Adeline respondeu: "Vingança".
"Eu preciso fazê-los pagar. Eu perdi... tudo".
César parou o que estava fazendo com o copo e o colocou de volta na mesa. "Por que eu?"
Por que... você? Adeline olhou para ele pensativamente e respirou fundo.
"Porque você é o único que pode me ajudar. Eu não tenho família nem ninguém que eu poderia chamar de amigo, então você é a única opção restante. Você também me deu seu cartão."
"Hmm..." César de repente sorriu, estreitando o olhar para ela. "Você sabe quem eu sou, certo, Adeline?"
"César Romanovich Kutznetsov, sim, sei!" Adeline encarou-o obstinadamente.
"E ainda assim você quer que eu te ajude." César não parecia convencido. "Você sabe o que isso pode te custar? Você é uma das Petrovs, e nós somos inimigos. Você não tem medo que eu possa apenas usar—"
Adeline balançou a cabeça teimosamente para ele. "Não me importo se você me usar ou não! Qualquer que seja o custo, eu estarei disposta a pagar, desde que você me ajude." Ela parecia desesperada.
César tirou o isqueiro de metal do bolso e começou a abri-lo e fechá-lo. Ele a observou em profunda reflexão e abruptamente afastou a cadeira com força, levantando-se. "Você está muito emocional agora. Não me force a tirar vantagem disso."
"Eu não estou interessada em colocar você em uma situação difícil logo quando você está de luto por alguém querido para você. Vá para casa por enquanto e—"
"Não!" Adeline se levantou e caminhou até ficar na frente dele, os braços abertos para impedi-lo de dar mais passos. "Minhas emoções estão sob controle, e eu estou ciente do risco que estou correndo ao pedir sua ajuda. Eu te darei o que você pedir! Eu estou falando sério, por favor!"
César a olhou com uma carranca. "Vá para casa, Adeline."
"Eu não posso!" Adeline balançou a cabeça para ele, seus olhos brilhando de desespero. "Você é quem me deu o seu cartão. Você disse que eu precisaria dele, lembra?"
"Bem, aqui estou eu agora. Por favor..."
"Adeline." César agarrou seus braços e a tirou do caminho.
Ele abriu a porta, mas antes de sair, olhou para ela por cima do ombro, dizendo, "Nos encontraremos novamente em uma semana. Mas, devo te avisar que, quando você se envolve comigo por vontade própria, não poderá sair facilmente. Então, pense cuidadosamente sobre isso."
Adeline segurou seu braço, seus olhos suplicantes fixos nele. "Não importa, César, por favor. Você não entende." Ela balançou a cabeça para ele. "Eu não sei quanto tempo me resta. Eu estou... eu estou morrendo, e eu preciso—"
"O quê?" César levantou uma sobrancelha, sem compreender. "O que você quer dizer com que está morrendo?"
Adeline desviou o olhar para o chão, afrouxando a pressão no braço dele. Ela mordeu o lábio inferior, incerta de como explicar.
"Adeline?" César abaixou a cabeça para olhar seu rosto. Ele estava perplexo, uma ruga se formando entre suas sobrancelhas. "Responda-me. O que você quis dizer?"
"Eu não sei o que é. Não consigo explicar," Adeline finalmente respondeu, levantando o olhar para encontrar o dele. "Eu só estou doente, e acho que isso está me matando aos poucos."
César ficou parado, olhando para ela por longos e agonizantes segundos em silêncio. De repente, ele agarrou seu braço e a puxou em sua direção.
Antes que Adeline pudesse sequer entender o que ele estava prestes a fazer, ele puxou a gola de sua camisa branca, dando uma boa olhada na nuca dela.
Os olhos dele se arregalaram momentaneamente ao ver a cicatriz na parte traseira do pescoço dela, e ele recuou a cabeça para olhar seu rosto.
"Quando você conseguiu essa cicatriz?" ele perguntou.
Adeline piscou, surpresa por um segundo. Como ele sabia que ela tinha uma cicatriz na parte de trás do pescoço?
Independentemente disso, ela respondeu, "Ano passado."
"Antes ou depois de se casar com Dimitri?" César continuou a sondar.
"Depois." Adeline encarou-o, confusa. "César, o que está acontecendo? Há algo errado?"
"Não é nada. Você está bem." César soltou-a, dando um passo para trás.
Adeline franziu a testa, mas não perguntou mais nada. Ela simplesmente ficou parada, olhando para ele, esperando uma resposta dele. "Você vai me ajudar? Eu disse que faria qualquer coisa que você queira."
