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Chapter 9 - Capítulo 9 - O motivo do atraso | parte 2

Ponto de vista do narrador.

Daniel, cada vez mais pressionado pelo demônio, começa a sorrir mesmo cansado.

-Qual a graça senhor, estar perto da morte é algo engraçado? - O demônio pergunta.

-Bom senhor, não sou eu que estou perto da morte.

Caim pula por trás e tenta realizar um golpe com espada de cima para baixo, sua espada brilhava, porém seu brilho imitava uma maça, e no momento em que a arma cai ao chão, uma onda de choque se espalha como uma linha por cerca de vinte metros, pulando para o lado o demônio prepara as garras para atacar, porém recebe um golpe, Daniel havia transformado seu braço inteiro em planta e criado um punho gigante, fortalecendo ele com mana as macias plantas se tornavam o mais duro dos impactos, o demônio é arremessado por diversos metros, tentando manter a pose e ficando em pé enquanto desliza para trás, Caim corre em sua direção pelo flanco esquerdo e Daniel pelo flanco direito. Rapidamente criando dois punhos gigantes Daniel tenta socar na direção do demônio, que pula para esquivar do golpe, Caim pula também e tenta desferir um corte no demônio, que bloqueou o golpe.

Em um outro lugar, um garoto com o braço ferido está num canto de um local, está escuro e frio, uma garota está perto, cuidando de seu ferimento.

Ponto de vista de Jimmy:

Eu acordei um tempo após ter começado a "dormir", eu tava só cochilando, mas alguma presença me acordou, um mal presságio, isso não era algo incomum para mim sabe, eu não tenho nada de mana, nenhum pingo, isso é uma anormalidade, mas sabe, eu não me importo, desde que o mestre Caim me salvou eu tenho que honrar a minha vida que ele me prolongou, de acordo com os princípios dele, sempre proteger aqueles que não tem como se proteger, é algo bem altruísta, mas eu não me importo, só estou aqui por causa dele e será por causa dele que eu seguirei em frente, eu sei que ele tem outros pupilos, Anne, Bell e Ford, eu queria conhecer eles, sei que Anne e Bell se tornaram dois grandes caveleiros e que Ford está desaparecido, eu me levantei e peguei um copo com água de uma garrafa, após isso eu senti um grande calafrio, algo está por perto.

Instantâneamente eu pulo e pelo minha espada, ela é quase uma lança e seu forte é perfurar por ter um formato de cone, o fato de eu não ter mana me deu um corpo extremamente mais forte que de um humano normal, obviamente eu tenho que treinar para ficar mais forte mas meu fortalecimento é mais rapido, meus cinco sentidos também aumentam e meu instinto também, esse instinto é algo que eu não sei muito bem explicar, quando algo vai acontecer pelo que eu sei eu sinto algo, se for algo bom é uma sensação de relaxamento, se for algo ruim eu fico com calafrios constantes, e esse é um desses momentos, eu comecei a ouvir diversos barulhos vindo dos andares de baixo, alguns golpes de espada, esse vilarejo tinha uma pequena guarnição de proteção, e eles estavam hospedados nesse hotel, eu não sei o que está acontecendo, mas muitas pessoas podem estar em perigo, eu rapidamente sai do quarto, então eu vi, claramente era um demônio, ele possuía chifres e utilizava uma capa, veias pulsavam fora de seu corpo, era uma visão um tanto quanto nojenta, eu já havia participado de alguns combates de verdade, mas eram apenas contra uns ladrões, os oponentes mais forte o mestre caim os enfrentava. Então eu não tinha nenhuma noção de combates reais mesmo, nem da força dos oponentes, o demônio apenas olhou para mim, e então eu paralisei, não era de medo, era uma técnica, técnica mágica psíquica, instantâneamente eu desmaiei. Eu acordei pouco tempo depois, havia cerca de umas trinta pessoas, a maioria era jovem, pelo que parece todos fomos postos para dormir enquanto eles nos levavam, nós estávamos no meio de floresta, um dos demônios disse:

-Sigam, obedeçam e não tentem fugir, se vocês seguirem essas ordens talvez poupemos suas vidas.

Muitas pessoas estavam com medo, eu sinceramente tenho medo de morrer, porém primeiro tenho que entender como escapar, se minha morte for inevitável então nem adiantaria ficar com medo. Os demônios estavam nos conduzindo para algum lugar, após um tempo nós se encontramos com outro grupo, totalizaram cerca de pouco mais de cem pessoas, parecia que esse outro grupo estava vindo de algum outro lugar faz tempo, o rosto das pessoas era um rosto sem esperança, porém tinha uma garota, ela estava confiante, seu rosto não demonstrava tristeza. Eu me aproximei dela e falei.

