A dama caminhava com as mãos diante do seu corpo, tinha um imenso sorriso nos lábios. As janelas estavam todas abertas, cortinas recolhidas e dezenas de servos passando de um lado para o outro pelo castelo. Prataria sendo polida, flores sendo carregadas e seus pólens preenchendo o ar com o cheiro doce.
Era um excelente dia para um casamento!
Sol brilhante como ouro a luz, as flores haviam florescido intensamente naquela primavera, tornando a atmosfera colorida e animada. Os servos do castelo sorriam animados, depois de anos teriam uma rainha para lidar com tudo outra vez. Uma dama respeitável era o desejo de todos.
A dama abriu as portas do quarto com um alegre sorriso. - Bom dia alteza!
O príncipe imediatamente se virou de bruços apertando o travesseiro contra suas orelhas.
– O sol brilha como uma pepita de ouro puro. As flores floresceram belíssimas. O castelo está a todo vapor. - Abriu as cortinas do quarto. - Será um casamento muito agradável, já que a futura rainha decidiu que fosse no jardim.
– Sara... Eu não ligo. - Disse abafado pelo travesseiro.
– Alteza ficou na taberna até o amanhecer não foi? - Suspirou o olhando.
– Sim, conheci uma garota... Os cabelos dela lembravam... - Retirando o travesseiro do rosto deixando a expressão triste aparecer.
– Alteza... - Olhou com tristeza para ele. - Sei que é doloroso, mas precisa estar lá... Príncipe Kaleb, a rainha se foi. Majestade precisa continuar a erguer o reino e sozinho o rei já não suporta mais.
– Claro, se casar com uma princesa 40 anos mais jovem vai solucionar tudo. - Se sentou com uma expressão ranzinza. - Sabemos que ele quer outro herdeiro, não me acha competente. Ele poderia ter se casado com a anciã do reino no sul. Mas quis uma mulher jovem.
– Não questione vosso pai. A rainha ficaria irritada com tom rude de suas palavras. Alteza é um príncipe de 24 anos agora, deve se portar como tal. - Puxou os lençóis da cama. - Vamos, o príncipe tão belo deve estar perfeito para o casamento.
– Oh deuses, porque me castigam? - Se virou de bruços afundando o rosto no travesseiro outra vez. Os belos cabelos castanhos se espalhavam pela cama forrada de seda vermelha.
– Príncipe Kaleb, precisa tomar seu café da manhã, ter sua aula de esgrima e depois de latim, tudo isso antes do casamento do rei. - Pegou uma das almofadas batendo levemente no traseiro dele. - Anda logo.
– Sara... Eu te considero como minha mãe. Por isso, por favor... Me deixe dormir por o tempo de uma brisa. - Afundou o rosto no travesseiro.
A dama olhou para o tempo fazendo um bico nos lábios em seguida acertou o traseiro do rapaz outra vez com a almofada. - Pronto o tempo de uma brisa breve.
Kaleb riu contra o travesseiro. - Tudo bem, vou ceder as suas vontades. - Se sentou sobre a cama. - Prepare meu cavalo.
– O quê? Para que um cavalo Kal... príncipe Kaleb? - Franziu o cenho.
– Tomarei meu café com o papa. - Deu um sorriso simpático e brilhante.
– Papa Joseph não deve suportar mais sua presença. - A dama apoiou os dedos na tempora.
– Claro que suporta. O papa adora minha presença. - Permaneceu com o sorriso brilhante. - O papa é uma excelente companhia, principalmente porque meu amado amigo Saphir está no reino do noite treinando... Me sinto tão solitário.
– Saphir deve estar erguendo as mãos aos céus como agradecimento por se livrar de vossa alteza. Desde a infância o seguia a ponto de o forçar a ser seu amigo. - Riu apoiando a mão na boca.
– Que cruel, espero que mama esteja escutando suas palavras do céu. - Se levantou. - Pegue o traje preto de luto para o casamento, usarei o azul marinho agora.
– Preto para o casamento do rei? - Olhou perplexa.
– Sim. - Apoiava as mãos na cintura com sorriso maldoso. - Não se preocupe. O rei me ignora a pelo menos 20 anos, não será agora que notará minha humilde presença. - Se inclinou piscando para dama.
– Vossa alteza ainda é um menino travesso. Me dá dores de cabeça. - Apoiava os dedos na testa. - Farei como deseja se você se comportar devidamente durante o casamento e o banquete.
