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Chapter 49 - Final do desastre

 Julian e seu amigo Davy estavam comemorando uma última vez em Valíria antes de começarem uma nova vida amanhã. Os dois tinham comprado uma passagem para Asshai e esperavam ganhar experiência no mar em uma viagem tão longa, foi dito que nessas viagens muitos homens se tornavam ricos saqueando e pilhando navios piratas e outros naufrágios. Eles esperavam ganhar o suficiente para comprarem seu próprio navio e recrutarem sua própria tripulação.

Mas o destino tinha planos diferentes para eles, durante a bebedeira na última noite uma briga de bar começou por causa de um jogo de azar e todos os envolvidos foram enviados para a cadeia.

Tanto Julian quanto Davy estavam sendo acusados de vandalismo e violência mesmo sem terem sido os culpados por começar tudo. Eles agora não conseguiriam mais embarcar no navio, e havia até a chance de acabarem como escravos. Com um terrível futuro os aguardando, os dois amigos chafurdaram em tristeza e aceitaram seu fim injusto.

Isso foi até o dia seguinte, quando um tremor enorme seguido por um dos sons mais altos que já ouviram criou uma rachadura gigantesca na parede da prisão permitindo que ambos os amigos escapassem da prisão. Infelizmente a felicidade durou pouco, pois perceberam que estavam cercados por lava que vinha de todas as direções, sem escolhas subiram as escadas do primeiro prédio alto que viram e escaparam da morte imediata nas chamas.

Enquanto Davy se sentou no topo do prédio vendo a lava por todos os lados e aos poucos subindo o nível cada vez mais, ele aceitou o destino cruel eminente, Julian um pouco mais otimista decidiu vasculhar o prédio na esperança de encontrar uma boa comida para uma última refeição, se fossem morrer pelo menos morreriam de estômago cheio.

O prédio parecia ser de uso comercial, mas Julian logo encontrou comidas num item similar a uma geladeira, na maior sala no último andar do prédio ele também achou bebidas caríssimas e várias dúzias de moedas de ouro, ele as pegou também e levou para seu amigo na esperança de fazê-lo rir um pouco e se esquecerem do que os aguardavam lá embaixo. No final realmente funcionou, a comida e as moedas que nunca ganhariam numa vida inteira os fizeram rir de seu destino cruel, e a comida de boa qualidade junto com a bebida de primeira foi ótima, não era mentira dizer que foi uma das melhores refeições de suas vidas, eles nunca comeram algo assim antes.

Quando a refeição acabou e pensaram que estavam condenados, ouviram um rugido e olharam para o céu onde viram o popular dragão amarelo do distrito norte vindo na direção deles. Eles não podiam acreditar que estavam salvos! Um senhor de dragões veio resgatá-los, assim que a majestosa e divina criatura pousou no topo do prédio eles se agarraram nas patas dela e começaram a escapar, sentindo a vida voltar novamente, os dois lembraram das moedas nos bolsos que dividiram enquanto brincavam e ficaram felizes demais!

A mudança constante de condenados na prisão a homens livres, perto da morte pela lava e agora vivos, pobres e de repente ricos. Eles realmente sentiram que o destino estava testando suas vontades. Mas foi só pensarem nisso para irem ao inferno novamente!

Houve outra explosão, similar a primeira que ouviram quando a parede da prisão foi destruída, e com ela chamas e pedras voaram no céu. O dragão no qual se seguravam começou a se mexer de forma rápida tentando escapar das pedras arremessadas ao céu e fazendo seus centros de gravidade mudar constantemente. De repente, Julian escorregou apenas para que Davy conseguisse segurá-lo com uma mão, enquanto ainda se agarra no dragão com a outra.

Nesse momento desesperado, os dois estavam pendurados prestes a cairem e por um milagre o dragão saiu do alcance da explosão dos vulcões, mal tendo tempo para respirarem novamente, o dragão voou para baixo na direção do mar e balançou com força as patas jogando os dois no mar.

Como uma piada do destino novamente, eles estavam numa situação onde não sabiam se iriam viver novamente. Isso foi até 40 minutos depois, onde um barco de pesca mediano se aproximar e ver eles acenando e gritando, depois de subirem a bordo, tanto Julian e Davy estavam tão gratos que compartilharam o resto da comida que tinham em suas bolsas, eles também foram em direção a um homem velho e uma mulher, o velho estava com o braço quebrado em um ângulo horrível, mas Davy sabia como lidar com esse tipo de lesão, ele então ajudou o homem a voltar o braço no lugar e fez o que podia por ele, se conseguissem remédios de algum outro navio talvez o velho não precisasse perder seu braço.

