Eu acordei tarde hoje era quase 10:00 da manhã, um dos homens da tripulação me entregou uma mensagem que foi enviada ao navio ao amanhecer. A mensagem pertencia a Jack, pedindo desculpas por não ter aparecido ontem, ele disse que está bem e já recebeu a recompensa, mas que teve que aproveitar uma oportunidade que surgiu. Eu cuido de alguns assuntos no navio incluindo um teste inicial com algumas embarcações menores, o teste é uma forma de treinar, calcular o tempo que teremos e quantas viagens vamos fazer enquanto roubamos a carga do Dragão Dourado no último dia.
No início da tarde eu volto para o Dragão Dorminhoco, mudo o cartaz avisando que resta apenas 1 cabine normal e 2 VIP, enquanto estou colando meus papéis escuto um homem na taverna falando sobre o Sábio Vermelho, o boato já se espalhou até o centro do distrito em menos de 1 dia.
Aviso também no papel que as passagens comuns serão vendidas a partir de amanhã aqui na sala 3. Aproveito para olhar e vejo que a maioria das passagens subiu de preço assim como vários suprimentos. Os aumentos é algo em torno de 10-15%, amanhã será um bom dia para vender as passagens comuns.
Assim que chego na sala privada 3 peço meu almoço e Black Cat traz mais 3 livros. Pergunto a ele onde ele comprou o livro do sobre almas e ele responde que foi de alguém que alega ser um aprendiz de magia. Aquele livro é a coisa real o resto foi apenas uma perda de dinheiro, mas valeu por ter achado ele, peço para ele entrar em contato com a pessoa e se tiver mais algum livro estou disposto a pagar um bom preço. Depois que ele sai eu almoço olhando os livros e nada é encontrado novamente. Duas novas religiões obscuras e outro livro usado como referência para avaliadores, esse fala um pouco sobre as bolsas de armazenamento e acho bastante interessante apesar de não ser 100% preciso. Depois do almoço recebo uma criança mal vestida e desesperada para embarcar em nosso navio. Ele pede a última cabine restante, mas além de mal ter 4 moedas de ouro quer que eu permita 11 pessoas nela. Insisto no motivo de ele querer a cabine sendo que podem viajar na área da tripulação mas ele fica mais desconversando por mais de 20 minutos sem dizer o motivo. Somente após dizer que eles podem ficar, mas também vão ter que trabalhar na tripulação ele entra em desespero novamente dizendo que apenas 7 podem trabalhar. Nesse momento peço a ele para confiar em mim ou desistir. Só então ele conta que 4 das crianças são escravos fugitivos e ainda tem suas algemas nos pulsos e pescoço, por esse motivo não podem ficar visível ao público. Eu acalmo ele dizendo para irem a meu navio hoje à noite e que irei remover as correntes com a ajuda do meu ferreiro que também é um ex-escravo. Ele finalmente aceita e me dá o dinheiro antes de dizer suas idades e informações. São 7 garotos e 4 garotas de idades próximas a de Ted. Uns são moradores de rua e outros apenas batedores de carteira. No final eu aceito mesmo sabendo que não vão poder trabalhar muito, desistindo de qualquer lucro menor da última cabine.
Agora restam apenas 4 vagas em uma cabine para viajantes solitários e posso tentar vender elas amanhã ou talvez deixe essa última cabine livre para alguém que apareça no último dia, colocando esse homem solitário junto com os outros 5 homens também viajantes. Quando é quase 16:00 horas Jack finalmente aparece. Ele tira um saco de pano (já que bolsas não podem ser armazenadas em outras bolsas) e despeja na minha frente 11 bolsas de armazenamento. Isso me surpreende muito… Pensei que ele poderia roubar 4 ou 5 em único dia….
—Algum pedido adicional? Pergunto a ele.
"Gostaria de obter mais 1 bolsa se possível."
Eu concordo, meus olhos passam por 2 bolsas arbórea e outras 9 das sombras antes de quebrar todas elas e dar uma das sombras para ele. Ele esvazia imediatamente o conteúdo dela e eu começo a esvaziar as outras. Quando terminamos moedas de ouro e prata estão caindo da mesa começamos a longa contagem. 633 moedas de ouro, 2000 moedas de prata, 7 barras de ouro, e pelo menos 10.000 moedas de cobre que nem tirei das bolsas por falta de espaço na mesa. Além do dinheiro uma enorme quantidade de lingotes de prata, aço e outros metais menos valiosos, 11 relógios de ouro, um baú grande de jóias, além de muitas gemas preciosas variadas e outros ornamentos luxuosos que daria facilmente outro baú grande. Uma das bolsas tinha muitas pinturas, outra tinha pequenos bustos de pessoas importantes e mais 4 conjuntos completos de armaduras pesadas de alto valor. Jack avaliou todos esses por bons preços ao confirmar quem eram seus criadores e até reconheceu algumas com preços ultrapassando 3 dígitos. O item mais valioso nisso tudo foi algumas escamas que acreditamos ser de dragão. Há 7 pedaços e com tamanhos variados que vão de 10 a 50 centímetros cada escama. Isso com certeza vai valer o preço de um exército mais tarde quando o número de dragões for reduzido a algumas dezenas. Há também conjuntos de armaduras de couro, armas e outros acessórios de aço. Mas eu apenas considero vendê-los mais tarde.