"Se você acabar desistindo da ideia, não me ligue, mas se ainda assim escolher buscar minha ajuda, eu virei atrás de você. Eu mesmo farei o arranjo," disse César, virando-se para sair da churrascaria.
Adeline observou enquanto ele entrava no carro e partia. Suas mãos se fecharam em punhos, e ela mordeu dolorosamente o lábio inferior, seu corpo tremendo.
Havia uma frustração queimando dentro dela, e ela parecia não conseguir suprimi-la naquele momento.
Era como se a estivesse consumindo.
Ela gritou consigo mesma e cambaleou de volta para uma cadeira próxima, suas mãos segurando seus cabelos em agitação.
"Pensar sobre isso?" Seus lábios estavam ligeiramente entreabertos, respirações suaves fugindo de sua boca.
O telefone dela tocou, e ela olhou para a tela para ver que era outra mensagem de Dimitri — uma foto dele com suas acompanhantes em uma piscina.
O homem parecia completamente bêbado e acabado. Parecia que aquela noite era a melhor noite de sua vida e que ele estava se divertindo tanto.
A pegada de Adeline no telefone se apertou, a vontade de esmagá-lo no chão a dominando.
Mas, ela não fez isso. Em vez disso, ela desligou a tela, inspirando fundo. Ela se levantou da cadeira e saiu da churrascaria para ir para casa.
....
Enquanto o carro acelerava em direção à propriedade, Yuri, que estava sentado ao lado de César no banco de trás, apertou a testa entre os dedos e soltou um suspiro cansado.
"Supremo Alfa."
"O quê?" César perguntou, com um tom cortante.
"Você sabe o que está prestes a fazer é..." Uma longa pausa. "...Eu não gosto do que você está prestes a fazer."
César desviou o olhar para ele. "E por que você pensa assim?"
"Ela é uma das Petrovs, senhor. Como seu consiglieri, estou dizendo que isso é uma má ideia," Yuri respondeu, parecendo levemente irritado.
César sorriu, dizendo secamente, "Eu sei o que estou fazendo. Para destruir alguém, usar seu inimigo nem sempre é uma má ideia."
Yuri estreitou os olhos, a testa franzindo em uma carranca. "Isso é muito arriscado e não faz sentido para mim!"
"Você sabe que podemos lidar com os Petrovs por conta própria. Por que ela? Por que você precisa dela? E se eles estiverem usando ela para conseguir—"
César deu uma bufada. "Se ela estivesse sendo usada, eu teria percebido com um simples olhar e pelas palavras que ela falou. Seus olhos foram suficientes para mim perceber."
"Mas e se ela te trair no meio do caminho?" Yuri perguntou, inclinando a cabeça.
A expressão divertida no rosto de César desapareceu num instante, e seus olhos escureceram. Ele suspirou pesadamente, respondendo, "Eu lidarei com ela. Traição é uma coisa que eu odeio mais do que meu pai."
"E é exatamente por isso que você deveria descartar essa ideia!" Yuri falou bruscamente com ele.
"Descartar?" César balançou a cabeça em desacordo. "Eu dei a ela uma semana para pensar a respeito. Se, após uma semana, ela ainda decidir me procurar, então eu não tenho razão para dizer não. Afinal, ela estaria disposta, não é?"
"Disposta? Sério?" Yuri revirou os olhos. "Você sabia o que poderia acontecer e deu seu cartão a ela. Você a conduziu até você, sabendo muito bem que ela viria, e aqui está você falando sobre vontade. Você é um babaca."
"Eu não sei, mas minha mão está meio coçando, Yuri," César brincou, massageando a mão direita. "Eu posso acabar estourando sua mandíbula por engano se você não controlar suas palavras."
Ele sorriu para ele. "E daí que eu dei meu cartão a ela? Ela poderia ter ignorado. Não é como se eu tivesse apontado uma arma para sua garganta e forçado ela a me ligar."
"Ponto de correção, eu só dei meu cartão pessoal a ela para que pudesse me chamar se ela decidisse fugir novamente. Você está entendendo tudo errado."
Tudo ficou em silêncio porque Yuri não sabia como contra-argumentar. Ele estava certo, mas ainda assim...
"Ela é sua companheira... não é?" ele perguntou, jogando a pergunta do nada. "É por isso que você deu seu cartão pessoal a ela de braços abertos, certo?"