– Serei como fruto dos deuses. Silencioso, doce e gentil. - Piscou outra vez. - Prometo nem tocar em vinho se me permitir ir tomar meu café com meu belo e bom papa.
– Quanto desrespeito. - A dama suspirou de frustração. - Do que adiantaria eu dizer não? Vai fugir e ir atrás dele de qualquer forma.
Kaleb deu um sorriso brilhante.
– Vou chamar as damas para lhe trocar e pedir para preparar seu cavalo. - Esvaziou os pulmões desanimada e saiu do quarto.
O príncipe se sentava na cama, deitando com os braços estirados. Faziam dez anos da morte da rainha e sua mãe. Sentia falta dela de forma tão devastadora que seu coração pesava como mil pedras. Não estava pronto para lidar com uma madrasta. Principalmente como seu pai, o rei havia lidado com a morte da rainha como se não fosse absolutamente nada demais. Nunca se quer trocaram mais que dez palavras.
Mas o rei nunca escondeu seu desgosto pelo príncipe no decorrer dos anos. Dizia aos reis vizinhos e aos servos o quanto achava o príncipe imaturo e incompetente. Dizia que governaria até seu último suspiro por medo do tipo de rei que o príncipe se tornaria.
Obviamente aquele tipo de fala não ajudou ao filho criar um respeito por seu pai. Kaleb passava seus dias correndo atrás de mulheres e dançando nas tabernas locais. O pior era que sem esforço o príncipe lutava com perfeição, era excelente estrategista e extremamente fácil para aprender qualquer coisa que fosse. Mesmo assim o rei não o achava o bastante.
As portas foram subitamente abertas pelas damas com bacias, toalhas e vestes azul marinho aveludadas.
Depois de limparem minuciosamente o príncipe e o ajudar a vestir suas vestes, ele saiu pelo corredor.
– Bom dia alteza! - Os empregados diziam animados.
– Bom dia Frank! Como vai a esposa e o bebê? - Kaleb sorria.
– Excelentes! Ainda esperamos o príncipe para jantar. - Deu um grande sorriso.
– Pode dizer a Mary que sem dúvidas irei depois dessa confusão de casamento. Mande um beijo para o pequeno júnior. - Abanou a mão e correu pelo corredor desviando dos empregados com estátuas e porcelanas.
– Bom dia alteza! - O outro dizia.
– Mande um beijo para Anne. - Sorria para o outro empregado enquanto andava de costas.
– Cuidado alteza! - Uma das empregadas dizia equilibrando uma torre de taças.
– Calma, Claire. - Kaleb disse sorrindo, enquanto apoiava a mão para equilibrar a torre.
– Príncipe Kaleb! Vá brincar lá fora, está atrapalhando os empregados. - Sara dizia irritada.
– Sim, minha senhora. - Beijou a bochecha da dama e saiu correndo se pendurando nas janelas e pulando entre elas para sair do castelo.
A empregada ria olhando para a dama. - Vossa alteza é um poço de alegria mesmo agora como adulto. Que bom que manteve a luz da majestade com ele.
Sara deu um sorriso e olhou para Claire. - Quando o reinado dele começar... Haverá luz para todos. Não vejo há hora do nosso menino se tornar rei.
– Nossa única esperança. - Deu um sorriso para a outra e se retirou.
O príncipe pegou seu cavalo branco e seguiu para fora do castelo. Os cabelos esvoaçantes ao vento, a sensação de liberdade, como se o título tivesse ficado naquelas muralhas de pedra.
Respirava fundo enchendo os pulmões. Erguia os braços e sorria cavalgando como se não houvesse problemas.
As árvores passavam rapidamente por seus olhos até a imensa catedral onde era a residência papal. Desceu do cavalo parando.
Ao lado de fora as crianças chutavam a bola uma para a outra, até uma menininha de cabelos negros acidentalmente chutar a bola em direção ao príncipe.
– Alteza oi! - Sorria alegre.
– Oi neném. - Chutou a bola de volta para ela. - Tudo bem por aqui?
– Claro que está. - Deu um sorriso banguela para ele. - Veio brincar comigo?
– Quem me dera. Vim ver o papa. Mas virei brincar com você em breve. - Passou a mão pela cabeça infantil e sorriu adentrando a catedral.
Cercado de empregados, estava o papa sentado em seu trono vermelho. Lia papéis e mais papéis, massageando a testa por debaixo do chapéu pontudo.
