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Chapter 2 - Capítulo 2: Fugindo da Má Sorte (2)

Vendo Mo Yan olhando ao redor, Mo Xin pareceu adivinhar o que ela estava pensando e se agarrou ao braço dela, explicando desesperadamente, "Irmã mais velha, Papai foi encontrar comida. Ele disse que você desmaiou porque estava morrendo de fome, e que você não deve mais deixar sua comida para mim e para o irmãozinho. Se, se você não acordar... nós, nós..."

Apenas pensando em como sua irmã havia secretamente guardado comida para ela e seu irmãozinho, quase morrendo de fome ela mesma, Mo Xin se engasgou e não conseguiu falar. Vendo a irmã deitada ali inconsciente, ela quase havia perdido a vontade de continuar.

O nariz de Mo Yan formigava, e uma vez mais, aquela onda de emoções desconhecidas se espalhava dentro dela. Subconscientemente, ela levantou a mão para tocar a cabeça de Mo Xin. Notando algo incomum em si mesma, ela pausou, e depois continuou a confortar a compreensível garotinha.

Mas a situação atual a enchia de preocupação.

Após fugir da remota Vila da Família Mo há mais de um mês, mesmo com o uso mais frugal, suas escassas provisões haviam se esgotado.

Para que seus irmãos menores tivessem mais o que comer, a anfitriã original havia dividido sua porção ao meio para eles, levando a um rápido declínio de sua condição física até que finalmente ela desmaiou de fome, para nunca mais acordar...

Pensando nisso, Mo Yan tocou sua palma direita com a mão esquerda, um gesto que ela fazia subconscientemente sempre que enfrentava dificuldades.

Mas o que era essa área elevada em sua palma direita? Ela claramente lembrava que a anfitriã original não tinha isso. Poderia ser...

Mo Yan ficou chocada, olhando rapidamente para baixo. Quando ela viu a marca familiar em sua palma, uma torrente de alegria inundou seu coração:

A Marca de Jade Antigo que havia estado com ela por mais de uma década em sua vida anterior havia de fato renascido com ela!

Suprimindo sua excitação, Mo Yan respirou fundo para se acalmar, um sorriso radiante se espalhando em seu rosto — o Espaço ainda estava lá, o que mais ela deveria temer?

"Yanyan, Yanyan, você acordou!"

Foi então que uma voz cheia de surpresa veio de trás dela, interrompendo os pensamentos de Mo Yan.

"Ah, é o Papai voltando, irmã mais velha, irmã do meio, olhem, ele está carregando algo na mão!"

Mo Zhen foi o primeiro a avistar o pai retornando da busca por comida e não pôde deixar de comemorar ao ver algo em sua mão.

Ao ouvir isso, Mo Yan virou a cabeça e viu um homem de meia-idade esguio, porém bonito, caminhando em direção a elas. Uma enxurrada de memórias invadiu sua mente; este belo tio de meia-idade era o pai Erudito original do corpo — Mo Qingze.

Conforme Mo Qingze se aproximava e via sua filha mais velha acordada, a preocupação que o pesoava se desvencilhou. Ele acariciou a cabeça da filha e, pela primeira vez em mais de um mês, um sorriso brotou do fundo do seu coração, "É bom que você acordou, é bom. Eu encontrei um coelho. Você vai ter que comer um pouco mais quando estiver pronto!"

No entanto, Mo Yan ficou atônita. Com um nó na garganta, ela se jogou nos braços do homem, a palavra "Papai" escapando.

Sentindo a dependência de sua filha, Mo Qingze ficou surpreso, ignorando subconscientemente o termo "Papai". Ele liberou uma mão para acariciar gentilmente o ombro dela, confortando-a, "Papai está aqui, está tudo bem, tudo vai ficar bem!"

Os olhos de Mo Yan ficaram vermelhos, seu coração doendo. Ela sabia perfeitamente bem que este homem não era seu pai culto e gentil, mas vendo este homem que se parecia com seu pai, ela não conseguia controlar suas emoções. Ela não veria mais seu pai ou aqueles queridos parentes que a valorizavam como um tesouro.

