçado, Lucas começou a notar as mudanças. Nos corredores, quando ele passava, os alunos sussurravam e desviavam o olhar, como se ele fosse uma presença intimidante. Até mesmo os valentões das outras turmas, que antes eram conhecidos por implicar com qualquer um, agora se mantinham à distância, como se estivessem evitando um confronto com ele.
Um dia, durante o intervalo, enquanto Lucas e Kaori estavam conversando em um canto tranquilo do pátio, um grupo de valentões de outra sala passou, lançando olhares tensos. Um deles, que parecia o líder, encarou Lucas por um segundo, mas logo desviou o olhar e puxou seus amigos para longe, claramente com medo de qualquer confronto.
— Kaori, surpresa: "Você viu isso? Até aquele grupo tá com medo de você!"
— Lucas, balançando a cabeça: "Isso tá indo longe demais. Eu só quero que as pessoas parem com essa história."
— Kaori, com um sorriso provocante: "Bem, talvez seja bom as pessoas te respeitarem um pouco. Não vão mais te encher."
Mas Lucas não se sentia confortável com isso. Ele não gostava da ideia de ser temido, e muito menos de ser visto como alguém perigoso. O que tinha acontecido com Takeshi e os outros foi apenas uma questão de defesa, não algo que ele queria repetir.
No entanto, a reputação continuou a crescer. Num dia, um aluno mais jovem o abordou timidamente no corredor.
— Aluno: "E-ei, Lucas... Ouvi dizer que você é o chefão agora. É verdade?"
— Lucas, surpreso: "Chefão? Não, não é verdade. Eu só sou um aluno como você."
O garoto olhou desconfiado, como se não acreditasse muito, mas assentiu rapidamente e saiu correndo, como se tivesse acabado de falar com uma figura lendária. Lucas suspirou, percebendo que os boatos eram mais difíceis de controlar do que ele imaginava.
Ainda assim, mesmo com essa nova fama, Lucas continuava o mesmo. Com Kaori ao seu lado, ele tentava levar a vida escolar com normalidade, embora os sussurros e olhares curiosos o seguissem onde quer que fosse.
O IMPERIO DE LUCAS, ACABANDO COM O BULLYING
Com a nova fama de "chefão" espalhada pela escola, Lucas, apesar de desconfortável no início, começou a perceber que podia usar essa reputação para algo positivo. Ao invés de intimidar os outros, ele decidiu que poderia trazer uma mudança para o ambiente escolar, especialmente em relação ao bullying, que sempre o incomodou.
Durante um intervalo, Lucas viu alguns dos delinquentes que costumavam intimidar os alunos menores. Eles não estavam fazendo nada diretamente naquele momento, mas o jeito como olhavam para os outros deixava claro que ainda tinham uma postura de poder. Foi então que Lucas decidiu agir.
Ele se aproximou calmamente, com Kaori ao seu lado, e os delinquentes rapidamente ficaram tensos, como se esperassem algum tipo de confronto.
— Lucas, firme e direto: "Ouçam bem, a partir de hoje, bullying não vai mais acontecer nesta escola."
Os delinquentes, claramente intimidados, trocaram olhares nervosos, sem saber o que responder. O mais corajoso do grupo, um garoto alto de cabelo tingido, tentou disfarçar sua insegurança.
— Delinquente: "E quem disse isso? Você?"
Lucas deu um passo à frente, sua expressão séria, mas sem perder o controle.
— Lucas: "Sim, eu. E a partir de agora, se vocês quiserem continuar se metendo com os outros, vão ter que se ver comigo."
O clima ao redor ficou pesado, e por um momento, parecia que haveria um confronto ali mesmo. Mas então, um dos delinquentes que tinha assistido Lucas derrotar Takeshi e seus amigos deu um passo atrás, claramente lembrando do que havia acontecido.
— Delinquente 2, baixinho: "Melhor não... ele é sério."
Os outros logo seguiram o exemplo, e o líder, que inicialmente tinha tentado confrontar Lucas, baixou a cabeça, reconhecendo que o melhor seria evitar mais problemas.
— Delinquente líder: "Tá... você venceu. A gente não vai mais fazer bullying. Eu prometo."
Lucas assentiu, mas ainda não tinha terminado.
— Lucas: "Isso vale para todos. Espalhem a palavra. Ninguém mais vai intimidar ninguém nesta escola. Se eu ouvir que algo assim aconteceu de novo, vocês vão ter que responder por isso."
Os delinquentes balançaram a cabeça em concordância, alguns com olhares apreensivos, outros resignados. A postura de Lucas não era agressiva, mas firme o suficiente para que eles soubessem que ele falava sério.
Depois que o grupo saiu, Kaori olhou para Lucas com um sorriso satisfeito.
— Kaori, brincando: "Olha só, quem diria que você se tornaria o 'herói' da escola."
Lucas deu de ombros.
— Lucas: "Não é isso. Só quero que as coisas sejam melhores. Ninguém merece passar pelo que muita gente já passou."
A notícia se espalhou rápido. Em poucos dias, o bullying praticamente desapareceu da escola. Até os valentões mais temidos começaram a tratar os outros alunos com mais respeito, sabendo que, se não o fizessem, teriam que lidar com Lucas.