– Vossa santidade... Peço encarecidamente uma audiência. - Kaleb apoiou a mão no peito se inclinando.
– Kaleb... Outra vez? Não vai deixar mais essa santidade em paz? Será o príncipe a minha cruz? - O papa suspirou dando um gentil sorriso. - Saiam todos, conversarei com meu bom amigo.
– Que Deus esteja com vossa santidade - Todos se inclinaram se afastando.
O homem segurou suas vestes descendo do trono e apontando para a sala de chá aos fundos. Ambos seguiram em silêncio. Depois de entrarem o papa trancou a porta.
– Joanne... Eu preciso falar. - Kaleb dizia aflito se sentando na cadeira.
– Fale baixo, seu idiota. - Retirou o chapéu pontudo, deixando os longos fios castanhos caírem pelos ombros magros. Uma bela mulher de revelava.
– Perdão. - Apoiava a mão na boca. - Não me castigue.
Ela riu e puxou as vestes se sentando. - O que houve?
– Você sabe... Hoje é o casamento do rei. Estou com sabor amargo nos lábios por causa disso. - Suspirava.
– Medo de perder seu trono? - Perguntou curiosa colocando o guardanapo sobre o colo.
– O que? - Kaleb ergueu as sobrancelhas.
– Você sabe não é? Com o casamento do rei... Você se torna o filho bastardo. Então o próximo herdeiro será o filho que ele tiver com a nova rainha. Você vai para segundo na linha de sucessão. - Explicou. - Sua mãe perdendo o título de rainha... Ela se torna uma serva e você o fruto de um rei e uma serva.
– Ela sempre será a rainha. Mas se sou um filho bastardo não vou governar? - Apoiou a mão no queixo. - Isso é perfeito. Poderei viver nas tabernas e nas camas de várias mulheres.
– Não é bem assim. Se o rei decidir te chutar ele assim fará. Se não quer o reino, deveria se aproximar da rainha. Assim terá proteção e conseguirá continuar vivendo sua vida de luxos sem responsabilidade. - Pegava a xícara com chá.
– Tudo bem... Tenho que me aproximar da mulher que está roubando o lugar da minha mãe. - Apoiou os cotovelos na mesa. - Isso que mais me aflige. O rei... Nunca amou minha mãe, ela viver a vida toda doente e infeliz porque ele jamais a apoiou. Agora sou forçado a digerir uma substituta.
– As épocas são difíceis eu sei. Mas pense comigo. O que mais você poderia querer Kaleb? Vocês dois nunca deram certo. Já imaginou governar sobre o olhar dele? Você não concorda com nada que ele fez no governo. Quer mesmo aquele ditador vigiando seus movimentos? - Dizia erguendo as sobrancelhas. - O rei é um homem terrível quanto a espiritualidade, as janelas da catedral tremem quando ele se aproxima para pegar minha benção. Deus o renega. Quanto a você... Carrega sorrisos para todos os lados, herdou isso da rainha. São como água e óleo. Assim é melhor, aproveite sua vida e deixe o governo de lado, seu pai, esposa e futuros filhos. O amor que todos sentem por você não é pelo seu título, mas pelo coração de ouro que você carrega. Então faça o que lhe disse. Se divirta, case por amor. Se mude do castelo quando tiver oportunidade, tenha uma vida feliz.
– Era isso que mamãe iria querer. - Suspirou assentindo. - Na verdade... A ideia de abandonar o palácio me agrada.
– Você é como um pássaro meu amigo. Não nasceu para ficar preso. Você precisa abrir suas asas ao vento e deixar que ele leve você. Digo isso por ser sua amiga. Se nada funcionar ainda terá um lar nessa catedral. - Sorriu para ele.
– Joanne... - Sorriu para ela. - Tudo isso alegra meu coração. Falando em alegria, eu vi Camile quando cheguei. Céus ela está a própria escultura de você.
– Viu como ela tem os cabelos escuros daquele maldito? - Riu olhando para ele. - Aquele homem me tirou muitas coisas Kaleb... Minha liberdade, minha castidade, minha santidade... Mas me deu aquela menina e não há nada nesse mundo que me faça mais feliz.
– Mas acha justo criar ela como uma órfã? Quando a mãe dela está bem aqui? - Apontou para "o papa".
