"Então Lisa, por que me chamou aqui?"
"Mas isso não é claro, minha garota? É por que você é uma aluna nova... e das muito interessantes."
"Ah é, é?"
"Claro, mas vamos ao que interessa, seja bem-vinda ao 'Instituto de Sabedoria Arcana:Merídia', espero que goste daqui!"
"Olha, eu também espero, não acho que eu vá sair daqui tão cedo hahaha..."
"É, provavelmente não."
Eu e Lisa damos "risada" juntas, que situação vergonha alheia...
"Mas Alice, você como uma aluna especial, tem direito a fazer um pedido oficial, claro que não pode ser qualquer coisa, mas faremos o que pudermos."
Eu poderia pensar muito nisso para pedir algo muito bom e interessante, porém...
"Eu quero poder falar com a minha mãe, faz um tempo que eu não sei como estão as coisas por lá."
Quando eu estava na casa do Levi, ele me deixava conversar com a minha mãe por um dispositivo 'magico' que ele tem na casa dele, era como um 'telefone', mas era bem mais rústico e tinha um cheiro estranho.
UM TEMPO NO PASSADO: AINDA NA CASA DO LEVI.
"Alice, venha aqui por favor."
"Oi, Claro, O que é isso?"
"Ah, isso é um sistema magico que foi criado para comunicação em longa distância."
Era apenas um cristal azul brilhante.
"E como exatamente isso funciona Levi?"
"Bom, você pode apenas deixar um outro desse com a pessoa que você deseja conversar e-"
"Alô? Tem alguém aí? Viu, eu sabia que essa coisa não funcionava."
"O que, MÃE??"
Era possível ouvir a voz de Stella ecoando de dentro do cristal.
"Cara, como isso é possível? Oi, mãe, você consegue me ouvir?"
"Em alto e bom som, filha! Quando o Levi me deixou esse pedaço de pedra eu não imaginava que realmente funcionaria."
"E eu estava pensando que não falaria com você tão cedo mãe... Mas no fim como o Levi te convenceu de deixá-lo me levar."
"Bom... Olha... Ele meio que me deixou paralisada na camacom algum truque e começou a falar muitas coisas sobre te ajudar e que não te faria mal, entre outras coisas de gente que gosta de um revolucionismo. Mas como eu sabia que por si só, eu não conseguiria te levar a lugar algum, eu acabei cedendo, mas eu o ameacei de morte caso algo acontecesse com você, e então ele me deixou a pedra e disse que poderíamos conversar por ela no futuro, foi isso, apenas."
"Ata, e você fala isso com uma naturalidade esquisita... Você gostou de ser paralisada, foi?"
"O que? N- Não Alice! O que é isso?! De onde você tira essas coisas?"
"É, ela ficou desesperada..."
"Bom... mas enfim, agora podemos conversar todos os dias Alice."
Eu contei a ela as coisas que o Levi prometeu me ensinar quando eu tivesse idade, ela perguntou do porquê ele ter me levado tão longe da idade certa, e ele apenas mexeu os ombros irresponsavelmente.
Daí em diante, nós mantemos contato, no começo era todos os
dias, depois a frequência foi diminuindo, e nesses últimos meses, ela não tem
aparecido, eu não sei o que aconteceu, eu preciso descobrir o que aconteceu!
DE VOLTA A SALA DA LISA:
"Então... Lisa, você consegue entrar em contato com ela? Ou me dar algo que faça isso, não sei... Eu só preciso saber como ela está."
"Bem, Alice, olha... Eu posso tentar te arrumar alguma coisa
assim, mas você ao menos sabe onde ela pode estar agora?"
Faz um tempo que eu não tenho notícias.
"Eu não sei, nós morávamos em um vilarejo."
"Sei, e você tem alguma característica de lá? Uma mais específica para ajudar nas pesquisas."
"Tudo lá era muito marrom... e eles todos lá tinham cabelo castanho, não sei se isso é uma característica muito única."
Lisa está apenas me olhando.
"Não, essa informação é suficiente, pode deixar, nós vamos ir atrás de informações e depois te daremos um retorno sobre o seu pedido, pode ser?"
"Ah, sim, claro!"
Zeph que estava apenas parada no canto da sala, agora se manifesta.
"Certo, então vamos Alice? Tem muita coisa que você precisa conhecer e fazer por aqui, pode deixar que eu vou te mostrar tudinho."
Ela abre um sorrisinho tão fofo.
"Certo, vamos nessa Zeph!"
Nós saímos pela porta da sala.
"Não se preocupa, Alice, ela vai conseguir realizar seu pedido."
"Certo, eu nem tenho tanta opção além de acreditar nela."
"É verdade mesmo mas, vamos lá Alice."
