Os bons salvam os bons e punem os maus, mas e quando os maus ajudam os bons a capturar os maus? Questões não pensadas mas igualmente surpreendente, questões na mente de ninguém, a não ser de um.
Veja o homem, sentado nessa cadeira amadeirada em carvalho com uma escrivaninha larga e marrom em tua frente, o homem gentilmente teclando os botões do laptop encima daquela mesma escrivaninha, aos arredores uma casa simples, um apartamento modesto e minimalista, nada chamativo mas que dava de se viver, mas cuidado com a porta que fica logo ao lado do banheiro, ela se trancafia em 7 chaves por motivos não esclarecidos, mas algo claro era o forte odor de enxofre que vinha da porta, mas o homem que usava uma camisa social e gravata, cabelos bagunçados e escuros que alcançavam seus ombros, a barba mal feita e olhos marrons com um toque de vazio de um cadáver, enquanto teclava despreocupado, o som de um alarme ecoa sua casa, o homem olha para ao lado e fecha o laptop, ele então ia a seu quarto desarrumado e pegava um sobretudo bege, calças jeans, as menos bagunçadas, botas pretas sociais e partia para um dia de trabalho árduo longe de seus fétidos aposentos.
O homem andava como uma figura corpulenta em ruas não tão diferentes de sua casa insalubre e nem não tão distante do vazio de seus próprios olhos, o homem sem alma estava presenciando uma outra Londres nunca antes vista, uma praticamente inabitada, tomada pelo medo que trotava pelas estradas, porquê do medo se questionar? Simples, não eram muitos os homens que desejavam a morte, logo, com o medo de morrer nas mãos de um novo e implacável assassino em série, as pessoas não ousam vagar pela rua, apenas aqueles já mortos andam nas calçadas cheias de ratos, baratas e o mais insalubre dos animais, o humano.
O homem desalmado entra em uma delegacia e é brevemente abordado pela mulher de cabelos loiros como ouro presos em um rabo de cavalo e olhos azulados como as águas que afundaram o Titanic, a mulher dizia "Howard? Porque veio trabalhar? Os médicos deixaram claro que seu caso é grave! E se você tiver outro derrame?" e então Howard, o homem sem alma retrucava "Meus dias estão contados Cassie, se for pra morrer que seja levando o lixo humano junto comigo pro inferno" a mulher, Cassie, olhava preocupada para o desalmado do Howard que já havia desistido da própria vida em troca de se fazer o suposto bem, mas será que o bem existe? Ou estamos em tempos que só há o mal? Será que bem e mal se quer chegaram a ser uma coisa? Independente do que for, suas diferenças são gritantes e disparadas, como a comparação entre uma metralhadora e um cachorro, a única semelhança é que ambos matam. Então o homem sem alma senta em sua mesa e pesquisa sobre o caso que estava a investigar, presenciando a volta de uma lenda voraz que a séculos aterrorizou o mesmo país e o mesmo local, o homem com a internet lia o email que ele recebeu do mesmo assassino "mil perdões se meu ilustre retorno atrapalhou sua vida, parece que o inferno estava cheio quando me fui e os céus não queriam nem se quer ver meu rosto coitado, passei-me perdido e entediado pelo limbo e purgatório e finalmente achei o caminho devolta para casa, então que Whitechapel comemore meu retorno detetive, eu estou devolta, e estou devolta para brincar. Ass: Jack o Estripador" o detetive sem alma fechava forte seu punho e batia na mesa frustrado por lidar novamente com medos passados de sua amada cidade, o detetive não tinha alma, era um homem morto que esqueceu de se deitar, ele não tem medo de morrer, para ele a vida não é nada, é vazia, e o pós é ainda mais vazio, o homem morto ja havia encarado o abismo e o viu o encarando devolta e nem se quer reagiu.
Um homem careca, gordo, negro, com um grande bigode e usando um distintivo de honra trazia a Howard uma xícara quente de café preto e forte, o homem dizia "ei Howard, fiquei sabendo do seu estado... tumor no cérebro é uma merda, e você ainda veio honrar seu cargo... você é maluco, mas é um maluco determinado hehe" e Howard olhava friamente sem nenhum remorso ao mesmo, "agradeço Coronel Lewis, só tô fazendo meu papel nessa terra pútrida" dizia o detetive, Lewis com ar de orgulho, sorria e se virava para sair mas não antes de dizer "assim que se fala marujo... fiz esse café 'pra' você não ter que se esforçar muito, preto, sem açúcar e bem forte, do jeito que 'cê' gosta" e Howard respondia "muito obrigado Coronel" e o detetive tomava um grande gole ao partir do coronel, e o detetive sem alma voltava a pensar, como capturaria o maior de todos os assassinos? Era um mero home contra o diabo, humanos não tem chance contra os deuses... Ou será que tem?
Howard, decidido a pegar o assassino a todo custo, agora começa a usar seu maior triunfo, de seu bolso, ele puxa enxofre fresco, ele o aperta forte na mão, o cheirava e murmurava palavras em línguas impossíveis e inefáveis a ouvidos humanos, o mesmo então punha o enxofre dentro do café e tomava muito rápido para não sentir tanto gosto, o mesmo então ao ingerir o profano por inteiro, sente seu corpo descontrolar, ele convulsiona, aqueles aos seus arredores vinham o ajudar, o nariz do detetive sangrava, ele agonizava como se tivesse morrendo, até acordar sem ar em uma escura sala de interrogatório, na frente dele, uma mesa de alumínio brilhante e uma cadeira até então vazia, tirando claro a outra cadeira em que o desalmado deterive agora se senta, da escuridão, a figura de um homem de franja loira e óculos, os olhos azul de ton maligno e howard na hora compreendia que era aquele verme em sua frente, e por isso ele diz "Jeffrey Dahmer, o canibal de Milwaukee, um desgraçado completo quando vivo" e o canibal retrucava "você contatou a mim no pós vida só para falar coisas que eu já ouvi ou vai me dizer algo novo?" e então o detetive desvia os olhos para o lado e olhava devolta para ele e diria "tudo bem... pode parecer loucura mas preciso da ajuda de vocês, você só é o primeiro de vários outros assassinos em série que quero entrar em contato para me ajudar a capturar o novo Jack Estripador, nem que pra isso eu tenha que falar com homens como Jonh Wayne Gacy, Ted Bundy, Harold Shipman, David Ramirez, tanto faz, vocês vão me ajudar, e fim de papo" e então Dahmer com um sorriso facínoro e um olhar de um demônio entusiasmado respondia "bom... você quem manda detetive... vamos ajudá-lo com todo, o, prazer".