– Ela não pode saber... Pelo menos não ainda. - Apoiava os dedos na testa. - Criança deixaria escapar um segredo desses. Quando ela for mais velha... Eu direi e explicarei.
– Vai explicar para sua filha que a criou como uma órfã, para salvar vocês duas da morte? - Ergueu uma das sobrancelhas para mulher.
– Não existe outra forma de dizer... Sabe o que farão comigo se descobrirem que o papa para o qual se ajoelham é uma mulher? O rei me decapitaria com as próprias mãos. - Juntava as mãos diante do corpo.
– Eu sei... Mas não pode viver se passando por um homem para sempre. Uma hora vão descobrir... E quando acontecer? - Olhou apavorado para ela.
– Sei que vão. Você descobriu... Mas tentarei ao máximo levar tudo isso, até onde for capaz. Quando acontecer aceitarei meu destino. - Joanne suspirou apoiando as mãos na xícara.
– Pensaremos em uma forma. Não vou deixar que nada aconteçam com vocês duas. Você é a melhor pessoa que já conheci... Eu farei até o impossível para que nada aconteça e que ninguém descubra sua verdade. - Suspirou assentindo.
– Kaleb... Não se preocupe conosco meu amigo. Você já tem seus problemas. Vamos mudar de assunto. - Sorriu. - Saphir já retornou?
– Não, aquele idiota me abandonou para treinar no norte. Sara fica louca de saudades. Aquele grosseirão nem escreve para nós. - Cruzava os braços irritado. - Me sinto sem ninguém para conversar naquele castelo.
– Oh! Que surpresa, não tem ninguém para ouvir as baboseiras do príncipe. - A mulher ria com a xícara diante dos lábios.
– Minha amada papisa, me poupe de seu humor sarcástico. Estou em aflição. - Deitou a cabeça contra a mesa. - É muito entediante não ter com quem falar.
– Isso explica, sua presença todos os dias aqui. Eu já não suporto mais. - Ria olhando o jovem.
– O quê? Como pôde dizer isso do seu bom amigo? Sua luz. - Olhou formando um bico nos lábios.
Apoiava a mão na boca rindo de forma divertida. - Como pode ainda parecer um belo menininho?
– Joanne! - Ria erguendo a cabeça. - Também sou um pobre órfão.
– Só de mãe e de juízo. - Ria o olhando nos olhos.
– Que cruel. - Sorria a olhando. - Vai celebrar o casamento?
– Sim, infelizmente não tenho escolha. - Levava a torrada até a boca.
– Se os casar pensando no diabo? - Disse brincalhão.
– KALEB! - Disse seria.
– Perdão meu senhor. - Bateu na boca de leve olhando para o céu.
Depois de um agradável café da manhã o príncipe foi forçado a retornar para o palácio.
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Como ritual comum no reino os membros do reino entrava logo depois do rei ou noivo. Kaleb colocou as mãos para trás, com a postura perfeita e passos elegantes, ele surgiu no imenso tapete branco que seguia até o altar. Usava vestes pretas inaceitáveis para um casamento, vestes pretas que simbolizavam o luto. Jogou o braço para frente empurrando a longa capa negra para trás do ombro direito. Caminhou até o altar parando atrás do rei.
O homem velho franziu o cenho olhando para o filho. Em um sussurro discreto falou: – O que está fazendo com essas vestes tão desrespeitosas em meu casamento?
– Majestade me instruiu que um príncipe deve se vestir corretamente de acordo com a recepção. Na situação atual vejo que luto é a veste correta. Pela rainha morta, pela jovem que terá a vida ceifada por vossa majestade hoje e pela situação repulsiva que nos encontramos, não vejo nada para ser comemorado, mas muito para ser lamentado. - Deu um sorriso maldoso.
– Você é ridículo Kaleb. Cresça! - Disse irritado.
Kaleb tinha um sorriso vitorioso nos lábios.
Os dois imediatamente ergueram as sobrancelhas ao ver a futura rainha colocar os pés no tapete branco. A mulher tinha longos cabelos cacheados vermelho, um físico magro, mas de grandes seios, braços finos e pele tão branca que ela parecia ser feita de porcelana.
Ela caminhou lentamente até o altar e parou ao lado do rei, dobrando os joelhos de forma respeitosa.
O príncipe estava deslumbrado com a beleza dela, seus olhos brilhavam diante dela.
Com o véu sendo erguido, podia-se ver a falta de expressão da moça, os lábios vermelhos de batom e seu total silêncio. Como se seus lábios tivessem sido costurados.