-É estranho, sabe, alguém estar no meio de uma grande angústia, com a morte bem na sua frente e não ficar triste.

-Morte, esses malditos não vão nos matar, e mesmo que forem, eles precisam nos deixar com medo da morte. - ela me respondeu com confiança.

-Como você sabe de tudo isso garota?

-Eles estão querendo invocar o Belzebu, já tentaram me deixar com medo várias vezes, porém eu fingi não entender o motivo deles estarem matando pessoas, então para eles só sou uma garota teimosa.

-Invocar o Belzebu? Tipo, uma das cinco grandes existências? - eu respondi abismado.

-Então você sabe quem é o Belzebu. Interessante. - Ela respondeu. - Sabe, eu não sinto nenhum poder mágico vindo de você, você por acaso é o zero onze?

-Do que tu tá falando garota, cê tá noiada?

-Você tem alguma cicatriz ou tatuagem em forma de número no lado esquerdo do seu peito? - Ela fala isso enquanto puxa a roupa mostrando um número na parte esquerda de seu peito, era 754. - Eu sou o experimento de nível sete, uma tentativa de criar um demônio completo, mas eu sou apenas um humano com uma força a mais, porém muito baixa.

-Eu tenho - Eu ao puxar minha gola eu mostro, não era uma cicatriz que deixava muito evidente, mas se você olhar direito, você consegue ver que forma uma sequência, o primeiro dígito se parece com um oito, o segundo com um sete e o outro estava completamente desfigurado, eu não me lembro do meu passado, tudo que sei é que o mestre caim me resgatou, mas essa garota parece saber algo sobre isso, a minha lembrança mais antiga é eu andando em uma floresta com uma faca, ela estava cheia de sangue e exatamente o local de onde estaria a cicatriz estava totalmente cortada. - Mas eu não sei o que significa, eu não tenho memórias sobre meu passado.

-Entendo, isso ocorreu pelo trauma do lugar de onde você veio. - Ela respondeu.

-Você sabe de onde… eu vim?

-Sim, se você quiser que eu conte eu até pos…

Nesse momento fomos interrompidos por um grito de um demônio:

-ANDEM MAIS RÁPIDO OU VOCÊS MORREM!

O nosso passo começou a aumentar então nós se vimos na frente de uma grande montanha, e com um brilhar de uma pedra na mão do demônio uma abertura apareceu. O local que eles nos levavam era uma coleção de túneis, tinha um "principal" que era uma mina, porém haviam diversos buracos, podiam ter sido feitos tanto pelos próprios demônios como as larvas gigantes que habitavam essa região ou talvez por contrabandistas afinal esse túnel poderia levar a alguma saída secreta em um lugar perto da fronteira, havia dezenas de demônios espalhados nos corredores principais, eles nos levaram para um local com diversas celas, esse lugar ele era uma gigantesca gruta, ela possuía um terreno irregular cheio de falhas e também vários buracos que levavam sei lá até onde, eles nos jogaram aleatoriamente em cada lugar, eu consegui me aproximar da garota então ficamos na mesma cela. Ela parecia inquieta no lugar em que estávamos, não parecia nervosa, apenas ansiosa, como se esperasse algo.

-O que você está esperando? - Eu perguntei.

-Como assim?

-Eu sei que você pode destruir essa porta a qualquer momento, e você espalhou seu sangue de um ferimento que você mesmo fez na parte interna da sua mão, então de alguma forma você pode criar uma distração, então me diga, o que você está esperando?

-Então você notou, sabe, criar uma distração seria uma péssima ideia, a esse ponto faz pouco tempo que notaram nossa falta e o ataque ao vilarejo, eu vou esperar algumas pessoas morrerem para poder tentar fugir.

-Porque? Se alguma pessoa conseguir fugir ela vai poder pedir ajuda.

-Garoto, hoje é o dia final, é hoje que eles vão invocar o Belzebu.

-O que….

-Eles já tem sangue suficiente no artefato e o Círculo amaldiçoado já está pronto.

-Então nós temos  que ir logo para salvar o máximo de pessoas possíveis.

-Não, você é idiota?

-Então você pretende deixar tantas pessoas morrerem?

-É óbvio, com menos pessoas fugindo minha chance de fugir aumenta pois eles vão precisar de menos sacrifícios e aqueles que não tem mais determinação irão ser capturados, você é bonzinho demais, querer salvar a todos, que baboseira, vai em frente então, tente fugir, você vai ser o primeiro a morrer.

-Você não é diferente daqueles que estão te aprisionando.

-HAHA, não sei se você entendeu, mas aquele cujo sempre pensam nos outros sempre são os últimos as quais os outros pensam, no fim a única coisa que importa é a si mesmo, se você continuar pensando assim, você vai ser o primeiro a morrer.

-Eu prefiro morrer tentando salvar as outras pessoas do que viver como um vilão.

