Enquanto caminhavam, Artie e Celo conversavam despretensiosamente. Celo, com um sorriso travesso, perguntou:
"Se tu pudesse namorar uma criatura mística, qual seria?"
Artie, confuso, respondeu:
"Mas que porra de pergunta é essa? Tu fumou o orégano do Araki?"
Celo respondeu com ironia:
"Jamais. Só responde aí."
Artie começou a imaginar as opções. Várias criaturas passaram pela sua mente, muitas delas o enojavam ou despertavam indiferença. Finalmente, ele respondeu:
"Acho que uma elfa. São as criaturas mais humanas que me vêm à cabeça agora."
Celo, naquele momento, caiu na gargalhada, sendo interrompido apenas quando Artie lhe deu um pescotapa para que ficasse quieto.
Celo colocou a mão no pescoço e reclamou:
"Aí, essa doeu!"
Artie então perguntou:
"E você, qual criatura mística você namoraria?"
Celo, sem hesitar, respondeu confiante:
"Pra mim, qualquer humanoide é vapo."
Artie, em tom de zoação, provocou:
"Até homem é vapo pra você?"
Celo tentou se explicar:
"Não, pô, só fêmeas."
Artie, chocado, deu um tapinha na própria testa e disse:
"Tu não existe mesmo, né, Celo?"
Celo apenas respondeu:
"Mas tu sabe que elfas não usam calcinha, né?"
Artie, confuso, perguntou:
"De onde você tirou essa informação?"
Celo respondeu com um sorriso maroto:
"Fontes, confia."
Artie provocou:
"Vulgo seu butico, né?"
Nesse momento, Artie avistou um corvo parado em cima de um toco de madeira na beira de uma colina. Mas esse não era um corvo normal; ele tinha olhos brilhantes e penas roxas. Intrigado, Artie decidiu seguir o corvo colina acima, e Celo o acompanhou, confuso, perguntando:
"Por que você tá seguindo esse bicho, seu louco?"
Artie respondeu enquanto continuava correndo:
"É um corvo roxo! Quantas vezes você vai ver isso na vida?"
Celo, irritado e já ficando cansado, replicou:
"Foda-se a cor do corvo! Aonde você acha que ele vai te levar?"
Artie logo respondeu:
"Não importa agora."
Celo, indignado, continuou a questionar:
"Esse bicho pode ir parar em um precipício."
Artie parou e respondeu:
"Ou em uma torre muito foda."
Eles então avistaram uma torre no topo da colina, onde o corvo havia entrado. Artie sugeriu:
"Vamos entrar pra ver o que tem lá em cima."
Celo, cansado, resmungou:
"Aposto que porra nenhuma. No máximo, um monte de poeira."
Artie debochou:
"Tá com medo, Celinho? Da poeira te machucar?"
Celo, irritado, respondeu:
"Não, carai, é que eu tenho rinite."
Artie apenas entrou na torre, olhando para trás e dizendo em tom sarcástico:
"Tá bom, vai lá tomar seu remedinho então."
Celo bufou e disse:
"Porra de psicologia inversa... Tá, você venceu."
Os dois começaram a subir lentamente as escadas, que rangiam tanto que parecia que iam desabar. Celo, assustado, disse:
"É melhor a gente descer. Essa porra vai desabar."
Artie olhou para ele e retrucou:
"Larga de ser fresco, Celo."
Ao chegar ao topo, os dois jovens se depararam com uma sala cheia de caixas de madeira. Celo, intrigado, comentou:
"Me admira ter alguma coisa numa torre abandonada."
Artie respondeu:
"Eu falei que não tava vazia," enquanto abria as caixas. Ao abrir, percebeu que havia armas nas caixas, desde armas brancas até armas de fogo. Celo comentou:
"Vish, acho que aqui é um esconderijo da máfia russa."
Artie olhou para ele com cara de deboche e disse:
"Máfia russa... NO BRASIL?"
Celo, sem perder o tom, respondeu:
"É, ué."
Artie sugeriu:
"É melhor a gente não mexer nisso."
Celo perguntou:
"A gente pode descer logo desta espelunca?"
Artie respondeu:
"Tá bom, medroso. Pode devolver meu amigo agora."
Celo deu algumas risadas enquanto descia novamente a escada, mas, ao chegarem lá embaixo, se chocaram com o que viram. O exterior da torre não parecia mais o mesmo. Do lado de fora, havia um céu vermelho carmesim, com árvores sem folhas e um caminho de rocha amarelada que levava até uma capela sinistra ao longe.
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