Eu e Zeph andamos pela escola, grandes corredores, grandes salas, nós passamos pelo refeitório, o jardim, o salão de treino, a sala médica, a gigantesca biblioteca da escola, conforme íamos andando, muitos
alunos passavam a nossa volta, olhando, curiosos, provavelmente em dúvida, e eu
chamando muito mais a atenção por não estar usando um uniforme também.
"Certo, chegamos!"
"Que lugar é esse?"
"Essa é a sala dos artesãos, é aqui que vai ser feito o seu uniforme."
"Ah, entendi! Então, vamos entrar?"
"Vamos!"
Nós entramos pela porta, é possível ver vários alunos em suas mesas, cheias de tecido e outras matérias primas.
Um garoto se aproxima.
"Olá, você deve ser a Alice! Oi, também, Zephyra, como vai?"
"Nós estamos bem, eu trouxe a Alice para saber sobre o uniforme dela."
"Ah, claro, a propósito, eu sou Hiroshi, prazer em conhecê-la!"
("O que? Um nome japonês, aqui?")
"Prazer em conhecê-lo também, Hiroshi."
Ele olha para mim e dá um sorrisinho gentil.
"Certo, agora venha cá Alice."
"Ah, claro, estou indo."
Vamos juntos para uma ala de costura, com vários tecidos e linhas.
"Certo, agora eu vou tirar suas medidas."
"Certo, vai fundo Hiro."
"hrmm..."
"O que foi Hiro, cê tá bem?"
"Ah, sim, claro, não é nada."
("O que foi isso? Ah, eu acho que entendi tudo... Talvez ele tenha ficado com vergonha de mim por que eu sou uma garota, eu estava tão acostumada com isso que eu havia esquecido de que isso era importante, e agora ele vai tirar as minhas medidas, isso deverias estar sendo feito por uma garota?? E se ele encostar em alguma parte minha sem querer??")
"Hrrmm..."
Agora foi a minha vez de soltar um som estranho de vergonha.
"O que foi Alice? Tá te incomodando?"
"Não, eu só... É que isso é um pouco desconfortável."
"Entendo, vai ser rapidinho, relaxa."
O Hiroshi tirou minhas medidas e disse que o uniforme estará pronto amanhã de manhã quando as minhas aulas forem começar de verdade, eu espero que fique bom em mim, na minha vida passada eu me preocupava muito com essas coisas.
Depois de ter passado na sala do artesanato, a Zeph continuou a me mostrar a escola, agora áreas menos importantes como salas de aula de outras turmas e eteceteras, e como sempre e, muito esperado, todos
estavam olhando para nós.
Quando o tour pela escola acabou, a Zeph me levou para os dormitórios, que ficavam em prédios a parte do resto da escola, e claro, eram divididos em um prédio masculino e um feminino, ambos eram praticamente iguais por fora, apenas feitos de pedras pretas, eles eram até um pouco sombrios demais...
Chegamos ao meu quarto.
"Okay Alice, esse é o seu quarto."
Um quarto com uma cama chique, um armário e uma escrivaninha.
"Certo, não parece um lugar ruim, muito obrigada Zeph, por me mostrar a escola e me trazer até aqui!"
"Que isso Alice, eu só fiz o meu trabalho como representante, não foi nada demais."
Zeph sorri para mim.
"Bom, mesmo assim, obrigada!"
"Certo, certo, aproveite seu quarto novo, amanhã seu uniforme deve chegar na sua porta, fique atenta."
"Certooo."
"Alice, avisando, as aulas começam as 8:15 da manhã, você pode ver isso naquela conta tempo magico ali em cima da sua escrivaninha, ele marca os números no visor, é só olhar para ele."
Em cima da escrivaninha tem uma ampulheta com números digitais saindo na sua frente, não é tão diferente de um relógio digital.
"E quando as aulas forem começar, o sino irá badalar três vezes, a primeira vez é para que possamos ir ao pátio principal, aquele que eu
te mostrei, a segunda vez é para que possamos ir até a sala de aula, e a terceira é o sinal que a aula vai começar, lembre-se disso, okay?"
"Okay, Zeph, muito obrigada de novo, te vejo amanhã?"
"Sim, nós estamos na mesma sala, então nós vamos nos ver novamente amanhã."
A Zeph sai andando pelo corredor acenando com a mão.
"Até amanhã Zeph!!"
"Até!"
Após a despedida eu entro no meu quarto, já está escurecendo, eu não sei se me sinto animada ou nervosa para amanhã... de
qualquer jeito não adianta sofrer adiantado, vou dar uma fuçada nesse quarto até poder ir dormir de verdade.
Depois de um tempo eu me deito na cama para descansar.
("Eu espero que dê tudo certo, por favor...")
(Continua)