Na luz tênue, Amália testemunhou a estrada de asfalto à frente se rompendo de repente de baixo para cima, como se uma força subterrânea fizesse o chão estourar, lançando estilhaços de pedra em todas as direções, alguns até perfurando paredes e vidro.
Um prédio estava relativamente próximo ao solo colapsado.
Sua fundação parecia danificada, fazendo com que a estrutura pendesse em direção ao prédio vizinho.
A cada momento que passava, o ângulo da inclinação aumentava.
Das trevas, uma figura saiu correndo, tentando sustentar o prédio que se enfraquecia.
Apesar de fazer toda a força possível, não conseguiu estabilizar o prédio, que acabou colapsando contra a estrutura adjacente. Por sorte, ambos os prédios não desabaram completamente.
Uma vez que a situação pareceu temporariamente sob controle, a figura desapareceu de volta para a escuridão.
Logo depois, os sons de uma luta emanaram das trevas.
Enquanto prédios baixos próximos continuavam a colapsar durante a luta, a intensidade do combate entre os dois indivíduos parecia escalar.
Amália observava a batalha se aproximando cada vez mais dela. Ela não era do tipo que gostava de se envolver nessas coisas. Então, ela se virou e quis sair, mas de repente, sua expressão mudou, e ela rapidamente deu alguns passos para trás.
— É você.
Amália olhou surpresa para o homem que apareceu atrás dela. Aquele rosto que frequentemente aparecera em sua mente ultimamente, e que ela não conseguia esquecer mesmo que quisesse.
— É você, — o homem disse a mesma coisa para ela, e até falando um pouco antes dela. Indicando que ele ainda a lembrava: — Por que você não ligou para o número que eu te dei antes?
Embora estivesse escuro, Amália sentiu que o rosto daquele homem parecia deslumbrante diante dela. Então, ela subconscientemente evitou contato visual direto com ele. Ela sabia que poderia se envolver, então tentou sair prontamente.
— Espere.
As pupilas de Amália se contraíram. Essa era a segunda vez que ele agarrava seu pulso, mas ela ainda não havia percebido de novo!
— Solte!
— Você ainda não respondeu à minha pergunta. — O homem olhou diretamente em seus olhos, suas pupilas brilhantes refletindo sua figura.
Amália não conseguia entender se ele estava fingindo ser desentendido. Quem ligaria para um homem que só se encontrou uma vez e ainda por cima depois de ser forçada a receber um bilhete dele? Certamente não ela.
— Se fosse eu quem te desse o bilhete, você me ligaria?
— Sim. — O homem respondeu calmamente.
Amália engasgou por um momento, percebendo que estava antecipando algo, esperando que esse homem intrinsecamente não convencional dissesse algo que ela queria ouvir. — Vamos conversar em outro lugar.
— Você vai me contar então? — perguntou o homem, piscando.
Amália o achou astuto. Ela pretendia despistá-lo, mas podia ver duas pessoas lutando nas proximidades. Ficar mais tempo poderia de fato implicá-la. — Tudo bem, eu conto.
— Então vamos. — O homem virou e a puxou consigo.
Pouco depois de saírem, o chão no local onde estavam desabou completamente.
Amália olhou para trás, e um lampejo de significado mais profundo brilhou em seus olhos.