Em um bar de esquina, podiam-se ver cinco jovens bebendo de forma entusiasmada.
"Vamos, Allen, amanhã vai ser a sua formatura, vamos comemorar em grande estilo," disse um jovem na casa dos 32 anos, com curtos cabelos castanhos e olhos verdes, usando uma blusa preta com estampas, calça marrom e sapatos baixos.
"Não, Gustav, eu já bebi demais... hic... eu acho melhor eu ir pra casa," respondeu Allen, com o rosto já vermelho pelo excesso de álcool.
"Isso mesmo, Gustav. Todo mundo já bebeu além da conta, inclusive você, ou você já esqueceu que é nosso motorista?" uma mulher de cabelos pretos respondeu em um tom autoritário.
"Não, Ana, eu não esqueci. E não se preocupe com isso, estou perfeitamente sóbrio pra dirigir," Gustav respondeu, mas seu olhar vidrado e desfocado dizia outra coisa.
"Roy, Tom, vocês estão bem aí?" Ana perguntou, enquanto virava na direção dos dois últimos, que estavam jogados nas cadeiras e, de alguma forma, ainda sentados nelas.
Não ouvindo resposta da parte deles, Ana deduziu que já tinham desmaiado de tanto beber.
"É isso. Eu e o Allen levamos os dois para o carro, e você paga a conta, Gustav," ela disse, já se levantando.
Allen seguiu atrás dela, meio cambaleando, mas logo se firmou. Pegando Tom pelo braço esquerdo, colocou o braço dele em volta do seu pescoço e o ajudou a se levantar, levando-o até o carro.
Estacionado perto do bar estava um Jeep Commander prata de sete lugares.
Abrindo a porta traseira, ele colocou Tom de um lado, enquanto Ana, pelo outro lado do carro, acomodou Roy.
"Sinceramente, esses dois só dão trabalho, viu," ela reclamou.
Ela então aproveitou a oportunidade para pegar o banco da frente.
"Ei! Eu queria ir na frente, Ana," Allen gritou, insatisfeito com ela.
"Bobeou, dançou!"
Ele então se conformou com o banco do meio.
Aproveitando o fato de que não havia ninguém além dele, ele se deitou no banco.
"Você está animada para amanhã, Ana? Finalmente, depois de anos, vamos nos formar na faculdade," ele disse, com expectativa mal escondida.
"Estou, Allen. Mal parece que já faz 10 anos que nós entramos na faculdade de medicina," disse Ana, com um olhar nostálgico.
"Eu fiquei realmente surpreso com você, Ana. Quem podia imaginar que uma menina que desmaiava vendo sangue se tornaria a melhor cirurgiã da turma?" ele disse, em um tom impressionado.
"Será que dá pra esquecer disso? Foi só uma vez, é porque o paciente estava com uma hemorragia," ela disse, corando de vergonha.
"Em vez de ficar impressionado comigo, o verdadeiro prodígio aqui é você. Você conseguiu fazer o doutorado e o pós-doutorado em genética de uma vez só," ela disse, enquanto virava para ele.
"Por favor, não me lembre disso. Você não faz ideia de como minha vida ficou complicada depois daquilo," ele disse, frustrado ao se lembrar do tamanho do problema em que ele se meteu.
"Sim, claro, eu posso imaginar como deve ser ruim ser requisitado pelos melhores centros médicos do mundo," ela disse com um sorriso.
"Sim, é muito desgastante, e se eu não estiver à altura do desafio? Toda essa expectativa está me matando," ele disse com um suspiro derrotado.
Olhando para a expressão desamparada dele, Ana sentiu uma pontada de culpa pelo comentário. "Desculpa, é que eu queria muito estar no seu lugar, ser tão boa quanto você."
"Primeiro, você é sim uma excelente médica, Ana. Quem diz o contrário ou é cego ou burro, e infelizmente não há cura para o segundo," ele disse com uma expressão séria. Seu comentário trouxe um sorriso ao rosto dela.
"Em segundo lugar, ser famoso não é tão benéfico assim. Há muita pressão e expectativa em torno de mim, pelos professores e pelo próprio diretor, além dos constantes incômodos dos outros tentando me recrutar. Eu sei que parece que eu estou reclamando de tudo, mas eu queria não ser tão conhecido assim."
Ana decidiu mudar de assunto logo. "Então, como você é um pesquisador genético agora, o que você vai fazer?"
"Vou descobrir uma cura para a leucemia," ele disse com um olhar determinado.
Vendo aquele fogo nos olhos dele, ela abaixou a cabeça com um olhar triste. "Você ainda sente falta dela, não é?"
"Sim. Dói menos agora, mas ainda sinto falta dela, Ana. As pessoas me chamam de gênio, mas mesmo com todo o meu talento, não consegui salvar minha única família."
"Ei, eu também sou sua família, ok? Minha mãe e meu pai também te adoram. Não pense que você está sozinho nesse mundo," ela disse com um olhar ressentido.
Vendo o erro que cometeu, ele rapidamente se desculpou. "Desculpa pela minha idiotice, Ana. Mas, sempre que fecho os olhos, ainda consigo vê-la na cama do hospital, fraca e doente, e tudo que eu pude fazer era observar enquanto ela morria lentamente na minha frente."
"Allen, qual foi uma das coisas que nos ensinaram na faculdade? 'Você não pode salvar todos, só tentar o melhor que puder'," ele completou a frase para ela.
"Eu sei, mas não é fácil seguir em frente."
Eles viram Gustav se aproximando do carro e decidiram continuar a conversa outra hora.
"Bom, vamos levar você primeiro, Allen, já que você mora mais perto," ele disse, entrando no carro.
"Falando nisso, por que você ainda mora em um lugar como aquele, mesmo sendo um dos melhores da faculdade?" ele perguntou.
"Porque, como já disse antes, aquela é minha casa e a única coisa que resta da minha mãe, o lugar onde cresci. Não vou abandoná-lo."
"Certo, mas se você mudar de ideia, eu tenho um ótimo lugar para você," Gustav respondeu enquanto dirigia.
Depois de um tempo dirigindo, Gustav deixou Allen perto de uma viela próxima à sua casa.
"Tchau, Allen, e cuidado na volta para casa," Ana o avisou.
Andando vagarosamente pelas estreitas vielas daquele lugar, imaginando o dia de amanhã – o dia em que finalmente poderia começar a mudar o mundo – ele não pôde deixar de tremer de expectativa pelo que poderia fazer. 'Eu não pude salvar a senhora, mas pelo menos posso salvar os outros, tentar criar um mundo melhor para se viver.'
Enquanto chegava ao portão de casa, viu um homem parado perto da porta. Ele estranhou o comportamento e imediatamente levantou a guarda.
"Boa noi—"
BANG.
Um disparo alto soou na noite, e o corpo de Allen cambaleou para trás, perdendo as forças. Uma dor lancinante assaltou seu peito. Colocando a mão, ele sentiu um líquido quente escorrer. O pânico tomou conta dele.
Ele tentou olhar para cima para pelo menos ver o rosto do assassino, mas o que lhe saudou foi o cano da arma apontado diretamente para o seu rosto.
BANG.
Antes que ele pudesse falar qualquer coisa, outro tiro foi disparado, pondo fim à sua vida.
Espero que a revisão tenha ajudado! Se precisar de mais ajustes ou tiver outras perguntas, estou aqui para ajudar. 📚✨