A noite chegou, mas Luna mal conseguia dormir. Ela revirava na cama, perdida em seus pensamentos. O peso de tudo o que acontecera nas últimas 24 horas a mantinha acordada. No meio da madrugada, ela tomou uma decisão.
" Eu preciso descobrir mais ", ecoava sempre essas palavras na mente dela.
Sabendo que o colégio ficava quase vazio à noite, Luna se levantou silenciosamente e decidiu ir até a lá para investigar por conta própria, sem que Sofia percebesse. Se havia algum lugar onde poderia encontrar respostas, era na sala do diretor. O comportamento dele durante a reunião com Lucas a deixou desconfiada, como se ele também estivesse sendo manipulado.
Ela saiu do dormitório, seu coração batendo rápido. Ao chegar à escola, encontrou os portões abertos. "Estranho", ela pensou. Isso só aumentou sua sensação de que algo estava sendo encoberto, e seu coração batendo rápido.
Entrando no Bloco principal, ela se moveu cautelosamente pelos corredores escuros, até chegar à sala do diretor. O ambiente era silencioso demais, e a tensão no ar quase sufocante. Luna pegou um grampo de cabelo que estava no seu cabelo e tentou destrancar a porta. Após algumas tentativas, a fechadura cedeu, seu coração batendo tão rápido. " Preciso manter a calma ", ela pensou.
Ela entrou rapidamente e fechou a porta atrás de si. A sala estava escura, iluminada apenas pela luz fraca da lua que entrava pela janela. Luna foi direto para a mesa do diretor, buscando qualquer pista sobre a "Ordem". Havia uma pilha de papéis, documentos e uma pasta fechada com o nome "Iniciados" gravado na capa. " Ah, droga, não reparei se há câmeras, caso contrário terei grandes problemas ", ela pensou, enquanto estava preste a pegar a pasta e abrir.
Com mãos trêmulas, ela abriu a pasta. Dentro havia fotos de vários alunos, incluindo a sua própria. Ao lado de cada nome, havia uma anotação: "Observação", "Potencial manipulação", "Integrado". As palavras a fizeram tremer. Eles estavam observando cada movimento dos alunos, escolhendo cuidadosamente quem manipular e quem deixar de fora.
Após ver os documentos, Luna decidiu contar a Sofia o que viu, e quer ouvir por parte da Sofia o quê ela sabe sobre a Ordem. " Até aqui já é o bastante, preciso regressar ", Luna pensou.
Quando Luna estava prestes a fechar a pasta, ouviu passos do lado de fora. Alguém estava vindo.
Seu coração disparou. Não havia para onde fugir. A maçaneta da porta girou lentamente, e, antes que pudesse reagir, a porta se abriu.
Lucas estava ali, com um olhar frio e calculista.
— Eu sabia que você não conseguiria resistir — ele disse, a voz baixa e firme.
Luna estava presa. E agora, não havia mais volta.
Luna congelou, incapaz de dizer uma palavra. O olhar de Lucas estava fixo nela, como se ele já soubesse exatamente o que ela estava fazendo ali. Lentamente, ele fechou a porta atrás de si, trancando-a de maneira sutil. O coração de Luna batia descontrolado, e a adrenalina corria por suas veias, seu corpo tremia tanto.
— Você está jogando com fogo, Luna — disse ele, calmamente. — Eu avisei que não seria seguro se você decidisse agir sozinha.
Ela manteve a pasta nas mãos, tentando parecer mais corajosa do que se sentia.
— O que é isso, Lucas? — ela questionou, levantando a pasta para que ele a visse claramente. — A Ordem monitora e manipula todos os alunos da escola? E eu sou só mais um peão no seu jogo?
Ele deu um passo à frente, mantendo a compostura fria, porém Luna deu um passo atrás, temendo de medo, porque não fazia ideia o que poderia acontecer se ele chegasse perto dela. " Se ele tentar alguma coisa, eu grito se hesitar ", Luna pensou.
