A floresta estava envolta em uma escuridão pesada, e a única coisa que Elias conseguia ouvir era a respiração pesada de seus companheiros feridos. O ar estava carregado com a energia sombria que emanava da criatura à frente deles, uma sombra de grau demoníaco, que pairava no ar como uma entidade de pura malevolência. Seus olhos vermelhos bruxuleavam na escuridão, e sua presença era sufocante.
Takeshi estava na linha de frente, sua espada brilhando em suas mãos enquanto enfrentava o monstro. Cada golpe de sua lâmina parecia ineficaz, atravessando a sombra como se ela fosse feita de fumaça. Apesar disso, Takeshi não recuava. Seus movimentos eram rápidos e precisos, o resultado de anos de treinamento, mas a criatura era algo além do que qualquer um deles havia enfrentado antes.
— Elias, leve Gaby e Kyra para um lugar seguro! — gritou Takeshi, sua voz firme, mas Elias pôde ouvir o cansaço ali. — Eu cuido disso!
— Não! — Elias retrucou, o coração acelerado. — Não podemos deixá-lo sozinho!
Kyra, ferida, tentava se levantar com dificuldade, sangue escorrendo de um corte profundo em seu braço. Gaby, embora exausta, usava suas últimas forças para manter a cura constante, mas até ela estava no limite. Todos sabiam que o confronto com essa sombra demoníaca não era algo que podiam vencer juntos, quanto mais deixar Takeshi enfrentar sozinho.
— Vai, Elias! — Kyra gritou, a voz rouca. — Não temos tempo!
Takeshi trocou um olhar breve com Elias, seus olhos carregando uma mensagem silenciosa. Era um adeus. Sem dizer mais nada, Takeshi avançou contra a sombra com todas as suas forças. A espada cortou o ar, lançando ondas de energia que cortaram a escuridão, mas a criatura retaliou com um ataque devastador, um golpe sombrio que atravessou o peito de Takeshi.
— NÃO! — Elias gritou, impotente, enquanto assistia o mestre cair, sua espada escorregando de suas mãos.
O corpo de Takeshi tombou no chão, sem vida. A criatura sombria rugiu, seu poder crescendo, e Elias sentiu o desespero o consumir. Ele correu até o corpo do mestre, ajoelhando-se ao lado dele. O sangue encharcava a terra, e seus olhos se fixaram no vazio.
A raiva começou a queimar dentro de Elias, uma raiva que crescia rapidamente, alimentada pela perda. Gaby, caída mais atrás, chorava silenciosamente. Kyra, tentando se levantar, olhava para a criatura com uma expressão de dor e fúria. Mas, acima de tudo, o que dominava Elias era um sentimento avassalador de ódio pelas sombras que roubavam vidas sem motivo, que destruíam tudo por diversão.
— Eu não... posso deixar isso assim... — murmurou Elias, com o peito apertado.
Uma sensação diferente tomou conta dele. Era como se algo estivesse mudando profundamente dentro de seu ser. O poder sombrio que ele havia cultivado começou a se dissipar, como se sua alma estivesse rejeitando aquela energia corrompida. E no vazio deixado por essa escuridão, algo novo surgia: um calor intenso, ardente, como uma chama crescendo em seu peito.
Elias fechou os olhos, deixando-se levar pelo ódio, pela tristeza, e por essa nova sensação. As memórias de suas lutas, do sacrifício de Takeshi, do sofrimento de Gaby e Kyra — tudo começou a se misturar em sua mente. Ele sentiu algo romper dentro dele, uma chama, não apenas de destruição, mas de renovação. Seu corpo queimava com a energia que ele nunca havia sentido antes.
— Eu... nunca mais... — sussurrou Elias, enquanto abria os olhos.
Chamas douradas surgiram de suas mãos. O poder sombrio havia desaparecido, e em seu lugar, havia a pura essência da luz. Suas mãos tremiam, e as sombras ao redor recuaram ao sentir a presença daquele novo poder. Elias ergueu as mãos e olhou para elas, surpreso com a mudança.
