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"Eu odeio ela!" Slater invadiu o quarto do Atlas e exclamou. "Aquela garota esperta! Ela está fazendo de propósito para me irritar!"
Ele se jogou no confortável sofá preguiçoso, fervendo de raiva.
Atlas, que pediu à sua família para não ser perturbado, ignorou-o. Ele continuou a responder ao problema em sua mesa de estudos.
"Irmão mais velho, aquele porquinho espertalhão fez isso de propósito!" Slater continuou frustrado. "Ela está tentando tirar o mamãe e o papai de nós!"
"Atlas, eu..."
De repente, Hugo também entrou no quarto do Atlas, parando ao ver Slater despejando sua raiva naquele espaço.
"O que você está fazendo aqui, Slater?" perguntou Hugo com uma leve carranca. "Atlas está estudando para o exame dele."
"Estou frustrado!" Slater olhou para ele carrancudo. "É culpa daquele porquinho! Não só ela está substituindo a Nina, mas também está colocando uma cunha entre nós e nossos pais."
Slater pulou da cadeira e encorajou, "Precisamos nos unir e parar essa loucura dela!"
"Se tem alguma loucura que precisa ser parada, é a sua," Atlas, que não podia mais ignorar o irmãozinho, olhou para Hugo. "O que você precisa?"
Hugo levantou um caderno e se aproximou. "Estou empacado neste problema e preciso entender isso para a recitação de amanhã."
Atlas silenciosamente pegou o caderno e o abriu na marcação.
Vendo a indiferença dos irmãos, os lábios de Slater se curvaram profundamente.
"Vocês não estão preocupados com isso?!" ele exclamou irritado. "Alguém está invadindo nosso território e agora ela está vencendo!"
"Slater, eu sei que você está frustrado, mas desabafe em outro lugar." A voz de Hugo estava fria e comandante. "Se você acha que ela está tomando a atenção do mamãe e do papai, então você deveria desaparecer por 13 anos. Caso contrário, deixe o Atlas em paz."
"Deixe-o estar," Atlas disse sem olhar para eles. "Slater está apenas preocupado com Nina."
Hugo suspirou, sentindo um pouco de pena dos pequenos irmãos.
"Você não estava infeliz quando soube que o mamãe e o papai tiveram outro filho?" Slater franziu a testa decepcionado para seus irmãos. "Como vocês não disseram nada?"
"Porque não importa o que digamos, ela é nossa irmã." Atlas devolveu o olhar para Slater. "Além disso, estou prestes a entrar no meu terceiro ano. Este ano é sobre nos preparar para isso e eu estou levando isso a sério."
"Hugo também está planejando entrar para o militar, então ele também precisa de boas notas, a menos que ele queira que o pai intervenha."
Hugo assentiu. "Em outras palavras, é uma perda de tempo negar a irmã que nunca conhecemos até agora. Prefiro gastar a energia no meu treinamento em vez de ter ódio dela."
Atlas e Hugo trocaram olhares antes de voltarem sua atenção a Slater. Vendo que Slater não estava apaziguado, eles só puderam balançar a cabeça e suspirar. Para eles, contanto que Penny não atrapalhasse e não os incomodasse, eles não diriam uma palavra.
"Ela também é digna de pena," Hugo comentou baixo, pensando em como ela ficava no frio enquanto todos os outros se trancavam em lugares quentes.
"Ela é?" Atlas olhou para o irmão, e este assentiu. "Hah."
Enquanto os dois irmãos mais velhos passavam por cima das conversas sobre Penny, Slater ainda não o havia feito. Ele desviou o olhar entre os dois, descontente por terem cedido tão facilmente a essa invasão. No entanto, ele não permitiria que isso continuasse.
*****
Com a ajuda da Allison, Penny conseguiu pensar em um nome para seu gatinho e sua rã da chuva. Ela chamou o gatinho de "Chunchun" e a rã da chuva de "Tiana".
Satisfeita com os nomes que escolheu, Penny deitou-se de barriga para baixo feliz da vida. Seus pés balançavam para frente e para trás atrás dela, segurando seu rosto, olhos no chão onde Chunchun e Tiana estavam à toa.
"Na minha primeira vida, eu não tinha nenhum companheiro," ela disse animada. "É bom ter alguns companheiros depois de tanto tempo!"
Em sua primeira vida, Penny sempre se manteve sozinha. Sua relação com os pais era muitas vezes constrangedora porque ela raramente conversava com eles. Ela era tímida demais para se abrir e, quando finalmente se abriu, logo foi acusada de roubo.
"Falando nisso, esqueci porque estava do lado de fora em primeiro lugar!"
