Enquanto eu flutuava na água, o céu fica escuro como breu...
"(Como diabos eu vim aqui? Por que isso aconteceu? Eu nem sabia que algo assim era realmente possível.)"
Um olhar pensativo e preocupado cresce em meu rosto.
"(Eu meio que renasci?...)"
"(Mas como isso é possível?... Pensando bem, isso pode ser um sonho! Claro, mas por que não pensei nisso?)"
Eu olho para o céu.
"(Mas isso ser um sonho... isso seria bom ou ruim?)"
Eu realmente odiava minha vida normal... eu ia para a escola, voltava para casa, ia trabalhar, e no final das férias eu só ficava numa casa tranquila, então talvez minha morte não tenha sido tão ruim assim.
Fechando os olhos eu caí no sono.
ALGUM TEMPO DEPOIS:
Abro os olhos, a luz do dia não me permite ver direito...
"Letsu benetsu kat!! Lemie amarats watander!"
"(O que é isso? Alguém está falando?)"
Olho para cima e vejo o rosto desesperado de uma mulher estranha.
"Atun yu betsu?"
"(Eu ainda não entendo.)"
Um homem alto e barbudo se aproxima de nós.
"Não..."
Ele apenas diz uma palavra e se afasta.
"(Não sou especialista, mas acho que ele me rejeitou.)"
Comigo no colo, a mulher começa a discutir com o homem. Eu mesmo não consigo entender o que eles estão dizendo. Mas é óbvio que eles não têm um relacionamento saudável...
Eles continuaram essa discussão por algum tempo, mas eventualmente ele permitiu que ela me levasse.
A família começou a me levar pela praia até algum vilarejo.
"(Eu não sei quem eles são, eles não sabem quem eu sou, nem de onde venho, então como podem me levar?)
Enquanto olho em volta enquanto eles me carregam, tudo parece estar bem aqui...
"(Então o que aconteceu naquele lugar onde eu supostamente nasci? Porque parecia tão caótico lá, mas aqui tudo é perfeitamente normal?)"
No caminho, ao passar pelo vilarejo, vi gente muito normal andando, gente vendendo coisas na rua, gente falando como se não soubessem de nada...
"(Não sei se é hora de pensar sobre isso... o que diabos está acontecendo?! O outro mundo em que reencarnei está em guerra? Mas por que ainda sou um bebê?" Eu tenho dúvidas.
Depois de uma curta caminhada, chegamos a uma casa, mas não tinha nada de especial e parecia uma casa comum de uma vila medieval. Um homem barbudo, ainda um pouco zangado, abre a porta.
"Tukuyomi lata casa!"
uma das crianças diz.
"(Huh? Sinto que estou começando a entender o que você está dizendo aos poucos! Mas ainda não entendo realmente o que ela está dizendo.)"
As crianças entraram correndo pela porta, a mulher entrou comigo e o homem que foi o último a entrar bateu com força a porta.
"(Wow! Essa pessoa não parece muito amigável)"
Assim que entramos, o homem começou a gritar com a família.
"(Não sei o que ele está dizendo, mas essa família não parece ser tão próxima e não é preciso muito esforço para descobrir isso)"
Ele começou a arremessar coisas, jogou a mesa que estava no centro da sala contra a parede, e ela quebrou como um galho.
Logo em seguida, entraram na casa três homens e retiraram o "pai" agressivo de dentro da casa.
Um dos homens, entrou na casa e falou com ela. Acho que ele devia estar confortando-a. Então ela simplesmente se levantou, enxugou as lágrimas e me pegou no colo.
"(Essa mulher parece realmente se importar comigo. Nunca esperei que tantas coisas acontecessem durante um dia normal na escola.)"
ALGUNS DIAS DEPOIS
Com o passar dos dias, consegui entender melhor suas palavras. Talvez seja porque tenho memórias de outro mundo, ou talvez isso simplesmente não faça sentido algum.
A cada dia que passa percebo que a vida aqui vai ser bem diferente de antes...Estou muito ansioso, mas também muito preocupado com o que vai acontecer com tudo nesse mundo.
