"Wooooo!" A multidão rugiu nas arquibancadas. Os convidados de alta patente ficaram perplexos com o modo como o ataque do mago havia sido dissipado.
Siroos pousou sobre seu corpo caído, apoiado nos quatro membros. O mago estava com o rosto contorcido pelo medo e, antes que pudesse atacar o enorme leão novamente, a imensa mandíbula de Siroos se abriu e os seus caninos desceram sobre o rosto dele, mutilando e rasgando.
Os gritos de horror do mago encheram o ar da arena, mas logo foram abafados quando Siroos arrancou sua traqueia.
O outro leão tentava ferir Siroos, rasgando sua grossa pele por trás enquanto ele dilacerava seu companheiro. Literalmente rasgando-o de membro a membro enquanto seus rosnados irados silenciavam a multidão.
Cassandra estava horrorizada com a brutalidade que presenciava. Desejava afundar no chão, mas seu parceiro bárbaro lutava contra dois oponentes sozinho.
Reunindo-se e reunindo toda a coragem que existia em seu corpo, ela correu em direção ao oponente. Sua espada reluzente, bordada por um brilho mágico, estendeu-se.
"Ahhhh!" Ela gritou de dor e perfurou a espada na barriga dele com força brutal. A magia pulsava ao seu redor como lampejos de vagalumes, reunindo-se em sua espada e tornando seu ataque fatal.
Um grito doloroso e alto foi soltado pela criatura gigantesca enquanto soltava Siroos e caía no chão. Sua cabeça se inclinou para um lado, respirou pela última vez e seus olhos âmbar se fecharam.
Mas Siroos ainda não havia parado de estraçalhar o corpo do pobre mago que já estava morto há tempos. Seus olhos tinham sido arrancados das órbitas e pouco restava além da grande poça escarlate de partes do corpo e vísceras.
Vendo a bagunça, o estômago de Cassandra revirou e, virando-se, ela vomitou, expulsando o que quer que estivesse em seu estômago.
O gongo soou novamente, anunciando a vitória deles, mas os guardas tiveram que intervir e separar a imensa forma de Siroos do que restava do pobre mago. A magia defensiva foi acionada.
Cassandra foi guiada para fora por um guarda e vários foram necessários para controlar Siroos.
A multidão estava enlouquecida, porém; eles adoravam um massacre.
O homem sentado ao lado de Tholarian sorriu enquanto murmurava baixinho e tomava um gole de vinho fino de seu cálice.
"Típico de Siroos."
"Esse guerreiro é digno para a nossa arena e a multidão parece amá-lo. Eu gostaria de mantê-lo," Tholarian disse, divertido, ao ver a reação da multidão.
"Que a partida final se complete," ele respondeu enigmaticamente, enquanto o divertimento dançava em seus olhos amarelo-alaranjados, bem como em sua voz.
De volta à sala, Cassandra desabou no chão o mais longe possível de Siroos. Sua espada tilintou no chão. Ele se transformou em sua forma humana, mas o sangue havia completamente respingado seu corpo e rosto.
Sua perna estava ferida onde o transformador de leão o havia mutilado, mas a ferida já estava cicatrizando e ele parecia não se importar.
Seus olhos injetados de sangue vagaram até uma Cassandra assustada até o limite e ele resmungou.
"Ferida?"
Ela balançou a cabeça com medo e puxou as pernas para mais perto do peito, tentando se tornar o menor possível.
"Bastardo sanguinário, indo para a matança, me subestimando," ele cuspiu, com o sangue pingando de seu queixo. Siroos pensou que brincariam um pouco, prolongando a partida para entretenimento da multidão como havia sido instruído.
Mas o mago tentou matar a princesa com um único golpe e isso o enfureceu sem limites. No momento em que Siroos viu a eletricidade crepitando em seus dedos, ele já havia lançado o primeiro ataque com a intenção de matar.
Eles desafiaram o rei ou ele deseja desesperadamente a morte de sua filha?
Vendo a condição dela, Siroos pôde perceber que ela era suave, suave demais. Não adequada para este mundo ou o dele. Seu mundo era muito mais sangrento do que este.
Como ela havia sobrevivido tanto tempo o deixou perplexo agora.
O medo havia rastejado para dentro de seus grandes olhos violeta e ela recusou fazer contato visual com ele.
Siroos pegou um pedaço extra de pano que estava lá e começou a limpar o sangue sujo de seu corpo.
Dizer que ele estava irritado seria um eufemismo. Sua mente estava borbulhando com mil ideias naquele momento enquanto seus olhos continuavam a flicar para a garota no canto. Ela estava olhando fixamente para suas mãos.
"Você foi bem," ele tentou trazê-la de volta à realidade e seus olhos cheios de lágrimas se voltaram para ele.
"Eu acabei de tirar a vida de alguém. Que bem eu fiz? Não que um bárbaro como você possa entender isso. Você faz isso naturalmente," ela gritou para ele com nojo. As lágrimas finalmente caíram de seus olhos e seu coração doeu; as palavras dela picaram como o ferrão de um escorpião.
"É a arena, você mata ou morre. Você queria morrer? Princesa," ele perguntou, suprimindo sua raiva.
"Melhor morrer do que viver como um maldito assassino," ela retrucou, "Nem todo mundo é criado para ser um assassino." Seu corpo inteiro tremia nesse ponto, ela não podia acreditar que realmente havia tirado a vida de alguém.
"Então é isso o que você acha que eu sou? Um assassino e um bárbaro?" Sua sobrancelha esquerda se arqueou graciosamente enquanto seus lábios se apertavam em uma linha reta de desagrado.
"Achar? Você não mostrou isso abertamente? Nem um pingo de remorso encontrei em seu rosto?" Ela acusou, enxugando as lágrimas com o dorso da mão. Ela não planejara derramá-las na frente dele.
"Perdão! Não tive tempo de lamentar as pessoas que tentaram nos matar, Princesa Cassandra," ele escarneceu; sua voz aumentou um tom, trovejou, e Cassandra se encolheu visivelmente com seu tom elevado. Seus lábios tremeram e ela os apertou juntos para impedir que descaíssem ainda mais.
Ele se arrependeu imediatamente, mas antes que pudesse falar, ela virou o corpo e se afastou dele.
De frente para a parede, ela fechou os olhos, deixando sua cabeça descansar nela. Orando para que esse horror terminasse logo e ela pudesse voltar à sua vida. Sem saber que toda a sua vida estava prestes a ser virada de cabeça para baixo.