Ele agora tinha uma espécie de "lei" na escola, e todos sabiam que quebrá-la significava se arriscar a enfrentar as consequências. E, surpreendentemente, ninguém queria desafiar Lucas. O ambiente mudou, e muitos alunos começaram a vê-lo não como um valentão, mas como alguém que impôs a ordem e trouxe paz ao colégio.
Essa transformação fez com que Lucas ganhasse ainda mais respeito entre os colegas, mas o que o deixava realmente satisfeito era o fato de que os alunos mais frágeis, que antes eram vítimas, agora podiam caminhar pelos corredores sem medo.
Enquanto ele e Kaori voltavam para casa naquele dia, ela o olhou com orgulho.
— Kaori: "Você fez algo incrível, Lucas. Acho que nunca imaginei que a escola poderia ser um lugar tão mais tranquilo."
— Lucas, sorrindo: "Acho que, no final, usar essa reputação serviu para alguma coisa boa."
E assim, Lucas não só conquistou respeito, mas transformou completamente o clima da escola, garantindo que o bullying fosse erradicado e que todos pudessem estudar em paz.
Capítulo 12: A Declaração Inesperada
Era um dia comum na escola, e Lucas estava sentado no refeitório com Kaori, Yuki e Haruka. Eles riam e conversavam sobre o último filme que tinham assistido, quando, de repente, uma menina do primeiro ano, chamada Mei, se aproximou timidamente da mesa.
Ela parecia nervosa, com as mãos entrelaçadas e os olhos fixos no chão. Lucas notou que ela estava hesitante, e sua expressão mudava entre a determinação e a insegurança.
— Mei: "Oi, Lucas. Posso falar com você um minuto?"
Kaori olhou para Lucas, um pouco curiosa, mas sorriu encorajando-o a ouvir a menina. Lucas acenou com a cabeça e se levantou, indo para um canto mais tranquilo do refeitório.
— Lucas: "O que você queria, Mei?"
Mei respirou fundo, tentando encontrar coragem para se expressar.
— Mei: "Então, eu só... eu queria te dizer que gosto de você. Desde que te vi pela primeira vez, fiquei admirada. Você é muito legal e sempre defende as pessoas. Eu realmente gostaria de ser mais do que apenas amigas."
O coração de Lucas disparou ao ouvir a declaração. Ele nunca havia pensado que alguém do primeiro ano poderia ter sentimentos por ele, especialmente de forma tão intensa. A timidez da menina e a sinceridade de suas palavras tocaram seu coração, mas ele sabia que precisava ser honesto.
— Lucas: "Mei, eu realmente agradeço por você ter se aberto assim. É muito corajoso da sua parte, e eu me sinto lisonjeado. Mas... eu já estou namorando a Kaori."
Mei ficou visivelmente desapontada, seu sorriso desaparecendo instantaneamente.
— Mei: "Oh, eu entendo... Desculpe se te deixei constrangido."
Lucas sorriu gentilmente, tentando confortá-la.
— Lucas: "Não se desculpe. Eu realmente aprecio sua sinceridade. Você é uma pessoa incrível, e tenho certeza de que encontrará alguém que vai te fazer muito feliz. Apenas não quero que você se sinta mal por isso."
Mei balançou a cabeça, tentando disfarçar a tristeza.
— Mei: "Obrigada por ser tão gentil, Lucas. Espero que você e Kaori sejam muito felizes."
— Lucas: "Obrigada, Mei. E se precisar de algo, sempre estarei aqui como amigo."
Mei forçou um sorriso, mas seus olhos ainda brilhavam com uma tristeza sutil. Ela acenou e se afastou, enquanto Lucas retornava à mesa, sentindo-se um pouco angustiado pela situação.
Kaori, percebendo que algo havia acontecido, perguntou:
— Kaori: "O que aconteceu? Você parece pensativo."
Lucas suspirou e contou a Kaori sobre a declaração de Mei.
— Kaori: "Oh, isso deve ter sido difícil para você. Mas você fez a coisa certa, sendo honesto com ela."
— Lucas: "Sim, eu só espero que ela fique bem. É triste quando alguém se abre assim e acaba tendo o coração partido."
— Haruka: "É, é uma situação complicada. Mas pelo menos você foi gentil. Isso faz a diferença."
— Yuki: "E, ei, você tem a mim e a Kaori ao seu lado, sempre prontos para apoiar você!"
Lucas sorriu, sentindo-se grato por ter amigos que o entendiam. O incidente com Mei o fez refletir sobre a complexidade dos relacionamentos e a importância de ser honesto, mesmo quando a verdade pode magoar.
Enquanto conversavam, ele lançou um olhar para Mei, que estava sentada em uma mesa distante. Ela parecia estar conversando com outras amigas, mas o brilho em seus olhos havia diminuído. Lucas desejou que as coisas pudessem ser diferentes para ela, mas sabia que o tempo poderia curar corações partidos.
O dia continuou, e Lucas estava determinado a apoiar Mei como amigo, respeitando seus sentimentos e ajudando-a a se sentir melhor. Afinal, a amizade e o respeito eram fundamentais em qualquer relacionamento, e ele faria o possível para ser um bom amigo.