No dia seguinte:
Bem... Aparentemente isso não é um sonho, acordei de manhã em uma casa medieval de tijolos, o que normalmente não acontece na vida real.
"(Eu ouço passos...)"
Uma criança entra correndo pela porta.
"Ah, anake notsu bebê?", diz a criança.
E ainda não entendi completamente...
Ouvi uma voz e a mulher que me ajudou entrou pela porta.
"Ei, eu falei para você não incomodar o bebê, certo?"
"(Espere! Eu entendi o que ela disse? Acho que sim!)"
"Olha, Vic, ele disse alguma coisa! Vamos fazer de novo! 'Ah, ah.'" - diz a mulher
As crianças e a mulher estão em cima de mim, esperando que eu murmure alguma coisa... assim começa um ciclo interminável de tentativas de me fazer falar, mesmo que eu ainda não saiba como falar, porém, eu consegui mesmo assim.
Alguns dias se passaram e comecei a entender melhor ainda o que eles diziam. No entanto, não sabemos por que é que este progresso é tão rápido. Talvez seja deste mundo, ou talvez tenha algo a ver com outra coisa.
"(Aparentemente essa família realmente me adotou, me deu comida, abrigo, roupas e... banho)"
Eu realmente fiquei surpreso. Esses poucos dias passados em um novo mundo me trouxeram diversas mudanças em minha vida, e uma delas é...
"(Eu virei uma menina!! Sério? Eu poderia ter renascido como um homem bonito e superforte..., mas parece que a vida não sorri para todos... hehehe")
Fiquei muito surpreso ao ver que era uma menina, mas pelo lado positivo, não me transformei em árvore, espada, animal ou monstro...
Um dia depois de descoberto que eu sou uma menina, minha mãe adotiva me deu um nome. Claro, acho que eu não poderia viver sem nome.
"Bem, crianças, esta é 'Alice'... e ela é sua irmãzinha recém-nascida!"
Vejo que os outros filhos dela pareciam felizes com a notícia.
"(Então, meu novo nome é 'Alice'! É um nome bonito, pelo menos)"
Depois que me deram um nome e me trataram como um membro da família, consegui levar uma vida normal e entender melhor o nome das pessoas.
"(Até onde eu sei, o nome da minha mãe é 'Stella'. É pronunciado algo como 'Estella', que é um nome muito bonito para a época. E o nome dos meus irmãos são: Adrian, Jake, Vick... 2 meninos e 1 menina) Aparentemente todos tem 5 anos...)"
Quanto ao nome do meu pai adotivo, nunca soube. Eles pareciam não querer mais dizer nomes, o que é estranho.
"(Eu me pergunto como era para eles antes de eu chegar?! Aquele homem sempre foi assim com eles? Se sim, posso imaginar por que eles não dizem o nome dele)"
Várias pessoas foram até a casa naquele dia, pedindo notícias sobre o ocorrido e como estavam convivendo com isso.
"(E parece que sempre foi assim com eles. O pai batia nos filhos e na esposa. São homens assim que me irritam.)"
Naquele momento, senti muita raiva daquele homem.
"(Porque sempre fui uma pessoa justa, que valoriza fazer o que é certo, e sempre fico irritado com esse tipo de atitude, mas o que eu posso fazer? Ainda sou um bebê...)"
Depois desses acontecimentos tudo parecia calmo novamente e não vi ninguém reclamando disso.
ALGUNS MESES DEPOIS
"(Bem, já se passaram alguns meses e agora posso engatinhar... por que não conseguia engatinhar antes? Bem... eu era um recém-nascido.)"
Esfrega as mãos na cabeça.
Agora que eu consigo engatinhar, olhei ao redor da sala. Nesta casa, não haviam tantos quartos, mas cada um tinha algo diferente.
Minha mãe realmente me tratava como uma filha...
"(Vai ser um pouco difícil para mim me acostumar a me chamar como uma garota.)''
Na minha vida passada, eu até cheguei a pensar como seria se eu tivesse nascido mulher.