Penny rolou o corpo para a beira da cama, esticando as pernas para apoiar-se no chão. Com o seu peso, sentar-se era um desafio. Por isso, ela conseguiu encontrar uma maneira de sair da cama o mais rápido que pôde.
Penny não perdeu tempo e saiu correndo do seu quarto para procurar o Mordomo Jen. Ainda não era tão tarde, então ela queria saber se o Haines já tinha chegado em casa. Mas quando ela chegou ao último degrau da escada, ela avistou Haines na área de estar.
Seus olhos brilharam quando ela viu o laptop à frente dele.
"Tio Haines!" ela chamou ansiosa.
"Penny?" Haines franzir a testa, observando a garota rechonchuda saltar em sua direção. "Penny, por que você ainda está acordada?"
"Tio Haines, esqueci de lhe dizer por que estava lá fora." Penny pulou para o lado dele. Seu sorriso era adorável, especialmente com aqueles fundos covinhas nas bochechas.
Haines inclinou levemente a cabeça.
"Percebi que você sempre chega em casa tarde, mas também sai tão cedo pela manhã!"
Como ela sabia disso?
Será que ela saiu de casa de propósito porque sabia que ele teria que limpar sua agenda, consequentemente, fazendo-o descansar?
Haines ficou um pouco tocado ao pensar. Ele acreditava que Penny era um gênio, então isso não seria uma surpresa. Seu sorriso, no entanto, não durou muito quando ela disse;
"Eu preciso te pedir um favor!" ela sorriu.
"Favor?" Haines rapidamente riu de seus pensamentos bobos. "Que favor você precisa de mim, Penny?"
"Preciso transformar meu dinheiro em dinheiro digital."
"Você tem dinheiro?"
"Comecei a economizar no momento que comecei a trabalhar!" Penny sorriu orgulhosa, mas isso só fez Haines franzir a testa. "Estou com medo que meu dinheiro desapareça ou se desintegre se eu continuar guardando no meu porquinho. Então, eu quero torná-lo dinheiro virtual!"
Como ele poderia esquecer? Jessa vinha explorando ela desde que aprendeu a falar. O dinheiro que Penny provavelmente estava falando era uma fração do que ela ganhava, que Jessa provavelmente chamava de 'recompensas'.
"Charles não te deu um cartão?" ele perguntou. "Ou por que não pedir a ele para abrir uma conta poupança para você?"
"Mas eu não quero que eles saibam sobre minhas economias. Eles ficariam preocupados novamente se ouvissem que eu fui forçada a trabalhar desde pequena." Ela fez beicinho, seus olhos brilhando. "Tio Haines, se você não quiser, então eu posso comprar um laptop para mim?"
Haines piscou, repetindo a pergunta dela em sua mente. "Você vai comprar um laptop para si mesma?"
"Sim!" Penny assentiu energicamente. "Vou usar minhas economias para comprar um para mim!"
"Bem..." Haines ponderou.
Abrir uma conta poupança para ela não deveria ser um problema, pois era mais seguro do que moedas virtuais. No entanto, ele preferiria que ela pudesse desfrutar do dinheiro dos pais, já que era o que ela deveria fazer. Com esse outro pedido presente, no entanto, Haines sentiu que soaria muito rigoroso se se recusasse.
"Que tal eu comprar um para você?" ele ofereceu, só para ver ela balançar a cabeça. "Por quê?"
"Porque o Tio Haines trabalhou duro para ganhar! Eu não posso simplesmente gastar sem pensar. Eu só ficaria com sentimento de culpa."
Bem, gastar o dinheiro de outra pessoa era, de fato, um pouco vergonhoso. Olhando para Penny, Haines queria discutir, mas ela parecia determinada. Assim, ele suspirou em derrota e assentiu.
"Tudo bem," ele disse. "Você pode pesquisar pela internet. Quer dar uma olhada em alguns?"
"Posso?"
Haines sorriu enquanto pegava seu laptop. "Claro."
Com isso dito, Haines colocou o laptop no colo e procurou por lojas online de laptops. Penny se aconchegou ao lado dele, aos poucos crescendo horrorizada com os preços que estava vendo.
"Tio Haines." Ela olhou para ele, preocupada. "Podemos procurar por usados?"
"..." Haines ficou sem palavras. Esses laptops já eram baratos e ele podia comprar centenas deles para ela! "Que tal eu comprar... tudo bem."
No final, Haines e Penny passaram a noite procurando por laptops baratos e assistindo Penny pechinchar impiedosamente com o vendedor para obter o melhor preço que ela poderia. Ele não podia deixar de pensar que ela seria uma ótima empresária no futuro.
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