Chapter 3 - Confusão

- Há quanto tempo você descobriu que tem esse poder de fogo – pergunta a orientadora sentada em uma poltrona em frente a que estou sentado.

Antes de respondê-la, olho para a sala e vejo que estamos sós e que a sala é protegida com paredes ante som.

- Já tenho uma habilidade – estico a minha mão em sua direção e faço o chão em que ela está tremer. – Eu só não sabia que é possível alguém ter mais de uma habilidade.

- Não é! Vou conversar com os seus pais e irei envia-lo para o colégio Guerreiros Iluminados, onde você irá aprender mais sobre suas habilidades e poderá melhorar o seu uso.

A noite, deitado na cama em meu quarto, enviei mensagem para os meus amigos me despedindo deles e enviei também para Julia, terminando com ela. Sei que Julia ficará triste com o término, mas os meus pais concordaram em me enviar para o colégio Guerreiros Iluminados, onde irei não apenas estudar, como morar também.

- Filho?

- Oi – desligo o celular e olho para a minha mãe entrando no meu quarto e se sentando na cama com um olhar triste.

- Já arrumou as malas? – pergunta ela

- Já mãe – olho para uma mala de rodinha e outra de alça ao lado da escrivaninha.

- Você sabe onde fica esse colégio? – continua ela me fazendo perguntas.

- Não. Nem nunca ouvi falar.

No dia seguinte, acordo, me arrumo, pega a minha mochila, colocou nas costas, abro a porta e saio empurrando a mala de rodinha na mão esquerda e segurando a outra na mão direita. Chegando na sala encontro os meus pais abraçados em pé na sala olhando para o meu quarto. O rosto da minha mãe está inchado e os olhos vermelhos, parece que ela chorou a noite toda. O meu pai também está com os olhos vermelhos. Aquela situação em ver os meus pais tristes com a minha partida, também está me deixando triste e sem querer ir para ficar com eles e não vê-lo tristes por minha causa.

- O carro já chegou? – pergunto eles, querendo entrar no carro e ir embora.

- Já. Está esperando você lá fora, mas toma o seu café antes de ir – diz a minha mãe.

Vou até eles dois e abraço-os. – Estou sem fome – só o que digo antes de soltá-los.

O meu pai pega a mala de alça e me acompanha até o carro. Parado em frente a nossa casa, está um carro preto desses BMW e um homem alto, magro, cabelos pretos quase raspado, vestindo um terno preto igual aqueles motorista particular, em pé ao lado do carro olhando para a minha casa.

- Vamos garoto? – diz o motorista pegando nossas malas com facilidade como se não fosse passadas e colocando no porta-malas. Ao vê-lo fazendo isso, julguei que os seus poderes é do tipo super força, embora o seu corpo não demonstra isso.

Entrei no parte de trás do carro, coloquei os meus fones no ouvido e liguei o app de música em um rapper no NEFFEX. O carro começou a dar partida e do vidro olho uma última vez para os meus pais abraçados, vejo que a minha mãe está chorando e eu sinto vontade de chorar também, mas engulo o choro.

Já tem uma hora e meia que estamos na estrada, o motorista disse que demora umas três horas para chegarmos na escola. Pelo jeito é um colégio fora da cidade. E no caminho, passamos por vários pinheiro grandes do tamanho de arranha-céus.

- Garoto. Para onde você está indo, é um lugar que você pode usar os seus poderes sossegado, sem ter medo de nada – diz o motorista me olhando pelo retrovisor.

O motorista para em frente um portão de grade, tamanho médio, com plantas e diversas árvores pelo o caminho; ele pega um controle no porta-luvas do carro com quatro botões verde, vermelho, branco e azul. O motorista aperta o botão verde e o portão abre automaticamente, depois de entrar ele aperta o vermelho e o portão fecha.

- Já chegamos? – pergunto ao motorista, já entusiasmado.

- Falta uns vinte minutos ainda – diz ele acabando com o meu entusiasmo.

Percorremos ainda um caminho arborizado aos lados e a estrada feita de paralelepípedos. Olho para a frente e vejo um prédio enorme, com torres parecendo de igreja, todo pintado de vermelho e o teto na cor branca. Portas e janelas grandes igual as do castelo de Harry Potter.

- É aqui? – pergunto novamente.

- É garoto. Chegamos – diz o motorista estacionando o carro.

Desço do carro e fico admirando o colégio em que irei estudar que se parece mais com um castelo.

- Vamos? – diz o motorista.

O motorista abre a porta e entramos.

- Vou lhe mostrar um pouco do colégio. O diretor Kevin não vai se importar de nós atrasarmos um pouco.

Ao andar pelo corredor, não vi ninguém. Parece até que eu sou o único estudante desse lugar.

- Esse é o colégio Guerreiros Iluminados – diz o motorista me mostrando o jardim.

Quando olho para o jardim, fiquei boquiaberto ao ver em torno de vinte adolescentes espalhado pela grama, cada um em seu grupo. Alguns deles estão usando os seus poderes sem nem se preocupar, vejo um rapaz elástico dando cambalhota enquanto se estica, outro fazendo uma pista de gelo e escorregando nela. Todos eles estão vestidos o uniforme do colégio nas cores verde e branco.

- Nossa que legal! – digo andando pela grama admirando cada detalhe do colégio, quando não vejo quem se aproxima de mim e esbarro com a pessoa.

- Olha para onde anda calouro – diz o rapaz em um tom de voz arrogante.

- Me desculpa! – olho para o rapaz de cabelos ruivos, olhos verdes, sardas no nariz e bochecha, magro e um rosto que talvez para as mulheres seja atraente, assim como os outros, ele também está de uniforme.

- Desculpa não vai resolver a sua falta de atenção – diz ele ficando a uma distância de dez centímetros do meu rosto, como se estivesse me desafiando.

Encaro ele sem temer, mesmo não sabendo qual tipo de poder ele tem. Temos a mesma altura e isso me deu um pouco mais de coragem.

- Não tenho medo de você – digo em um tom de voz desafiadora.

- Vamos ver se você não tem medo de mim?!

Ele se afasta e ficamos uns cinco metros de distância um do outro. Percebo que as pessoas ao nosso redor parou o que estavam fazendo e estão todos nós observando.

- Me mostra do que você é capaz – dia ele criando uma bola de fogo em sua mão direita.

Olho aquela chama na mão dele e me preparo para desviar. Assim que ele joga a bola de fogo em minha direção com toda força, estico as minhas duas mãos e abaixo de vez no chão, deixando o fogo passar por cima de mim e com as duas mãos no chão faço o chão em sua direção tremer, ele cambaleia e cai no chão.

- Acha que vou ter medo de um foguinho desse, cabelo de fogo? – provoco ele enquanto me levanto do chão e olho para ele deitado no chão me encarando furioso.

- Pietro? Léo? Já chega, vamos – diz o motorista interferindo em nossa briga depois de ter assistido. – Vou levar os dois para a direção.

- Você me paga garoto terremoto – diz o Pietro me acompanhando e me olhando desafiador.

Olhei para ele e sorrir de forma sádico, provando lhe que não tenho medo dele.