Levantando a mão de forma que estivesse no nível de seus olhos, Raphael lentamente desenrolou seus dedos até poder distinguir a forma na palma de sua mão.
Sua companheira era tão pequena... ela nem parecia ser real enquanto ficava encolhida em uma bola. Na verdade, ela nem ocupava a totalidade de sua palma.
Como diabos ele deveria cuidar de uma criatura tão preciosa? Seu lobo daria uma olhada nela e decidiria comê-la.
'Não comer companheira,' resmungou seu lobo, e Raphael podia ver os olhos dele girando em sua cabeça.
'Conhecendo você, acabaria pisando nela por acidente,' soprou o homem enquanto o lobo soltava um bufo de desgosto.
'Então ela pode cavalgar nas minhas costas. Não há necessidade de fazê-la caminhar quando estamos por perto.'
Algo deve ter incomodado o pequeno animal em sua mão, pois de repente ele se agitou.
Uma cabeça minúscula desenrolou-se de onde estava apoiada contra seu estômago, e duas das orelhas mais fofas que Raphael já havia visto surgiram do nada e começaram a se mover por conta própria. Ele podia até sentir seu lobo tentando olhar pelos seus olhos enquanto os dois encaravam sua companheira pela primeira vez.
Olhos verdes brilhantes piscaram rapidamente como se ela estivesse acabando de acordar. Assim que viu Raphael, ela rapidamente se sentou, seu nariz tremendo, enquanto enrolava sua cauda em volta de seu corpo, tentando escondê-la.
Sua companheira era uma ratinha.
Seu cérebro humano tentava processar esse fato enquanto a ratinha rapidamente tentava alisar seu pelo e bigodes enquanto simplesmente ficava lá, em sua mão. Era como se ela estivesse se apresentando como sua companheira, esperando que ele a achasse aceitável.
Raphael sentiu seu lobo dar-lhe um empurrão firme, tirando-o de seus pensamentos. "Você é linda," ele disse, se esforçando para encontrar algo para dizer. Erguendo o indicador da mão direita, ele cuidadosamente acariciou o pelo macio de sua cabeça.
Sua companheira soltou um guincho feliz e antes que Raphael pudesse reagir, ela já tinha conseguido correr pelo seu braço e estava deitada novamente em uma pequena bola entre seu pescoço e ombro.
Mais uma vez, ele congelou, sem saber se poderia se mover ou não. Ele estava preocupado que, se o fizesse, ela perderia o equilíbrio e cairia.
'Vamos ficar aqui,' resmungou seu lobo, claramente preocupado com a mesma coisa. 'Você vai contar para os outros?'
Raphael levou um momento para pensar sobre isso. Todo o seu corpo gritava para ele não contar para mais ninguém, para manter sua preciosa companheira somente para si. Mas se a situação fosse inversa e um dos outros tivesse a encontrado primeiro, ele ficaria furioso se eles não o avisassem.
Soltando um longo suspiro, ele pegou seu telefone, tentando não mover o ombro direito tanto quanto possível.
Enviando uma mensagem rápida para o grupo de chat, ele colocou seu telefone no silencioso e esperou que todos chegassem.
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Damien chegou apenas alguns minutos depois, seguido de perto por Lucien e finalmente Dominik.
'O que foi, Chefão?' perguntou Lucien enquanto Dominik fechava a porta atrás dele. Embora ele não tenha falado alto, Raphael ainda olhava para o lobo com severidade.
'Seja quieto,' ele sussurrou para os três homens, seu lobo vindo à superfície com a ideia de acordar sua companheira.
'Você não está fazendo sentido. Você quer falar conosco, mas não podemos ser altos?' perguntou Dominik, erguendo as sobrancelhas. Ele estava deitado na cama, pensando em sua possível companheira, e ele não queria estar perto do único macho que cheirava como ela.
'Eu encontrei nossa companheira,' interrompeu Raphael, erguendo a mão antes que os outros três pudessem reagir. 'Vocês têm que ser silenciosos,' ele continuou, colocando um pouco de seu poder naquele comando.
Os três homens quase morderam suas línguas quando o comando passou por eles, e eles lançaram um olhar fulminante para seu amigo. Havia anos que ele não fazia algo assim com eles.
'Ela está dormindo,' sussurrou Raphael. 'Eu não quero acordá-la; ela parece estar cansada.'
Suas palavras fizeram os outros relaxarem, seus ombros tensos abaixando enquanto eles assentiam em entendimento.
'Onde ela está?' perguntou Lucien, sua voz tão baixa e suave quanto a de Raphael.
Raphael ergueu a mão e sinalizou para os homens se aproximarem. Assim que eles estavam a um pé dele, eles podiam sentir o cheiro dela muito mais forte do que antes. Quando eles tinham entrado pela primeira vez, todos assumiram que estavam sentindo os efeitos depois dela ter roçado contra o alfa, mas agora eles sabiam de outra maneira.
'Não consigo vê-la,' resmungou Dominik, procurando ao redor de Raphael.
Sem palavras, Raphael apontou para seu ombro e moveu sua cabeça de lado apenas o suficiente para que os outros pudessem ver a pequena ratinha.
'O quê?' exclamou Damien enquanto estendia uma mão trêmula em direção à pequena criatura.
'Parece que ela é uma transformadora de rato,' disse Raphael enquanto sentia a ratinha se mexendo ligeiramente. Era como se estivesse tentando se aproximar mais de sua pele.
'Existem transformadores de rato??' perguntou Dominik, de olhos arregalados.
'A menos que você ache que nossa companheira é um rato de verdade, só posso assumir que ela é uma transformadora,' respondeu Raphael, revirando os olhos.
'Espere,' resmungou Damien, virando-se e saindo da sala. Ele voltou em minutos com um pedacinho de tecido na mão. 'Eu encontrei isso mais cedo quando tinha me desvestido. Tem o cheiro dela, só um pouquinho. Você acha que ela conseguiu colocá-lo no meu bolso em algum momento de hoje?'
'Mas quando?' rosnou Lucien enquanto Damien caminhava até Raphael e delicadamente colocava o cobertor sobre a pequena criatura.
'Não faço ideia,' admitiu o outro homem. 'Se não fosse pelo leve cheiro de café e livros, eu o teria jogado fora.'
Um guincho de protesto soou na sala, e os quatro homens voltaram sua atenção para sua companheira.
Ela estava sentada no ombro de Raphael, seus olhos se estreitando em Damien enquanto ela puxava o cobertor mais para perto do peito.
'Desculpa, pequenina,' encolheu-se Damien.
A ratinha não se impressionou enquanto continuava a ter uma conversa com Damien que ninguém realmente entendia.