-Pelo menos seja prudente imbecil, eles nos levam para morrer em grupos de vinte em vinte, há muitos guardas por aqui, quando eles tem que levar os prisioneiros essa quantidade diminui.

-Entao você está dizendo que eu tenho que deixar vinte pessoas morrerem para eu tentar salvar as outras?

-O custo para a vida de muitos sempre será a ruína de poucos.

Eu sinceramente não conseguia aceitar isso, porque que alguns tem que morrer para que outros possam viver, isso é algo que não entra na minha cabeça, eu entendo que a maioria das pessoas sempre irão pensar em seu próprio bem antes do dos outros, mas como alguém que foi salvo pela bondade dos outros essa ideia é simplesmente irreal. Porém um dos demônios saiu da porta e disse palavras que quebraram todo o meu plano:

-Ja temos o suficiente, matem todos que estão aqui.

Ponto de Vista da Elisa:

Após o demônio falar essas palavras eu percebi que tinha calculado errado, eu realmente achei que ainda faltariam muitas pessoas, mas estava errada, eles apenas nos trouxeram como garantia de certeza de invocar seu mestre, mesmo que doze mil almas ainda seja pouco em relação ao seu poder total, uma vez Belzebu invocado eu não teria chance de sobrevivência sendo uma prisioneira. Imadiatamente eu ativei meu feitiço.

-EXPLOSÃO - Em um instante todo sangue que eu tinha espalhado no caminho até minha cela, explodiu de uma só vez.

Todas as celas estavam "abertas" algumas não a porta mas sim um grande rombo, esse local em que estávamos era uma mina, nossas celas eram improvisadas e não tinham guardas praticamente, eles só vinham para buscar pessoas para o abate, o local em que estávamos era bem grande. Após essa explosão eu comecei a correr, eu sabia que essas minas poderiam levar a cavernas que talvez pudessem me levar a superfície, então comecei a correr a fundo para um lugar que não fosse a direção que eles estavam me levando, a poeira nem havia baixado, porém eu já estava ouvindo gritos e pessoas correndo também, aquele garoto lá de alguma forma tinha conseguindo uma arma, era uma espada peculiar, não era afiada mas era um cone pontudo, seus ataques consistiam em investidas para perfurar seus oponentes, haviam também alguns outras pessoas que estavam ajudando ele e outros que auxiliavam pessoas na fuga, eu não tenho intenção nenhuma de arriscar minha vida pela dos outros, já vi o que pode acontecer para alguém que faz isso.

Assim que eu estava me afastando de algum modo um dos demônios, alguns deles apareceram em minha frente então eu comecei a correr de volta, haviam pessoas lutando então eu poderia ficar como alguma garotinha indefesa e poder arranjar uma fuga, comecei a correr de volta obviamente sem avisar outras pessoas, o tempo que demorar para eles matarem ela é um tempo precioso para que eu possa sobreviver. Eu feri minha própria mão enquanto eu andava e comecei a jogar em pequenas falhas que ficavam no chão, isso me daria uma chance tanto para fugir caso os demônios me encurralassem quanto para abrir uma saída esse lugar era uma mina ilegal ou seja, nela não possuía muita organização e nem tinha dono, os contrabandistas faziam o que queria nesse lugar. Espalhei meu sangue enquanto me afastava de diversos demônios que apareciam de diversos lugares, eu sei magia de cura rank D, é um nível até que vem alto porém não me permite recuperar um membro, eu utilizo para recuperar meu sangue perdido pela minha técnica mágica, minha técnica mágica é que a minha mana é explosiva, eu posso explodir ela quando eu quiser, porém eu não sei como fazer mana materializada então meu único meio é espalhar sangue criado a partir de um feitiço e então ativar minha técnica, é extremamente dolorido, mas antes sentir dor do que morrer.

Após um tempo um demônio me atacou de frente e eu pulei para trás, desviando do seu golpe eu bati na costa de alguém com a minha costa, ela aquele garoto, um de seus braços estava bem ferido, parecia que sua pele havia sido arrancada, e sei outro braço também tinha um ferimento, eu não notei na hora mas seu peito estava aberto e tinham marcas de garras nele, ele estava extremamente ferido, seu olhar não era de medo nem de ódio, era de angústia, decepção, seu olhar focava apenas nos corpos humanos no chão, pelo que eu conheci desse garoto ele era bonzinho demais, e falhar desse jeito foi um choque e tanto, bom eu não tinha tempo a perder, eu sussurro em seu ouvido:

-Você quer viver?

-No mínimo o suficiente para esses malditos pagarem!

-Então tá - Eu elevei minha voz - EXPLOSÃO -

Em um instante todo o sangue que eu coloquei nas falhas explodiu em sua potência máxima, e então. O chão desmoronou.