***

 Poucos minutos antes do desastre, uma reunião tinha sido arranjada dentro do já fechado Dragão Dorminhoco. As pessoas reunidas aqui eram Magnus e Kuzar. Depois de menos de 2 dias de guerra, Magnus convenceu Kuzar a concordar com uma trégua, ele agora estava explicando que não tinha nenhum interesse nos negócios de Kulan e que essa vingança era contra a pessoa errada. Kuzar que estava mais calmo estava fazendo algumas exigências, mas Magnus era bem articulado nos argumentos.

Foi então que no meio da discussão um tremor terrível e um barulho alto quebrou todas as janelas da familiar taverna, sacudindo todo o Dragão Dorminhoco, todos tentaram se agarrar em algo, enquanto o lugar parecia girar enquanto afundava no chão, o lado direito da taverna começou a desaparecer enquanto estavam em queda livre na escuridão completa. Quando a taverna parou de girar, um barulho alto foi ouvido antes que finalmente conseguissem ficar em pé novamente. Quando os poucos sobreviventes saíram pela porta dupla que havia desaparecido o que encontraram era um lugar escuro e sem saída. A taverna havia afundado no solo da cidade valiriana, foi quase um milagre que alguns deles ainda sobreviveram.

Agora trancados no escuro todos estavam desesperados sobre como sair daqui. Logo os dois líderes da Triarquia, fizeram vários homens tentarem escalar na direção da única luz, que foi de onde caíram, mas mesmo depois de quase 1 hora escalando eles ainda não tinham chegado no topo, foi então que um segundo tremor horrível derrubou todos que tentaram escalar matando eles no local.

O segundo tremor não só acabou com as esperanças de Magnus e Kuzar, mas também fez a temperatura no subterrâneo subir. Sentindo sede, Magnus foi procurar por água nos escombros da familiar taverna, foi quando ouviu barulhos de rochas e vários gritos. Saindo dos escombros ele viu algo terrível:

Os homens estavam sendo queimados vivos por uma criatura que lembrava uma serpente gigante vermelha com rosto de dragão, seu corpo era bem longo cheio de escamas e tinha pequenos membros no corpo alongado de cobra, quando o monstro não conseguia morder e devorar alguém, ele simplesmente abria boca e cuspia labaredas de chamas nos alvos, quando Magnus olhou os corpos no chão viu um Kuzar que faltava metade da cintura para baixo.

Desesperado, ele prendeu a respiração, e se escondeu nos escombros. Ele sabia qual criatura diabólica era aquela… Um terrível verme de fogo!

Um monstro que apenas os pobres escravos nas profundezas das 14 chamas já tinham presenciado. Esperando em silêncio e com o coração batendo rápido, quando Magnus ganhou coragem suficiente para olhar novamente a criatura, ela já tinha ido embora, tudo o que viu foi uma nova luz que dessa vez estava numa altura aceitável. Sendo cauteloso ele foi até Kuzar pegando sua bolsa das sombras, que estava cheia de sangue e vísceras, ele pingou uma gota de sangue nela. Um sorriso debochado se formou no seu rosto enquanto olhava o conteúdo da bolsa, ele cuspiu no cadáver de Kuzar enquanto falava:

"Bastardo, obrigado por toda sua riqueza, vou usar bem quando sair daqui e me tornar o novo e único senhor do crime de toda a Valíria."

Depois ele seguiu na direção da nova luz, era um túnel cavado pelo monstro que matou todos aqui, finalmente levando ele até um saída para essa caverna.

Mas para o azar de Magnus a saída do túnel era no alto de uma montanha e assim que ele saiu rolou montanha abaixo se ferindo gravemente e quase morrendo. Cuspindo sangue enquanto mantém sua mão em suas costelas ele olhou e viu que suas duas bolsas das sombras ficaram no alto da montanha enquanto ele rolava. Seu rosto agora se distorceu completamente, ele pode sentir a direção das duas bolsas, mas não tinha como escalar, ainda mais ferido como estava.

Sem escolhas ele foi na direção do mar para encontrar um barco e deixou as bolsas para serem coletadas depois, mas de repente para sua surpresa, os dois vínculos de sangue das bolsas desapareceram, quando ele olhou para trás viu a lava saindo de vários buracos da montanha, desesperado ele correu ainda mais rápido até chegar no mar e começou a nadar com todas as forças que restavam.

Num certo ponto, Magnus não se lembrava mais por quanto tempo ele nadou, ele estava exausto e seus ferimentos pioraram muito, e quando finalmente estava prestes a desistir, ele conseguiu sobreviver ao desastre sendo resgatado por barcos de outros sobreviventes. Mas agora, sem suas terras, seus homens, seus navios e as duas bolsas que perdeu na montanha… Ele era tão pobre como qualquer outro refugiado.

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