— Não é tão simples quanto parece — ele começou, cruzando os braços, e seu olhar frio estava fixo nos olhos dela. — Sim, a Ordem tem seus métodos. E sim, nós observamos aqueles com potencial. Mas não se trata apenas de controle. Se você abrir sua mente, verá que estamos oferecendo algo maior, algo que poucos têm a oportunidade de vivenciar. " Não posso se aproximar mais dela, senão ela pode gritar, e se isso acontecer, teremos problemas com o chefe ", Lucas pensou. Mas se for pra se aproximar, tem de ser cautelosamente em cada 3 minutos.
Luna engoliu em seco, suas emoções misturadas entre raiva e confusão.
— E o que seria? Manipular as pessoas para ficarem à sua mercê?
Lucas suspirou, aproximando-se lentamente, sem tirar os olhos dela.
— Poder. Influência. Uma chance de moldar o seu futuro. Todos aqui são peças de algo maior. O que estamos oferecendo é liberdade. A verdadeira liberdade de controlar o próprio destino e, de quebra, o destino dos outros.
Luna deu um passo para trás, o desconforto crescendo. A pasta ainda estava em suas mãos, mas ela sabia que, naquele momento, estava perdendo o controle da situação. Lucas estava muito perto, sua presença esmagadora deixava-lhe descontrolada.
— Eu não quero fazer parte disso, Lucas — ela disse com a voz firme, embora a incerteza estivesse crescendo dentro dela.
— Não quer? — ele repetiu, com um sorriso calculado. — Ou tem medo de querer? Você já está envolvida, Luna. Se acha que pode simplesmente sair agora, está enganada.
O silêncio que se seguiu foi esmagador. Luna sentiu a gravidade de suas palavras. Ela estava, de fato, presa naquela teia de manipulações, e cada passo que dava a puxava ainda mais para o centro do jogo. Mas ela não iria ceder tão facilmente.
— E se eu expor isso? — Luna ameaçou, levantando a pasta. — Se todos souberem o que vocês estão fazendo?
Lucas riu, um riso frio e sem humor.
— Você realmente acredita que isso acabaria com a Ordem? — Ele inclinou a cabeça, seus olhos se estreitando. — Isso aqui não é apenas sobre o colégio. Somos muito maiores do que você imagina. Se você tentar nos derrubar, vai ser destruída no processo.
As palavras dele atingiram Luna como um soco no estômago. Ela estava lidando com algo muito maior do que esperava, algo que ultrapassava os muros do colégio. Pela primeira vez, Luna sentiu um calafrio real de medo. Estava enredada em algo sombrio, algo que ameaçava mais do que apenas sua vida escolar.
Depois dessas palavras Luna lembrou o que Lucas disse, quando ela estava na biblioteca com a Sofia.
— E agora? — Luna perguntou, tentando manter a compostura. — O que vai acontecer comigo?
Lucas deu mais um passo em sua direção, ficando tão perto que Luna podia sentir sua respiração.
— Agora, você tem duas opções. Pode continuar tentando lutar contra nós, e vai perder. Ou... — ele deu uma pausa, seus olhos penetrantes cravados nos dela — você pode aceitar o que estamos oferecendo. Juntar-se a nós de verdade, e descobrir o que é estar no controle.
Luna estava dividida. A raiva e o medo lutavam dentro dela, mas também havia uma curiosidade incômoda. "E se Lucas estivesse certo? " E se, ao invés de ser manipulada, ela pudesse aprender a manipular de volta? Mas ela sabia que, ao ceder a essa ideia, estaria abrindo mão de algo fundamental dentro de si. Suas próprias crenças. Sua própria moral.
Ela suspirou fundo, tentando ganhar tempo.
— Me dê mais uma noite para pensar — Luna pediu, sua voz mais baixa agora.
Lucas a observou por um momento, então assentiu lentamente.
— Amanhã é seu limite, Luna. Não haverá mais prorrogações. — E com isso, ele se virou e saiu, deixando Luna sozinha na sala.
Quando a porta se fechou, Luna desabou em uma cadeira que estava no seu lado esquerdo, o peso das últimas horas finalmente caindo sobre seus ombros. Ela sabia que sua vida nunca mais seria a mesma, e que o tempo para decidir quem ela queria ser estava se esgotando...
—
Não perca o próximo capítulo, saberemos o que a Ordem tivera feito na vida da Sofia ou dos seus familiares.