Pego as 633 moedas para mim e deixo todas as 7 barras para Jack. Jack me passa 3 barras e diz que é a taxa do criminoso. Com isso tenho 5 barras além de ultrapassar 1100 moedas de ouro. Depois divido a prata e os lingotes mantendo todo o cobre para mim. Após finalizarmos me despeço de Jack e agradeço a parceria, aviso que se ele ainda quiser roubar mais bolsas isso pode chamar atenção indesejada já que tenho outros planos ainda. No final decido convidar ele para se juntar ao meu outro plano, não dou detalhes e apenas digo para ir até o navio no domingo de manhã e contarei os detalhes. Aproveito para comprar seu veneno que induz o coma pois vou precisar de algumas doses. Guardo tudo de volta nas bolsas antes de esvaziar 2 delas e quebrar o vínculo que tinha. Quanto as outras 8 digo para o sistema devorar tudo. Um espaço enorme aparece na minha mente. Tem tantos metros quadrados que é similar a minha cabine no navio. Só que com um altura muito maior. Todos os itens recém roubados também estão lá.
Me arrumo e vou para o porto, ainda não é 18:00 horas, mas meu pai vai embarcar em breve e devo me despedir adequadamente, além de lhe dar dois últimos presentes. Quando chego de carruagem próximo a seu navio já posso ver meu pai parado perto de algumas caixas junto com outros passageiros que ainda não embarcaram. Levo o cocheiro até meu pai e peço a ele para me ajudar a trazer as caixas até a carruagem, somente depois peço um pouco de privacidade. Nos sentamos e meu pai começa contar algumas histórias engraçadas de quando eu era criança, dou risada de algumas enquanto tiro duas marmitas e começamos a comer, aproveito para contar a ele tudo o que sei sobre a atual Westeros e até um pouco sobre seu futuro. Lembro a ele que sua prima também pode ver o futuro e que esse é um traço de nossa família, no futuro haverá outros também. Ele então morde os lábios e começa a falar de minha mãe, não o lado ruim, mas as coisas boas. Eu digo a ele que ela provavelmente estava fugindo de alguém e não queria nos colocar em perigo. E que eu e meu pai fomos apenas uma fraqueza que poderia ser usada contra ela. Claro há várias outras opções do que aconteceu mas é melhor pensar nas melhores.
"Eu sei filho depois que a raiva passou eu comecei a perceber pequenos detalhes, acredito mesmo que ela estava fugindo de alguém, mas na hora da raiva eu fiquei cego e não pensei direito quando joguei fora as coisas que ela deixou para você. Eu fui até o píer e mergulhei durante muito tempo alguns meses depois tentando encontrar a bolsa de moedas e os outros itens, mas no final só encontrei isso."
Ele me dá uma espada curta enferrujada provavelmente do tempo que ficou em baixo d'água eu aceito a espada e a observo lentamente, não parece muito extravagante, mas ainda é bem leve, em seguida guardo ela no meu inventário. Depois pego e dou uma bolsa das sombras para ele e o ensino a usar. Por último, antes de me despedir dele dou um envelope grande. Nele tem duas cartas que escrevi. Eu aviso ele que se em algum momento tiver algum problema que não consiga resolver, para abrir o envelope e entregar um da cartas a Daenys ou seu filho mais velho. Ele acena, guarda seus itens mais pesados e valiosos em sua nova bolsa após eu ensiná-lo e deixa alguns para levar a bordo do navio. Dou um abraço nele e ele fala com a voz bem baixa como se segurasse as lágrimas:
"Filho amanhã será seu aniversário de maior idade, como não estarei com você lhe desejo muito sucesso, se puder venha me visitar mais uma vez quando possível, mostrarei a incrível loja da nossa família para você."
Depois de dizer isso ele sorri e caminha para subir a bordo do navio de guerra velho, apesar de ser um navio velho ele ainda assusta e mantém longe piratas comuns que pensam duas vezes antes de atacarem uma embarcação tão grande, poderosa e resistente. Ele acena para mim da popa do navio então abre caminho para as outras pessoas que também estão acenando para seus entes queridos.
Sinto um sentimento estranho, não tive família em minha outra vida então por um momento queria que ele não tivesse ido… Mas minha jornada é apenas minha, estarei mais confiante se apenas minha vida estiver em perigo. Suspirando eu volto para o navio onde sei que alguns jovens estão me esperando.