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O recomeço

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Synopsis

Graças a você

Na Era de Ouro, havia um guerreiro chamado Dormamus. Ele era tão poderoso que apenas ao olhar para ele, você poderia morrer. Dizem que ele emanava uma aura tão intensa que nem mesmo os 12 continentes juntos poderiam derrotá-lo. Uma lenda que, até hoje, é lembrada, adorada e odiada por muitos.

— Argh, hora de dormir!

Som de algo cortando o ar.

— Que barulho é esse?

Me levanto e olho ao redor do quarto, mas tudo parece normal... De repente, escuto uma voz doce sussurrando nos meus ouvidos:

— Hora de acordar, preguiçoso!

Ao ouvir a voz, levanto-me rapidamente, pois parecia a voz da minha mãe. Levantei tão rápido que minha visão ficou embaçada. Fui em direção ao banheiro e, ao abrir a porta...

— AAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHH! MAS QUE PORRA É ESSA? SOCORRO, SOCORROOO!

Eu estava no céu, sentindo o vento forte batendo no meu rosto, como se fosse arrancar meus olhos para fora... Eu estava caindo.

— O QUÊ??? EU NÃO FIZ NADA, JURO! ALGUÉM ME AJUDA!

Então, novamente, escuto a voz doce:

— Não precisa ter medo, garoto.

Sem entender nada, gritei desesperado:

— POR FAVOR, ME AJUDA!

Meu coração batia tão rápido, meus olhos quase saltavam, e eu estava cada vez mais perto do chão.

PLUM!

— Por que está tudo escuro? Não enxergo nada.

Das sombras, vejo alguém se aproximando... Parecia estar dizendo algo, palavras estranhas e...

— O QUE??? POR QUE??? EU SOU UM BEBÊ!

Eu só queria que isso acabasse logo, por favor...

PLIN, PLIN... SNIFF

Eu estava chorando... Medo, eu estava com medo.

PLOFT!

Buaaaaaaaaa!!! Buaaaaaaaa!!!

— Oh, neném, não se preocupe. Eu estou aqui com você... Não chore, não chore...

Uma moça com olhos claros, roupas brancas e cabelos dourados me abraça como se eu fosse seu filho. Mas eu não quero estar aqui... Eu quero voltar.

— Mas por que?... Por que eu quero voltar? SNIFF. Minha vida não era boa. Ninguém se importava comigo... Meus pais me abandonaram quando eu nasci, e na escola eu era zombado por ser órfão. Eu apanhava dos valentões todos os dias, eles roubavam minhas coisas e me obrigavam a fazer os deveres de casa. Eu não quero voltar...

SNIFF

— Suas memórias... Você sofreu muito, meu neném. Eu irei cuidar de você para sempre, não se preocupe. Agora você é meu filho. Seu nome será Yuno Freis. Não se preocupe, vai ficar tudo bem.

SNIFF

— Ela chorou por mim? Ela sabe o que eu passei? Não chore... Por favor. Essas são minhas memórias, não quero que chore por tudo o que eu passei. Por favor...

Anos depois...

— Vamos, meu filho! Precisamos ir rápido à capital para comprar as coisas para o almoço de hoje.

Alguns anos se passaram, e eu completei 13 anos na semana passada. Tive uma festa de aniversário incrível. Desde que apareci neste mundo, sinto-me feliz todos os dias. Eu realmente me sinto humano, sinto meu coração bater, sinto felicidade. Antes, eu só sentia raiva e tristeza... Graças à minha mãe neste mundo, eu me sinto especial.

— Já estou pronto! — Respondi.

— Então, vamos logo! — Disse minha mãe.

Na capital...

— Mãe, tem uma coisa que eu gostaria de perguntar...

— Claro, pode perguntar, meu amor — respondeu minha mãe.

Mesmo antes de perguntar, eu tinha certeza de que ela sabia o que eu iria dizer, mas, de qualquer forma, eu precisava saber.

— Na verdade, eu tenho duas perguntas. A primeira é: eu sou realmente seu filho? E a segunda: você consegue ler pensamentos, não consegue? — perguntei.

— Eu sabia que um dia você faria essas perguntas. Aliás, eu não tenho um marido! Hahaha — respondeu minha mãe, rindo.

Depois que envelheci, sequer lembro de quando ou como a conheci. É como no mundo anterior: nascemos, mas não lembramos do nosso nascimento ou dos primeiros anos de vida, até os 4 anos, talvez.

— Mas sim, você é meu filho de sangue. Cuidei de você por longos nove meses na minha barriga — disse minha mãe.

Por algum motivo, meu coração bateu mais rápido. Eu estava feliz... Talvez fosse porque eu não era mais órfão, como antes. Agora, eu tinha alguém com o mesmo sangue que o meu cuidando de mim.

— E sobre a sua segunda pergunta... Sim, eu posso ler mentes. Mas não conte para ninguém, tá bom? — respondeu minha mãe.