**Status de Elias Ferreira:**
- **Força:** 40
- **Defesa:** 35
- **Stamina:** 45
- **Agilidade:** 38
- **Poder Sombrio:** 0
- **Poder da Luz:** 60
Gaby, com a voz fraca, o observava com os olhos arregalados. — Você... você despertou o poder da luz?
Kyra, ainda lutando para se manter em pé, soltou uma risada exausta. — Elias... você fez o impossível... O poder da luz... como?
Antes que ele pudesse responder, a sombra demoníaca voltou a atacar, mas desta vez, Elias estava pronto. Ele se levantou, sentindo a luz queimar em seu peito. As chamas dançavam em torno de seu corpo, e com um grito de pura fúria, ele lançou uma torrente de fogo em direção à criatura. O impacto foi devastador. A sombra gritou, um som agudo e horrendo, antes de ser completamente consumida pela luz de Elias.
Quando o monstro desapareceu, Elias caiu de joelhos, exausto, mas aliviado. A batalha havia acabado, mas o custo foi alto demais.
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A notícia da morte de Takeshi se espalhou rapidamente. Todos os guerreiros da região souberam que o lendário espadachim havia caído, e o impacto dessa perda foi sentido em todo o reino. Entre aqueles que receberam a notícia estava Takashi, o irmão mais novo de Takeshi. Ele era jovem, apenas 17 anos, mas já um guerreiro habilidoso, conhecido por seu domínio da espada e sua afinidade com a magia do fogo.
Quando Takashi soube da morte de seu irmão, sua reação foi de puro choque. Ele idolatrava Takeshi, sempre se esforçando para estar à altura do legado do irmão mais velho. Agora, a responsabilidade de carregar esse legado recaía sobre seus ombros.
— Takeshi... — murmurou Takashi, apertando os punhos, com os olhos brilhando de determinação e tristeza. — Vou honrar seu nome... e encontrar quem fez isso.
Ele sabia que seu destino agora estava entrelaçado com o de Elias, o aprendiz de seu irmão, o homem que havia sido testemunha de sua morte. Takashi estava decidido a encontrar Elias, aprender o que aconteceu e, se possível, ajudá-lo a vingar a morte de Takeshi.
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Enquanto isso, Elias, ainda se recuperando da batalha, estava atormentado. O ódio pelas sombras queimava dentro dele, e agora, com o poder da luz fluindo em suas veias, ele sentia que poderia destruir qualquer coisa que representasse aquele mal. Mas, antes que pudesse seguir esse caminho, um estranho fenômeno aconteceu.
Em uma noite silenciosa, enquanto Elias tentava meditar e controlar seu novo poder, ele foi envolvido por uma sensação de leveza. Quando abriu os olhos, não estava mais na clareira onde descansava. Estava em um vasto campo de fogo, onde chamas azuis dançavam por todos os lados.
Foi então que ele os viu: seus ancestrais. Figuras antigas, cujas formas eram envoltas em fogo azul. Um deles, o mais velho, se aproximou de Elias, seus olhos brilhando como brasas.
— Elias Ferreira, — disse o ancestral com uma voz grave. — Você carrega em si a chama da justiça e do renascimento. O poder que você busca, o fogo que consome as trevas, é o fogo azul. O mais poderoso de todos.
Elias olhou ao redor, maravilhado e confuso. — O fogo azul...? Mas como posso controlá-lo?
O ancestral sorriu, suas chamas tremulando suavemente. — Nós vamos te ensinar. O fogo azul não é apenas destruição. Ele purifica, renova. Apenas aqueles que compreendem a verdadeira essência da chama podem controlá-lo.
Elias assentiu, e assim começou seu aprendizado. Ali, no reino de seus ancestrais, ele treinaria para dominar o fogo azul, o poder mais puro e devastador que um guerreiro poderia ter.