Kaleb não retirou os olhos da futura rainha. Ela era deslumbrante demais para que sua beleza fosse desperdiçada.
A cerimônia pareceu voar e logo todos estavam saindo do salão para a festa, a agora rainha apoiando a mão sobre o braço do rei.
Era um contraste realmente repulsivo aos olhos. Um homem de 66 com uma jovem de 26. Ela permanecia sem um pingo de expressão ao cumprimentar a todos.
– Parece uma pedra de gelo. - O príncipe do reino vizinho passava o braço pelos ombros de Kaleb.
– Espero que congele ele então. - O filho do rei riu olhando para o amigo.
– Sua madrasta é só dois anos mais velha que você. Qual a sensação? - Ria olhando para o outro.
– Oh Oliver, você deve imaginar. Morro de dó dessa pobrezinha. De todos os sete reinos ela foi casar com o homem mais repulsivo que já conheci. - Apoiou a mão no queixo
– Olhe o lado bom, ele pode infartar na noite de núpcias. - Gargalhou o príncipe vizinho.
– Eu não tenho tanta sorte. Sinceramente sei que ela terá dezenas de amantes assim que ele virar as costas. Se ela decidir ser fiel a ela, ai sim me sentirei pena genuína dela. - Riu batendo o cotovelo nas costelas dele. - Vamos embebedar, só isso para tornar essa festa suportável. Pode aproveitar para me contar qual a razão você veio e não o seu pai.
– Hey! Eu sou o futuro rei... Ele está cansado demais para viajar longas distâncias. Odeio a ciência por isso, quanto mais ela avança mais esses velhos vivem e mais demora para herdamos o reino. - Oliver dizia apoiando as mãos na nuca.
– Tenho que concorda. Mas a ciência é a única coisa verdadeiramente interessante nesse planeta. Falando nisso a igreja tem perdido força no seu reino também? - Perguntou curioso.
– Oh! Sim, o rei estava doente e não recorreu ao Papa Joseph para rezar por sua cura. Chamou um médico local muito bom com nome de Erick. Depois disso, ele já estava caminhando e governando outra vez. Me lembre de exilar esse médico quando eu governar. - Disse ranzinza para Kaleb.
– Você acha isso bom? Os impostos que os plebeus pagam são pagos graças ao poder de convencimento da igreja... Se a igreja perde força os plebeus podem começar a se revoltar contra os impostos. - O príncipe apoiava a mão no queixo.
– Olha isso é culpa da igreja. Estão escondendo o Papa Joseph, entendo que ele seja jovem e que isso perca um pouco da força. Mas sem um papa visível e presente a igreja perde força para ciência. - Gesticulava. - Você é próximo a ele. Deveria contar para ele isso.
– Sim, vou ter uma reunião com ele em breve. Vamos parar de falar de governo e beber. - Kaleb sorriu para mascarar sua preocupação.
A música alta a batida das canecas de madeira e a risada fervorosa. A festa de casamento não foi um total fracasso.
O príncipe estava retornando para seu quarto quando viu o rei se dirigir para o quarto da rainha que ficava logo em frente ao seu. Por alguma razão ela escolheu um quarto tão próximo tendo um castelo imenso.
Ele se escondeu atrás de uma pilastra até que o rei entrasse fechando a porta atrás de si. Enfiou o dedo na boca simulando um vômito. Os empregados rapidamente apoiaram a orelha na porta do quarto da rainha para ouvir a primeira vez de ambos.
– Céus, que repulsivo. Parem com isso. - O filho do rei saiu de seu esconderijo dizendo em tom brincalhão.
Uma das empregadas acenou para que ele pudesse ouvir também.
– Vou me poupar. - Riu caminhando em direção ao próprio quarto.
Antes que ele tivesse tempo de entrar no quarto ouviu a porta do quarto da rainha ser aberta e o rei sair de lá apertando o cinto. Antes que pudessem ser visto os servos fugiram, o rei nem notou a presença de Kaleb já que seguiu para o lado oposto no corredor escuro.
O príncipe se Inclinou olhando para a janela busca de desvendar quantos minutos haviam passado. Um arrepio de repulsa percorreu seu corpo.
– Que consumação hein. - Balançou a cabeça e quando se dispôs a abrir a porta do próprio quarto, ouviu um choro baixo, mas de partir o coração.