"(Acho que terei que me acostumar com isso de alguma forma, mas existe uma maneira de voltar a ser um menino? Mesmo se eu precisasse de ajuda, quem acreditaria no que uma criança falaria sobre si mesma?"
Muitas coisas aconteceram, mas por algum motivo eu estava realmente preocupado com isso...
"(Sério? Eu sou um idiota? Há tantas coisas legais que eu quero fazer e eu querendo mudar meu gênero. Idiota! ainda tenho coisas para aprender, coisas para entender. Há muitas coisas, e mudar seu gênero não muda nada."
Pensei nisso e abri meu sorriso, infelizmente as pessoas da casa só pensavam que eu estava rindo sozinho.
"(Ah, mal posso esperar para poder conversar, tudo vai ser muito mais fácil")
Para mim, falar é como uma forma de facilitar a vida, e realmente é.
"(Pedir comida seria muito mais fácil se eu pudesse falar)."
Eu estava claramente pensando em comida.
"(Quero crescer o mais rápido possível! Quero poder ver esse mundo, poder falar, e agora que renasci... quero aproveitar as coisas que não pude aproveitar em minha primeira vida.)"
Talvez não seja tão nobre para mim pensar apenas em mim mesmo enquanto acontecimentos como esse tinham uma certa frequencia, e talvez ainda estejam acontecendo.
Durante esse tempo, minha nova mãe sempre foi muito gentil comigo, mas ainda me pergunto que tipo de pessoa era minha mãe verdadeira, aquela que me colocou no barquinho e eu nunca mais vi.
Stella me chama:
"Alice, você gosta dessa história? É sobre o bruxo que criou a luz."
"(Olha, não sei se ela sabe ou não, mas ainda não aprendi a falar...)"
"E aqui está escrito que quando o mago foi criar a "luz" necessária, ele teve que fazer..." — Stella interrompeu com uma forte batida na porta.
TOC TOC TOC!!
"Por 'Zechs'! Oque diabos é isso?!"
TOC TOC TOC!!!
"Estou indo!!" Stella diz com raiva.
Stella vai até a porta e a abre.
"(Ei, alguém quer falar sobre o pai? Eu sei que é difícil, já faz um tempo, mas pode ser possível)"
Stella abre a porta e fica surpresa ao vê-lo lá fora.
"O que você está fazendo aqui?!" Stella pergunta.
"Ei, Stella, você esqueceu, não é? Você me deve."
"Ah, íamos pagar isso na semana que vem. Depois que ele saiu, não tivemos muita renda..." — Stella disse horrorizada
O homem encurrala Stella contra a parede.
"(Ei, ei! O que esse cara está tentando fazer com ela?)"
"Ah, Stella, parece que você acha que estou brincando. Não é? O que acontece com as pessoas que me devem dinheiro e não pagam?"
"Por favor, não faça isso! Por favor! Prometo pagar minha dívida..." — Stella disse com medo
"Ham!! Parece que está começando a entender como as coisas funcionam aqui na vila. Acho que vou conseguir esse dinheiro com juros até semana que vem! Acho melhor pagar. Se não... Olha, você ja sabe!"- diz o homem.
Ele empurrou brutalmente minha mãe contra a parede e caminhou em direção à porta.
"Vejo você na próxima semana, Stella."
Ele bateu a porta... Minha mãe ficou um tempo sentada no chão chorando, mas depois se levantou e veio até mim.
"Você não deveria ter visto isso... me desculpe, Ele é um homem tão desprezível, mas você ainda é jovem e provavelmente não entendeu nada. Hahaha, quem se importa ..." Stella disse ainda abalado com este incidente.
Olhei para ela e vi que ela estava chorando.
"(Você pode não saber, mas eu entendo tudo perfeitamente... E um dia, prometo proteger você, mãe, de todos os homens horríveis por aí., você nunca terá que chorar.)"
Stella me abraça enquanto chora...
E este é o começo de uma nova vida cheia de problemas em um novo mundo...
(Stella vendeu alguns móveis de sua casa para pagar suas dívidas.)
(Continua)