Vendo que sua filha estava em silêncio por um bom tempo, Mo Qingze perguntou com preocupação, "Yanyan, você está se sentindo mal em algum lugar?"

A nervosismo do homem encheu Mo Yan de um sentimento caloroso. Ela saiu de seu abraço, olhou para cima para o rosto familiar e balançou a cabeça, "Eu não estou desconfortável, só acordei e estou me sentindo um pouco tonta."

Mo Qingze tocou a cabeça dela, não viu sinais de febre, e finalmente aliviou a mente, falando gentilmente, "Você está morrendo de fome, sente-se e descanse um pouco, Papai vai cozinhar o coelho, e logo teremos comida."

Mo Yan assentiu, um peso de culpa no coração. Esse homem não era seu pai, mas ele era um bom pai que amava profundamente sua filha. Se ele soubesse que sua própria filha não estava mais neste mundo, ele certamente ficaria tão desolado quanto seu pai havia ficado quando a perdeu.

"Oba, oba, nós vamos ter carne!" Mo Zhen comemorou alto, seus olhos brilhando enquanto olhava para o coelho, involuntariamente lambendo os lábios como se o coelho já tivesse se transformado em uma deliciosa carne cozida.

Mo Xin engoliu em seco inconscientemente também, mas provocou o irmão batendo na testa dele e dizendo, "Gato guloso!"

Com apenas o coelho em seus olhos, Mo Zhen não prestou atenção na provocação da irmã.

A reação dos irmãos fez o coração de Mo Yan doer; o coelho era tão magro e pequeno, mal tinha carne, mas satisfazia tanto esta família...

Enquanto Mo Qingze estava ocupado limpando o coelho, Mo Yan encontrou uma desculpa para ir a um local isolado. Vendo que não havia ninguém por perto, ela mal podia esperar para tocar a palma da mão e pensou silenciosamente, "Entrar," e em um instante, todo o seu ser desapareceu do local.

"Droga—ahh—"

Observando o Espaço vazio até mesmo de uma lâmina de grama, Mo Yan ficou parada ali atônita. Mesmo a sempre composta ela não pôde deixar de amaldiçoar em voz alta!

O que significa "Anos de trabalho árduo desaparecidos em um instante, de volta à estaca zero"?

Era isso!

Antes de ter viajado no tempo, seu Espaço havia evoluído para milhares de acres, não apenas com montanhas e uma Primavera Espiritual, mas também com vastos pomares, jardins de ervas preciosas, hortas verdes e fazendas de criação. Mas agora, tudo o que restava era mal um acre; os pomares, jardins de ervas, fazendas de criação desapareceram sem deixar vestígios, nem mesmo um repolho sobrou, tudo havia retornado ao que era quando ela primeiro abriu o Espaço em sua vida anterior.

Com lágrimas nos olhos, Mo Yan se agarrou ao último fio de esperança enquanto caminhava até a Mesa de Jade, do tamanho de uma grande mó, no centro. Vendo a pérola impecável e translúcida no entalhe emitindo um brilho suave, ela soltou um longo suspiro de alívio.

Sem hesitar, ela mordeu o dedo e derramou sangue na pérola.

Conforme absorvia o sangue fresco, uma luz branca brilhante explodia da pérola, preenchendo instantaneamente todo o Espaço.

Mo Yan não soltou. Ela fechou os olhos, quase desfrutando do banho de luz branca, com um sorriso sereno no rosto.

No entanto, não demorou muito antes que Mo Yan não conseguisse mais sorrir. Ela abriu os olhos incrédula, olhando para a pérola que ainda estava explodindo com luz branca, o rosto tão branco quanto o papel, seu corpo frágil balançando, mal conseguindo ficar de pé. Ela lutou para puxar a mão de volta, mas a pérola era como um poderoso ímã, não cedia, não importava o quanto ela tentasse!

Caramba, ela não iria virar uma múmia agora, iria?

Essa foi o último pensamento de Mo Yan antes de ela desmaiar...