"Minha senhora!" a empregada hesitou, pois não sabia como dar a notícia à sua mestra.
"Ele já havia reivindicado isso?" A empregada suspirou quando Evangeline a encarou.
"Você aceitou, minha senhora. Você permitiu que ele assumisse a posição quando seu pai lhe pediu para fazer o teste de sucessão." Evan fechou os olhos.
Seu marido foi escolhido por sua madrasta. Ela não queria perturbar a paz da família. Era sabido que Harold era um homem gentil com uma boa reputação na comunidade. Seu negócio de roupas estava indo bem e ele recebeu um título de cavaleiro de sua majestade.
Evan não conseguia encontrar nenhum defeito nele, então ela aceitou facilmente. Mas quando seu pai pediu a sucessão, ele se comportou de maneira estranha.
Ela sentiu que era sobre o ego dele. E não importava quem assumiria a posição, já que eram um casal de qualquer forma.
Ele sempre foi gentil e atencioso. Ela se lembrava de seu nervosismo na noite de núpcias, mas ele a garantiu que não a forçaria. Ela poderia levar todo o tempo que quisesse e avisá-lo quando estivesse pronta.
Ele sempre esteve ao seu lado. Trazendo-lhe flores pela manhã, garantindo que ela fizesse suas refeições, e fazendo pequenos passeios com ela.
Ela sempre se sentiu sortuda por ter um parceiro tão gentil em um casamento arranjado. Então, ela não se importava muito antes, mas agora sim. Logo ele a expulsaria.
"Você não pode pedir o divórcio. Você não tem provas contra ele. Mesmo que você consiga o divórcio, não recuperará a posição de marquês até que ele a devolva a você. Minha senhora... você deve fechar os olhos e aceitar." Aceitar que seu marido dormiria com sua irmã e a trataria como um degrau!
Aceitar que ela seria abandonada em breve.
Seu coração ardia com o pensamento. Não! Ela não suportaria isso.
"Não há outra maneira?" Apenas o silêncio zombava de seu desespero.
A empregada baixou a cabeça e deixou o quarto como se não conseguisse suportar as lágrimas de sua senhora.
Seu corpo tremia enquanto ela chorava com todo o coração. Seu corpo tremia de frio, mas tudo o que ela sentia era a insensibilidade de seu corpo e alma.
A noite foi a noite mais longa de sua vida.
—-
"Minha senhora, você está com febre novamente." Foram necessários todos os medicamentos do mundo para tratá-la antes, mas agora ela estava doente novamente.
"É importante que você descanse. Seu corpo não tem mais forças." Evangeline olhou para o médico e sua empregada Daisy com olhos vazios.
Harold não estava lá. Ele não veio vê-la. Ela tinha certeza de que ele sabia que ela estava doente. Ele sabia que ela tinha visto ele e Elene.
Parecia que todos os seus ossos estavam quebrando e sua respiração era difícil apenas sentada em sua cama macia.
"Não! Eu vou. Hoje é o último dia de luto." Ela tentou se levantar, mas se sentiu tonta e cambaleou
"Minha senhora, eu não acho que você consiga ir." Daisy segurou Evan, seus próprios olhos se enchendo de lágrimas.
"Então me ajude. Eu preciso estar lá." Daisy fechou os olhos.
Sua senhora tinha sido tão severa e fria. Ela nunca havia conseguido se expressar bem. Agora ela estava implorando a uma mera empregada.
"Eu... eu entendo." Ela ajudou Evangeline até a penteadeira e cobriu seu rosto abatido com uma maquiagem simples.
Vestindo um vestido preto, ela desceu as escadas. Harold já estava lá em pé com Elene recebendo convidados.
Seus olhos cintilaram quando ele viu Evangeline descendo. Ele deu um passo à frente quando Elene enrolou os braços ao redor do braço dele.
Ele levantou uma sobrancelha quando Elene balançou a cabeça. Evangeline pensou que já tinha superado isso. Mas as lágrimas encheram seus olhos novamente. Ela estava sendo apunhalada pelo sorriso carinhoso que ele lhe deu e ficou lá parada.
Eles nem se importavam com o público agora!
"Minha senhora!" Daisy entrou em pânico quando as lágrimas começaram a manchar sua palma macia.
Evangeline balançou a cabeça. Ela não iria se esconder em seu quarto como uma covarde.
Ela ergueu a cabeça e caminhou em direção ao convidado. Muitos ficaram surpresos ao vê-la. Como se não esperassem que ela comparecesse ao funeral de seu próprio pai.
"Lamentamos ouvir sobre sua perda!"
"Sim, ninguém teria pensado que o Marquês Morningstar partiria tão cedo."
Eles seguraram sua mão e a apertaram quando ela forçou um sorriso no rosto e concordou com a cabeça.
Mas o que a surpreendeu foi que quase nenhuma dama veio falar com ela. A maioria dos convidados estava se reunindo ao redor de Harold e Elene, como se ela já fosse a senhora da casa.
Ela foi ignorada e abandonada e Harold não estava tentando esconder isso. Seus olhos estavam cheios do desejo de vingança. Ela não seria uma mulher infeliz. Ela não perderia.
Harold a encarou com olhos intensos. Seus próprios olhos estavam preenchidos com um olhar intimidador até que o Conde Tellenhone veio falar com ele.
Evangeline sentiu outro par de olhos a encarando. Ela olhou para a esquerda e ficou surpresa ao ver o Duque Damien Se Von Alancastar sentado ali.
Ele era como um demônio de olhos vermelhos e cabelos cor de corvo. Ninguém ousava ficar perto dele ou envolvê-lo em conversas casuais.
Ninguém ousava encarar os olhos do diabo. Mas ela o fez. Ela encarou de volta em seus olhos quando ele levantou uma sobrancelha.
Ele pegou seu copo de vinho e deu um gole, olhando fixamente nos olhos dela como se estivesse lendo-a, curtindo suas lutas e dores. Ela desviou o olhar envergonhada quando ele se levantou e saiu.
"Ah! Graças a Deus ele foi embora! Você sabia, os rumores dizem que o Duque Lancaster está procurando uma esposa? Eu me pergunto quem seria tolo o suficiente para assinar seu atestado de óbito."